Com artistas convidados destes ...

A Senhora Upeka de Silva, artista convidada pela APF para o número mediático na Maternidade Alfredo da Costa, escreveu no Boletim Médico da IPPF (Tomo 37 Número 4 Agosto 2003) que, como consequência da política americana de não financiar organizações que promovam o aborto, foi forçada a separação dos serviços de planeamento familiar e dos serviços relacionados com o aborto.

Fica assim provado à saciedade que, para a IPPF de que a APF faz parte, o aborto é mesmo planeamento familiar e que aquilo que dizem não corresponde àquilo que pretendem e muito menos àquilo que fazem.

No mesmo texto, a referida senhora debruça-se sobre os problemas dos "prestadores de serviços" (leia-se médicos) considerando que a profissão médica proporcionou alguns dos maiores impedimentos à prática do aborto. Vá-se lá saber porquê.

Para Upeka de Silva, "uma dificuldade específica surge para os médicos que sentem que é seu dever proporcionar cuidados tanto ao feto como à mulher." É uma dificuldade, pois é.

Continuando, diz "Os prestadores de serviços têm de ser treinados no modo de como proporcionar um cuidado respeitoso aos seus clientes e não mostrar atitudes de castigo ou de juízo baseadas nas suas convicções pessoais".

Gosto das expressões comerciais "prestadores de serviços", "treino" e "clientes". Indiciam uma abordagem claramente centrada nos direitos da mulher. No que toca à deontologia médica e às convicções pessoais, já sabemos onde Ana Gomes foi buscar as ideias.

Mas Upeka de Silva não se fica por aqui e alerta para a necessidade de os administradores de saúde serem sensíveis à possibilidade de esgotamentos - que têm um efeito negativo na qualidade da prestação, frisa - entre as pessoas envolvidas nos serviços de aborto e relacionados com o aborto.

A chave para um serviço com êxito, diz ela, "está em seleccionar pessoal com uma visão comum e um compromisso com a saúde da mulher e depois manter a sua moral e motivação através de apoio e aconselhamento."

Por que será que, para a IPPF da Senhora de Silva, é imposta e artificial a separação entre aborto e planeamento familiar?

Por que será que estes esgotamentos, de tão frequentes, justificam que a multinacional abortista alerte os seus associados para eles?

Por que razão os "prestadores de serviços" têm que esconder a sua deontologia profissional e as suas convicções ?

Por que motivo é tão necessário ter "prestadores de serviços" permanentemente doutrinados e cuidadosamente motivados e acompanhados?

João Vacas





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