ABORTO PARA A RUA

O Adolfo Mesquita Nunes, defensor do Sim, disse ontem que quer ver o aborto fora do SNS. É uma posição como qualquer outra, demonstrativa, porém, de que há vários Sins. Será que o Daniel Oliveira concorda com o Sim do Adolfo?

Comentários:
Badajoz para nascer, Portugal para morrer

Tenho ouvido ultimamente o sr. Primeiro-Ministro e o sr. Ministro da Saúde,
e com eles todo o séquito que habitualmente os acompanha em coro, insistir
na vergonha que é a afluência de mulheres grávidas portuguesas a Badajoz,
ao que eles dizem para abortar em clínicas dessa especialidade (não sei se
hei-de chamar-lhe médica, ou se ainda não estará reconhecida como tal).
Não podemos permitir a continuação de semelhante escândalo, dizem eles
tremelicantes de patriótica indignação, é obrigação do Estado português
assegurar a todas as cidadãs que o queiram fazer a possibilidade de abortar
livremente e com todas as garantias aqui, no generoso país que é o delas.
Não sei se haverá ou não essa falada romaria abortista, desconheço o facto
e não tenho acesso às fontes de informação de Suas Excelências.
Porém, o que sei de ciência certa é que ouvi não há muito tempo as mesmas
vozes troçando dos atavismos anacrónicos que levavam alguns portugueses a
protestar contra as medidas de Suas Excelências que obrigam as grávidas
portuguesas de extensa zona do país a deslocarem-se para Badajoz a fim de
ali darem à luz. Segundo explicaram então às nossas mentes obscurecidas por
séculos de anti-espanholismo primário, isso de fronteiras já não é do nosso
tempo. E todos os critérios de racionalidade financeira apontam para a
conveniência da solução que nos arranjaram: as portuguesas que queiram ter
as crianças que vão a Badajoz, que vão muito bem e serão bem atendidas. Nós
não temos dinheiro para essa extravagância de sustentar maternidades
deficitárias, não podemos esbanjar com esse luxo de terem os filhos em
Portugal.
O que os nossos hospitais terão que garantir, isso sim, é que no caso de
estarem interessadas em os abortar poderão fazê-lo por cá, sem listas de
espera nem mesquinhices economicistas. Nem que tenha de formalizar-se uma
via verde para as candidatas, e organizar-se uma equipa permanente só para
isso em cada hospital distrital, e reservar um bloco só para essas
intervenções, e destinar um reforço no orçamento para que não haja falhas.
Pode lá admitir-se que uma portuguesa tenha que ir abortar a Badajoz!
 
Este comentário poderia ser em qualquer post deste blogue, mas gostava sinceramente de comentários por parte dos defensores do NÃO:

A defender as alterações legislativas ontem adiantadas, caso o não ganhe, presumo então que qualquer defensor do NÃO votariam SIM se a pergunta fosse a seguinte:

"Concorda com a despenalização da IVG se realizada, até ao nascimento, por decisão livre ou condicionada da mulher, num qualquer vão de escadas deste país?"

Acho que é mais ou menos isto que professa a vossa "solução milagrosa", não é?
 
As gajas preferen ir a Vigo onde o trabalho é mais barato e sempre dá para uma mariscada...
Por cá, mais vale ir a uma parteira bem recomendada que isso de ir aos hospitais é um perigo.
Listas de espera? Essas hão-de verificar-se na mesma (fazem o aborto depois das 10 semanas, claro!), assim como irá aumentar o número de desgraçados à espera da cirurgia que precisam, seja para se manterem vivos ou para acabar mais depressa...
Por cá, a qualidade é excelente!
 
Anonymous said...
Badajoz para nascer, Portugal para morrer


Este comentário, aqui deixado como anónimo vem do site Pela Vida, aqui: http://antiaborto.blogspot.com/2007/02/badajoz-para-nascer-portugal-para.html
 
Ao lerem esta mensagem que vos envio não quero que pensem que estou a "mandar bocas" ou algo semelhante, só quero que percebam o seguinte:

1- O aborto EXISTE, não vale a pena tapar o sol com a peneira, é algo que vai continuar a existir quer se queira, quer não. Não digo que o aborto seja uma coisa boa, mas mulheres saem muitas vezes mutiladas ou até mortas das clínicas clandestinas. Na minha opinião, os defensores do não, apenas se baseiam numa ideologia pondo os factos de parte, ignorando a realidade.

2- A campanha dos defensores do não é falaciosa e hipócrita: Despenalização NÃO É LIBERALIZAÇÃO. Dizem que é preciso defender a vida mas esquecem-se da vida que se encontra à sua frente: a da mulher. Vejo muitos cartazes que dizem que não se deve abortar até às dez semanas porque já bate um coração quando o coração só começa a funcionar bem depois das primeiras dez semanas.

3- A maternidade é um direito, não é um dever. Ao penalizar o aborto a mulher é posta automaticamente à margem do sistema de saude e a actual lei obriga-a a prosseguir com uma gravidez indesejada o que é uma forma de violência institucional.
 
Pelo contrário, a maternidade é um dom e, portanto, um dever da mulher.
Se matar o ser que tem dentro de si é uma criminosa, tal como se matar, por exemplo, os pais que estão ao seu cuidado e lhe estão a causar "embaraço" à vida.
 





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