DÚVIDAS

O João Miranda pergunta no blasfemias:
"Então os gajos do NÃO fizeram uma proposta de despenalização e os gajos do SIM recusaram? Mas entao o que está em causa neste referendo não é apenas a despenalização?"

Comentários:
Acontece que se o Não ganhar e houver uma quantidade suficiente de votantes, o resultado é vinculativo, isto é, por lei não se poderá despenalizar nada. Quem quer despenalizar, obviamente, vota Sim.
 
Cara fucittall aka Ines,

Como bem sabe isso não é verdade pois se o NÃO ganhar há a possibilidade de se despenalizar a actual lei e não apenas despenalizar até ás 10 semanas como vocÊs dizem.

É uma questão de vontade política, nada mais.

É Curioso ver os adeptos do Sim, este eles o 1º Ministro, tentarem desesperados fazer passar a mensagem que nada poderá ser mudado se o Não ganhar.

O engraçado é que é exactamente o contrário pois se o SIM ganhasse estaria aaberta a caiXa de pandora, que nunca mais se poderia fechar.
PS - Não joque com as palavras para confundir pois o que por lei não poderá ser alrterado será a liberalização do aborto até ás 10 semanas
 
Cabeças duras esses que dizem que não é para liberalizar!
VOTAMOS NAO
 
Pois é, caros amigos, esta pergunta do referendo coloca-nos um impasse, simplesmente porque está mal colocada. Acontece que este tipo de perguntas deveria, no mínimo, ser pensado. Estas perguntas não se colocam assim, sem se ter a certeza que não vão surgir dúvidas de interpretação. Esta é uma questao que mexe com todo o país, é uma questão polémica e dúbia e, como tal, deveria ter sido pensada em toda a sua extensão. Mas não! É muito mais fácil lançar a discórdia com uma pergunta que levanta mil e um apêndices que nem sequer são explicados. Se eu for contra o aborto, não posso votar sim, porque isso implicaria a aceitação pública do mesmo, coisa que, no meu entender, nem deveria ser pedida. No entanto, eu não acho que se deva penalizar as mulheres... em alguns casos... senao vejamos:
na revista Visão desta semana, um estudo da Associação para o Planeamento da Família mostra que as principais circunstancias em que, num primeiro aborto, a mulher engravidou, passam pelos seguintes motivos: "Nao estava a usar qualquer método contraceptivo"(46,1%), "descuido"(15%), "não sabe explicar (18,1%). Apenas uns 20,8% dizem que "o método contraceptivo falhou". De facto, sabemos quais a ínfimas hipóteses, nos dias de hoje, das falhas dos métodos contraceptivos. Mas o que mais me chocou foi a demissão das responsabilidades que me parece ser evidente. As restantes razões utilizadas são explícitas e, sinceramente para mim, são denunciadoras daquilo que este referendo propõe: o aborto sem mais nem porquê, sem razoes fortes e extremas para que possa ser levado a cabo. Estamos perante uma simples e directa demissão de responsabilidades. E isso, o NÃO, nao pode permitir.
O Não tem de apostar na melhoria da educação sexual nas escolas, no acesso melhorado a consultas de planeamento familiar gratuitas e aos metódos contraceptivos, no apoio social, económico e educacional da mulher grávida. o Não tem de ir ao fundo da questão e resolver este problema de raiz, não deixar que ele fique mal resolvido. O problema deste país é que tudo é feito superficialmente, tudo são maneiras de remediar e não de resolver, tudo são paninhos quentes na testa, nada é reformado a fundo, edificado com raizes fortes. Nós não precisamos de despenalizar o aborto, nós precisamos de educar o país para que não sejam necessários os abortos sem razão de ser. Aí sim,os casos mais complicados poderão ser despenalizados. Mas agora o país não precisa que se ponha 'a carroça à frente dos bois'. O país precisa de educação, de saúde pública melhorada, de incentivos aos jovens, entre muitas outras coisas que nos ensinem a não precisar de recorrer a um aborto para ser feliz! Assumamos as nossas responsabilidades e lutemos por um país mais livre! A liberdade só existe se surgir de um sentido de responsabilidade! Cada coisa a seu tempo! Só com tempo se constroem as grandes obras!
 
Cara Alga,

Concordo com o que diz mas tenho de lhe fazer uma correcção:

Não é apenas o não que tem a obrigação de apostar na melhoria da educação sexual, não é só o não que tem de trabalhar nas soluções. Somos Todos nós, cidadãos Portugueses, que exercemos o nosso direito de voto.Nós temos o dever de pensar no bem comum (coisa que prátivcamente não se faz na nossa sociedade pois é cada um por si) Nós temos o dever cívico de exigir a quem nos governa, que governe de acordo com o que queremos para a nossa sociedade e não como uns autistas que só fazem aquilo que muito bem entendem.

Os do sim não se podem desresponsabilizar depois do referendo. Eles têm o dever de lutar pela despenalização real.
 
Julgo pertinente alertar, como admirador incondicional do meu colega JM, que interpretações literais do que ele escreve correm sempre o risco de deixar escapar alguma da sua habitual ironia, deixando escapar a essência do que ele pretende transmitir. Mesmo nós, lá pelo «condomínio« por vezes nos deixamos arrastar pelo «imediatismo»....
 
Vocês baralham-me.

Então o NÃO ganhava e a AR ía, à revelia do resultado, despenalizar o aborto por outro caminho???

Será que os inteligenti que fizeram essa proposta se auto-proclamam como donos do NÃO e declaram qual o verdadeiro sentido oculto nos respectivos votos?

Não me parece que isso faça sentido ou que seja sequer remotamente possível... por muito que vos custe admitir...
 
Caro apoiantes do SIM… se são a favor de que o aborto se faça com condições…e defendem tanto as mulheres
Alguma vez algum de vocês denunciou algum desses sítios sem o mínimo de condições onde se fazem abortos clandestinos?
 
Eu sou apoiante do sim e não faria nada disso. Foram presas mulheres em plena acto abortivo. Isto é d-e-s-u-m-a-n-o.
 
Caro/a Imc,

Parece que ainda não percebeu que o que está em causa neste referendo é a liberalização do aborto até às 10 semanas. Aquilo que alguns apoiantes do não sugeriram foi a substituição da pena de prisão por penas pecuniárias ou trabalho comunitário e não a despenalização.
 
É com propostas como a de manter o aborto como crime mas fazer com que nenhuma mulher possa ser acusada e julgada por abortar ilegalmente que alguns defensores do "não" passam a merecer o epíteto de hipócritas. E contribuem para a vitória do "sim".
 
O João Miranda, no "Blasfémias", diz que os do(s) movimento(s) do(s) não(s) já titubeiam entre prosseguir, desistir e convidarem Sim pra um si-não...

Coitados, embarcados no fundamentlismo medievo, reflectindo, acham que perdem e, sem vergonha, queriam fazer de conta, miúdos, pronto, é zero-zero, novas cartas, começa a contar daqui.
 
Caro/a KA , gostaria de comentar 2 passagens suas no blog :

"se o NÃO ganhar há a possibilidade de se despenalizar a actual lei e não apenas despenalizar até ás 10 semanas como vocÊs dizem."

"É uma questão de vontade política, nada mais
O engraçado é que é exactamente o contrário pois se o SIM ganhasse estaria aberta a caiXa de pandora, que nunca mais se poderia fechar."

Gostaria de saber o que é que o/a leva a pensar que o SIM é irremediável?Muitos dos apoiantes do SIM em tempos pensaram certamente o mesmo da situação actual,contudo,agora existe uma possibilidade de alterar o inalterável...Penso que o seu "nunca mais se poderia fechar." é um tanto abusivo...
Em segundo lugar refere, e com muita razão,"É uma questão de vontade política, nada mais" - vontade política que os governos portugueses nestes últimos anos pós-1ºreferendo (PS,PSD e CDS-PP) não tiveram até agora.Acredita assim tanto nos nossos políticos?Eu pelo menos gostaria de acreditar.O problema é que não são só os políticos que não têm vontade.

Quer prevaleça o sim,quer prevaleça o não, se o ímpeto dos movimentos morrer com o referendo,a situação ficará sempre profundamente insatisfatória.
 
Caro/a Indian

Aprenda a ler.
 
Que tal fazer um estudo e perceber porque grande parte dos visitantes deste blog votam SIM?
 
A rute deve estar enganada quanto aos visitantes deste blogue. O que acontece é que os do "sim", como de costume fazem muito chiqueiro!... É a esquerda folclórica. hehehehe
 
Cara Alga,

Poderá explicar-me o paradoxo no seu comentário?

"20,8% dizem que "o método contraceptivo falhou". De facto, sabemos quais a ínfimas hipóteses, nos dias de hoje, das falhas dos métodos contraceptivos"

20,8% será algo ínfimo e insignificativo!?...
 
Cara Alga,

Poderá explicar-me o paradoxo no seu comentário?

"20,8% dizem que "o método contraceptivo falhou". De facto, sabemos quais a ínfimas hipóteses, nos dias de hoje, das falhas dos métodos contraceptivos"

20,8% será algo ínfimo e insignificativo!?...
 
caro utilizador anónimo

Penso que ainda se sabe matemática e portugues neste país, apesar da tragédia que costumam ser os exames nacionais. Mas isso é matéria para outra discussão ou quem sabe referendo (já que estão na moda). Acontece que 20,8% quer dizer que são cerca de 20 mulheres, em cada 100, as que dizem que o método contraceptivo falhou e, tendo em conta os outros resultados, diria que são cerca de 80 (em 100) as que dizem ter sido uma das outras razoes. Ora, eu ainda acho que 80 são 4 vezes mais que 20. E parece-me óbvio que não estamos a falar de 20 mulheres por dia e sim, de acontecimentos mais esporádicos. Não sejamos alarmistas.

PS- ínfimo é diferente de insignificante. agradecia ao caro utilizador anónimo que não "pusesse palavras no meu post". muito obrigada
 
Já agora, cara Rute

Não sei se já reparou que muitos dos visitantes do blog são do "sim" e que isso é uma das maravilhas deste nosso mundo democrático. Eu posso ver o teu blog e tu podes ver o meu!é lindo!

cumprimentos
 
Gostaria que alguem me explica-se como é que o não pode nao penalizar as mulheres que fizeram o aborto, já que defendem que nao se deve abortar? Se a mulher não é penalizada por fazer abortos entao pode abortar. Nao sei como se cria uma lei que diz k proibe um acto mas se esse acto for realizado nao toma quaisquer providencias.
 





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