Pois!

Encontrei, numa das caixas de comentários, este desabafo de uma pessoa que nos tem acompanhado desde o início do Blogue do Não. Deixo-o aqui, não para os defensores do sim, mas para os defensores do não que, de repente, parecem ter deixado de perceber a essência do que está em discussão para embarcarem no compromissório politicamente correcto, repleto de erros jurídicos. É pena, porque, de facto, a razão estava do nosso lado!
Mas que raio é que se passa convosco? (desculpem a expressão)Reuniram-se todos numa jantarada para conjugar estratégias e, depois de umas (muitas) garrafas de vinho, inventaram essa de que, seja qual fôr a situação da mulher que aborta (muitas ou poucas vezes, porque tinha muitos filhos ou para não desmarcar as férias na neve) e/ou quantas vezes o faça, já não há rigorosamente nenhuma situação em que uma mulher que aborte deva ser punida com pena de prisão e decidiram que se podia dizer que não se quer a despenalização do aborto a pedido para depois o despenalizar? Agora o feto já não é assim tão importante e pode ser abortado clandestinamente a troco de uma multa, sejam quais forem as circunstâncias específicas de cada caso?Não à despenalização do aborto a pedido significa isso mesmo: NÃO À DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO A PEDIDO!Depois de meses a defender o equilíbrio da Lei actual, vêem agora dizer que, afinal, a Lei actual não é equilibrada e tem mesmo que ser mudada?O Blogue do Não fez um excelente trabalho a favor do "não" nos primeiros meses. Espero bem que não seja o caso de a evolução do sentido de voto (que permitia há uns dias sonhar com uma vitória do "não") vos ter levado a concluir que tinham feito um trabalho demasiado bom e estão a tentar arrepiar caminho.
Joaquim Amado Lopes

Comentários:
Que disparate, está na cara que este tipo é um defensor do Sim. E está na cara que conseguiu o que queria, menina Mafalda.
 
Este texto é da autoria do Pe. Nuno Serras Pereira e publicado na Alameda Digital, a quem peço perdão por não ter pedido licença para o seu uso.
Creio que a leitura esclarecerá muita gente.

APF – Associação para o Planeamento da Família
por Pe. Nuno Serras Pereira

I

1. No dia 5 de Outubro de 1998 o Sr. Presidente da República condecorou, com a “Ordem de mérito público”, a Associação para o Planeamento da Família (APF).

2. A APF é filiada da IPPF (International Planeed Parenthood Federation). As APF são, nas várias nações, o instrumento de que a IPPF se serve para espalhar a sua ideologia e alcançar os seus objectivos.

Esta organização tem as suas origens em 1916 com a fundação, por Margaret Sanger, da American Birth Control League. Em 1942, porque o termo birth control suscitava resistências, por reacção à experiência nazi, muda o nome para Planned Parenthood Federation of America. Em 1948 Sanger forma o International Committee on Planned Parenthood (ICPP). “The Brush Foundation for Race Betterment, USA fez uma concessão inicial de $5.000 para o estabelecimento da sede geral em Londres e a Sociedade Eugénica concedeu-lhe alojamento gratuito”. M. Sanger que até à morte foi membro da Sociedade Americana de Eugenia, bem como o seu sucessor Alan Guttmacher é membro fundador da IPPF (1952), a que presidirá, juntamente com Lady Rama Rau.

3. Atentemos nalguns factos relativos a esta organização. Em 1919 M. Sanger afirma: “Mais filhos dos aptos, menos dos inaptos; esta é a base do controlo de natalidade”; em 1920 escreve: “o maior acto de misericórdia que uma família grande toda a que tivesse mais de dois filhos pode praticar para com um recém-nascido é matá-lo”; defende (1921) a necessidade de “criar uma raça de sangue puro”, a segregação dos “imbecis e desadaptados” e a esterilização das “raças geneticamente inferiores”(1922); confessa, nesse mesmo ano, que “o super-homem é a finalidade do controlo dos nascimentos”. Nos anos 30 elaborou um programa para implementar licenças de nascimento nos EUA. Quem quisesse dar à luz precisaria de uma autorização governamental: os deficientes físicos, ou mentais, e os pouco inteligentes não poderiam ter filhos; a família normal, um; algumas, dois; só as muitíssimo inteligentes poderiam ter três o máximo permitido. Nessa mesma altura, na sua Birth Control Review (BCR), são publicados numerosos artigos advogando a esterilização obrigatória. Em 1932 redige o seu plano para a paz: “aos geneticamente inferiores da nossa população dê-se-lhes a opção entre a segregação e a esterilização”. Em 1933 convida Ernst Rudin, chefe do programa nazi de eugenia, a escrever um artigo, publicado em Abril, sobre esterilização compulsiva. Em 39 um editorial da BCR elogia o programa de controlo populacional nazi. No mesmo ano confidencia numa carta: “Não queremos que se saiba que nos propomos exterminar a população negra ...”. Os primeiros programas de M. Sanger visaram as raças “geneticamente inferiores”, eslavos, latinos e judeus “human weeds ... a deadweight of human waste ... a menace to the race” e, em seguida, negros, índios e católicos.

Em 1969 o sucessor de M. Sanger, A. Guttmacher, num comentário sobre os programas de controlo da população, previa a possibilidade de que, com o tempo, tornar-se-ia necessária a coacção: “Cada país terá de decidir sobre a sua própria forma de coacção, e determinar onde e como deverá ser empregue. No presente, os meios são a esterilização compulsiva e o aborto compulsivo. Talvez um dia seja factível pôr em prática o controlo compulsivo de nascimentos”. Nesse mesmo ano F. Jaffe, vice-presidente da P. Parenthood/World Population, num memorando, intitulado Examples of Measures to Reduce U.S. Fertility, propunha: restruturação da família: a) adiar ou evitar o casamento, b) alterar a imagem da família ideal; educação sexual obrigatória para as crianças; incrementar a percentagem de homossexuais; educar para a limitação da família; agentes de controlo da natalidade no fornecimento público de água; modificar as políticas de impostos: a) imposto de casamento substancial, b) imposto sobre os filhos, c) imposto conjugal superior ao individual, d) acabar com a isenção de impostos por paternidade, e) impostos adicionais para os pais com mais do que um ou dois filhos na escola.; reduzir/eliminar as dispensas de trabalho pagas e as regalias à maternidade; reduzir/eliminar subsídios aos filhos ou às famílias; bonificar casamentos tardios; eliminar pagamentos da segurança social depois dos dois primeiros filhos; exigir que as mulheres se empreguem e reduzir as instituições que cuidem dos filhos; limitar/eliminar financiamento público de cuidados médicos, bolsas de estudo, habitação, empréstimos e subsídios a famílias com mais de N filhos; aborto obrigatório para as gravidezes fora do casamento; esterilização obrigatória para todos os que tenham dois filhos, excepto para alguns que seriam autorizados a ter três; limitar a possibilidade de ter filhos, a um número reduzido de adultos; permissão de novas crianças dependente da situação do lote de crianças; desencorajar a propriedade privada de habitação e terminar com a concessão pública de habitação baseada no tamanho da família; pagamentos para encorajar a esterilização, a contracepção e o aborto; aborto e esterilização a pedido; tornar a contracepção verdadeiramente acessível a todos.

A IPPF não só tem contribuído como se tem empenhado em que EUA continuem a sua contribuição para o Fundo de População das N.U. (FNUAP), que desde 1980 tem contribuído com milhões de dólares para o programa de controlo populacional na China, “cada casal um filho” esterilização compulsiva e aborto forçado. Nesse programa as mulheres têm que obter uma licença, dum funcionário do partido comunista, para poderem engravidar. Estas autorizações são rigorosamente racionadas em cada área. As mulheres e respectivos maridos são sujeitos à propaganda e a interrogatórios constantes, quer no trabalho quer em casa, por meio de una rede de espias e agentes do governo, para evitar que sejam pais sem a licença. A mulher que engravide sem autorização, é submetida a vergastadas e privada da liberdade, sem poder mudar de roupa ou sequer ir à casa de banho, com os funcionários, revezando-se por turnos, gritando-lhe continuamente, durante semanas, que tem de “cumprir o seu dever para com o Estado e o Partido” até que aceite “voluntariamente” fazer o aborto.

II

“Quanto ao coito diria que três vezes por dia estaria bem”
(M. Sanger - carta à neta (16 anos) enaltecendo o valor do sexo antes do casamento).

1. Qual a posição das Associações para o Planeamento da Família sobre a educação sexual? Para que melhor se possa ajuizar, apresenta-se alguma informação, sobre esta questão, relativa à IPPF/APFs seus ideólogos e materiais que distribuem.

2. Numa obra dirigida aos pais, aconselha-se: “... quando virmos as crianças (5-7 anos) acariciando os órgão genitais, basta dizer: ‘eu sei que isso sabe bem, mas é um modo privado de se sentir bem. Procuremos um lugar onde encontres a privacidade de que precisas”. Em relação às dos 8-12 anos, recomendam: “as crianças nesta idade precisam de muita informação explícita ...” para serem educadas sobre sexo seguro. “Devemos ensinar os adolescentes como excitarem oralmente os órgãos genitais e a masturbarem-se mutuamente ...”; e que “as relações sexuais sem risco para as lésbicas compreendem: o uso de protecção dentária de borracha para a estimulação oro-vaginal e oro-anal ..., o uso de luvas cirúrgicas para meter os dedos na vagina ou no recto da companheira ... e todas as outras coisas maravilhosas que as lésbicas fazem”, pois “não esperamos que as pessoas se ajustem a um modelo determinado que sejam heterossexuais, homossexuais ou bissexuais ... seria aborrecido se as pessoas fossem todas semelhantes”. Aliás, os que se opõem a tais práticas, assim como ao “incesto entre irmãos e irmãs e ao contacto sexual com animais ... são antiquados e desmancha prazeres”.

Como, evidentemente, a grande maioria dos pais não vai na cantiga, o êxito das APFs reside ultimamente na capacidade de subtraírem os filhos ao seu controlo, de modo a podê-los manipular à vontade.
Por isso, exigem que “os adolescentes (10-19 anos) devem ter acesso total à regulação da fertilidade contracepção, esterilização e aborto, informação e serviços, com a garantia de privacidade e confidencialidade”. Isto é, os pais de uma criança, seja de que idade for, não devem ser contactados sem a sua autorização porque os “pais são as pessoas mais perigosas” e os adolescentes têm, entre outros, “o direito de quererem, ou não, ter uma vida sexual activa ..., o direito à contracepção, ao aborto seguro sic, à confidencialidade e a poder confiar naqueles que lhes oferecem ajuda” isto é, as APFs e os seus educadores nas escolas.

Não só os adolescentes, mas também as “crianças muito novas deviam ser autorizadas, e talvez encorajadas, a terem uma vida sexual plena sem interferência dos seus pais ou da lei” , pois isso não só é inócuo como pode ser saudável: “Os efeitos maiores de tais incidentes contactos sexuais entre uma criança e um adulto que não tenham sido forçados e sem violência são causados não pelo evento, mas pelas reacções de escândalo, zanga, medo, choque dos adultos que dele tomam conhecimento ... . São estas reacções imoderadas que podem causar qualquer dano psicológico que ocorra”. Acresce que: “A distinção entre o incesto e o contacto saudável está na motivação. Se o motivo é simplesmente a expressão de amor e carinho e o dar uma sensação de conforto e de apoio, é saudável e bom; não o é, se a motivação específica do adulto é a excitação sexual e a gratificação”.
“Pode haver razões convincentes para promover a expressão livre e erótico-sexual das crianças ...” e, por isso, a lei devia “reconhecer o direito da criança a uma escolha livre dos parceiros sexuais” embora “um peso extra deva ser colocado no adulto ... de modo a assegurar que a participação da criança seja informada e voluntária” .
De facto, “os seres humanos, como outros primatas, requerem um período de ensaio sexual precoce.” Esses “jogos” com adultos “afecta-os beneficamente”. E “as crianças têm o direito de se expressarem sexualmente mesmo com membros das suas famílias” já que “nem mesmo o incesto prolongado é necessariamente prejudicial”. Aliás, “às vezes pode ser benéfico para as crianças”.
É, pois, necessário “aumentar a tolerância para com uma série de expressões da sexualidade”. Com essa “finalidade convidam-se adolescentes de 16 anos a discutir as seguintes situações: a) os pais estão na cama a ter relações sexuais quando o filho de 3 anos entra no quarto. Incluem o filho no seu abraço. b) Uma mãe está a mudar a fralda do seu filho. Este mostra com risinhos que gosta que lhe toquem no pénis. Ela continua a tocá-lo. c) Um rapaz senta-se nos joelhos do avô. Este descobre-lhe os pêlos” .

3. Entre os consultores da revista sexual Penthouse houve vários proeminentes membros da IPPF/APFs e suas ramificações: Alan Bell, R. Chilgren, T. McIlvenna e Malcolm Potts. São também conhecidas as ligações à Multi-Media, Inc., produtora de filmes que não se distinguem dos da indústria pornográfica. E os editores de revistas sexuais, como a Playboy, também patrocinaram os aliados da IPPF/APFs com fundos significativos, para conduzirem campanhas legislativas e litígios. Um aviso final para os católicos. Segundo esta gente, o desabrochar da liberdade sexual poderá corroer toda a estrutura da Igreja .

III

“O único caminho que a IPPF e os seus aliados têm para ganhar a batalha
a favor do aborto a pedido é através da educação sexual” .
Alan Guttmacher (sucessor de M. Sanger), 1973

1. Desde a sua fundação que a IPPF/APFs tem despendido milhares de milhões de dólares para a promoção, em todo o mundo, da educação sexual, da esterilização, da contracepção, e do aborto. No Plano Estratégico Visão Ano 2000 (1992), aprovado unanimemente pelas 140 filiais nacionais (APFs) da IPPF, determina-se a luta e a estratégia para a abolição de todas as leis que ainda proíbem o aborto.

2. O termo ‘responsabilidade’, utilizado pelas APFs, tem um sentido muito diferente daquele que lhe é atribuído pelo senso comum. A responsabilidade, segundo eles, consiste em que os adolescentes recorram à contracepção, quando têm relações sexuais, e ao aborto, quando engravidam. O “esquema” é o seguinte: primeiro distribuem manuais de educação sexual altamente chocantes, raiando a pornografia; os adolescentes, que poderiam ser castos, aprendem nesses livros que é perfeitamente normal, na sua idade, terem relações sexuais; por isso, vão às clínicas das IPPF/APFs comprar contraceptivos; quando estes falham, como acontece frequentemente, especialmente entre adolescentes, voltam às clínicas para abortarem. Não é por acaso que o maior fornecedor de contraceptivos nos USA a Ortho Pharmaceutical - da Johnson and Johnson financia a educação sexual nas escolas.

3. Que a prática da contracepção não resolve, antes agrava, o problema do aborto, não é uma “invenção do Papa”, mas um dado da experiência os estudos, realizados desde 1935 até hoje, confirmam-no abundantemente reconhecido pelos próprios propugnadores do aborto. Malcolm Potts “campeão” mundial dos abortistas, ex-director médico da IPPF, afirmou: “A prática do aborto e da contracepção estão intrinsecamente relacionadas entre si”. “À medida que as pessoas se virarem para a contracepção, dar-se-à uma subida, não uma descida, na percentagem de abortos ...”. “As provas da subida na percentagem de abortos, devido ao aumento do uso dos contraceptivos, estão agora disponíveis no respeitante à Coreia, Índia, Taiwan, Irão, Turquia, Egipto e a algumas partes da América Latina”. “Nenhuma sociedade controlou a sua fertilidade ... sem recorrer a um número significativo de abortos. De facto, o aborto é frequentemente o ponto de partida no controlo da fertilidade”. Uma médica e investigadora dos Brook Advisory Centres, Judith Bury “An ace abortionist” confirma-o: “Há uma evidência esmagadora que, contrariamente ao que se podia esperar, a disponibilidade da contracepção leva a um aumento da percentagem de abortos” (1981). Já em 1955, numa conferência patrocinada pela PPFA, o Dr. Alfred Kinsey declarou: “Correndo o risco de me tornar repetitivo, quero recordar ... que encontrámos a mais alta frequência de abortos provocados no grupo que, em geral, mais frequentemente usa contraceptivos”. Dr. Louise Tryer, directora médica da PPFA, escreveu (1991): “Mais de três milhões de gravidezes não planeadas ocorrem todos os anos ...; dois terços destas são devidas às falhas da contracepção”.

4. Atente-se, a título de exemplo, nos USA: O aborto sempre foi a questão nº1 para a PPFA (federação norte-americana das APFs). Esta organização possui a maior cadeia de clínicas de aborto nos USA: tem 900 clínicas, 130 das quais praticam o aborto. Em 1996 realizou 153.367 abortos nas suas clínicas e encaminhou 54.207 para outras. Nos últimos 28 anos realizou 2.500.000 abortos cirúrgicos: 46% são feitos em mulheres de minorias raciais, embora estas só constituam 20% da população. Defende o aborto para selecção sexual , por qualquer razão e em qualquer altura. Para além disso recomenda e distribui largamente ‘contracepção abortiva’ (MTX). Opõe-se a leis que obriguem ao consentimento informado, para quem quiser abortar, a períodos de espera para menores, ao consentimento ou notificação do pai ou do esposo, ao enterro ou cremação decente para os bebés abortados e ao estabelecimento de padrões para o licenciamento dos centros abortivos, que ajudariam a uma maior salvaguarda da saúde da mulher. Tentou forçar a Igreja Católica a prover à prática de abortos, em adolescentes, nos seus centros, levou a tribunal jornais liceais que se recusaram a inserir a sua publicidade e meteu processos judiciais para acabar com programas de educação sexual nas escolas baseados na castidade.

5. O documento Inventing the Future (1985), da National Organization for Adolescent Pregnancy and Parenting e da March of Dimes, foi elaborado com a cooperação activa das IPPF/APFs. O seu objectivo: conseguir que, no ano 2008, todos os que vão à escola sejam, a partir da puberdade, obrigatoriamente, “imunizados” contra a concepção (aos 21 anos a “imunidade” seria anulada por uma vacina). Importa recordar que esses “imuno-contraceptivos” funcionam, na realidade, como abortivos precoces.

A IPPF/APFs colaboram, ainda, estreitamente com a UNFPA, a UNICEF e a OMS. Estas organizações, juntamente com o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, emitiram, em Agosto de 1998, um impresso chamado “Informação da Mesa Redonda sobre os Tratados dos Direitos Humanos, a partir da perspectiva da Saúde da Mulher. Acentuando os Direitos Sexuais e Reproductivos”. Partindo do princípio que “os direitos humanos à saúde da mulher têm uns conteúdos, aceites internacionalmente, que transcendem a cultura, a tradição e as normas sociais” de cada povo, o texto afirma que “as legislações que proibam ou limitem o direito ao aborto e a liberdade reproductiva dos menores o que inclui a contracepção, a esterilização e o aborto” violam os direitos humanos.

Por outras palavras, não só os pais não serão tidos nem achados, ignorando-se assim os seus direitos, no que se refere aos seus filhos, como se prepara a criminalização de toda a oposição ou resistência ao aborto. Não espanta, pois, que estejam em andamento tentativas várias de criação de um Tribunal Criminal Internacional com o poder de condenar, como crime contra a humanidade, toda e qualquer oposição a esse homicídio “particularmente perverso e abominável” que é o aborto. De facto, se a contracepção, a esterilização e o aborto são direitos humanos, quem atentar contra eles, Estado, pessoa ou grupo, será submetido a sanções.

6. Em Portugal foi público e notório o papel activíssimo que a APF teve na defesa da liberalização total do aborto, até às 10 semanas, aquando do referendo, no ano passado (1998). O Presidente da República aproveitou a primeira ocasião, a seguir ao referendo em que o Não a essa liberalização saiu vencedor, para condecorar a APF, como já foi referido, com a “Ordem de mérito público”.
 
Dou-vos os meus parabéns, pela vossa posição e activismo pelo não.
A protecção da vida humana deve estar acima de todos os valores, ninguém deve ter o poder de acabar com outra vida.
A protecção de uma vida, ainda por cima sem qualquer hipótese de se poder defender deve ser punida por lei. A pena para esses/essas homicidas prevista na lei actual é ridícula, afinal trata-se de um assassinato pré meditado a que deveria corresponder a pena máxima prevista na lei – 25 anos de cadeia. Nem nos casos de mal formação deveria ser permitido o aborto ou então teríamos de permitir o assassinato dos deficientes que existem em Portugal. O único caso em que se devia permitir o aborto é caso de risco de vida para a mãe, porque se trata de um caso de legitima defesa.
 
Vivam.

Partilho as vossas dúvidas, Mafalda e Joaquim. Ainda por cima, os argumentos jurídicos que tenho lido neste blogue convenceram-me profundamente, se dúvidas tinha, de que é possível com a lei actual não castigar as mulheres que recorrem ao aborto em situações de desespero, penalizando simultaneamente as que o fazem de forma consciente e irresponsável. (Deixemo-nos de politicamente correcto, também as há.) Isto para não falar nos que ganham a vida com a miséria alheia, de quem tão pouco se tem falado.
 
Assino por baixo o texto de Joaquim Amado Lopes.
Quanto ao texto do Pe. Serras Pereira, apesar das suas posições, por vezes "fundamentalistas", não deixa obviamente de me preocupar.
Quando da discussão sobre a educação sexual nas escolas achei que a posição dessa associação era extremista e desajustada, para não dizer mais, e apenas educava a ter sexo e não o que é verdadeiramente o sexo e todas as suas envolventes, por isso não me espanta este texto.
Preocupa-me que seja "uma voz autorizada" junto do Ministério da Educação.
Mas não é esse o assunto no momento, embora tenha a ver com o mesmo.
O "politicamente correcto" é para mim, a "arte" de querer estar bem com todos, mas principalmente com aqueles que se pensa serem os "dominantes" no momento, abdicando se for preciso das suas próprias convicções.
Não serve para mim.
Abraço
 
1) O referendo decide-se ao centro, não nos extremos. Quem mais radicalizar perde.

2) O objectivo que devia ser de todos, incluindo os do não, devia ser reduzir os abortos e não condenar seja quem for. A condenação legal do aborto em si dissuade e reduz o número de abortos. A condenação a pena de prisão não é necessária e só tem dado argumentos a quem quer realmente liberalizar completamente o aborto, para não ter que se preocupar mais com o assunto.

3) O post da Mafalda ajuda objectivamente ao sim no dia 11.
 
Por acaso concordo!
 
Ora até que enfim alguém que assume claramente que o que quer é prender mulheres. Bravo, Joaquim Amado Lopes.

É que, de facto, é isso que está em cima da mesa no dia 11: despenaliza-se numa determinada janela temporal, ou não?

Tudo o resto são cantigas.

Por isso, votem SIM. E, se querem de facto fazer algo para diminuir o aborto, insistam DEPOIS da despenalização na exigência de educação sexual, nomeadamente nas escolas, na criação de apoios para mães com carências, de apoio à adopção, de informação, de exigência de mais e mais seguros meios de contracepção. Só peço que não o faço da forma "terrorista" que tem sido utilizada. Afinal de contas, está mais que provado que as "imagens-choque" não dissuadem ninguém: basta ver que as mensagens (e futuramente, coma as imagens, o mesmo ocorrerá) nos maços de tabaco não têm diminuído o seu consumo; e os mais velhos recordarão as campanhas anti-droga de Marcello Caetano, em 72/73, "Droga|Loucura|Morte", que de nada serviram...

Eu votarei SIM. Acompanhem-me, verão que vale a pena. Só dessa forma poderemos contactar com as mulheres que desejam abortar ANTES de o fazerem, e das duas uma: ou a conseguimos dissuadir e efectivamente a apoiamos, ou conseguimos dar-lhe condições para o fazer em segurança, e para não ter de o fazer no futuro.

Evidentemente, haverá sempre uma franja que continuará a usar o aborto como meio anticoncepcional; assim como haverá a franja das que continuarão a deitar crianças ao mundo sem qualquer responsabilidade. É a velha curva de distribuição normal ou de Gauss (ver em http://www.dq.fct.unl.pt/QOF/chem3.html, por exemplo). E aí não há nada a fazer. Mas nunca poderão servir de exemplo, nem uma, nem a outra, porque são residuais (estão nas bordas do sino, if you know what I mean...)
 
vv

Infelizmente no próximo dia 11 o que está em causa é pôr o Estado ao serviço do aborto e não apenas despenalizar. Para muitos portugueses, onde me incluo, seria admissível aceitar que a mulher que aborta não fosse condenada. Mas seria sempre necessário que a lei deixasse claro que o aborto é um mal condenável e que deve ser evitado. Se o sim ganhasse o aborto seria tratado como um direito absoluto da mulher, sem qualquer restrição.

Por isso voto não, obrigado.
 
Cara Mafalda,

Concordo plenamente com a tua posição mas gostava que pensasses no segunte:
1. Como temos sempre defendido, há vários Nãos. Uns que não ceitam a despenalização (é o meu caso) e os que aceitam mas não aceitam a descriminalização (que são muitos). Todos eles são melhroes que o Sim, pelo que são benvindos.

2. Pelo que percebi, os activistas do Não têm compreendido nas sua actividade que há muitas pessoas que defendem a despenalização e não a descriminalização. A essas tem que ser dito que se votarem Não, estão a votar no que acreditam e que votarem Sim é um no way back.

3. Parece-me que há espaço para quem quiser defender a manutenção da nova lei e para quem quiser defender a despenalização. O que interessa é que todos querem o mesmo: não legalizar o aborto pois seria um retrocesso na sociedade.

4. Não me choca que depois de o Não ganhar, que haja partidários no Não que apresentem as propostas de lei que entenderem. Estão no seu direito e parece-me acertado que o digam desde já aos votantes.

5. Esta diferença de posturas e a sua convivência e conjugação, parece-me que ficou clara ontem no Prós e Contras. Os que estavam na mesa estiveram muitíssimo bem embora as opiniões parecerem divergir neste aspecto.

6. Temos que continuar a combater juntos por esta causa e evitar estes posts que podem dar argumentos ao Sim (tal como a saída ontem pouco airosa do representante do Refúgio Aboim Ascensão).

Falta uma semana. Estamos quase lá!
 
Este debate tem uma virtude: compreendo agora que para o ano é imprescindível pedir a transferência do meu gaiato para outra faculdade de direito. Assim realmente não!
 
Proponho uma abordagem diferente para a problemática do aborto em questão:

blogdefrente.blogspot.com

Um abraço,
David Sanguinetti
 
Se acha que o aborto serve para evitar o desmarcar as férias na neve de alguem, devo dizer-lhe que tem uma visão muito simplista e cor de rosa do país...
Sabe, até agora o facto do aborto ser ilegal tem mesmo servido è para marcar férias: a Rspanha, a Londres, a Holanda... Uma alegria!
Vamos lá continuar com a lei assim, e mandar as mulheres portuguedsas ir passear as capitais europeias! :)
 
Se eu não fosse contra as ofensas pessoais, seria tentado a dizer que só pela cabeça de um idiota é que passa que uma mulher possa abortar para não desmarcar férias na neve e só pela cabeça de uma dupla idiota é que passa a ideia de repetir e dar ênfase (positiva) a tais considerações.

Mas eu só o diria se não fosse contra ofensas pessoais....
 
Cara Mafalda,

Votarei SIM, tal como o fiz há 8 anos atrás.
Mas quero dizer que posições como a sua (ou como a do João Gonçalves) merecem o meu respeito, porque são coerentes consigo próprios, defendem o mesmo do primeiro ao último dia (apesar de eu defender o contrário).
Já estes defensores da "despenalização votando NÃO", que só apareceram a uma semana da data do referendo, só me merecem mesmo é um profundo nojo, nojo pela sua desonestidade intelectual e patranhas jurídicas cuja única finalidade é confundir o eleitorado e assim conseguir que o SIM não ganhe ou que pelo menos não seja vinculativo. Se o conseguirem então é merecido, o nosso povo é mesmo estúpido e não merece mais.
Voltando ao principio, obrigado pela sua honestidade intelectual, Mafalda.
 
"depois de umas (muitas) garrafas de vinho, inventaram essa de que, seja qual fôr a situação da mulher que aborta (muitas ou poucas vezes, porque tinha muitos filhos ou para não desmarcar as férias na neve) "

isto é completamente ridículo!! Será que esta pessoa julga as mulheres assim tão fúteis?tem-nos em tão pouca consideração?Será que realmente pensam que as mulheres algum dia encararão o aborto como um assunto leviano?
E mais, para aqueles que defendem o nao porque não é certo (e utilizam o argumento de) que a mulher que quer subir na carreira recorra ao aborto para supostamente se livrar da criança... sejamos racionais, se eventualmente uma mulher pondere por este motivo fazer um aborto, fá-lo-á independentemente da despenalizaçao do aborto e certamente em melhores condições que a mulher que por ter dois ou três filhos nao tem mais condiçoes economicas para sustentar um terceiro/quarto. E acreditem que destas duas mulheres, se alguma vier a ser julgada não será certamente a mulher de negocios ...
 
Rui Januário
Que disparate, está na cara que este tipo é um defensor do Sim.
Só na cara de quem não sabe ler ou não quer entender o que lê. A minha posição tem sido manifestada repetidamente neste blogue (nos comentários) e ninguém que tenha lido o que escrevi tem a mais pequena dúvida sobre qual é a minha posição.


Jorge Lima
Partilho as vossas dúvidas, Mafalda e Joaquim.
Não posso falar pela Mafalda mas eu não tenho quaisquer dúvidas sobre esta matéria. A estratégia "assim não" + "vota não à despenalização que depois despenalizamos" = "o aborto é crime mas pode ser feito à vontade, apenas clandestinamente" é uma estúpidez completa.
O Gato Fedorento, que eu nem sequer aprecio muito, fez um verdadeiro serviço público ao mostrar o ridículo dessa "posição".


VV
Ora até que enfim alguém que assume claramente que o que quer é prender mulheres. Bravo, Joaquim Amado Lopes.
Mais um que não sabe ler, decidiu não entender o que lê ou julga que vence discussões debitanto disparates.

O que eu não quero é que se aborte apenas porque sim, tal como não quero que se roube comida por ter fome. E, para que não aconteça nem uma nem outra, não me demito das minhas responsabilidades de cidadão. Para combater o aborto, trabalho desde há 8 anos para ajudar jovens e adultos a saberem, entre outras coisas, como prevenirem gravidezes indesejadas. Para que os portugueses mais desfavorecidos não tenham fome, contribuo sempre que posso (em meu nome ou em nome dos meus familiares) para o Banco Alimentar Contra a Fome. O que é que o VV tem feito?

Não quero que uma mulher seja presa por abortar numa situação de desespero. Mas, se a mulher decidir que não está para evitar gravidezes indesejadas, aborta sucessivamente e, mesmo depois de penas suspensas, multas e trabalho ao serviço da comunidade, continua a fazer o mesmo, quero que o Estado a possa prender por ser essa a única forma de evitar que ela continue a abortar.
Da mesma forma que não quero que alguém vá para a prisão por ter tentado roubar comida. Mas se essa pessoa, mesmo depois de ter sido apanhado sucessivamente a roubar, recusar a ajuda que lhe foi oferecida e decidir continuar a roubar comida, quero que o Estado o possa mandar para a prisão por ser essa a única forma de proteger a propriedade alheia.


Tita
Se acha que o aborto serve para evitar o desmarcar as férias na neve de alguem, devo dizer-lhe que tem uma visão muito simplista e cor de rosa do país...
Não sei se há alguém que aborte para evitar desmarcar as férias na neve. Mas sei que não quero que a Lei permita que alguém aborte para evitar desmarcar as férias na neve. A Tita, pelo contrário, parece que não se importa que tal aconteça.


Ines
isto é completamente ridículo!! Será que esta pessoa julga as mulheres assim tão fúteis? tem-nos em tão pouca consideração? Será que realmente pensam que as mulheres algum dia encararão o aborto como um assunto leviano?
Pelos vistos a Ines julga que todas as mulheres são iguais e todas as que abortam o fazem pelos mesmos motivos.

Pode a Inês garantir que nenhuma mulher alguma vez abortará por motivos fúteis? Não quer que eu a tenha em tão pouca consideração que a ache capaz de responder que sim, pois não?

Se me perguntassem se a Lei deve proíbir que os pais queimem com pontas de cigarro os seus filhos de poucos meses, que os tentem fazer parar de chorar à martelada ou que os violem até lhes causarem danos físicos irreversíveis, eu também teria vontade de responder "isto é completamente ridículo!! Será que esta pessoa julga que os pais são assim tão horríveis? tem-nos em tão pouca consideração? Será que realmente pensam que os pais alguma vez serão capazes de fazerem essas atrocidades aos filhos?".
Mas não responderia assim por duas razões:
1. não quero que a Lei deixe de proíbir actos tão horríveis que eu nem sequer consiga conceber que alguém os possa praticar porque a minha opinião sobre o que alguém é capaz de fazer é absolutamente irrelevante para esse alguém o vir a fazer ou não;
2. há, em Portugal, pessoas presas por terem feito precisamento o que descrevi acima.

A Ines pode pretender colocar no mesmo saco todas as mulheres que abortam, assumindo que todas abortam por razões muito fortes e com grande sofrimento psíquico e emocional. Não apenas se sabe que não é assim como, mesmo que fosse, não faz sentido que a Lei seja feita segundo o critério "só vale a pena criminalizar os actos maus porque ninguém fará nada realmente horrível".
Se há alguma coisa que a História e a comunicação social nos ensinaram foi precisamente que tal critério seria completamente ridículo.


A Laura Rebelo publicou o seguinte nos comentários a outro post mas, como não posso responder lá e está relacionado, respondo aqui:
Joaquim, todos os Nãos são bem vindos. A resposta é uma cruz à frente do Não. Sem mais explicações.
Não convém confundir os votos "não" com os argumentos a favor do "não" nem com a argumentação pelo "não".

Os votos "não" são todos bem vindos precisamente porque são uma cruz á frente do "não" sem mais explicações. O mesmo não acontece com os argumentos a favor do "não" nem com a argumentação pelo "não".

Os argumentos a favor do "não" só são bem vindos se forem verdadeiros. Mentiras, a favor ou contra o "não", não interessam. Talvez contrariamente a outros que defendem o "não", eu não acho que valha tudo para que o "não" ganhe. Pelo menos não vale usar argumentos que apenas envergonham quem os usa.

E a argumentação pelo "não" só é bem vinda se contribuir para a vitória do "não". A ideia de que se deve votar "não" à despenalização do aborto a pedido para depois se despenalizar o aborto a pedido só contribui para a vitória do "sim". Não apenas é um absurdo e é apresentado na pior altura possível como destrói a sólida argumentação que tem sido apresentada pelo "não", desvalorizando completamente aquilo que tem realmente virado a balança a nosso favor: a inevitabilidade da existência do feto como um ser humano vivo.


Para terminar, esta minha resposta foi (talvez excessivamente) agressiva mas estou tão farto da estúpidez do "para acabar com a prisão de mulheres", "despenalizar para acabar com o aborto clandestino e reduzir o número total de abortos", "quem vota 'não' quer é mandar mulheres para a prisão" e agora esta do "queremos que os portugueses digam que não querem a despenalização do aborto a pedido para depois nós próprios pedirmos para ser despenalizado" que, mesmo depois de reler o que escrevi, decidi que o melhor era ir mesmo assim.
 
Quinzinho

Disseste
"Não quero que uma mulher seja presa por abortar numa situação de desespero."

Não queres que seja presa... mas não te preocupa que seja mantida a lei que prevê que ela o seja! Como vais fazer? Vais ao tribunal e, qual "Zorro", retiras a mulher dali e leva-la para a liberdade?

Disseste também:
"Mas, se a mulher decidir que não está para evitar gravidezes indesejadas, aborta sucessivamente e, mesmo depois de penas suspensas, multas e trabalho ao serviço da comunidade, continua a fazer o mesmo, quero que o Estado a possa prender por ser essa a única forma de evitar que ela continue a abortar.
Da mesma forma que não quero que alguém vá para a prisão por ter tentado roubar comida. Mas se essa pessoa, mesmo depois de ter sido apanhado sucessivamente a roubar, recusar a ajuda que lhe foi oferecida e decidir continuar a roubar comida, quero que o Estado o possa mandar para a prisão por ser essa a única forma de proteger a propriedade alheia."

Alguém que "aborta sucessivamente" não precisa de prisão, precisa é de apoio psiquiátrico. E já agora, a tal ladra também. Mas parece que o que queres é fazer como no século XIX: manda-se fechar no manicómio, ou na prisão.

Também varres o lixo para debaixo do tapete?
 
vv,

(JAL) "Não quero que uma mulher seja presa por abortar numa situação de desespero."
(vv) Não queres que seja presa... mas não te preocupa que seja mantida a lei que prevê que ela o seja!


Se o/a vv soubesse realmente o que a Lei prevê, não escreveria tamanho disparate. A Lei prevê que uma mulher que aborte numa situação de desespero seja presa da mesma forma que prevê que alguém que furte (sem violência nem ameaça) comida por ter fome vá para a cadeia. A pena máxima até é igual.
Só que o Código Penal não se limita ao nº3 do artigo 140º. Aliás, se o artigo que criminaliza o aborto é o 140º, existem no Código Penal pelo menos mais 139 artigos além desse. Na realidade, o Código Penal tem quase 400 artigos. Se o/a vv estivesse realmente interessado/a no que a Lei diz, já conheceria os seguintes artigos do Código Penal:

Artigo 34º (Direito de necessidade)
Não é ilícito o facto praticado como meio adequado para afastar um perigo actual que ameace interesses juridicamente protegidos do agente ou de terceiro, quando se verificarem os seguintes requisitos:
a) Não ter sido voluntariamente criada pelo agente a situação de perigo, salvo tratando-se de proteger o interesse de terceiro;
b) Haver sensível superioridade do interesse a salvaguardar relativamente ao interesse sacrificado; e
c) Ser razoável impor ao lesado o sacrifício do seu interesse em atenção à natureza ou ao valor do interesse ameaçado.


Artigo 35º (Estado de necessidade desculpante)
1 - Age sem culpa quem praticar um facto ilícito adequado a afastar um perigo actual, e não removível de outro modo, que ameace a vida, a integridade física, a honra ou a liberdade do agente ou de terceiro, quando não for razoável exigir-lhe, segundo as circunstâncias do caso, comportamento diferente.
2 - Se o perigo ameaçar interesses jurídicos diferentes dos referidos no número anterior, e se verificarem os restantes pressupostos ali mencionados, pode a pena ser especialmente atenuada ou, excepcionalmente, o agente ser dispensado de pena.


Artigo 50º (Pressupostos e duração da suspensão da execução da pena)
1 - O tribunal suspende a execução da pena de prisão aplicada em medida não superior a 3 anos se, atendendo à personalidade do agente, às condições da sua vida, à sua conduta anterior e posterior ao crime e às circunstâncias deste, concluir que a simples censura do facto e a ameaça da prisão realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição.

E, se a Lei fizesse realmente alguma diferença para o/a vv, então tomaria em consideração que as penas não são atribuídas administrativamente mas apenas depois de pesadas as circunstâncias específicas de cada caso. Mas, tal como o Bloco de Esquerda, o/a vv está-se nas tintas para o que a Lei realmente diz. Apenas lhe interessa o que se pode fazer parecer que a Lei diz, mesmo que se saiba que se está a transmitir uma mentira.

Alguém que "aborta sucessivamente" não precisa de prisão, precisa é de apoio psiquiátrico.
Apoio psiquiátrico para quem exerce repetidamente um direito, sob a protecção do Estado e que este até paga sem levantar quaisquer questões? O/a vv é danado/a para a brincadeira.
E se quem aborta sucessivamente o faz porque não quer usar contraceptivos (é chato ou não ajuda ao romance), acha que o feto é comparável a uma coisa, não vê rigorosamente mal nenhum em remover essa coisa e, como o Estado até paga, ...? Precisa de apoio psiquiátrico porquê?

Mais, se abortar repetidamente é tão mau que quem o faz precisa de apoio psiquiátrico, por que razão se deve alterar a Lei precisamente para que se possa abortar livre e repetidamente, à conta do Estado?

Também varres o lixo para debaixo do tapete?
Só imprimindo o que o/a vv escreve o poderia varrer para debaixo do tapete. Não vale a pena a primeira só para fazer a segunda.
 
"Pode a Inês garantir que nenhuma mulher alguma vez abortará por motivos fúteis?"

É mais que certo que a resposta a esta pergunta é não. Mas também creio que uma pessoa que ponha umas férias na neve à frente de uma gravidez, faça o aborto de qualquer maneira, independentemente de ele ser ou não legal.
No entanto, ao votar no próximo dia 11 sim posso garantir algo bastante mais importante, posso garantir que haverá uma mudança no panorama da nossa realidade social, posso garantir que um passo (ainda que pequeno) será dado no sentido de diminuir o número de abortos clandestinos.Posso garantir que uma mulher que o faça se sinta mais à vontade de recorrer a apoio médico antes, durante e depois do aborto.
Eis a colossal diferença entre o SIM e o NAO, o Sim pode garantir uma mudança, enquanto que o não apenas nos garante a actual realidade de milhares de mortes de mulheres devido a abortos clandestinos.
Eu acho bem que o NAO exista. Concordo com as campanhas contra o aborto. Concordo com a existência de pessoas que defendem os direitos do feto/criança. Acho que mesmo que o SIM ganhe, os defensores do NAO devem continuar com a sua campanha. Aquilo com que eu discordo é que se penalizem as mulheres por disporem livremente do seu corpo, uma vez que quando tomam a decisão de fazer um aborto a levam até ao fim,muitas das vezes em condições deploráveis e milhares de outras acabando na morte da mulher.
Acho que a mulher tem direito ao devido acompanhamento médico e que aqueles que não concordam com o aborto não têm o direito de impor a sua crença através de uma norma legal, uma vez que muitas mulheres arriscam a vida para fazer um aborto e milhares de elas morrem ...
 
Ines,

Há realmente um colossal diferença ente o "sim" e o "não". O "sim", p.e., não se importa que um "pequeno passo" (palavras suas) na diminuição do aborto clandestino seja dado à custa de um aumento dramático no número total de abortos (é o que a experiência dos outros países nos diz). O "sim" acredita que os médicos que não existem no SNS para tratar doenças estarão disponíveis para fazer abortos e que os assistentes sociais que não conseguem ajudar todos os que os procuram estarão disponíveis para ajudar as mulheres que queiram abortar. Os do "sim" acreditam que os médicos do SNS vão mesmo realizar abortos a pedido. Os do "sim" acreditam que as mulheres que se dirigirem a clínicas privadas para abortar (já que não o poderão fazer no SNS) serão aconselhadas pelos empregados dessas clínicas a não abortarem.

E, se mais fosse necessário para demonstrar que perderam completamente a noção do ridículo, alguns do "sim" chegam mesmo a escrever que ocorrem "milhares de mortes de mulheres devido a abortos clandestinos" quando estamos a falar do aborto em Portugal.

Quanto à "crença" do respeito pelo direito à vida que se pretende "impôr" aos outros, a Ines parece querer ignorar completamente que, motivado por "crenças" ou não, o respeito pelo direito à vida é a base fundamental de todas as sociedades. Ou então acredita que acabar com o respeito pelo direito à vida é uma forma de melhorar a sociedade.

Enfim, opiniões. Gostei particularmente da dos "milhares de mortes". Demonstra bem o seu nível de conhecimento do que está em discussão e da sua seriedade nesta discussão. E com o conhecimento que demonstra da realidade, aposto que nem sequer sabe que o aborto, independentemente de como seja realizado, é mais perigoso para a vida da mulher do que levar a gravidez a termo. De qualquer forma, como parece ser completamente imune aos factos, também este não fará qualquer diferença para si.
 
"o aborto, independentemente de como seja realizado, é mais perigoso para a vida da mulher do que levar a gravidez a termo" , exactamente por isto (entre outras razões) e por muitas estarem dispostas a arriscar a sua vida para levarem a ideia do aborto à prática é que voto SIM.
"Quanto à "crença" do respeito pelo direito à vida" , situações há em que o código penal autoriza o aborto.E merecem (por ex.) um criança com síndrome de down menos atenção e protecção por parte do Estado?Para mim desde que se abriram certas excepções abriu-se a porta a tantas outras...
Talvez não seja neste referendo (nunca se sabe), mas acredite caro joaquim, a despenalização do aborto será uma realidade.
"Enfim, opiniões." Então diga-me, ao votar Não, vota em quê?Qual será a grande mudança que o seu voto irá realizar?Porque os abortos,esses que tanto abomina, continuarão a existir,alguns nos nossos hospitais com a devida autorização da lei, outros em clínicas (quem sabe se sem a autorizaçao da mesma) e outros em salas pouco próprias para tal.
As crianças continuarão a morrer tal como muitas (uma vez que tem aversão aos milhares de) mulheres.
 
E, talvez, actualmente não morram milhares,mas são mais que muitas aquelas que sofrem complicações que muitas das vezes não têm solução. mais uma vez...o aborto continua a acontecer...se os que são mal sucedidos são tantos,junte-lhe agora aqueles que hipoteticamente correm "bem" e não são contabilizados.


por ex.:
"Dados da Direcção-Geral de Saúde
Onze mil mulheres internadas por aborto em 2002
Alexandra Campos
18/12/2003"


in http://dossiers.publico.pt/shownews.asp?id=1178789&idCanal=1106
 
Então diga-me, ao votar Não, vota em quê?Qual será a grande mudança que o seu voto irá realizar?Porque os abortos,esses que tanto abomina, continuarão a existir
Se o "sim" ganhar, depois avise-me quando acabar o aborto clandestino que tanto abomina. Ou quando passarem a não morrer mulheres por complicações resultantes de aborto.

Eu não voto "não" para mudar alguma coisa. Voto "não" precisamente para que não se mude num sentido que considero negativo. Para mudar alguma coisa, contribuo com o meu trabalho voluntário para ajudar a informar o público sobre, entre outras coisas, como evitar gravidezes indesejadas. Podia fazer muitíssimo mais do que faço mas, mesmo que não fizesse nada, não seria incoerente recusar o aborto a pedido.

tem que se fazer alguma coisa, isto é alguma coisa portanto tem que se fazer isto
A frase acima reproduzida reflecte bem a postura de alguns (muitos?) dos que defendem o "sim" e que a Ines representa neste espaço de comentários.
Sabem da existência de um problema, embora não percebam muito bem qual a sua dimensão ou contornos. Não investigam nem reflectem seriamente nesse problema e, portanto, não fazem a mínima ideia do impacto que uma determinada medida pode ter nesse problema. Mas alguém acenou-lhes com algo que dizem ser a solução e, sem exercerem o mínimo sentido crítico nem investigaram realmente o que essa pretensa "solução" realmente vai fazer e apesar de lhes ser demonstrado que essa "solução" na realidade é mais um problema, vão atrás porque "é preciso fazer alguma coisa".

Pois é. É preciso fazer alguma coisa e já se está a fazer alguma coisa há muito tempo. Não se fez ainda o suficiente nem sequer o que podia ser feito. Só que, com a despenalização do aborto a pedido, passará a ser preciso fazer ainda mais.

É um pouco como aqueles que, para "resolver" uma dôr de dentes, descalçam o sapato e dão um pontapé numa pedra. A dor no pé faz esquecer a dôr de dentes por algum tempo mas, depois de a "anestesia" passar, têem na mesma que tratar do dente e agora também do pé.

Onze mil mulheres internadas por aborto em 2002
E insiste em demonstrar que é imune aos factos. Por exemplo, o facto de a maioria das complicações resultantes de abortos se referirem a abortos ESPONTÂNEOS.
 
"E insiste em demonstrar que é imune aos factos. Por exemplo, o facto de a maioria das complicações resultantes de abortos se referirem a abortos ESPONTÂNEOS."

tenho sérias dúvidas quanto a quem pertence a titularidade desta imunidade aos factos ... e assim sendo ...

"Em 2002, à semelhança do que acontece todos os anos, a maior parte das IVG chegadas aos estabelecimentos de saúde surgem classificadas como "não especificadas" (2345), "retidas" (3101) e "espontâneas" (4761). " portanto, 2345+3101=5446! o valor de abortos espontaneos trata-se portante de 4761 e, assim sendo,a maioria das complicações resultantes de abortos não se referem portanto a abortos espontâneos.

"Dados mais detalhados fornecidos ao PÚBLICO pelo Ministério da Saúde no ano passado (e relativos ao segundo semestre de 2001) permitiam ir mais longe: em apenas seis meses, o número de situações de complicação pós-aborto clandestino chegadas aos hospitais representava mais do dobro das interrupções feitas ao abrigo da lei. No segundo semestre de 2001, para 242 abortos legais, foram registados 578 internamentos devido a complicações na sequência de abortos clandestinos, 34 dos quais devido a infecção generalizada (sepsis) e cinco por perfurações do útero. O grosso das situações aparecia então referenciada como aborto "incompleto" ou "retido" (quando o feto morre mas o útero não esvazia)."

in http://dossiers.publico.pt/shownews.asp?id=1178789&idCanal=1106
 
continuemos então a falar de factos e imunidade aos mesmos, aconselho-o desde já a visitar a seguinte página: http://dossiers.publico.pt/shownews.asp?id=1284158&idCanal=1988

onde encontrará os seguintes factos numa caixa de texto do seu lado direito:

35
por cento das mulheres que vão abortar à Clínica Los Arcos completaram o ensino secundário, 2,5 o ensino profissional, 6,6 bacharelato e 25,4 a licenciatura. O estudo - divulgado por aquela unidade de saúde privada em 2005, com base num inquérito aplicado a duas mil portugueses que se deslocaram a Mérida e a Badajoz - mostra que as mulheres que atravessam a fronteira para abortar têm um nível de escolaridade superior à média.

73
é o número de episódios de internamento provocados por abortos registados como sendo ilegais em 2005 pela Direcção-Geral de Saúde. Como as mulheres tendem a não revelar que fizeram um aborto ilegal, admite-se que haja internamentos suscitados por aborto clandestino "escondidos" entre os contabilizados como abortos espontâneos (4454) ou não especificados (1861).

10.511
Foi o número de episódios de internamento provocados por aborto, de acordo com dados provisórios divulgados pela Direcção-Geral de Saúde. O número manteve-se, mais ou menos, estável ao longo dos últimos dez anos: 10.396 em 1995, 10.322 em 1996, 10.407 em 1997, 10.982 em 1998, 10.536 em 1999, 10.752 em 2000, 9922 em 2001, 11.089 em 2002, 10.865 em 2003 e 10.920 em 2004.

70,2
Por cento das mulheres que admitem já ter interrompido uma gravidez não foram, após tal acto, aconselhadas sobre contracepção, indica um estudo do ano passado realizado pela Associação de Planeamento Familiar com base numa amostra de duas mil mulheres. Apesar de perto de metade não estar a usar qualquer método.

64,1
Por cento das mulheres que já se submeteram a um aborto cirúrgico não tiveram, depois, qualquer acompanhamento médico, segundo um estudo o ano passado realizado pela Associação de Planeamento Familiar com base numa amostra de duas mil mulheres. As 35,9 que o tiveram recorreram a um médico particular (48,1 por cento), a um centro de saúde (25,5) ou a um hospital (25,5).

19,5
Por cento das mulheres que já se submeteram a um aborto cirúrgico tiveram problemas de saúde (hemorragias, perturbações emocionais, febre alta, infecção), de acordo com um estudo o ano passado realizado pela Associação de Planeamento Familiar com base numa amostra de duas mil mulheres. Para os resolver, 31,9 por cento destas recorreu a um médico particular, 21,3 a um hospital, 19,1 ao centro de saúde.

39,4
por cento das mulheres que admitem já se ter submetido a um aborto cirúrgico fizeram-no numa casa particular, segundo um estudo realizado no ano passado pela Associação de Planeamento Familiar com base numa amostra de duas mil mulheres. O inquérito indica ainda 32,2 realizados em clínica privada, 18,2 em consultório médico, 6,9 em hospital público e 1,3 na própria casa.

75,7
por cento das mulheres que admitem já ter interrompido uma gravidez dizem que a decisão foi muitíssimo ou muito difícil, conforme um estudo o ano passado realizado pela Associação de Planeamento Familiar com base numa amostra de duas mil mulheres. O resultado do inquérito indica ainda que apenas 12,6 consideram que a decisão não foi difícil.

72,7
por cento das mulheres que admitem já ter interrompido uma gravidez fizeram-na até às dez semanas de gestação, de acordo com um estudo o ano passado realizado pela Associação de Planeamento Familiar com base numa amostra de duas mil mulheres. O resultado do inquérito indica ainda que apenas um por cento abortou à 17ª semana ou mais e que são as mulheres com maior religiosidade que mais adiam a decisão.

14,5
por cento das mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 49 anos já interromperam, pelo menos, uma gravidez. A percentagem sobe para 20 por cento se só considerarmos as que já estiveram grávidas, segundo um estudo o ano passado realizado pela Associação de Planeamento Familiar com base numa amostra de duas mil mulheres.

49
percentagem de mulheres portuguesas que recorrem à clínica espanhola Los Arcos (Mérida e Badajoz) não têm convivência afectiva com o progenitor. A maior parte é solteira (57,9 por cento) e as casadas representam 35,3 por cento, segundo um estudo divulgado pela unidade privada, em Novembro de 2005, com base numa amostra de duas mil mulheres que ali se deslocaram.

906
abortos praticados ao abrigo da lei em 2005, segundo dados fornecidos pela Direcção-Geral de Saúde. O número mais do que triplicou em dez anos - 268 em 1995, 281 em 1996, 301 em 1997, 401 em 1998, 491 em 1999, 574 em 2000, 634 em 2001, 675 em 2002, 721 em 2003 e 790 em 2004. A maior parte das intervenções foi motivada por malformação fetal.

aqui tem os tão proclamados factos.
 
"O que está em causa é uma questão de política criminal, diz Sampaio
Eurodeputados de vários países juntaram-se em Lisboa para defender a despenalização do aborto explicando o exemplo do seu próprio país. Durante a iniciativa, foi lida uma mensagem de Jorge Sampaio, na qual o ex-Chefe de Estado defendeu que o que está em causa no referendo é uma questão de politica criminal.

( 19:19 / 28 de Janeiro 07 )




Jorge Sampaio defendeu, este domingo, que o que está em causa no referendo sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez é uma questão de política criminal.

Numa mensagem enviada a uma iniciativa pelo SIM, que juntou vários eurodeputados em Lisboa, o antigo Presidente da República considerou que a actual lei em vigor deixa o país «isolado na Europa» e dá «do Estado português, a propósito, a ideia de um Estado retrógrado injusto, cruel e desumano».

Na missiva, que foi lida pelo actor Paulo Matos, Sampaio sublinha ainda que não faz sentido que o Estado continue a punir mulheres que interrompem voluntariamente a gravidez.

Durante a iniciativa, os eurodeputados estrangeiros explicaram os casos dos próprios países.

A eurodeputada espanhola, Teresa Madurel, tentou desmontar um argumento do Não dizendo que, em Espanha, o número de abortos aumentou mas tal deveu-se à imigração e ao elevado número de portuguesas que atravessam a fronteira para realizar um aborto em Espanha.

Britta Thompson, da Dinamarca, explicou, por seu turno, que desde que a lei foi aprovada no seu país, há 34 anos, os abortos diminuíram mais de 50 por cento. A eurodeputada lembrou ainda que a interrupção voluntária da gravidez foi sempre acompanhada com educação sexual.

Os eurodeputados pelo SIM apresentaram também cartas de apoio da França e Alemanha.

Entre os portugueses estavam membros de todos os quadrantes políticos, numa jornada que serviu para lembrar que Portugal é um dos quatro países da Europa onde o aborto é considerado crime. Os outros três são a Polónia, Irlanda e Malta."

in http://www.tsf.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF177273
 
Seguramente, a Inês e o Sampaio (o idiota que foi presidente desta merda, suponho - e que eu conheço muito bem) devem estar abaixo de qualquer qualificação intelectualmente aceitável.
Como é evidente, não será pelo facto de outros países terem uma decisão, como, por exemplo, impedir que os seus cidadãos tomem café ao pequeno-almoço, que nós temos que seguir o (mau) exemplo.
E se fossem à merda?

Nuno
 
o que me interessou naquele artigo foi o seguinte facto "Britta Thompson, da Dinamarca, explicou, por seu turno, que desde que a lei foi aprovada no seu país, há 34 anos, os abortos diminuíram mais de 50 por cento. A eurodeputada lembrou ainda que a interrupção voluntária da gravidez foi sempre acompanhada com educação sexual."

pensava que isto era do interesse de todos...tanto daqueles que defendem o sim, como dos que defendem o não...mas pelos vistos existem pessoas como o excelentíssimo nunu com uma qualificação altamente aceitável que pelos vistos não têm interesse nenhum. Até à sua intervenção trocava-se ideias e opiniões, pelos vistos agora trocamos insultos. Parabéns!!O sr deve ser de facto inteligentíssimo...
 
Olha, Inês, lê com atenção!
E se fosses à merda?

Nuno
 
oh inex eu dizia-lh p ele comer a merdinha e fazer bom proveito! p insistir tanto tem perfil de quem gosta.
vá ao seu almocinho Nuninho e faça bom proveitinho!
olha, Nuno, lê com atenção, come-a todinha sim?! lindo menino ;)
 
e viva o QI tao elevado do sr nuno, bravo.
olhe, menino nuno, leia com atenção, aperfeiçoe os seus argumentos e aí talvez eu o insulte também.até lá, vá estudando.
 





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