DIFERENÇA DE ESCALA

É habitual dizer-se que, na campanha para o referendo, ambos os lados adoptam posições muito extremadas e dão pouca abertura ao diálogo. É capaz de ser verdade.
A diferença é que do lado do Sim essas posições extremadas são referentes às mulheres presas, das quais não existe qualquer registo, e a alguns julgamentos muito esporádicos (menos de 5 mulheres julgadas por ano), a maior parte dos quais continuaria a existir independentemente da mudança de legislação. Do lado do Não, a posição refere-se às dezenas de milhares de fetos que poderão ser mortos por ano e aos milhões de euros que se vão gastar a financiar esta actividade.

Comentários:
Claro, os milhões!!!
Que pena este movimento não ter sido pelo NÃO à construção de estádio de futebol!!
Isso sim, seria a !preocupação em escala".
 
"...que podem ser mortos por ano...".

Para ser rigoroso, o tempo verbal a utilizar, será necesariamente outro. Os fetos (ou mais correctamente os embriões) continuarão a "morrer" seja qual for o resultado do referendo. Isso todos sabemos. No não e no sim. O outro lado da fronteira, manter-se-á no mesmo sítio.
 
Milhões? Devem ser biliões...
E os biliões que morrem naturalmente, devido ao holocausto silencioso da mãe natureza, essa perversa, que teima em não garantir a nidação da maior parte dos embriões??
 
Claro que continuarão a haver abortos mas não me parece é razoável pensar que liberalizando os números não vão aumentar significativamente. Quem antes fazia um aborto apesar de em situações de risco e sendo ilegal concerteza continuará a fazê-lo se ele for legal e financiado. Penso que isto é indiscutível.
Haverá é, para além disso, muitas outras pessoas que deixavam de o fazer sendo ilegal e que sendo legal e financiado passarão a fazê-lo com naturalidade. Para além disso passará também a haver uma promoção do aborto por parte das entidades que passarão a lucrar com este negócio (as clínicas de aborto). E finalmente, passará também a haver uma maior tendência dos jovens para "arriscar": "hoje à noite experimentamos sem preservativo" - o risco é mínimo mas se acontecer alguma coisa podemos sempre abortar.

Entretanto já alterei o tempo verbal. Agradeço o reparo. Já agora, não é "necesariamente" mas sim "necessariamente"
 
Será que os milhões que serão utilizados para subsidiar as clínicas privadas do aborto (já para não falar dos que serão feitos no SNS) não serão necessários para comparticipar a nova vacina contra o cancro no colo do útero? http://tsf.sapo.pt/online/primeira/interior.asp?id_artigo=TSF176847
Será que o governo vai responder ao pedido de comparticipação que foi feito antes ou depois do referendo??
cenas dos próximos capítulos....
 
Em resposta ao anónimo: acha portanto que isto não vai custar milhões de Euros? Gostava de perceber as suas contas em termos de número de abortos esperados e custo por aborto para ver como é que chega a essa conclusão.

A referência aos estádios mostra bem que no campo do que estamos a discutir já se esgotaram os argumentos.
 
O aborto como sugestão para uma "noite sem preservativo" é...interessante. Apesar de tudo já existe a pílula abortiva que sempre tem a desvantagem de evitar uma ida a Espanha.
Obrigado pela correcção da gralha. Gralha.
 
Desculpa mas a referência "aos milhões de euros que se vão gastar a financiar esta actividade" é sua!!!

Eu como contribuinte limitei-me a recordar um exemplo de como tantos milhões foram tristemente gastos.

Se quer ir por valores, muito bem. Se entra pelos milhões... dê o mm direito aos outros.

Obrigada!
 
- Hoje experimentamos sem preservativo, querida. Que achas?
- E se eu engravidar?
- Ora, é simples - fazes um aborto.
- Ah, bem pensado! Então 'bora lá!


Pedro Geada, você vive num mundo de fantasia.

Alberto Souto
 
Tenho a impressão que certos defensores do "não" têm uma visão e uma vivência da sexualidade humana que deve estar na génese de alguma da argumentação mais equívoca que por aqui leio.
 
Eu sou do lado do Sim, e os "extremos" com que estou preocupada incluem os milhares de mulheres que abortam de forma clandestina, com imenso risco para a sua saúde: para a futura saúde reprodutiva (porque pode-se não querer um filho agora mas querê-lo mais tarde, lembram-se?) e, muitas vezes, com risco de vida.

Outro extremo com que me preocupo é o da realidade sem números das famílias à força, das mulheres - e homens - que acabam com filhos que não quiseram ter nos braços, com projectos de vida destruídos ou dramaticamente alterados contra a sua vontade. E com esses filhos, nascidos em famílias que não o quiseram ser, com mães e pais que não os querem.
 





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