As razões do meu "Não"

Aqui fica o artigo que publiquei hoje no Diário Económico sobre as razões do meu "Não".

Comentários:
Porventura o seu artigo deveria ter mais fundamento ou raciocínio mais aprofundado.

Será que o gasto em 'financiar' os tais abortos é o mais problemático?

E as mulheres que morrem?
E as mulheres que ficam de baixa, não podendo trabalhar?
E as crianças que nascem e não têm condições para viver?
E o dinheiro que se gasta em pôr essas crianças em instituições?
E quando essas crianças sem condições se viram para a criminalidade?

Os custos variáveis de manter a lei são de sobremaneira superiores ao custo fixo de possibilitar um aborto com dignidade.
 
Pois... Não ouviu coração nenhum porque isso é impossível. Ouviu células a pulsar porque não há coração às dez semanas. Células a pulsar tal como pulsam as que são cultivadas em laboratório que, infelizmente para a Medicina Moderna, não são um coração. Admite então que a sua 3ª razão foi abalada?
 
Aqui está outra mentira/contradição do SIM. Quem em 1º lugar fez questão no dinheiro foi o SIM. O SIM andou para aí a sujar paredes com o slogan aborto livre e gratis para todos. Onde está o problema em discutir o dinheiro? Lá porque o SIM exige, não significa que seja um dado adquirido a excluir da discussão! Aliás, ao fim deste tempo todo pergunto-me se há alguma coisa que o SIM admita discutir realmente...

Será porque o dinheiro geralmente não é problema para quem o quer receber, mas costuma ser um problema para quem o dá, especialmente se não concorda com o seu destino?! Porque não se organizam para criar clinicas sem fins lucrativos para proporcionar abortos gratis e sem perguntas a todas as mulheres que lá apareçam?! Podiam aproveitar para distribuir propaganda do BE.

Vocês estão sempre a usar esse argumento de que os abortos são mais baratos que os tratamentos, julgamentos, etc. É inconsequente! Ainda não entenderem que para algumas pessoas nem que fosse 1€ !? A questão não é quanto dinheiro, ou haveria muito por onde pegar, e bem. O problema é que esse gesto corresponde a assentir com o acto que financia.
 
Senhora Ega , admiro desde já a sua tenacidade. Não só se limita a criticar quem pensa votar SIM,como critica o movimento do sim,toda e qualquer pessoa directa ou indirectamente ligada a qualquer coisa que tenha a ver com o SIM no referendo.Nem o pobre BE se escapou..lol.E se mais pudesse rebaixar e humilhar com as suas palavras mais faria.Eu por mim,ficaria bastante feliz se a senhora em vez de dizer mal criticasse construtivamente como acredito que tenha tentado fazer.Quando estiver menos irada,espero-a aqui no blog para tecer uma crítica mais produtiva.
 
"Os custos variáveis de manter a lei são de sobremaneira superiores ao custo fixo de possibilitar um aborto com dignidade."

Suponho que também concordará, na luta contra a probreza, que "Os custos variáveis de subsidiar a pobreza são de sobremaneira superiores ao(s) custo(s) fixo(s) de esterilizar os pobres "com dignidade". Uma forma eficiente e económica de "acabar com os pobres".

Bizarro! Pois, também concordo, mas... com argumentos destes - uma vida humana = custo variável... fale por si!
 
paulo marcelo,
és de uma olímpica irrelevância.
 
Caro João Provença: Tem razão, o BE só muiiiito indirectamente se pode associar a esta questão, e os ditos grafitis devem ter sido pintados por outros para os tramar. Nem é o BE que tem coragem para dar voz àquilo que muitos apoiantes do SIM pensam, mas não verbalizam por algum pudor que, faça-se justiça, ainda têm.

A critica poderá não ser muito produtiva devido à surdez de quem a deveria ouvir, aí dou-lhe razão, de resto é perfeitamente justificada como o demonstra o seu comentário e, em geral, todos os que abundam desse lado.

A propósito, quem usa o argumento da solução barata do aborto é algum SIM, que paradoxalmente também acusa algum NÃO de ser forreta! No entanto, o apoio à maternidade e à familia defendida por quase todo o NÃO são muito mais dispendiosas. Como (não) vê, não é quanto dinheiro, é como.
 
Cara Ega.
Lamento se interpretou mal a minha posição.Digo isto pois vejo na sua resposta quase que como uma represália às afirmações que fiz,as quais espero não terem sido demasiado exageradas ,todavia.Eu não sou partidário do SIM nem do NÃO e se o pensou (o que seria natural,não a criticaria por isso), apenas não gostei de a ver depositar culpas em 3ºs .O não tem uma boa campanha em vários aspectos, mas em meu ver perde-se muito em críticas desnecessárias ao movimento oposto,o que pode levar certas pessoas a subentedê-lo como uma fragilidade.Os nós negativos do sim também todos conhecemos e eu também critico o movimento sim pelas suas actitudes injustificáveis e desnecessárias.
Razão pela qual o faço é porque acredito que a questão que se está a debater é muito sensível e sentirme-ia abominado só de pensar que poderia votar B só porque estou contra o A.Espero que compreenda o que digo pois muita gente com quem falei o fez e comprometeu-se a um debate mais sério,uma vez que quer esteja do lado do sim ou do não,você sabe que todos têm argumentos válidos.
Não vou comentar o resto do seu texto pois nunca foi minha intenção,aliás,apenas posso objectivar que me tenha visto como um partidário do sim para referir o "argumento da solução barata" quando em todo o meu texto,se olhar atentamente,a única crítica que lhe fiz foi a de fugir ao tema , que seria referir as fortes razões que suportam o movimento do não.
PS - Também não sou berloquista,de qualquer forma alertei-a como alertaria noutras circunstâncias.Porque o que aqui está em causa é um tema superior ao partidarismo.Acha correctas todas as críticas tecidas aos partidos que apoiam o não? Eu não acho e por isso condeno.
 
Caro João Provença: Agradeço ter clarificado o seu ponto de vista e apresento-lhe as minhas desculpas por alguma injustiça e/ou confusão que as minhas afirmações possam ter significado. Até há pouco tempo também eu não tinha nenhuma intensão de voto formada porque, como aponta, concordo que há (+) e (-) em ambos os lados, tanto em argumentos, na forma de discussão e nas suas implicações.

O BE, enfim... e o PS, se pensa que este assunto deve ser respondido pela sociedade cívil em referendo, deveria abster-se de usar as estruturas do partido e mesmo a sua posição de governo para fazer campanha. Concordamos, certo? De um certo ponto de vista, choca-me menos que a Igreja se envolva, embora ache que isso beneficia o SIM.

Quanto ao facto, real, de haver pessoas que vão votar NÃO para não votarem SIM, embora concorde e ache triste e redutor, ao mesmo tempo compreendo-o como resultado do nível de confronto a que temos assistido. Aceitemos como base de argumentação que todo o NÃO concorda com a lei actual, o que não é verdade: caberia ao SIM, como catalizador de mudança, a iniciativa e a responsabilidade acrescida de promover um debate com dialogo, demonstrar compreensão pelo ponto de vista que afinal de contas é o que está instalado, etc, no sentido de chegar a uma solução de compromisso equilibrada. Acredito que se isso tivesse sido feito (tiveram quase uma década desde o referendo anterior para o fazerem) hoje o SIM ganharia facilmente, não concorda comigo?! Talvez eu não esteja a ver bem as coisas, mas do lado do SIM vejo muito mais enraizada a atitude do "existem 2 soluções: a nossa do SIM e a errada do NÃO". Nunca existem só 2 soluções. Todo este confronto de hoje representa a derrota da inteligência humana para encontrar sinergias.

É o que eu acho. Haverá outras pessoas, porventura do NÃO, que pensam doutro modo, mas até nisto vejo mais abertura entre o NÃO que entre o SIM. Se lhe pareço irado é porque talvez ache esta forma de viver um desperdicio de liberdade, de democracia, etc, no sentido em que se poderia alcançar muito, mas muito mais com sinergia do que com confrontação.
 





blogue do não