Porquê não?

Eu sou contra o aborto porque, como pai, bem sei que o filho existe desde a concepção.
Além disso, a minha mulher teve alguns abortos espontâneos e eu vi-os! Da primeira vez que abortou, estávamos debaixo de fogo em Angola, incapacitados de sair de casa, telefonámos ao médico assistente e ele pediu para recolhermos "tudo". A minha mulher estava grávida de dois meses, e fui eu que recolhi "tudo": um pequeníssimo bebé, mas que era muito mais parecido com o nosso filho mais velho, na altura com 6 meses de idade, do que ele comigo, que, na altura tinha 22 anos...
Neste debate sobre o referendo, muitas vezes é apresentada a questão sobre o que ou quem vale mais? O filho ou a mãe? Os adeptos do "sim" acham que é a mãe.
Na minha opinião, valem ambos o mesmo!
Ambos têm o mesmo direito a viverem, como têm os homens mais pobre e mais rico do mundo! Todos temos o mesmo direito à vida! Nisso, somos totalmente iguais!
Para quem reconhece isto, só pode votar "Não" no próximo referendo, uma vez que é a única resposta que salvaguarda este igual direito.
Votar "sim" é votar pelo financiamento do aborto (não apenas a sua liberalização)!
Votar "não" é votar para que as grávidas em dificuldade (e não só) sejam apoiadas no sentido de terem os seus filhos!
Não é votando "sim" que se acaba com o aborto clandestino, mas votando "não" e exigindo que o Estado apoie as famílias com filhos, de que até estamos tão carenciados para garantir a sustentabilidade, não só da Segurança Social, como da própria sociedade.
Fernando Ribeiro e Castro





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