FIM

O BdN nasceu há quase 4 meses, no dia 22-10-2006, e termina aqui. Tinha como objectivo fazer campanha pelo Não, provocando o debate e uma discussão que se pretendia séria. Ao fim de mais de 1000 posts, centenas de mails recebidos, dezenas de debates em que participámos, milhares de comentários, mais de 80.000 visitas e uma média nesta última semana de cerca de 2.000 visitas diárias, penso que alcançámos o nosso objectivo. Perdemos, porém, o referendo, como já se vinha adivinhando por todas as sondagens que foram publicadas.
Pelo caminho publicámos um livro, a nossas expensas, revertendo os lucros das vendas para uma associação - Ajuda de Mãe - que ao longo dos últimos 16 anos se tem dedicado a ajudar mulheres grávidas em dificuldades. Muito embora pensemos que os montantes são nesta altura pouco relevantes, porque muitos foram generosos nas suas contribuições e mais ainda na compra do livro, importa referir que já angariámos mais de € 2.500 com as vendas directas do livro.
Em jeito de balanço colectivo, não podemos deixar de agradecer a todos os que contribuíram para este blogue, com textos ou com o seu apoio. A lista de colaboradores especiais é conhecida e está ali ao lado. A todos, os nossos sinceros agradecimentos.
Os nossos comentadores, pelo Sim ou pelo Não, foram incansáveis e, em certa medida, é também deles o que aqui fizemos.
Deixo também um pedido de desculpas a todos aqueles que nos foram enviando mails, muitos deles com excelentes textos para publicação, e que não obtiveram qualquer resposta nem viram os seus textos publicados. Confesso a minha incapacidade nestas últimas 3 semanas para gerir as respostas que se impunham.
A título pessoal – tendo sido o “idiota” que se lembrou de fazer este blogue –, gostaria também de dizer o seguinte.
Foi muito bom para mim partilhar esta casa com pessoas que admiro, dos blogues e não só, os quais têm todo o mérito por aquilo que conseguimos fazer. Aos autores permanentes do BdN, dirijo uma palavra de reconhecimento por terem aceite participar desta iniciativa, não sabendo à partida no que se estavam a meter.
Ao longo dos últimos meses escrevi dezenas e dezenas de posts e fiz outros tantos comentários. Cometi excessos e quanto a este particular fica o meu arrependimento. Penso, no entanto, que o balanço só pode ser positivo.
Ontem, a maioria das pessoas que votaram optaram pelo Sim à pergunta que nos era colocada. Sem querer entrar na análise política profunda dos resultados, parece-me óbvio que terá sido o Sim moderado a ganhar o referendo. Pelo menos, é o que espero. O Sim que não vê o aborto como um direito mas sim como um mal menor. Apesar de não concordar também com este Sim, a verdade é que é este que espero ver plasmado na regulamentação da lei que a AR se prepara para discutir. Uma lei que imponha não só um período de reflexão mas também um aconselhamento obrigatório a todas as grávidas que tenham a intenção de abortar (no sentido de levar a gravidez até ao fim). No fundo, uma lei que contemple aquele princípio que a grande maioria dos defensores do Sim afirmaram vezes sem conta – a de que também eles são contra o aborto. Para isso, o Estado terá de abrir os cordões à bolsa, ajudando quem mais necessita, de forma a reduzir as razões que poderão levar uma mulher a abortar.
Espero igualmente que a “montante” seja feita uma aposta séria num planeamento familiar sério e responsável. É por isto que me vou bater, já a partir de hoje, nesta minha outra casa.
A todos, mais uma vez, muito obrigado.
Até sempre.

ATÉ SEMPRE

A luta pela vida humana é de todos os dias. Não acaba num referendo, nem num blogue. Este blogue foi um qualificado e decisivo contributo para ganhar adeptos para a causa da vida. Honro-me de nele ter podido participar. O Não perdeu por muitas razões e será bom discuti-las. Mas hoje é tempo apenas de dizer que continua a fazer sentido o combate dos valores e das convicções. Parabéns a todos.
Jorge Ferreira

Perdemos

Perdemos, redondamente, o referendo. Perdemos porque já em 98 a mobilização do “não” foi quase total. Crescemos em votos (cerca de 200.000), mas o esforço meritório de 14 movimentos não foi suficiente para contrariar o trabalho das três estruturas partidárias organizadas e profundamente empenhadas no “sim”: não conseguimos convencer os indecisos e abstencionistas de 98 de que a melhor resposta ainda era votar “não”. Perdemos porque a eficácia do “sim”, com as suas mensagens curtas e simples (embora enganadoras), sabiamente preparadas e difundidas ao longo dos últimos anos, foi notável. Perdemos, sobretudo, porque as palavras do Primeiro-Ministro na última semana encontraram terreno fértil em muitas pessoas que “estavam fartas do tema” e queriam, por isso, ver a questão definitivamente silenciada. Outras, a maioria, nem se interessaram pelo referendo e ficaram em casa, desprezando um assunto que não lhes resolve os problemas diários.

Ainda assim valeu muito a pena dar a cara por esta causa, junto de tantas pessoas tão diferentes, mas tão unidas na mesma resposta. Valerá agora a pena continuar a batalha pela supressão das causas do aborto, porque essas não desaparecem com o “sim”. O compromisso com a vida, das crianças e das mães, não se interrompe.

Interrompendo voluntariamente a minha participação neste blog. Ou, melhor dizendo, cessando-a definitivamente. Abortando-a, portanto.

Neste tipo de coisas é habitual nesta fase felicitar os vencedores ou aqueles que mais contribuíram para a vitória. Uma vez que não consigo considerar que neste assunto tenha havido vencedores, limito-me a felicitar os Gatos Fedorentos e Bento Domingues pelo inexcedível contributo para o resultado final. Ao segundo, agradeço ainda efusivamente a possibilidade da laracha imbecil que nos foi atirada pelo Anacleto. Não o esquecerei.

Não se pode esquecer, também, o imprescindível contributo da comunicação social para o resultado final, estão de parabéns. Aguardo que alguém venha a fazer um estudo sério do modo como a imprensa e as televisões (principalmente) trataram esta questão.

O resultado deste referendo é a possibilidade do aborto livre. Espero que os que consideram ter ganho não tenham levado os festejos de ontem à noite tão longe que esta possibilidade se torne uma realidade já nas próximas semanas, a simples pedido da mulher, num estabelecimento blá, blá, blá.

O resultado deste referendo, repiso, é a possibilidade do aborto livre, a destruição da vida intra-uterina por simples desejo da mulher. O número de abortos vai, obviamente, aumentar consideravelmente. Desejo que todos aqueles que votaram SIM de forma bem-intencionada conduzam as suas vidas futuras apoiando de um modo tal a maternidade e a vida que não venham a ser atormentados pelos fantasmas de milhares de fetos no momento do juízo final.

Não vale a pena acusarem-me de ter mau perder. Eu não perdi nada. A sociedade é que resolveu inverter por completo os seus valores relativamente à vida humana, perdendo-os. Os meus continuam exactamente na mesma, inabaláveis. E estão correctos.

And Now For Something Completely Different



COMENTÁRIO FINAL

Penso que não há muito mais a dizer sobre os resultados. Subscrevo completamente o rescaldo feito pelo Eduardo: lutámos por aquilo em que acreditamos mas, sendo derrotados, não pomos em causa, obviamente, o resultado obtido e a sua validade política.

Gostava só de deixar um último pedido: que todos, qualquer que tenha sido o seu sentido de voto, não pensem que o problema do aborto ficou resolvido, e da mesma forma que se empenharam na campanha pelo Sim ou pelo Não, se empenhem agora na ajuda às mulheres que sofrem os dramas associados a uma decisão de aborto. Como sempre o dissemos ao longo da campanha, acreditamos que o aborto não é uma boa solução. Agora, mais do que nunca, temos que encontrar formas de o evitar, quer ao nível da prevenção, quer ao nível do apoio à maternidade, quer ainda ao nível dos mecanismos de adopção.

Valeu a pena

Ultrapassar a dificuldade de me expor em público.
Aprender a conviver com outros «nãos» dentro do próprio blog.
Fazer novas amizades.
Ouvir as opiniões e as críticas dos outros.
Aprender a aceitá-las e a responder-lhes.
Lutar por uma causa em que acredito.
Até mesmo perder. Pior seria não ter ido à luta.

Entristece-me a derrota porque estou plenamente convencida de que a vitória do «sim» não é resposta para este drama social. No entanto, foi esta a posição expressa ontem pelos portugueses. É um facto. Temos de o aceitar.

E é precisamente por isso que, mais do que nunca, vale a pena levantar a cabeça, arregaçar as mangas e continuar a lutar contra as causas do aborto.

A todos, muito obrigada.

Subsídio à maternidade

As notícias de hoje falam que o orçamento da Saúde fechou com resultado positivo. A propósito disto lembrei-me de uma das propostas feitas, na noite de ontem, pelos movimentos cívicos do “Não”.
É simples. Como a partir de hoje a mulher grávida tem “direito” a abortar até às 10 semanas pago pelo Estado, se decidir não o fazer, defendendo a vida que tem dentro de si, deve ter direito a receber um subsídio de montante equivalente ao que seria gasto com o aborto no SNS.
Tão simples quanto justo. E, como todos somos pela vida e contra o aborto, haverá consenso nacional sobre esta proposta, certo?
Aproveito para me despedir deste espaço.
Voltamo-nos a encontrarmo-nos no Cachimbo de Magritte.
Até sempre.

LER OS OUTROS

Escrever isto, em 2007:

"Acordar

com a sensação de que a longa noite obscurantista chegou ao fim."

Nem dois pares de estalos serviam para a acordar da "longa noite" que vagueia na cabeça dela, se é que a tem.

Declaração de vencido

Os portugueses votaram e nós perdemos. É simples. Não é o fim do mundo. Não é sequer o fim de "um" mundo ou o fim do "nosso" mundo, ao contrário do que muitos têm dito. Porque há quem tenha perdido mais do que nós: aqueles que, nos próximos anos, deixarão de nascer porque o "sim" venceu. É por eles que não posso dar os parabéns a quem hoje se proclama vencedor. Apesar das suas boas intenções, ninguém - nem mesmo as mulheres a quem agora é dada uma solução de sentido único - ficou a ganhar com esta vitória.
A não ser, claro está, o Primeiro-Ministro. Politicamente, a vitória do "sim" pertence-lhe por inteiro. Foi ele que prometeu o referendo, que lançou o PS e o Governo na campanha, que deu a cara na recta final para contrariar a recuperação do "não". Arriscou e venceu. Calou o PS que o acusa de governar à direita e secou, durante três meses, a oposição à esquerda. Basta lembrar que, três dias antes do referendo, o Governo anunciou o contrato individual de trabalho para os funcionários públicos da saúde e da educação - e nem o PCP nem o BE esboçaram qualquer crítica. Com a campanha do aborto, Sócrates conseguiu, mais do que silenciar estes partidos, pô-los objectivamente a trabalhar para o Governo.
De resto, o referendo foi para a extrema-esquerda menos uma consulta popular do que uma página da sua própria agenda. Mostraram-no as declarações, esta noite, de Jerónimo de Sousa e Odete Santos, exaltando as "conquistas de Abril" e a longa luta do PCP pelo aborto livre, ou as de Francisco Louçã a ajustar contas com a Igreja (por meio de um súbito amor à "liberdade de consciência dos católicos"), ou ainda as de Carvalho da Silva, para quem isto é apenas o início de "outras lutas culturais para modernizar Portugal".
Outras guerras virão. Tem razão Vasco Pulido Valente, que o disse há uns dias. Não tem razão o Primeiro-Ministro, embora queira que acreditemos, quando diz que hoje se vira a página do aborto em Portugal. Não só não se vira como, mais tarde ou mais cedo, voltaremos a discutir o prazo do aborto a pedido.
Cá estarei para esse combate, e para outros que se adivinham. 11 de Fevereiro foi apenas uma batalha. Agradeço ao Rui Castro o convite para a travar e a todos os meus camaradas de blogue - a todos sem excepção - a sua companhia. Há derrotas que nos honram. Mesmo (ou sobretudo) se pesadas.

O meu rescaldo

A política interessa-me, sobretudo, como combate. E o combate só tem interesse quando estão em causa matérias de convicção. Por isso, gostei bastante de participar nesta campanha e de ver, dos dois lados da "barricada", gente empenhada, que dedicou uma boa parte do seu tempo a defender aquilo em que acredita.

A votação foi clara e não fica bem agora fazer uso de argumentos formalistas. Se fosse o Não a ganhar, eu seria o primeiro a considerar inadmíssiveis as tentavias de pôr em causa o resultado pelo facto de o referendo não ser "vinculativo", signifique isso o que significar. Politicamente o referendo é válido e, politicamente, a opção foi clara: liberalização do aborto durante as primeiras dez semanas.

Interessa-me, como é óbvio, que a lei que aí vem seja uma lei minimamente sensata e equilibrada, com consultas, aconselhamentos, etc. Mas, no essencial, a opção que defendi - a proibição, como regra, do aborto - foi derrotada, e nenhuma regulamentação a salvaguardará. Não vou, pois, perder muito tempo a discutir o que para mim é acessório.

O resultado mostra também que houve uma mudança importante no país. Uma mudança que, do ponto de vista político, obviamente, não me agrada. A vitória do Sim começou a ser construída há oito anos, através do trabalho diário que os seus defensores fizeram junto dos partidos, dos media, das instituições, das pessoas, para todos tentar convencer da bondade das suas posições. Já os defensores do Não, se é certo que se empenharam na ajuda de mulheres em dificuldade e em risco de abortar, não é menos certo que descuraram por completo o flanco político e do combate de ideias. Este resultado é, mais do que um alerta, uma ordem para que comecem a participar mais activamente e com maior regularidade na vida política do seu país. Só assim se conseguirá inverter a tendência.

Por fim, um elogio à democracia: com todos os defeitos, continua a ser o melhor sistema para dirimir conflitos políticos. Como há muitos anos alguém disse: "Democracy is a device that insures we shall be governed no better than we deserve." A maioria decidiu, está decidido, e ninguém se fica a queixar.

Vemo-nos em novas batalhas.








OS COLABORACIONISTAS

Uma das coisas mais desagradáveis da campanha que hoje culminou no voto, foi ver que nem toda a gente que se envolveu nela directamente percebeu de que lado estava. Explico-me. Amanhã, ou o mais tardar depois de amanhã, o país tal como ele é volta às nossas vidas em todo o seu horrível esplendor. Começa, finalmente, o pior ano da legislatura - não me digam que ainda não tinham percebido a evidência- e aquele que poderá salvar ou crucificar o governo e a maioria do espartano Sócrates. Muita gente válida do lado da denúncia e da crítica impiedosas (não conheço outras) ao manto diáfano de fantasia em que o PS e o governo nos pretende envolver com o seu "reformismo" de opereta - devidamente apaparicado pelo prof. Cavaco - esteve com o governo e com o PS nesta campanha. Por exemplo, ao alinhar pelo "sim", essa gente está implicitamente a dizer que acredita no SNS, nas urgências, nos hospitais e no INEM do dr. Campos, que aceita o negócio privado e chorudo do aborto "privado", que acha sublime essa fada do PS que se chama Maria de Belém, que aceita o autoritarismo do chefe e do seu - para já - mais dilecto colaborador nesse autoritarismo "democrático", o dr. Costa (o tal do "não estão em causa considerações éticas"), etc., etc. Como o "sim" ganhou, convém a esses colaboracionistas perceberem que, acima de tudo, ajudaram a uma vitória deste PS e deste governo. Ou será que, na sua inquietante ingenuidade, imaginam que são as mulheres, humilhadas e ofendidas, que preocupam o senhor engenheiro e respectiva tropa de choque? Que foi por causa delas, coitadinhas, que Sócrates veio a correr da China, declamou piedosa retórica em jantares e conferências, e mandou avançar com o espantalho do "fica tudo na mesma se não me derem o votinho"? A "direita" sai duplamente humilhada desta cena. Primeiro, pelas parvoíces que alguns dos seus prosélitos disseram e escreveram a propósito do aborto. Em segundo lugar, pelos silêncios comprometidos e pelos alinhamentos com espertalhões da política "dura" com quem andaram a dançar o vira em nome de uma "causa" que não lhes pertencia. Ninguém, da "esquerda" ou da "direita", lhes agradecerá o disparate e, muito menos, o frete.

Adenda: Este texto é igual ao que escrevi de manhã, no Portugal dos Pequeninos. Limitei-me a actualizar os tempos verbais e a evidência da vitória do "sim", desaparecendo os "ses". Apenas uma palavra final sobre isto. Marcelo Rebelo de Sousa teve uma péssima prestação durante toda a campanha, ora aparecendo como "comentador", ora como "partidário", ora como nada. Mais valia ter ficado pela última.

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Rescaldo

Vencedor: sim
Derrotado: não
Idiota inútil: assim não

RADICALISMOS À PARTE

Suspeito que mais uns dias de campanha, com uma participação mais activa da Maria Teresa Horta, levariam o Pedro Lomba a votar Não.

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MODERAÇÃO

O Sim moderado ganhou ao Não moderado. Resta saber o que está atrás do Sim moderado.

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ISTO ESTÁ BONITO

A Maria Teresa Horta diz que o Pedro Lomba é radical.

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O QUE FALTOU?

Cavaco ter-se assumido.

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O DIA DE AMANHÃ

Alguém sabe como vai ser?

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PENA É...

Que a Maria Teresa Horta não tenha falado mais durante a campanha.

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REGULAMENTAR

Penso que esta deve ser a palavra de ordem a partir de amanhã quando o Parlamento iniciar a discussão do projecto lei socialista na especialidade. Caso contrário, arriscamo-nos a ter (até às 10 semanas) a lei mais permissiva da Europa em matéria de aborto, sem que se perspective uma efectiva aplicação da mesma.

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VITÓRIA DE QUEM?

Os defensores do Sim dizem que o Sim é transversal mas nos discursos de vitória só vejo a agitar a bandeira da esquerda.

Venceu a cultura da morte!

11 de Setembro, 11 de Março, 11 de Fevereiro. Datas manchadas pela morte!

2015

Independentemente do resultado uma coisa parece certa: daqui a 8 anos temos novo referendo. Certo?

GOLEADA

Começámos esta campanha com sondagens com diferenças na ordem dos quase 50% a favor do Sim. Nas últimas semanas o Não reduziu a vantagem para cerca de 10%. Ao que parece não foi o suficiente para dar a volta ao "jogo". A confirmar daqui a pouco.

ABSTENÇÃO

Ao que parece a percentagem de votantes aumentou exponencialmente nas últimas 2 horas. Há que agradecer à Comissão Nacional de Eleições pelo "trabalho" feito ao longo de todo o dia no sentido de uma maior participação cívica...

PARA NÃO VARIAR

Adivinhem qual a sede de campanha dos movimentos do Sim?

SIM

Em directo do Rádio Clube, acompanhado por deus (o outro) e por Pedro Adão e Silva, farei o acompanhamento desta noite eleitoral. Ao que dizem, é certa a vitória do Sim. Até já.
Actualização: o Pedro Lomba acabou de chegar. Pelo Sim.

Fiasco referendário?

Chove. Apesar dos apelos insistentes, a abstenção será muito elevada neste referendo. Mais de metade dos eleitores não irão votar. Como interpretar este fiasco? Há uma conclusão inevitável: o tema não mobilizou as pessoas, revelando-se artificial. Não esqueçamos que houve um referendo com a mesma pergunta há nove anos. Talvez seja também um sinal de que muitos pensam que o problema do aborto não se resolve alterando a lei.
Mas a fraca participação neste referendo vem, sobretudo, tornar mais evidente o desfasamento entre "agenda" política e os problemas das pessoas. Esta realidade é preocupante e deve fazer-nos reflectir. Se, como tudo indica, a consulta voltar a não ser vinculativa o Referendo vai atravessar uma crise. Surgirão vozes para alterar a lei e, atrevo-me a dizer, não teremos um novo referendo nos próximos anos.
E agora que venham os resultados.