COGUMELOS SELVAGENS?

"Luís Graça [do Colégio da Especialidade de Ginecologia-Obstetrícia da Ordem dos Médicos] defende que «os hospitais não tem vocação para fazer abortos a pedido» e que se a nova lei for aprovada, as clínicas «vão aparecer como cogumelos»." (in diário digital)

Comentários:
É óbvio que se o aborto for legalizado as clínicas vão aparecer como cogumelos. Disso ninguém duvida, nem é o que está em causa.
A diferença é que em vez de termos parteiras aos cogumelos, teremos clínicas com condições, especializadas e com o mínimo de cuidados de assistência, que impedirão as mulheres de ir para os hospitais públicos com problemas decorrentes de abortos mal feitos.
Só uma pergunta: o facto de o aborto ser legal contribui para o aumento de abortos em Portugal????
Resposta: Não! A diferença é que em vez de se irem comprar caramelos a Espanha, faz-se um aborto em Portugal. Porque quem quer abortar fá-lo sempre, independentemente do lugar, das condições, da lei. A vida privada de cada pessoa só a ela diz respeito!
 
bom dia! Queria saber se os abortos aumentaram ou diminuiram nos países onde a IVG já está legalizada. Poderiam fornecer dados estatísticos que comprovem a vossa resposta? Obrigada.
 
"A vida privada de cada pessoa só a ela diz respeito"
Exactamente. Por esse motivo é que a resposta no próximo referendo só poderá ser NÃO. Não aceito que o Estado financie com os meus impostos os vícios privados dos outros. Era só o que mais faltava!
 
Caro Anónimo:
"a vida privada de cada pessoa só a ela diz respeito". Absolutamente de acordo! A vida privada de uma pessoa com 10 semanas, 20 semanas, 200 semanas ou 2.000 semanas só a ela diz respeito e por isso ninguem tem o direito de a interromper.
Cumprimentos
 
Espero que as clínicas não se atropelem em publicidade...
 
Carolina,
Efectivamente, o número de abortos aumenta com a legalização.
Desde logo, aumentam no período (ano) seguinte, por inclusão dos que anteriormente eram clandestinos e para os quais não havia dados oficiais. Mas passado este fenómeno, os números continuam a aumentar, demorando vários anos até estabilizarem.

Já aqui escrevi dois ou três textos sobre o assunto, com referência às fontes utilizadas (desculpe mas não consigo fazer o link).
Vá aparecendo porque mais dados serão apresentados, com links ou informação sobre a fonte.
Cumprimentos.
 
Ao Sr. Rui Castro,
"Não aceito que o Estado financie com os meus impostos os vícios privados dos outros." Mas este pessoal julga que as pessoas que optam por fazer o aborto o fazem de ânimo leve?! Acham que não vai ser uma opção que vai marcar a vida de quem a tomar?! E mesmo assim opta por a tomar! Vício?! Moderem a linguagem meus senhores, não há bons e maus aqui. É uma questão séria que deve ser debatida com seriedade. Mexe com o íntimo de todos é verdade, mas devemo-nos respeitar a todos. Digo eu...
 
"Só uma pergunta: o facto de o aborto ser legal contribui para o aumento de abortos em Portugal????
Resposta: Não!"

Eu diria: "Resposta: Sim, e muito!"

"A vida privada de cada pessoa só a ela diz respeito!"

Isto estaria certo se cada pessoa fosse uma ilha isolada do resto do mundo. Na verdade, cada pessoa é um conjunto de relações, e decisões sobre a "vida privada" influenciam a vida dos outros. No caso do aborto, existe uma óbvia influência da decisão de uma pessoa sobre outra pessoa.
 
"Mas este pessoal julga que as pessoas que optam por fazer o aborto o fazem de ânimo leve?! Acham que não vai ser uma opção que vai marcar a vida de quem a tomar?!"

A maioria das pessoas sabe que praticar um aborto é uma decisão difícil e não desejada. Na maior parte dos casos afecta a mulher para o resto da vida. Isso não implica que as sociedades o aceitem sem restrições. Há muitos exemplos de casos destes, com gravidade variável: desde a pessoa que furta um objecto ao psicopata que tira a vida a alguém. Todos eles tomam decisões presumivelmente difíceis e não desejadas, mas que são em diferentes graus execradas pela sociedade.
 
Caro António,
É evidente que influencia. Neste caso, influencia desde logo o pai da criança e o próprio feto. Quis unicamente ridicularizar a afirmação "A vida privada de cada pessoa só a ela diz respeito!", vinda de quem, por outro lado, pretende que seja o Estado a financiar os vícios de cada um (o vício, como é obvio, não é o aborto...).
 





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