No fundo, é tudo uma questão de prioridades

Confesso que não percebo o alcance das recentes deambulações do João Miranda sobre o aborto e a liberadade individual, ainda que não o ache próximo (sequer moderadamente) das teorias que tem divulgado. Em todo o caso, já que falou de Peter Singer e do radicalismo das suas posições em defesa dos "direitos" dos animais, seria bom que se divulgassem também as opiniões que o Professor tem acerca do aborto e do infanticídio, por exemplo:

«Human babies are not born self-aware, or capable of grasping that they exist over time. They are not persons»; therefore, «the life of a newborn is of less value than the life of a pig, a dog, or a chimpanzee.»

Nunca é demais avisar que ideias deste tipo não são tão marginais quanto possam parecer. Depois de décadas a aperfeiçoá-las, Peter Singer foi nomeado professor responsável pela cadeira de Bioética em Princeton, uma das mais reputadas universidades do mundo, e tem hoje uma grande número de seguidores, muitos em posições influentes da academia e não só. Isto lembra-nos que determinadas inovações, pese embora a aparência actual de pequenos passos, se podem revelar, no futuro, uma porta aberta para os mais ferozes utilitarismos.

Adenda: O mais destrutivo e eficaz crítico das teorias de Singer tem sido Roger Scruton. Conferir aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

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