TRAUMAS

Diz-me uma psicóloga amiga que os dois maiores traumas na vida de um casal são:
1º a perda de um filho;
2º não conseguir ter filhos (para quem os quer ter, obviamente).
Será que todas as mulheres/casais que pretendem abortar sabem previamente disto?
Já nem falo do 1º motivo, porque há muitos que abortam, ou defendem o aborto, não considerando que às 10 semanas já perdem um filho. Até porque presumo que o dito 1º motivo se refira maioritariamente à perda de filhos já nascidos.
Mas o que dizer quanto ao 2º motivo? Será que todos quantos abortam sabem de antemão que podem comprometer definitivamente a sua fertilidade e que este é o 2º maior trauma na vida de um casal que quer ter filhos?
Esta e outras informações podem desmotivar quem pondera fazer um aborto. Será que todos os que estarão habilitados a fazer um aborto, nomeadamente os que o farão a título privado, terão honestidade intelectual para passar estas informações, ainda que possam com isso influenciar negativamente os seus lucros?

Comentários:
Este blog começa a tornar-se um tanto ou quanto xiita. Vale tudo menos tirar olhos!

A Joana por exemplo tem uma amiga psicóloga que lhe deu umas dicas. Exultou a apoiante do não por pensar ter encontrado mais um argumento para a sereníssima discussão que com abnegação vem travando no blog.

Mas Joana, se o que a amiga lhe disse fôr verdade, não precisa de se preocupar mais. Faz-se uma campanha avisando os casais para que eles não corram riscos de ficarem traumatizados para o resto da vida. E muda-se a lei porque há alguns casais que pensam que o trauma seria ainda maior se tivessem a criança.

E olhe que a vida é muito maior do que a Joana julga. Viaje e contacte com realidades diferentes da sua que verá como começa a ter menos certezas.
 
Sim isso foi devidamente acautelado na clínica. E fui entrevistada por um psiquiatra na ocasião. tive de me deslocar ao estrangeiro para isso.


Olga

PS: Não, não tinha férias marcadas na neve quando engravidei.
 
Comparar o aborto voluntário de um embrião com a morte de um filho já nascido é de uma desonestidade brutal.
Quanto ao segundo aspecto, se o aborto for feito numa fase inicial em boas condições médico-sanitárias, é, regra geral, facilmente controlável.
Das mulheres que conheço que abortaram, as que o fizeram em boas clínicas não tiveram problemas em engravidar mais tarde.
Mas conheço uma que não teve dinheiro para tal (na altura era uma estudante de 19 anos) e ficou estéril.
Mas aposto que vocês até batem palmas, estilo "bem feito, bem te avisei"
 
Ainda ontem vi numa reportagem na televisão uma senhora "muito bem" que afirmava votar Não porque tinha tido 3 filhos que tinham morrido em acidentes de viação.
Lamento imenso a perda da senhora, mas é absurdo e roça o terrorismo argumentativo comparar as 2 situações. Se acusam o Sim de demagogia não entrem pelo mesmo caminho!
 
Mas não há como o aborto clandestino para preservar a fertilidade, não é?, e também é a melhor forma de ser informado e aconselhado.
 
Aconselho todos os que comentaram este texto, nomeadamente a Mazinha e a Fuckitall, a lerem um texto do Dr. Duarte Vilarinho, médico ginecologista-obstetra, publicado ontem no BdN pelo Rui Castro.
 
Cara Joana, está prometido, vou ler, mas ainda gostava que me dissesse se acha que a saúde física e mental de quem aborta está melhor protegida em condições de clandestinidade, e se no aborto clandestino haverá mais condições para as pessoas receberem apoio e informação antes de decidir.

Vai desculpar-me, mas é que, ainda por cima, nunca perdi um filho, mas já me vi na situação de não conseguir engravidar (felizmente resolvida); e também já sofri um aborto espontâneo de uma gravidez que eu queria prosseguir. Conheço, portanto, na primeira pessoa, os "traumas" de que fala. Mas tenho dificuldade em perceber como é que eles serão resolvidos pelo facto de se obrigar as pessoas a ter filhos que não querem.
 
Pois. Se isto envolver psicólogos o negócio está feito. Não têm eles um lobby poderosíssimo?
 





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