EQUÍVOCOS (3)

Voto SIM (...) Porque quero que haja menos abortos" (Fernanda Câncio)

Comentários:
Também eu.
 
Reconheço razão àqueles que defendem o novo referendo porque as opiniões mudaram. Mudaram, realmente. Estão a mudar desde os anos 80, desde a Perestroika, desde a queda do muro, desde o fim da guerra fria. E estão a mudar cada vez mais, com o 11 de Setembro, com o espírito apocalíptico, com a crise da tanga, com a crise do petróleo, com a guerra preventiva, com o medo.
O medo. O medo instalado nas conversas, nas empresas, nos serviços públicos, nas escolas, nos telejornais. Não há esperança, não há futuro, não há alternativas, não há volta a dar. Não vamos ter reforma. Vem aí a gripe das aves. Vem aí o Irão nuclear. Vêm aí os mouros. Matar para não morrer. Atacar antes que nos ataquem, mesmo que esse ataque seja hipotético, mesmo que as armas de destruição maciça só existam em relatórios fraudulentos, mesmo que a crise que aí vem seja o resultado de andarem a repetir-nos que há crise.
O medo. Entrámos numa sociedade de medo, numa civilização de medo. A resposta ao medo é o salve-se quem puder. O analgésico do medo é o consumo. A sociedade de consumo em que vivemos, intrínsecamente individualista e egoísta, cultiva o descartável. Desde o papel higiénico às pessoas, tudo é descartável, hoje em dia. Os empregos são descartáveis, as amizades são descartáveis, as relações afectivas são descartáveis. Os velhos são descartáveis. Os filhos são descartáveis. As responsabilidades são descartáveis.
É, realmente, uma questão civilizacional. E é por isso que vou votar Não.
In: A biblioteca de Jacinto
 
Em termos de Darwinismo social, não deixa de ser verdade: os sectores sociais que rejeitem o aborto tenderão a reproduzir-se mais dos que os de sensibilidade oposta, e aos poucos a serem mais predominantes, enquanto os outros serão menos numerosos. O grupo populacional mais propenso a fazer abortos diminuirá, portanto.
Já o Dr Mengele tinha deduzido isso. A progressiva predominância populacional e elevada taxa de natalidade dos grupos muçulmanos (que proibem o aborto)na Europa é um bom "case study"
 
Eu voto NÃO porque quero ajudar a combater o aborto (todo o aborto e não apenas o clandestino) e não quero ajudar a promove-lo.
 
o cérebro do senhor rui castro encravou?
já lá vão 4 posts em que qualquer frase da fernanda câncio se transforma num "argumento" do não.
há sempre um caso, de vez em quando, em que esta "técnica" é gira... agora sempre!...
e se a fernanda nos der os bons dias? e se disser que ontem almoçou bacalhau com todos? também é um argumento para o não?
pergunte aí à sua colega mafalda que ela lhe dirá que estas habilidades não servem para apresentar argumentos fundamentados para o não. pelos menos para reconhecer argumentos para o sim ela é muitíssimo "rigorosa"...
 
Este argumento é deveras ridículo. Alguém está a imaginar a mulher que tem uma gravidez indesejada, ou que não tem recursos para sustentar uma criança, perante a hipótese de um aborto legal e seguro, a mudar de ideias e, afinal, não abortar??? Eu não estou a ver...Mas se a Fernanda Câncio e outros dizem que querem o Sim para haver menos abortos, então estão em contradicção. É que volta e meia vêm falar das mulheres que não têm condições para abortar e etc. E é quando elas começarem a ter essas condições que vão pensar duas vezes em abortar ou quiça, em desistir de abortar??? Mas afinal, que factos são esses em que se baseiam para dizer que os abortos serão raros? Será que de um dia para o outro as mulheres deixam de ter uma gravidez indesejada, ou já têm recursos suficientes para levar por diante a educação de uma criança??? Será que tudo isso, miraculosamente, começará a partir do dia 11 de Fevereiro, com uma vitória do Sim?? Será??
 
Rui, há aí um amigo que não gosta que se sublinhem os disparates argumentados por algumas pessoas do SIM. Arriscamo-nos a ficar com pouco sobre o que escrever...
 
Tá visto! A FC não lê, ou não sabe ler (aí a doutrina diverge!) as estatísticas da evolução do aborto nos "países evoluídos" (todos!) e dos quais "não tem vergonha"!...
 
Acho que o comentario de mca tem muito que pensar ... viver sem qualquer ESPERANÇA leva a este tipo de introspeção .... Se o SIM vencer dentro de pouco tempo estaremos a discutir quem vamos «eutanisar» ...
 
"Voto SIM porque quero salvar vidas. Porque quero que haja menos abortos – legalizar o aborto até às dez semanas permitirá saber quantos abortos se fazem, quem os faz e porquê, e identificar formas de combater as gravidezes indesejadas."
 
"legalizar o aborto até às dez semanas permitirá saber quantos abortos se fazem, quem os faz e porquê,"
Quantos e quem (em termos demográficos), sim. Porquê, não. Se qualquer mulher grávida até às 10 semanas passa a poder optar por abortar, o porquê é esse: porque sim. Mesmo que indiquem um motivo (a que não estarão obrigadas), a fiabilidade desses dados será nula.

"identificar formas de combater as gravidezes indesejadas."
Esta só pode ser brincadeira. Como se não se soubesse já como combater as gravidezes indesejadas, não se pudesse saber mais por simples inquéritos e a despenalização do aborto a pedido não constituísse, só por si, um importante contributo para o aumento das gravidezes indesejadas.
 
Eis mais algumas frases fantásticas dos defensores do "Sim":
1. “Já imaginaram a miséria que é ter um filho porque não se teve dinheiro para pagar um aborto?”Fernanda Câncio

2. “deixou de ser pertinente e sério insistir no tema da vida do embrião ou do feto e da sua eventual prevalência sobre a vida da grávida”Manuel Alegre

É por estas e outras que cada vez mais estou convencido que os "jacobinos" e pseudo-intelectuais da "esquerda caviar" nos querem enganar...

Votar NÃO no referendo é um imperativo ético, moral, social, politico, económico e sobretudo HUMANO.
 
mca tem razão quando defende que estamos perante uma crise civilizacional que está, sem dúvida, na origem de mais este ataque: para a vaga socialista-progressista é fundamental manter este estado de coisas e, sempre que possível, desvalorizar o que, de facto, tem valor.
Por isso, se entregam desesperadamente a esta oportunidade para "descriminalizar" o crime de aborto.
Não conseguirão os seus - eu ia escrever diabólicos - objectivos enquanto houver gente moral e intelectualmente séria a opor-se e a gritar que NÃO alinham em matanças.
 





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