POR CAUSA DO NÃO

Para mim, uma vida humana, mesmo que “em perspectiva” será sempre sagrada. Angustia-me que um ser humano em gestação, indefeso, com origem num acto mais ou menos consciente de dois adultos, seja tratado como um mero furúnculo.
Por isso, choca-me a perspectiva da despenalização de um acto que, com mais ou menos atenuantes para mim é criminoso.
Numa sociedades regida pelos precários valores materialistas, considero preocupante que as tradicionais forças partidárias com acesso ao poder progressivamente vão abandonando os princípios que defendo como sagrados, na cata desesperada do voto redentor. E receio bem a herança que vamos deixando aos nossos descendentes: um mundo em regressão civilizacional que vai cedendo paulatinamente ao relativismo individualista e ao novel moralismo hedonista.
Assim sendo tudo farei, nos meses que precedem este inusitado referendo, pela derrota da liberalização total do aborto até às 10 semanas.

Comentários:
É absolutamente inacreditável que, em pleno século XXI ainda estejamos a discutir este tema desta forma e que ainda tenhamos alguém a defender estas posições.

Nenhuma mulher faz um aborto com um sorriso nos lábios! É sempre uma decisão difícil que só se toma em último recurso. Compreendo e aceito que muitas pessoas nem em último recurso aceitem fazê-lo. Agora, que direito têm essas pessoas de impor essa sua decisão aos outros? A sua moral é melhor que as dos que decidem, em desespero de causa, abortar?

Acho absolutamente desprezível desviar esta discussão para uma dicotomia do bem (o vosso lado) e do mal (o dos defensores do sim)

É de tal modo irritante este debate que nem me apetece voltar a tê-lo. Depois do último referendo, acho que já nem se devia falar nisto. Chegámos todos a conclusão que, o que a Santa Igreja e, por arrasto, muito Português defende, é ir a Espanha fazer uma aborto. Ou então pedir ao parlamento para fazer leis que impeçam a lei de ser levada à prática! Santa hipocrisia!
 
Falta um esclarecimento de extrema importância quanto a mim. NINGUEM sabe quando começa a vida humana e a comunidade cientifica não se pronuncia definitivamente quanto a esta problemática mesmo, face ao tal "argumento" de que o Sistema nervoso central se forma as 12 semanas. As 10 semanas surgem como uma forma de voltar a colocar o assunto em discussão e de aliviar a consciência de quem recorre ao aborto como método contraceptivo, desde que o mesmo seja feito logo "cedinho".
 
"a consciência de quem recorre ao aborto como método contraceptivo"

Tente encontrar alguém que o faça. Não o vai encontrar certamente, porque não deve fazer ideia o que passa uma mãe ao fazer um aborto. Porque se fizesse, nunca diria tal barbaridade.
 
"Para mim, uma vida humana, mesmo que “em perspectiva” será sempre sagrada."

Devemos presumir que está contra o aborto em caso de violação, deformação do feto ou perigo de vida para a mãe ?
 
Caro Mário:
A questão que põe é uma situação limite, com questões de ética muito complicadas.
Não me parece que a pergunta a referendar se pertenda responder a esses casos.
 
Numa noite de lua cheia, alugue o "The Meaning of life" dos Monthy Python e ouça com muita atenção a famosa canção do católico a quem não resta opção que não vender os filhos para experências médicas.

Há lá um verso que exprime bem o que V. pensa: "A catholic the moment Dad came". Melhor ilustração da "vida em prespectiva" não pode haver.

Posso aconselhá-lo a não usar a palavra "sagrado" quendo discute o aborto ? É que cheira a proselitismo...
 
João Távora,

A sua resposta não bate certo com a sua afirmação.

Eu sou pelo "sim, mas compreendo que alguém diga que a vida é sagrada (embora eu não perceba muito bem porquê, ou porquê só a vida humana), e consequentemente seja pelo "não". Mas neste caso, será sempre pelo "não".

Não se pode escolher o melhor de dois mundos.
 
Eu tive o cuidado de utilizar as palavras "PARA MIM" na afirmação, já na perspectiva da subjectividade do argumento.
 
Ok, João.

Mas ao escrever aqui neste blog, não está certamente a falar para si. Está, e muito legitimamente, e de resto como eu, a tentar convencer os outros das suas razões.
 
Ó João Távora, não se refugie atrás do "Para mim" que lhe fica mal.

Se, para si, a vida é sagrada mesmo que apenas em perspectiva, isso significa, como o Mário Almeida lhe indicou com pertinácia, que V. não pode ser simultaneamente a favor e contra a despenalização do aborto, quando a questão se coloca para o mesmo período de gestação: é forçosamente sempre contra, porque qualquer aborto atenta contra o que V. acha que é sagrado.

É esse farisaísmo de alguns defensores do Não que os derrota, a si incluído: não conseguem explicar porque raio o aborto deve ser crime nuns casos mas não deve ser noutros, como o da violação, com o mesmo período de gestação.


E, na verdade, como não leram Santo Agostinho, não sabem ponderar o perdão com a justiça e não sabem, portanto, porque é que um crime pode ser crime e não ter punição (Dou-lhe uma pista: olhe que não julgue que é porque a lei
diz que não há pena, é porque o julgador decide, no caso concreto, que a conduta do agente é desculpável à face dos critérios gerais da lei penal).

Bem vê, quem usa o argumento da moral (a católica ou outra qualquer) para fazer valer opções de Direito Penal, arrisca-se a ser derrotado pela sua própria opção, na esquina da primeria incongruência.
 
Não seria melhor para todos, desde o familiar mais próximo, ao contribuinte anónimo, que se fizesse uma "limpeza" dos incapazes e marginais de pele e osso que polvilham as nossas ruas, os nossos bairros, que vivem na miséria, infestados de doenças incuráveis e transmissíveis. Símbolos da verdadeira miséria humana, responsáveis, em grande parte, pela insegurança que se instalou nas nossas cidades. Os assaltos, os raptos, os assassínios...!

E as camas e recursos que ocupam e gastam nos hospitais? As prisões superlotadas e em condições extremas? Para quê???

(Tudo isto à conta dos contribuintes que pagam, às vezes sabe Deus como...)

Quem não conhece um ser destes?

O engraçado é que todos nós "conhecemos" e vimos diariamente esses infelizes, inclusivamente partilhando, por vezes, com eles, o nosso espaço, o nosso tempo. Estão lá, existem e têm provas dadas do seu "curriculum vitae".

Volto a perguntar. Porque não acabar de uma vez por todas com este flagelo?

A história tem-nos ensinado (com alguma insistência), como se faz. E não é preciso recuar muito no tempo, nem grandes tecnologias...limpezas étnicas tem havido bastantes por esse mundo fora e muitas delas sem quaisquer sanções. Motivos? não existem (não podem existir), mas que as há, há. São como as bruxas...

Porque não uma limpeza? Arrasá-los a todos à metralha, com gás, à pedrada, enfim de qualquer maneira. O que interessa é que desapareçam do mapa e principalmente da nossa rua! Limpam-se as ruas, as prisões e passamos todos a viver com mais segurança e qualidade.

Porque não, aprovarmos uma lei que permita o extermínio de qualquer ser humano que viva em condições decadentes, incomodando o próximo, por exemplo, há mais de 10 semanas?

Acho que esta pergunta fará mais sentido do que a que querem submeter a votação, senão vejamos:
Esta, diz respeito ao assassínio de gente com provas dadas. A outra diz respeito ao assassínio de GENTE que não teve tempo de provar nada!
(Até por uma questão de economia, o extermínio dos primeiros fará sempre mais sentido do que o extermínio dos segundos).

É apenas uma ideia que deixo à v\ consideração.
Para bom entendedor...

Pela VIDA,
Um abraço para todos,
Buti
 
Não seria melhor para todos, desde o familiar mais próximo, ao contribuinte anónimo, que se fizesse uma "limpeza" dos incapazes e marginais de pele e osso que polvilham as nossas ruas, os nossos bairros, que vivem na miséria, infestados de doenças incuráveis e transmissíveis. Símbolos da verdadeira miséria humana, responsáveis, em grande parte, pela insegurança que se instalou nas nossas cidades. Os assaltos, os raptos, os assassínios...!

E as camas e recursos que ocupam e gastam nos hospitais? As prisões superlotadas e em condições extremas? Para quê???

(Tudo isto à conta dos contribuintes que pagam, às vezes sabe Deus como...)

Quem não conhece um ser destes?

O engraçado é que todos nós "conhecemos" e vimos diariamente esses infelizes, inclusivamente partilhando, por vezes, com eles, o nosso espaço, o nosso tempo. Estão lá, existem e têm provas dadas do seu "curriculum vitae".

Volto a perguntar. Porque não acabar de uma vez por todas com este flagelo?

A história tem-nos ensinado (com alguma insistência), como se faz. E não é preciso recuar muito no tempo, nem grandes tecnologias...limpezas étnicas tem havido bastantes por esse mundo fora e muitas delas sem quaisquer sanções. Motivos? não existem (não podem existir), mas que as há, há. São como as bruxas...

Porque não uma limpeza? Arrasá-los a todos à metralha, com gás, à pedrada, enfim de qualquer maneira. O que interessa é que desapareçam do mapa e principalmente da nossa rua! Limpam-se as ruas, as prisões e passamos todos a viver com mais segurança e qualidade.

Porque não, aprovarmos uma lei que permita o extermínio de qualquer ser humano que viva em condições decadentes, incomodando o próximo, por exemplo, há mais de 10 semanas?

Acho que esta pergunta fará mais sentido do que a que querem submeter a votação, senão vejamos:
Esta, diz respeito ao assassínio de gente com provas dadas. A outra diz respeito ao assassínio de GENTE que não teve tempo de provar nada!
(Até por uma questão de economia, o extermínio dos primeiros fará sempre mais sentido do que o extermínio dos segundos).

É apenas uma ideia que deixo à v\ consideração.
Para bom entendedor...

Pela VIDA,
Um abraço para todos,
Buti
 





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