Dúvida...

Que mal pergunte, uma das grandes razões invocadas para a legalização do aborto não é a saúde das mulheres pobres que não podem, ao contrário das ricas, abortar em clínicas privadas como as que há em Espanha e que preparam a sua instalação em Portugal?

Não tem sido repetido até à exaustão que o aborto clandestino comporta riscos gravíssimos para a mulher, ao contrário do aborto feito nas ditas clínicas com todas as condições?

Alguém então é capaz de me explicar estas complicações, indicadas em sites de propaganda daquelas?
Complicações:- Evacuação incompleta: nalguns casos, pode ser necessária uma nova intervenção.- Sangramentos abundantes: normalmente devem-se às evacuações incompletas. - Infecções: muito pouco habituais por causa, entre outras coisas, da técnica utilizada e da protecção antibiótica.- Perfurações ou dilacerações.

Comentários:
Ai Mafaldinha, nunca leia a literatura dos medicamentos, sobretudo na parte "efeitos secundários", ou nunca mais toma nenhum na vida e começa a fazer campanha pelo Não aos medicamentos... não dá para serem um bocadinho menos demagógicos? Obrigado.
 
Ai, anónimo das 15:34, que tal admitir que o cerne da questão para os defensores do sim é não verem maldade nenhuma no acto abortivo? Que tal admitir que o querem transformar num método contraceptivo?

Demagógicos não somos nós, mas vós que tentam passar a ideia que em causa está a saúde das mulheres quando, na verdade, o aborto não clandestino tem igualmente consequências gravíssimas.

Demagógicos não somos nós, mas vós que insistem em transformar a questão do aborto numa luta de classes.

Cumprimentos.
 
Mesmo muito demagógico...
Fiquei muito desiludido com o conteúdo deste blog. Pensei que poderia estruturar melhor a minha opinião sobre este assunto mas acabei por me deparar com um grande número de opiniões mal fundamentadas e ataques pessoais. De ambos os lados.
Assim não vamos lá...
 
Para o anónimo das 15:34:
A utilização das drogas, em Medicina, baseia-se numa relação "custo"/benefício, isto é, haverá sempre que ponderar o que envolve mais risco: utilizar uma terapêutica (por moléculas químicas ou não - e neste não envolvem-se actos tão diferentes como uma intervenção cirúrgica e o exercício físico)ou deixar evoluir naturalmente a doença.
No caso do aborto, onde está a doença?
Nota: ao contrário do que já vi para aí escrito, a gravidez não é uma doença, antes um estado fisiológico, indispensável (pelo menos para já...) para a manutenção da espécie humana!
Não comparemos o incomparável!

Graciano Fernandes
 
não me parece tão dificil de perceber que, exceptuando raras excepções que existirão sempre, nenhuma mulher razoável vai usar o aborto como método contraceptivo precisamente porque é doloroso e comporta riscos!recuso-me a aceitar que uma minoria elitista e com pretensões moralistas reduza as mulheres portuguesas a ignorantes e desinformadas, quase ninfomaniacas que estão dispostas a tudo para satisfazer desejos sexuais. Como mulher sinto-me profundamente ofendida com esta visão da Srª D.ª Mafalda.
para além do mais já está estabelecido que existirá controlo da frequencia da realização da IVG.

posso estar enganada, mas parece-me que uma mulher que se sujeita a fazer um aborto tem de estar mais que convicta de que é realmente aquilo que quer fazer. Quem somos nós para lhe dizer que ela está errada, que ela tem de prosseguir aquela gravidez até ao fim?Quem somos nós para lhe negar a liberdade de escolha?

Ana Guerra
 
Obviamente, Ana.
A demagogia funciona assim.

O aborto implica sempre riscos para a saúde - todos os que a a mdafalda referiu. O que a mafalda se esqueceu foi de referir que esses riscos sãoe specilamente graves ( com um risco elevado deemortalidade e morbilidade) quando esses abortos são realizados sem assistência médica. E que o risco aumenta exponencialmente com a idade gestacional.
Riscos esses que são reduzidos se o aborto for medicamente assitido e em fases iniciais da gestação.

Jà agora, ao contrário do que escreveu o Graciano, a gravidez e o parto não são meros processos fisiológicos banais também comportam riscos elevadissimos para a saúde das mulheres.
400.000 mulheres morrem todos os anos de gravidez e parto, segundo a OMS. Aliás as complicações do parto saõ tão graves ou maos do que a sde m borto. Hemorragias fulminantes, infecções gravíssimas ,lacerações várias, com destruição doe esfincter anal, mutilações gravíssimas como fístulas, incontinência permanente e outras sequelas acompanham milhões de emulheres que tiveram "partos fisiológicos" isto é, sem assistência médica.
Não é por aacso que a mortalidade materna caíu a pique no nosso mundinho ocidental.
A gravidez, mesmo em mulheres saudáveis, implica sempre um risco.

EStes são dos factos.
O resto é demagogia.
 
Cara Ana: o que está em causa é liberalizar o aborto como método contraceptivo. O referendo tem por objecto o aborto a pedido da mulher, sem que tenha de alegar qualquer motivo para o fazer. Ora, se a mulher ficou grávida e não queria foi por que a contracepção que escolheu não funcionou, logo o aborto que pede torna-se um método contraceptivo, chamemos-lhe de segunda linha.

O resto é que é pura demagogia, como a de dizer que a gravidez comporta riscos elevadíssimos (???) para a saúde da mulher...no século XXI??
 
ID:

Sim, a gravidez e o parto têm um risco elevadíssimo se não houver cuidados médicos, e são um das primeiras causas de morte de mulheres em idade fértil em todo o mundo, sobretudo nos países pobres.
Basta ler as estatísticas da OMS, que lhe recomendo.
 
Bluesmile,

Pelos seus váriadissimos comentários neste e noutros blogues, apesar de não se ter identificado ainda uma única vez, já percebi que é uma mulher e mãe, a julgar verdade todas as suas afirmações.
Muitas vezes quando escreve parece que o faz com conhecimento de causa, gostaria que se possivel a Bluesmile me disse-se. Quantas vezes já abortou ou ajudou a abortar?

Obrigada
Margarida Bastos
 
Margarida Bastos:

Costumo dizer que as pessoas re revelam mais pelas perguntas que fazem do que pelas respostas que dão.
Este é um caso paradigmático.

O tom insidioso da sua pergunta revela bem a sua falta de formação humana, que me escuso a comentar.

Mas vou responder-lhe com serenidade e verdade:

nunca abortei ( nem mesmo espontanemante, veja lá como sou cuidadosa) nem "ajudei" mulheres a abortar.

Não sei se respondi á sua dúvida insidiosa ou se a sua argumentação a favor da prisão de mulheres vai continur a passar pelo insulto em vez de um discurso civilizado.
 
Cara Bluesmile,

Não sei em como a minha pergunta pode ser interpretada como insidiosa, pérfida, traiçoeira ou maldosa.
De todo era minha intenção causar-lhe qualquer constrangimento, e peço desculpas se de facto isso aconteceu e se achou que o meu comentário era insultuoso e pouco civilizado.
Parece-me, e mais uma vez a julgar por verdadeiras todas as afirmações que já proferiu neste e noutros blogues, que fala com conhecimento de causa, como não lhe conheço, nome nem profissão, e os dados, factos e argumentos que apresenta pareciam-me de uma mulher, mãe que já tinha passado por uma situação de aborto voluntário, manifestamente desejado, ou talvez alguém que recebesse e ajudasse essas mulheres, como tal não achei que pudesse ser uma questão assim tão inoportuna de lhe colocar, uma vez que é uma acérrima defensora do sim.
Eu também sou mulher, casada, com uma menina ou um menino ainda que não tenha nascido, tenho 24 anos e nunca passei por uma situação de aborto, nem tão pouco de dúvida, durante toda a minha formação, foi-me incutido que a experiência é a chave da vida, não só a nossa como as experiências dos outros. E é nessa experiência que me baseio para votar NÃO neste referendo, nos testemunhos de mulheres pouco informadas, rejeitadas, economicamente sem possibilidades, sem apoios que amando os seu filhos, ainda não nascidos, levaram em diante uma gravidez não desejada, e que não optaram pela saída mais fácil para a situação que viviam. Era nessa experiência que esperava que os seus comentários se baseassem.
O estado de graça é maravilhoso, e digo-lhe com conhecimento de causa, que apenas a mais ignóbil das mulheres pode ser insensível ao ponto de não ver que dentro de si à uma vida, que faz parte de si, a qual ela tem de proteger, tem de amar, cuidar. Não acredito que quem faça um aborto o faça feliz, mas acredito que o faz consciente das suas acções, e é por isso que deve, SIM ser responsabilizado por elas.

Pela vida!
Margarida Bastos
 
Margarida Bastos:

Ao ver a desenvoltura com que fala sobre o tema do aborto também me assaltou uma dúvida...Poderei concluir a seu respeito que já abortou voluntariamente ou provocou abortos em terceiras? Acharia bem?
Por isso, não perca tempo nem se justifique sobre a sua deselegãncia.Fica patética.

Nem me venha com discursilhos sobre "levar adiante" gravidezes não desejadas. Talvez seja essa a sua experiência pessoal - e , se assim é lamento-o por si, pobre mulher - mas não tem do direito de impor tal violência a nenhuma mulher. SEria "moralistóide", percebe? Tão "moralistóide " como a expressão
"O estado degraça é maravilhoso" , como proclama, qual mística prenhe..
Enfim, será. Resta saber quantas vezes o experimentou ( apenas duas?parece-me pouco..) e em que circunstâncias inefáveis, para assim fazer juízos de valor sobre a outras mulheres, a quem tal "graça" torna desgraçadas e que você chama de ignóbeis.
Tenha pudor face ao sofrimento dos outros.

Já agora, sou a favor da vida.
E contra e esterilidade das penas de prisão e ao aborto clandestino.
Você é a favor da morte de mulheres. Assuma-o.
 
Que magnífico argumento para o SIM que a Mafalda arranjou !

Pois se os riscos parea a saúde existem mesmo quando os abortos são realizados em clínicas com todas as condições, o que fará os que são realizados sabe-se lá onde.

Belo tiro no pé, ó Mafalda !
 
Bluesmile:
Já estou quase a perder a paciência consigo!
Lá está a Senhora a utilizar abusivamente os adjectivos e, pior ainda, com uma desonestidade intelectual intolerável, a pôr no meu texto palavras que não estão lá.
Alguma vez eu disse que a gravidez era um processo simples e banal?
Pode sê-lo para si, que advoga o seu termo com uma leviandade que arrepia... Para mim, não, não e não!
Além do mais, haverá alguma actividade humana que não comporte riscos? Basta sair à rua, para correr o risco de ser atropelada!
A Senhora, perdoe que lhe diga, não percebeu patavina do que eu quiz dizer ou, pior ainda, não quiz perceber e, intecionalmente, deturpou.
Assim sendo, nunca poderemos estar em consonância.
Por outro lado, confesso a minha incapacidade temporal para aceitar o encargo de estar constantemente a desfazer os seus equívocos periféricos, quando a Senhora se recusa a discutir aquilo que é verdadeiramente importante.
Graciano Fernandes
 
Graciano:
Percebi perfeitamente o que o senhor disse. E acrescentei uma informação pertinente e correcta.
Como disse o anónimo acima, a mafalda acaba de dar um grande contributo aos argumentos do sim.
 
Gostei da mística prenhe.
Ah! Aproveitando o título de outro post deste blog queria deixar uma pergunta à autora deste: este texto saiu-lhe por má-fé ou, provável, só mesmo por ignorância?
 
Meus caros,

não há qualquer tiro no pé. Há apenas o desmontar de mais um argumento do sim. Pois se se invoca a legalização do aborto em nome da saúde da mulher e esta continua a correr riscos, lá se vai o argumento. Não?

Ademais, meus caros, só por autismo não percebem que em causa está outra vida, outra pessoa, que urge respeitar.
 
Não. Os riscos existem mas são drasticamente diminuídos com a assistência médica, percebeu?
O argumento é precisamente a redução de riscos, nomeadamente de mortalidade. Percebeu?
Claro que isso para muita gente não tem importãncia nenhuma. Afinal as vidas das mulheres (serão pessoas?) não contam nada e só a vida do embrião merece respeito. OK, é uma perspectiva.
Mas depois não venham com parangonas e slogans a favor da vida. Assumam que se estão a a borrifar para a vida das mulheres. É como o faduncho da desgraçadinhas versus o faduncho do estado de graça. Soa mal. É hipócrita.
 
No post "Pela liberdade, contra o aborto - I" de Jacinto Bettencourt, que provavelmente não terão lido:

«É precisamente por acreditar que a liberdade da mulher deve compreender tudo o que diz respeito à auto-determinação sexual, a escolha do quem, do quando e do como, e a opção não ou nunca, que o signatário vota Não. Assim se dignifica e valoriza a vida sexual.

É precisamente por acreditar que a concepção é o resultado de uma actuação livre, e que a gravidez ocorre porque a mulher, livremente, dispôs do seu corpo de forma a possibilitar a verificação de um efeito provável, que o signatário vota Não. Assim se dignificam e valorizam as escolhas feitas.»

Ou seja: a escolha autenticamente livre e responsável faz-se no seu devido tempo: antes da gravidez. A magnífica ciência permite que assim seja.
Mas a magnífica ciência não permite dizer que aquele ser vivo com 10 semanas não é um ser humano. Quem o disser em nome daquela simplesmente não sabe o que está a dizer, ou é mentiroso e não se envergonha.

Por isso mesmo, o campo de acção do estado e da sociedade em geral é o da educação para o uso responsável da liberdade. Em tudo. Assim se dignifica e valoriza a vida.
Quem quiser ver, veja.
 
Cara Bluesmile,

De facto é uma pena que não queira ler o que escrevi, é uma pena que interprete os meus argumentos da forma que mais lhe aprovem.
Quando se fala em abortar, fala-se em terminar algo que não se deseja, caso contrário não se poria sequer essa hipótese, portanto, lamento imenso mas o meu discurso e os meus argumentos, continuaram a focar as gravidezes, não desejadas, não planeadas, e continuaram também a focar a coragem das mães ainda que desprotegidas optam por amar os seus filhos, afinal de contas ainda que nas nossas barrigas eles estão vivos.
Sei que não gostou da expressão “estado de graça”, não sei o que sentiu quando esteve grávida, mas o este estado de graça é maravilhoso, e vou continuar a dizer sim, que uma mulher que não se sensibiliza com a vida que se criou nela, que cresce dentre dela, é de facto uma pessoa ignóbil, e que apesar de achar na sua percepção da realidade que não tem mais nenhuma hipótese é consciente e responsável pelos seus actos, e como tal deve ser responsabilizada por eles, dentro da percepção e realidade da sociedade. É para isso que aqui estamos afinal, para discutir como a sociedade vai encarar o todo. O Não vai ganhar democraticamente e como sabe a democracia é a ditadura da maioria, logo a percepção e realidade da sociedade, vai continuar sim, a responsabilizar estas mulheres pelos seus actos.
Aproveito esta ocasião, ainda, para lhe esclarecer aquilo que não percebeu no meu discurso, “ …Eu também sou mulher, casada, com uma menina ou um menino ainda que não tenha nascido…” eu não passei pela experiência apenas duas vezes, eu estou a vive-la, grávida de 2 meses, não sei se terei um rapaz ou uma menina.
Se os conselhos fossem bons não se davam, vendiam-se, mas mesmo assim, vou arriscar: liberte-se dessa sua agressividade, da forma ofensiva como se refere as pessoas, torne-se uma pessoa assertiva, com um discurso crítico construtivo que acredita piamente no SIM, mas respeita quem vota Não.

Pela Vida!
Margarida Bastos
 
Margarida:

Não noto grande assertividade no seu discurso, mas um certo narcisismo e uma profunda falta de respeito pelos outros. O que você é realmente foi expresso na sua pergunta inicial.

Passe bem.
 
ID:
peço desculpa pela demora na resposta,mas foi-me totalmernte impossivel responder antes :)
método contraceptivo não é aquele que se usa com frequência, sempre que se tem uma relação sexual da qual não se deseja que resulte uma gravidez? É nesse sentido, que me parece ter sido o utilizado pela Srª DªMafalda no post anterior, que escrevi o comment, ao qual, tão amavelmente, respondeu.
é que no sentido que lhe pretendeu dar, temos então o aborto como método contraceptivo em três situações em Portugal (malformação grave, violação ou perigo de vida da mãe), ou não?
Espero que me desculpe o salientar da falha, mas eu disse que "a gravidez comporta riscos elevadíssimos (???) para a saúde da mulher...no século XXI?? " (o que, aliás, acredito piamente que aconteça, mas não no nosso país, sendo portanto, tendo em conta o ambito deste blog, um dado irrelevante para a discussão).

Srª D.ª Margarida Bastos, muitos parabéns pela sua gravidez!
eu nunca estive grávida e espero que não se ofenda com a pergunta que gostaria de lhe colocar, pois não pretendo de forma alguma faze-lo, mas às 8 semanas de gravidez (2 meses, penso ter sido o que escreveu)sente de facto uma vida dentro de si?

Ana Guerra
 
leia-se "eu não disse que "a gravidez comporta riscos elevadíssimos (???) para a saúde da mulher...no século XXI?? " .
releve-se a falha...

Ana Guerra
 
Cara Ana Guerra,

Soube à muito pouco tempo que estava grávida, e apartir do momento em que vi o meu filho na primeira ecografia que fiz, a felicidade foi tão grande, que nem tenho palavras para descreve-la.
Não vejo qualquer motivo para me ofender com a sua pergunta, mas sim, realmente sinto uma vida dentro de mim, apesar de obviamente ainda não sentir o bébé a mexer-se.
Um dia quando tiver gravida, perceberá!!!

Margarida Bastos
 
Cara Ana Guerra,

Soube à muito pouco tempo que estava grávida, e apartir do momento em que vi o meu filho na primeira ecografia que fiz, a felicidade foi tão grande, que nem tenho palavras para descreve-la.
Não vejo qualquer motivo para me ofender com a sua pergunta, mas sim, realmente sinto uma vida dentro de mim, apesar de obviamente ainda não sentir o bébé a mexer-se.
Um dia quando tiver gravida, perceberá!!!

Margarida Bastos
 
Cara Margarida Bastos,

ainda bem que não se ofendeu (já vi que os animos por aqui andam exaltados, ou pelo menos certos animos), mas será que a solução a esta questão não está precisamente na sua resposta à minha questão? disse
"a partir do momento em que vi o meu filho na primeira ecografia que fiz, a felicidade foi tão grande, que nem tenho palavras para descreve-la." Será que a reacção não será diferente para quem não sente essa felicidade tão grande (que eu,note-se, aceito e respeito com a maior consideração)? Será que uma gravidez indesejada provoca essa felicidade enorme na mulher? e será que, consciente de todas as consequencias das suas acções, essa mulher desejar submeter-se a uma IVG, nós temos legitimidade para lhe negar esse direito?

Cumprimentos

Ana Guerra
 
Cara Ana Guerra,
A mulher (e o homem) que esteja "consciente de todas as consequências das suas acções" - como diz muito bem - pondera as suas acções antes de as tomar, e responsabiliza-se pelas possíveis consequências que delas podem advir. Esta é que é uma mulher com dignidade e autenticamente livre. É este o trabalho que é preciso: educar para a liberdade reponsável.
Hoje em dia, a ciência dá a possibilidade às pessoas (homem e mulher) de evitarem a concepção. E é exactamente nos nossos tempos, em que isto acontece, que se pretende admitir o uso do aborto como método "contraceptivo" - de último recurso, claro. É este o caminho que a proposta do referendo, inegavelmente, abre.
É isto que queremos?
 
Levei um tiro, fónix! Aaaaaaaahhhhhh!!!!!
 
Só para tornar mais clara a última frase do meu comentário anterior.
Eu afirmei que a proposta do referendo inegavelmente abre caminho ao uso do aborto como método "contraceptivo" (está entre aspas porque nessa altura há houve concepção), porque o que está proposto é o aborto livre de restrições até às 10 semanas.
 
Caro Rui Fernandes,

não existem métodos contraceptivos 100% eficazes.
Não quero com este comment refutar a ideia que, pareceu-me, quis transmitir de educação sexual, que acho essencial, mas na minha opinião uma "mulher com dignidade e autenticamente livre" não pode ser forçada a levar a termo uma gravidez que não deseja.

Ana Guerra
 
Cara Ana Guerra,
(comento por pontos - desculpe a deselegância - porque me é mais fácil)
1- Parece-me que percebi.
Na opinião da Ana Guerra, o aborto é método "contraceptivo" 100% eficaz.

2- Na minha opinião, não estamos a educar para o uso responsável da liberdade se dissermos a um(a) jovem: "Tens que estar consciente das consequências dos teus actos e ser responsável por elas! Toma cuidado! Mas também já sabes: se correr mal, em último caso podes abortar". Estamos perante uma contradição flagrante: dizemos-lhe que deve ser responsável, por um lado, mas por outro indicamos-lhe a escapatória para fugir à responsabilidade. Isto não faz sentido.

3- Penso que o recurso ao aborto (nas condições da pergunta do referendo) não dá dignidade à mulher. A atitude que mais importância dá à mulher e à vida que guarda dentro de si, é o respeito pela sua condição traduzido na ajuda, no acompanhamento, na compreensão, no apoio, para que não se sinta só e encontre a força que ela própria não tem, nos outros e na sociedade em geral. Isto sim, dignifica a mulher.

Rui
 
Rui,

está perdoado, não se preocupe com tão pouco ;)
vejamos:
1 - o aborto não pode nunca ser visto como um método contraceptivo, pois estes são aqueles que impedem a fertilização do óvulo, ora, sendo o aborto a interrupção da gravidez, já houve obviamente a fertilização do óvulo.O que deviamos estar a discutir era a dignidade juridico-penal deste óvulo fertilizado.
2 - não me parece que uma gravidez indesejada seja sinónimo de irresponsabilidade, como referi antes, não existem métodos anticoncepcionais 100% eficazes. Se pretende falar em responsabilidade, no sentido de não lidar com as consequencias dos seus actos,é tudo uma questão de perspectiva: será mais responsável aquele que tem o filho, sem condições para tal (e atenção, não me refiro aqui apenas a condições económicas, muito mais importante que isso, é na minha opinião a total ausencia de capacidade afectiva ou social) ou aquele que reconhece a ausencia de condições e faz um aborto?
3 - Não me interprete mal, pois não pretendo de maneira nenhuma que o faça,mas não me parece que esta atitude paternalista e demagógica de "o respeito pela sua condição traduzido na ajuda, no acompanhamento, na compreensão, no apoio, para que não se sinta só e encontre a força que ela própria não tem, nos outros e na sociedade em geral" dignifique de qualquer maneira a espécie humana.

Ana
 
A Mafalda é a rainha do "uma vez apanhada no disparate, continuar, continuar sempre, a ver se ninguém nota".

Pois não é que a jovem escreveu que "Pois se se invoca a legalização do aborto em nome da saúde da mulher e esta continua a correr riscos, lá se vai o argumento. Não?"

Não, tolinha, que o argumento é de que o aborto realizado fora dos locais onde existem condições médicas para o praticar é MUITO MAIS ARRISCADO !

Percebeu ?
 
Anónimo das 23:09,
Se o seu objectivo é vir para aqui desconversar e insultar quem aqui escreve sugiro que deixe de aparecer.
 
Cara Ana:
1-
«o aborto não pode nunca ser visto como um método contraceptivo, pois estes são aqueles que impedem a fertilização do óvulo, ora, sendo o aborto a interrupção da gravidez, já houve obviamente a fertilização do óvulo»
Correcto. Eu próprio o disse num comentário que é por isso que escrevo entre aspas. Mas a Ana, pelo que entendi, vê-o como o último recurso, 100% eficaz, para impedir a gravidez.

«O que deviamos estar a discutir era a dignidade juridico-penal deste óvulo fertilizado.»
Concordo. Em minha opinião, a sua dignidade juridico-penal deve existir em concordância com o que caracteriza essa vida.
Quanto a mim, o que faz sentido é considerar que, não se provando o contrário, é uma vida humana. Isto porque vejo essa vida humana como estando numa das fases do seu processo de desenvolvimento (ou transformação, ou crescimento) contínuo, iniciado desde o momento da concepção (ou será que não começa no princípio?) e que terminada no momento da morte. Digo desenvolvimento contínuo, porque qualquer um de nós, se se olhar ao espelho hoje e comparar com uma fotografia de há 5, 10, 15 anos atrás, pode constatar a evidência de que continua em transformação - já noutra fase e a outra velocidade. Além disso, também contribui para este entendimento o facto de nunca ter sido dado à luz por uma parturiente um jacaré, um macaco, um camaleão, ou qualquer outro ser que não um ser humano - numa determinada fase do seu processo de desenvolvimento, iniciado na concepção.
A partir deste pressuposto, torna-se evidente que deve ser protegido enquanto vida humana que está numa fase específica da sua existência, e que para mais não pode defender-se a si própria.
Mas esta visão não é unânime e por isso, a dúvida permanece. Mas, perante a dúvida, digo o mesmo que alguém disse num comentário deste blog: "Não me parece bem mandar um tiro a uma porta sem saber se está alguém do outro lado." (assinado por "escaffandro").

2- Na minha opinião, são mais responsáveis aqueles que assumem totalmente a sua nova e difícil realidade (consequência dum acto seu praticado livremente) e vão à luta. As condições, podem fazê-las eles próprios juntamente com a ajuda indispensável dos outros e da sociedade - eu também não falei só das condições económicas. Aqui, aparece a enorme importância do papel dos outros (os que lhe estão próximos) e da sociedade (os que estão mais longe). Todos nós somos protagonistas da nossa própria vida e devemos poder contar com os que nos rodeiam.
Uma atitude assim é construtiva em tudo: constrói a própria pessoa na sua humanidade - dignifica-a - e dá lugar à construção duma nova pessoa.

3- não é paternalismo, é fraternidade e solidariedade - a diferença é total; e estas não são "demagógicas" (este termo é muito usado nos nossos dias). São atitudes reais que de maneira efectiva fazem muito mais do que não destruir - constroem. Isto, em minha opinião, é claramente dignificante.
Claro que é o caminho mais difícil, porque implica desgaste, gasto de tempo e meios, congregação de vontades... mas por ser difícil não quer dizer que não seja o melhor. E a nossa escolha deve ser pelo melhor.

Gostei da nossa troca de ideias. obrigado.
 
"gravidez e o parto têm um risco elevadíssimo" - Claro... há mais de meio milhão de anos que a espécie humana tem vindo a diminuir de número.

"Quem somos nós para lhe negar a liberdade de escolha?" - E quem somos nós para arrebentar com esta Sociedade? - uma estrutura multi-milenar que é a forma como os humanos se associaram e se associam. Todas os tipos de Sociedade têm regras, ferozes, de sobrevivência e impedem, drasticamente, que os seus membros as violem.

Os arrazoados de bluesmile - parecem patetices, mas é só sofrimento.

"Nota: ao contrário do que já vi para aí escrito, a gravidez não é uma doença, antes um estado fisiológico, indispensável (pelo menos para já...) para a manutenção da espécie humana!
Não comparemos o incomparável!" - Muito bem!
 
EU VOTARIA SIM PELO ABORTO, SE A LEI TIVESSE EFEITOS RETROACTIVOS!!!...
Percebem? Andam aí tantos!
 





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