O Aborto Dá Votos?


Não sou eu quem o diz: parece evidente a muitos que um referendo sobre o aborto caiu que nem ginjas para lançar uma cortina de fumo sobre medidas impopulares (e provavelmente mal articuladas, mas isso são outros quinhentos mérreis) deste governo. Especialmente quando as sondagens parecem animadoras para o Sim, federar a esquerda parece ser politicamente rendível. Or is it?
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Em Espanha, onde (também não sou só eu que o digo...) Zapatero deve a sua vitória à inépcia de Aznar a gerir o 11 de Março, as sondagens parece estarem a correr mal ao Partido Zapatista, perdão Zapaterista. Mas alguém pensava que Zapatero foi lá posto pelo povo das questões fracturantes, os Louzanas de lá? Ou apesar deles? E como reagirá o eleitorado espanhol aos desmandos abortivos, que têm ocorrido, e ultrapassado até as leis «progressistas» que o PSOE tem aprovado (como se tem documentado amplamente neste blogue). Quanto a mim, até os Holandeses vão acordar um dia e cansar-se de estarem tão à frente em questões que fazem o ser humano andar para trás. Quanto mais os Espanhóis. Quanto mais os Portugueses. Não me espantava nada que nuestros hermanos, da próxima vez que forem às urnas, tenham em conta, ao votar, o ataque à vida que tem sido empreendido pelo PSOE. E que nós, dia 11 de Fevereiro, façamos o mesmo em relação ao ataque à vida que o PS anuncia.

P.S.: Não sendo eu bispo católico, espero que não levem a mal este meu subreptício, moralista e reaccionário apelo ao voto...

Comentários:
Pessoalmente, eu sou de esquerda, há até quem diga que sou de extrema esquerda. Também já me chamaram de esquerda caviar.
No entanto, tenciono votar não, porque a minha consciência mo dita, acima das minhas convicções políticas.
Agora, este post do Jorge parece-me um disparate pegado, porque só está a alienar para o campo do sim aqueles que não partilham as suas perspectivas reaccionárias.
Porque é que não se pode aceitar que uma pessoa de esquerda seja contra o aborto? Porque é que temos de andar às ordens dos partidos? Uma sondagem curiosa que vi uma vez, dizia que 8% do eleitorado comunista era contra o aborto. Eu sei que 8% de 8% não são muitos votos, mas num referendo que se pode resolver às centésimas, querem mesmo andar a alienar os poucos elementos de esquerda que partilham a vossa perspectiva nesta questão trans-partidária?
 
Caro José Luís Malaquias,
Não me parece que o post do Jorge pretendesse ter esse alcance, bem pelo contrário. Conheço muita gente de esquerda que vai votar NÃO, mas a verdade é que a esquerda partidária tem tentado partidarizar a questão, tentando dessa forma obter ganhos eleitorais.
Cumprimentos
 
Caro José Luís:

Eu, que nem sou de direita(sendo que de esquerda é que não sou mesmo...) só estou é farto de ser empurrado para as trevas da reacção pela omnisciente vanguarda dos amanhãs que cantam. E vale bem a pena perder um voto para ganhar dois ou três, denunciando o aproveitamento político da questão da vida humana para fins eleitorais, não pela sinistra direita, mas pela recta e impoluta «sinistra».
 
Claro que ele não pretende ter esse alcance. Mas o efeito pode ser esse, se ele vai buscar questões que não têm nada a ver com o aborto para um fórum onde o que está em questão é unicamente o aborto.
A esquerda tem todo o interesse em partidarizar a questão, para segurar os votos dos seus militantes que não partilham a opinião, fazendo-os sentir como bichinhos-raros.
O nosso papel é contrariar essa partidarização e dizer que defender a posição da nossa consciência não tem nada a ver com as opiniões que se tenham sobre a governação do país.
 





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