"o tamanho de um pequeno rato"

Certamente que seria injusto tomar a parte pelo todo e que muitos defensores do "Sim" não subscreverão este tipo de textos abjectos mas não deixa de ser repugnante (e elucidativo sobre os fundamentos de certos defensores do "Sim") o que se escreve no Franco-Atirador:

Pelos jornais de hoje, graças aos serviços prestimosos do movimento Não Obrigada, soube que o coração de um bebé já bate por volta do vigésimo dia de gestação. Confesso que fiquei de olhos marejados. Em primeiro lugar, pela precocidade da criaturinha. Em segundo lugar por descobrir que o ginecologista-obstetra João Malta, presidente da Comissão Ética do Hospital das Descobertas, chama bebé a um feto de 14 gramas com o tamanho de um pequeno rato.

Comentários:
Não resisto a deixar aqui o testemunho dorido de uma mulher que nunca foi deixada ser mãe. (Este comentário encontra-se noutro site de discussão sobre o aborto.)

A lei como está agora está muito bem. Muitas das pessoas que não podem criar os filhos é porque não tem dinheiro suficiente, não os conseguirão sustentar. Mas às vezes, para muitas mulheres parece mais fácil do que é na realidade.

Eu tive que abortar. Fui a Espanha há uns meses. Mas não foi porque eu quis. Eu agi de acordo com o que a minha mãe e o meu namorado achavam mais correcto. Pensei que ao dar-lhes ouvidos estava a fazer algo que eu queria também . Quando me chamaram para perguntar se eu tinha a certeza do que queria fazer, eu disse muito calmamente que sim com um sorriso na cara. Mas quando vi o meu bebé na ecografia, 9 semanas, ali, quietinho e pequeno, eu comecei a olhar a minha volta e a aperceber-me do que se tratava. Eu ia matar aquele ser, fruto de um grande amor... aquela criatura que se preparava para ser amada... aquele filho tão inocente que não tinha culpa de nada... Eu ia matar, ia deixar que matassem o meu filho!! Naquele momento só queria levar aquela fotografia comigo, mas guardei-a na memória. Todos os traços, os escuros e claros, todos os contornos...
Na sala, posta a soro, eu olhava em volta e cada vez desprezava mais a presença da minha mãe. Cada vez desejava mais que ela não estivesse ali e que nem eu estivesse ali. Finalmente, adormeci com a anestesia na sala de operações. Tanta gente, tantas máquinas...

Desde então, todas as noites choro. Todas as noites olho para o céu e falo... peço desculpa... choro de novo... tremo... Com a mão na barriga sabendo que está vazia e que agora podia estar de 5 meses... "Em Abril ele iria nascer..." e choro, choro, choro... Arrependo-me, falo, pergunto-me, respondo-me...
Até nas aulas, por causa desta história toda da despenalização do aborto, as professoras a falar do aborto e de bebés, o professor de filosofia a falar da morte e a perguntar coisas sobre pessoas queridas que morreram, a perguntar se alguma vez nos culpámos... Em todas essas aulas eu tenho que sair e ir chorar para a casa de banho.

É muito difícil aceitar, quando somos nós as culpadas, quando somos nós as assassinas, quando matamos porque não podemos dar-lhe a vida que sempre sonhámos dar. Mas se matamos, ele não volta. O nosso filho não volta e já não é ÀQUELE filho que vamos dar aquela vida!

Não obrigado. Nunca mais!

Maria
 
Não resisto a deixar aqui o testemunho dorido de uma mulher que nunca foi deixada ser mãe. (Este comentário encontra-se noutro site de discussão sobre o aborto.)

A lei como está agora está muito bem. Muitas das pessoas que não podem criar os filhos é porque não tem dinheiro suficiente, não os conseguirão sustentar. Mas às vezes, para muitas mulheres parece mais fácil do que é na realidade.

Eu tive que abortar. Fui a Espanha há uns meses. Mas não foi porque eu quis. Eu agi de acordo com o que a minha mãe e o meu namorado achavam mais correcto. Pensei que ao dar-lhes ouvidos estava a fazer algo que eu queria também . Quando me chamaram para perguntar se eu tinha a certeza do que queria fazer, eu disse muito calmamente que sim com um sorriso na cara. Mas quando vi o meu bebé na ecografia, 9 semanas, ali, quietinho e pequeno, eu comecei a olhar a minha volta e a aperceber-me do que se tratava. Eu ia matar aquele ser, fruto de um grande amor... aquela criatura que se preparava para ser amada... aquele filho tão inocente que não tinha culpa de nada... Eu ia matar, ia deixar que matassem o meu filho!! Naquele momento só queria levar aquela fotografia comigo, mas guardei-a na memória. Todos os traços, os escuros e claros, todos os contornos...
Na sala, posta a soro, eu olhava em volta e cada vez desprezava mais a presença da minha mãe. Cada vez desejava mais que ela não estivesse ali e que nem eu estivesse ali. Finalmente, adormeci com a anestesia na sala de operações. Tanta gente, tantas máquinas...

Desde então, todas as noites choro. Todas as noites olho para o céu e falo... peço desculpa... choro de novo... tremo... Com a mão na barriga sabendo que está vazia e que agora podia estar de 5 meses... "Em Abril ele iria nascer..." e choro, choro, choro... Arrependo-me, falo, pergunto-me, respondo-me...
Até nas aulas, por causa desta história toda da despenalização do aborto, as professoras a falar do aborto e de bebés, o professor de filosofia a falar da morte e a perguntar coisas sobre pessoas queridas que morreram, a perguntar se alguma vez nos culpámos... Em todas essas aulas eu tenho que sair e ir chorar para a casa de banho.

É muito difícil aceitar, quando somos nós as culpadas, quando somos nós as assassinas, quando matamos porque não podemos dar-lhe a vida que sempre sonhámos dar. Mas se matamos, ele não volta. O nosso filho não volta e já não é ÀQUELE filho que vamos dar aquela vida!

Não obrigado. Nunca mais!

Maria
 
Caro André Azevedo Alves,

Nem vale a pena responder a gente do nível desse franco-atirador. Li o texto a que responde e li a posterior resposta desse senhor: pura e simplesmente repugnante.
Não vale a pena por as mãos na merda.
 





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