PORQUE NÃO?

À elíptica pergunta com que, com toda a probabilidade, seremos confrontados em referendo próximo respondo, simplesmente, NÃO. Sem as tibiezas próprias de quem se esconde na sinuosa redacção escolhida, respondo segura e frontalmente NÃO. E faço-o porque:

- NÃO percebo que diferença ontológica existe entre uma vida com 10 e outra com 11 semanas, ao ponto de tornar eliminável a primeira;

- NÃO acho admissível que se pretenda relativizar o absoluto, que é a vida de uma pessoa;

- NÃO me parece tolerável permitir que o Estado deixe de tutelar a vida humana, sempre, subjugando-a à voracidade de um relógio, de um calendário, com gravíssimas consequências, a prazo, dadas as brechas que abre nessa protecção;

- NÃO creio que a solução dos aflitivos problemas (pessoais, familiares e sociais) que estão na raiz do aborto se pode encontrar na brutalidade da simples destruição de uma vida;

- NÃO julgo que o Estado se possa desresponsabilizar da tarefa de tornar possível e acessível a todos uma maternidade e uma paternidade responsáveis e qualificadas.

Envolvo-me, com empenho, nesta causa porque NÃO considero que a vida dos outros me seja indiferente.

Comentários:
Fiz a primeira ecografia obstétrica precisamente às 10 semanas. Ouvi o coração da minha filha a bater. Com força, com garra.
Para bom entendedor...
 
Para bom entendedor...
Isso quer dizer que não tem problemas de maior da sua vida e está radiante por poder dar tudo o que sempre quis à sua filha?
 
Exacto.
Nunca abortaria.
O maior presente de todos é a vida. É a possibilidade das possibilidades. É o maior de todos os valores e sobre o qual assentam, assim, todos os outros.
Para bom entendedor, duas palavras bastam: VIDA SEMPRE!
Bem hajam!
 
Ana A, não me parece que o Pedro Fonseca seja bom entendedor.

Ó Pedro Fonseca, então isso quer dizer que um bébé só pode viver se os pais não tiverem problemas de maior na vida e lhe poderem dar tudo o que sempre quiseram?

Cá para mim, problemas temos todos, certamente uns mais que outros; e quem acha que um filho é mais um problema, então não o faça. Mas se já o fez, então tem mais possibilidades: entregue-o para adopção, pois há quem queira ter filhos e não consiga (ironias...), ou crie-o com o que tem. O amor é grátis e neste país ninguém morre à fome. Isso chega para viver. Ah pois, mas não chega para ter um barco e frequentar restaurantes da moda.
 
Vocês, assim como eu felizmente, vivem num mundo que não vos permite ver os verdadeiros problemas da sociedade. Com uma diferença de vocês para mim: eu consigo-me pôr no lugar dessas pessoas, vocês não.

Ao dizer "problemas temos todos" só confirma a minha ideia...
 





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