PRODUTO DE CONSUMO MASSIVO

Numa recente edição da Gaceta de los Negócios, foi publicado um artigo que elucida como o negócio do aborto tem funcionado na realidade. Transcrevo em seguida algumas passagens, traduzindo e adaptando quando necessário.

(...) Em Espanha, o aborto é um produto de consumo massivo, simples de “produzir” e barato. Além disso, a objecção de consciência de muitos médicos e pessoal saúde, que se negam a realizar estas interrupções, fez com que o “negócio” terminasse em mãos privadas.
Segundo os últimos dados disponíveis, as clínicas que cumprem a obrigação de publicar a sua informação financeira – 70 das 83 contactadas pela Gaceta – declararam receitas de €30 milhões. Este número difere do que resulta da multiplicação do número de abortos declarados oficialmente em Espanha em 2004 – 85.000 – pelo preço médio de uma intervenção destas - €400 -, o que daria €34 milhões.
(...)
No 2º congresso argentino de saúde sexual, Bernardo Acuña, um argentino residente em Espanha, assegurou que as suas clínicas - Ginealmería y Ginegranada – realizavam “entre 50 e 60 abortos legais por semana”. O mesmo é dizer, entre 2600 e 3100 abortos por ano. A uma média de €400 por intervenção, estas clínicas deveriam ter declarado uma facturação superior a €1 milhão. Mas a única empresa registada em Espanha por Acuña – Ginegranada SL – declarou receitas de €134.000.
A Ginemur, por seu lado, declarou receitas de €271.175 em 2005, reconhecendo oficialmente ter realizado, nesse ano, 2334 abortos, o que faria supor receitas superiores a €800.000.

Quando se despenalizou o aborto, em 1985, o legislador procurou fixar limites à actividade, porque, se por um lado acreditou que estava em jogo um direito da mulher, também procurou salvaguardar os do não nascido. Mas estes limites não se aplicam e o aborto é livre.
E foi precisamente esta “liberdade de mercado” que fez com que o negócio do aborto disparasse em Espanha. Os índices de crescimento são espectaculares: em 10 anos, o negócio do aborto cresceu 75,3%.

É uma “pescadinha de rabo na boca”. A facilidade de abortar é tal, que o sistema se auto-alimenta. As campanhas dos diferentes Governos para atacar as “gravidezes indesejadas”, e portanto os abortos, têm sido um fracasso absoluto. A campanha do preservativo lançada em 1989 foi inútil: nos dois anos seguintes os abortos aumentaram 37%. Com a campanha de 1998 sucedeu o mesmo: nos dois anos seguintes os abortos aumentaram 21% e 37%.

Comentários:
O que é curioso é que a "República das bananas" o país onde as leis se fazem para não se cumprirem, o país da corrupção, blá, blá, blá, somos nós! Pelo menos é que toda a gente diz. Ou será que não somos?... é que em Espanha não se cumpre a lei mas lá parece que não faz mal.
 
A facilidade de abortar é tal, que o sistema se auto-alimenta.

Com um pormenor não negligenciável: não se prevê que o aborto a pedido tenha sequer taxas moderadoras.
As mulheres que se desloquem a uma clínica privada para avaliar da possibilidade de abortar vão falar com quem quer que elas abortem (o que já diz muito sobre a isenção com que as várias opções serão apresentadas), a decisão é dela mas quem paga a factura é o Estado.

Mas quem diz que a despenalização do aborto a pedido, como pretendem que seja feita em Portugal, não é uma promoção do aborto deve ter razão. Afinal, este é um mundo de faz-de-conta, onde a lógica, o senso comum ou até mesmo os factos são irrelevantes.
 





blogue do não