Homem não entra

No Blogue do Não, garanto que não há adversidades electivas. Se temos dedicado tantos posts ao Luís M. Jorge é apenas porque a inversa também é verdadeira. Ontem, o Luís usou uma velha arma de arremesso contra os defensores do "não": a de que escrevem aqui poucas mulheres porque, no fundo, elas estão sobretudo do outro lado. Convido o Luís a dar uma voltinha pela blogosfera para confirmar se a proporção de mulheres em todos os outros blogues, incluindo os que são declaradamente pelo "sim", é ou não superior à nossa. Quanto ao país, parece que há umas sondagens que contrariam o axioma, sondagens que o Luís desvaloriza invocando o amor das viúvas da Beira e de Trás-os-Montes pelo Senhor D. Miguel. Ficamos, pois, a saber que há mulheres de primeira e de segunda. As de primeira votam "sim", são pelo Senhor D. Pedro e não têm o mau gosto de frequentar esta caverna falocrática.
O que eu gostaria mesmo, porém, era de ver o Luís levar este argumento até ao fim. Terão os homens menos direito a falar do aborto do que as mulheres? Se sim, então porque fala tanto o Luís do aborto? E se eu, devido a um cromossoma errado, estou democraticamente inibido de opinar sobre o tema, porque não o estão os outros de fazer campanha pelo "sim"? Ou os muitos deputados do sexo masculino de votar qualquer alteração à lei? Ou qualquer homem de votar em Janeiro no referendo, com o argumento de que tão íntima questão só às mulheres diz respeito? Quer o Luís mandar calar o Primeiro-Ministro ou o Ministro da Saúde, que se têm mostrado tão activos na matéria? Ou os camaradas Louçã e Jerónimo?
Aguardo a resposta - com os mais femininos supiros que alcanço arrancar do meu peito másculo.

Comentários:
Embora em número muito emnor que os homnes, , as mulheres a favor da penalização do aborto até ás 10 semanas, existem.

Mas, curiosamente ( ou não?) são predominantemente mulheres sem filhos ou que já não estão em idade de procriar.

E ... não é coincidência.
 
Não sei em que é que se baseia para dizer isso. De qualquer forma, parece-me que mantém a ideia de que há mulheres de primeira e de segunda, só que agora as de primeira votam "sim" e têm filhos e as outras votam não e não têm filhos. Qual será o próximo argumento? As mulheres só contam se votarem sim e pintarem o cabelo como a Odete Santos?
 
Pedro, absolutamente de acordo; pelos mesmos motivos que é impertinente questionar, como já vi fazer aqui, o direito à opinião de mulheres lésbicas.
 





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