MEDIA - INCONSCIENTE (?) SERVIÇO PELO SIM

Nos últimos dias, não há telejornal que não passe uma reportagem sobre as clínicas de aborto espanholas. Até já todos as conhecemos pelos nomes: Os Arcos, Los Bosques, etc. Quem não sabia onde abortar em segurança, agora já sabe. Eis um bom serviço de informação prestado aos abortistas.
Ficamos a saber que fazem uns milhares de abortos por ano, a espanholas e portuguesas, quanto cobram, que têm óptimas condições de higiene e conforto, que acompanham as parturientes, e por aí fora. Se é verdade ou publicidade a custo zero, não sabemos. Sabemos, isso sim, que são instituições legais. E, acrescento eu, com fins lucrativos.

Por agora, deixo só esta pergunta: será que nos próximos dias vamos ver igual tempo de antena reservado a instituições sem fins lucrativos, que dependem do voluntariado, donativos e eventuais ajudas do Estado, como a Ajuda de Berço, Ajuda de Mãe, Movimento de Defesa da Vida, etc? Seria um bom serviço de informação prestado a quem não quer ter os filhos por falta de apoios, e a quem quer verdadeiramente ajudar a reduzir o número de abortos.

Comentários:
Joana, já as conhecíamos, é só ver as páginas de anúncios dos jornais diários de há muitos anos para cá... Assusta-me senmpre que, nesta conversa acerca do aborto, se fale como se descriminalizar fosse criar alguma coisa que não exista já. Meus amigos, os abortos fazem-se, sempre se fizeram e não vão deixar de fazer-se. Resta só decidir que posição deve ter o Estado a esse respeito e que custos em saúde e em vidas humanas queremos que este fenómeno tenha.
 
Fuckitall,
Vejo que corrobora o que escrevi. De facto, instituições com fins lucrativos podem publicitar-se, na nossa TV até o fazem de graça (ou à borla...).
E eu tb concordo consigo: abortos sp se fizeram e farão e só resta decidir o papel do Estado. Mas para nós o Estado não deve apoiar a morte e a desgraça, mas sim a vida e os desfavorecidos.
Despenalizar vai "criar" mais abortos. "Criou" em todos os países onde o caminho foi este, por que é que aqui será diferente...? Insisto, aprendamos com a experiência dos outros.
 
Joana:

Em alguns países a despenalização do aborto reduziu o número de abortos.
 
Excelente pergunta.
 
Bluesmile: nunca me deparei com tal estatística. Pode ser falha minha...
Neste blogue têm sido referenciados números estatísticos de instituições credíveis e fornecidos os links para consulta. Agradecemos que façam o mesmo.
 
Quando o aborto é legal, a mulher é atendida por profissionais que podem ajudá-la a ponderar bem toda a situação, o que como é óbvio não acontece no aborto clandestino.

Não quero particularmente aumentar ou diminuir o aborto, quero é assegurar que a maternidade é um papel assumido livre e conscientemente, e não imposto; e que, sempre que isso implique fazer um aborto, que ele seja feito com um mínimo de danos.

Mas concordo, Joana, que a nossa discordância se situa em saber qual é a melhor forma do Estado ser útil aos seus cidadãos.
 
Mas "criou" mais abortos onde?!?!Vocês defendem argumentos que têm tanto de despropositado, como de irracional, como de fora do plano do real!É de um egoísmo tremendo o que vocês defendem e fazem! Se as pessoas fazem abortos, e não querem ir a Ajudas de Berço, nem Casas de Mães, nem etc., é porque há alguma causa para isso! Ou acham mesmo que essas instituições não são conhecidas pelo menos por algumas mulheres que fazem os abortos?! Estes argumentos estão velhos, gastos e deslocados! Já ninguém tem paciência para vos aguentar com um discurso da vida, e da vida, e da vida, e da vida, e da vida, e da vida...Os abortos sempre se fizeram, ao longo dos séculos, de maneiras mais ou menos viáveis e seguras. Vai continuar, percebem? Vai continuar quer a lei seja mudada ou não! Vai continuar, percebam isto! Não é por vossa causa, os messias modernos, que os abortos vão diminuir! É de um egoísmo sem igual a vossa postura, de querer impôr aos outros as vossas leis, os vossos quereres!
 
Em resposta a fockitall:Meu caro amigo, os assassinios fazem-se, sempre se fizeram e não vão deixar de fazer-se. Resta só decidir que posição deve ter o Estado a esse respeito e que custos em saúde e em vidas humanas queremos que este fenómeno tenha.
 
Cara Joana,

Na teoria estamos todos ou praticamente todos de acordo: Não ao aborto; sim à vida; sim à defesa das mulheres com vidas miseráveis e que decidem abortar em condições miseráveis; sim à defesa dos direitos do Pai; não à criminalização efectiva das mulheres que decidem realizar aborto; sim à existência pró-natalidade (como a defesa e patrocinio das instituições que refere).

O problema é " when theory meets paractice!". Na práctica:
a) não é coerente termos um espirito de compreensão e fraternidade e simultaneamente querermos que mulheres sejam condenadas ou consideradas criminalmente culpadas por realizarem abortos.
b) Não podemos defender que não se façam abortos (que todos nós ou quase todos condenamos moralmente) mas continuarmos a pactuar coma existência de clínicas clandestinas que realizam abortos em razões deploráveis. Das duas, uma; ou realmente somos contra e defendemos que todas estas clínicas e as mulheres que recorrem a elas sejam criminalmente condenadas, ou então devemos criar condições que salvaguardem as vidas dessas mulheres;
c) Infelizmente aquelas (para as quais o aborto é uma forma de não assumir responsabilidades, pois têm condições económicas e sociais para criar a crianças mas não querem abrir mão dos seus sonhos) não vão abrir mãos dos seus sonhos ... e vão a Espanha. Infelizmente as outras que usam o aborto como um facilitismo ... vão continuar a ir a clinicas ilegais. Infelizmente as únicas que não irão poder abortar, são aquelas que tem uma vida miserável, engravidaram não sabem como , muitas vezes nem de quem. É um problema senhora economista de selecção adversa, provavelmente só não irão abortar com a envolvente actual aquelas que possivelmente teriam mais razão para abortar (se existe alguma razão para abortar).

Penso que este sentido prático de encarar este problema ganha cada vez mais forma na sociedade. A questão é de nós não termos que impor pela lei os nossos padrões mas sim pelo costume e pelas nossas crenças. Não pela negativa, mas sim pela positiva e pelo exemplo....
 
CB: se estás farto, não voltes... fazes um favor a todos. Só dizes disparates. "O Insulto é o argumento solitário do estúpido" (povo)
 
Paro o amigo «cb» é pena ele não estar farto de ser burro burro e burro... e ainda não estar farto de ser: irresponsável irresponsável e irresponsável...
Felizmente para a nossa sociedade e para a nossa discução, que estas «aves raras», saloias cretinas e cosequêntemente coitadinhas são cada vez mais difícieis de encontrar! Eu dei-me conta disso com a colaboração deste idiota e fico muito satizfeito!!! Obrigado!
 
Caro Indeciso,

Concordo com quase tudo o que diz no seu primeiro parágrafo. E digo "quase" pq de forma alguma concordo com a não criminalização de algumas mulheres (já sabemos quais).

Quanto ao restante:
a) não posso ser compreensível e fraterna com algumas mulheres, as tais da desresponsabilização e do facilitismo. Como esta proposta de Lei as abrange, voto Não. Estas devem continuar a ser penalizadas, as outras efectivamente, e bem, não o são.

b) não concordo que a liberalização do aborto acabe com as práticas clandestinas. Estamos a falar de liberalizar até às 10 semanas; às 11 semanas continuamos a ter as grávidas a abortar na clandestinidade ou nessas clínicas legais e de forma ainda mais encapotada. Acredito que a única forma de dissuadir tais práticas é actuando na causa e não na consequência. A clandestinidade não acabará se continuar a ter "clientes", mas sim por falta delas. Vamos então fazer com que as mulheres não queiram abortar.

De resto, sugiro que leia o post do Luís Aguiar Santos (IVG: recolocar a questão moral".

Até já.
 





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