UMA OPINIÃO
Num blogue de um amigo que, por acaso, convidei para participar neste (porque é de uma geração mais "nova" do que a da generalidade dos participantes e é lúcido sem ser necessariamente "rasca"), leio o seguinte:
"Apareceu, aqui há uns dias, o “blogue do não”. A corrida, natural e tradicionalmente como em tudo, vai fazer-se dos dois lados e, o dito blogue, tem a obrigação de conseguir tirar proveito - em conformidade com o objectivo para que foi criado – da sua visibilidade que, ao que parece, está bem encaminhada. Contudo, a crescente notoriedade inevitável que o espaço terá daqui por diante, pode ser a desventura da sua finalidade. É necessário que os seus colaboradores mais honestos consigo próprios não caiam em discursos ingénuos que, à vista do outro lado da galopada e daquelas almas mais “antracite” que vulgarizam de modo idiota o estado de dúvida, serão bons sacos de pancada, risota e enxovalho. De passagem, já por lá vi muita prosa, ou mesmo verso, que NÃO pode aparecer se se quer chegar a algum lado. Existindo, em mim, a esperança que não seja para já a vitória do SIM, qual é a dúvida de que lá chegaremos dentro de muito pouco tempo? Os “portugueses livres” não podem ser libertinos, tontos nem ridículos no que escrevem ao pretenderem, muito bem mas apenas, atrasar esta despenalização. Estou com isto porque o João Gonçalves convidou-me para o elenco da página e, sem ainda ter dado uma resposta, pareceu-me que devia pronunciar-me. Vamos ver.
Apenas o reproduzo na íntegra, com a devida vénia, para que se medite nele. Para além de esclarecer, o propósito deste blogue deve ser o de polemizar. É essencialmente para isso que servem os blogues. Declarações retóricas ou proclamatórias, podem, se forem lidas com malícia, ser equiparadas aos dislates de associações como a - lembrei-me desta por causa do nome patusco - "não te prives". Ora o nosso objectivo é justamente o não nos privarmos de dar opinião - a nossa, a de (quem pode) elucidar - e contradizer. Deixemos, se me permitem o termo, o panfleto e o "Kindergarten" para os vizinhos do lado.