SABIA QUE...

... se o SIM ganhar o referendo, a grávida poderá abortar livremente (até às 10 semanas), de forma totalmente gratuita no Serviço Nacional de Saúde, ainda que contra a vontade expressa do pai e restante família?

Comentários:
Havia um comentário da bluesmile que acabei de aprovar mas que não aparece aqui. Peço-lhe que o faça novamente para que todos o possam ler e, eventualmente, responder.
Obrigado
 
O pai da grávida?
 
sabia que: qualquer que seja o resultado do referendo, uma mulher pode não abortar livremente, de forma totalmente gratuita, contra a vontade expressa do pai da criança e restante família?
percebe agora que é sempre dela a escolha? e que deve continuar a ser?
ou acha que a familia pode e deve obrigá-la a ir contra a sua vontade?
 
Em referendo? Votação de braço no ar? Ou direito de veto mesmo?
 
Obviamente sim!!!
É o pai ou a restante família que decidem pelo útero da mulher ?

Um homem deve recusar-se a doar esperma para uma inseminação artificial da própria mulher, mesmo em desacordo com esta e restante família ???

ps: louvo o Vosso sentido democrático aqui no blog, nunca censuraram nenhum comentário meu (sem ironias).
 
Eu não quero ser mãe. Nunca quis. A minha realização como pessoa não passa por aí. Em 18 anos de vida sexual nunca engravidei, sempre fui muito cuidadosa. Mas nada me garante que um dia a pílula não falhe. Devido a um problema de saúde tomo regularmente medicação que interfere com a sua eficácia. Compenso com outros métodos (preservativo). Repito: sou cuidadosa e consciente. Mas caso engravidasse, não teria um filho não desejado.
Um filho é algo demasiado sério para se ter só porque sim. Não é um carro, um cão, uma roupa nova.
Na vossa opinião, toda a mulher que conscientemente decida NÃO ser mãe é um monstrinho egoísta. Uma cabra que não quer servir para aquilo que deusnossosenhor a concebeu. Uma devassa que anda aí a divertir-se na cama e depois não quer o justo castigo.
Não me lixem: não há lei nem governo que me possa fazer desejar ser mãe. Nada mais simples.
Ana Guimarães
 
Meus caros,
Quando vivemos em sociedade é ponto assente que as nossas liberdades vivem limitadas pelas liberdades dos outros (há alguns anárquicos que não aceitam esta ideia, mas refiro-me às pessoas civilizadas que penso sermos todos!). Assim sendo, não aceito que continuem a discutir este assunto ignorando o feto.
 
Mas só ignorando o feto é que os defensores do "sim" têm assunto!... Elementar!... Já que todos parecem ser contra o aborto!
 
Ana Guimarães,
Penso que saberá que há métodos contraceptivos alternativos à pílula, com eficácia elevadíssima e que não apresentam o problema que, no seu caso particular, a pílula coloca. Há profissionais que podem aconselhá-la muito competentemente (eu não sou um deles). Temos a sorte de vivermos numa época em que a ciência, como nunca até hoje, oferece soluções (não apenas uma) muito eficazes para a contracepção.
Temos portanto excelentes condições para exercermos responsavelmente a nossa liberdade, enquanto a temos (se estamos perfeitamente conscientes das possíveis consequências dos nossos actos livres e somos responsáveis, então assumimos totalmente aquelas consequências). A partir do momento em que exista outro ser humano, essa liberdade termina face ao direito irrecusável que esse outro ser humano tem de viver. É por esta razão que, nessas circunstâncias, não é aceitável que a lei permita que se termine com a vida de outro ser humano só porque se quer - ou então seríamos obrigados a rever profundamente as bases legais em que assenta a nossa sociedade, que teriam que deixar de ter a protecção da vida humana como princípio inabalável.
Cumprimentos,
Rui Fernandes
 
Ana Guimarães,

Um filho é algo demasiado sério para se ter só porque sim.
Nesse aspecto estamos totalmente de acordo. Só que, se um filho é algo demasiado sério para se ter só porque sim, não concorda que é também demasiado sério para se abortar só porque sim?

E em que artigo ou comentário publicado no blogue do não foi afirmado que toda a mulher que conscientemente decida NÃO ser mãe é um monstrinho egoísta. Uma cabra que não quer servir para aquilo que deusnossosenhor a concebeu. Uma devassa que anda aí a divertir-se na cama e depois não quer o justo castigo?

Pelo que tenho lido, nenhum defensor do "não" caracterizou (neste blogue ou noutro sítio qualquer) dessa forma as mulheres que decidem conscientemente não serem mães. Nem as que decidem conscientemente não serem mães, nem as que optam por abortar. E, veja lá, nem sequer as que optam por abortar repetidamente.

Será que decidiu responder aqui a algo que ouviu/leu noutro local?
 
Como homem este assunto é-me particularmente caro. Os pró-aborcionistas (particularmente as mulheres) estão sempre a atirar à cara que se as mulheres são responsabilizadas pelo aborto, também os homens o deveriam ser, uma vez que a participação foi de ambos! Depois dizem-nos que, ganhando o "Sim", o feto é posse exclusiva da mulher e que o homem não tem direitos nenhuns à vida do SEU próprio filho! Em que ficamos? Queremos igualdade ou não?
Quanto à anónima que não quer ser mãe: eu respeito o seu desejo! Agora, deve ter em conta que a sua vida sexual é uma escolha livre e racional SUA! Como tal, se daí se originar um embrião (que, na minha opinião é já um ser humano), a responsabilidade dele é sua também! Se os métodos contraceptivos são falíveis, então ao utilizá-los, está plenamente consciente das consequências da sua acção! Se não quer engravidar, há um método 100% seguro, porém enumerá-lo levanta toda a espécie de estigmas... infelizmente. Acho que a solução para todos estes problemas passa pelo bom senso e responsabilidade.
 
Caro Rui,

Relativamente a este ponto (por opção da mulher) eu, antes de ouvir os argumentos de quem não pensa como eu, acreditava sinceramente que se tratava apenas de uma garantia de que nenhuma mulher abortava por decisão de terceiros.

Isto é, aquele ponto na pergunta serviria como garante de que, passando o aborto a ser despenalizado, mesmo assim, ninguém poderia obrigar uma mulher a fazê-lo contra a sua vontade. A opção teria sempre de ser da mulher (mesmo que fosse menor de idade, mesmo que o pai da criança quisesse).

Pensa, sinceramente, que ao incluir aquele ponto na pergunta, quem o fez, estava a pensar no direito da mãe a abortar contra tudo e contra todos e não a pensar que a mãe poderia não abortar, contra tudo e contra todos, porque a decisão era dela?
 
Se o SIM ganhar o referendo, a grávida poderá abortar livremente (até às 10 semanas), por opção, de forma totalmente gratuita no Serviço Nacional de Saúde. E se o aborto realizado for um insucesso e a grávida venha a revelar que o aborto lhe foi imposto, quem vai arcar com as consequências?
 
No acto da concepção existem 2 sujeitos-acho que a mulher não engravida sozinha.
Sendo assim o pai da criança também tem os seus direitos.Se o SIM ganhar neste referendo o seu papel vai ser completamente ignorado (basta ver a pergunta)
 
Cara Alice,
Mais uma vez obrigado pelo seu contributo.
Não sei o que passou pela cabeça de quem fez a pergunta, mas pode ter a certeza de que em termos jurídicos resulta da pergunta a possibilidade da mulher abortar por sua única e exclusiva decisão.
Cumprimentos
 
É verdade, e eu sabia. O pai parece nunca interessar no debate para o aborto, apesar de ser 50% responsável pelo filho. No entanto, para outras coisas já interessa - principalmente quando há €€€ envolvido, mais especificamente €€€ a pagar pelo pai. Aí já se lembram todos do nome do pai.

Os que votam SIM defendem que a mulher deve ter o direito de decidir se o seu filho vive ou morre, esquecendo que não é apenas um novo orgão que apareceu ali na barriga, mas sim um novo ser humano. Onde andam as mães desses? Ainda estão a tempo de os abortar.

Esses do SIM sonham com a China, que o Sócrates, os socialistas e os comunistas (e não só) tanto admiram. Aí as mães são forçadas a abortar pelo Estado - sem o consentimento nem do pai, nem da mãe.
 
Não condenam quem não quer ter um filho??? então aquela infeliz tirada do não querer ter um filho porque já se marcou as férias na neve é o quê????? Se isso não é condenar e rotular as mulheres que abortam de cabras egoístas, não sei o que é...
Nenhuma mulher que queira ser mãe vai fazer um aborto só porque a gravidez coincidiu com as férias. Isso é completamente idiota e de má fé da vossa parte.

já agora: preciso tomar a pílula para ter os meus ciclos regulares e manter os niveis dee estrogénios estavéis. E não me venham dizer para consultar um médico, porque sou seguida por um ginecologista e um endocrinologista. Desde que tive a menarca, vejam lá...

Vocês partem do príncipio que todas as mulheres são saudáveis, logo têm um vasto leque de escolha na contracepção. Não é assim. Por vezes, o nosso corpo prega-nos inúmeras partidas. E mesmo as pessoas mais cuidadosas podem ter um azar. Aliás, as "baldas" costumam parir e deixar andar que alguém há-de tomar conta da criancinha...

"Se não quer engravidar, há um método 100% seguro, porém enumerá-lo levanta toda a espécie de estigmas... infelizmente. Acho que a solução para todos estes problemas passa pelo bom senso e responsabilidade."

Só pode estar a brincar!!! "infelizmente"????
O que você quer dizer é que eu devo abdicar de uma relação amorosa feliz???? Acredita mesmo que uma mulher que não quer ser mãe não pode ter uma relação feliz e duradoura e só anda por aí a "arriscar-se"???
Acha que deveria pedir ao meu marido de 5 anos para se converter comigo à abstinência????

Essa proposta é tão pouco honesta, que desde já prometo não voltar a escrever no vosso blog.

E sim, já ouvi muitas vezes a teoria que uma mulher que não queira ser mãe tem algo de "errado".
E quando recomendam abstinência a uma mulher casada de 38 anos, só podem ser doidos varridos.

Ana
 
Ana estou completamente consigo!
Vocês do não, ou que raio de posição seja essa, são todos uma cambada de hipócritas!!!! muitos de vocês se se vissem " à rasca" queria ver o que faziam.... provavelmente iriam até Espanha longe dos olhares dos amiguinhos do Não uuuuuuh; se calhar,quem sabe, argumentando umas férias na NEVE!!!! para além de partirem do principio que nós mulheres somos todas umas "vacas", ainda nos passam um atestado de ignorância... sinceramente, como é que alguém com dois dedos de testa ano percebe a tamanha idiotice dos vossos discursos de merda!
agora pensem todos com muita força ok.... que eu sei que é difícil... acham mm que existe alguém que seja a favor do aborto?... acham ser possível ser se A favor do aborto.. meus senhores, se eu tivesse que recorrer a um aborto ( fossem quais fossem as razões), acham o quê.. que fazia uma mega festa na NEVE???? vão mas é todos ver o Gato Fedorento e não aborreçam com a vossa ignorância e sejam vocês mais HONESTOS!!!!

Rita
 
"Anónima" Ana Guimarães,
Em primeiro lugar, não confunda (i)quem aqui escreve como colaborador e dá o nome por uma causa com (ii) quem aqui comenta, com ou sem nome, e não é censurado (excepto se o comentário ofender ou fôr ordinário). Sugiro (atrevo-me a ...) que não generalize, tenha a honestidade de não tomar a parte pelo todo e a abertura para ler todos e cada um e criticar de forma independente.

Em segundo lugar, ninguém aqui escreveu que condena quem não quer ter filhos. Mas então que não os faça. Se corre esse risco conscientemente, então caso tenha o azar de engravidar, a decisão de abortar é, em minha opinião, uma decisão egoísta: pensa exclusivamente em si, ou, quanto muito, no casal, que não quer ter aquele filho. Em momento algum pensa no bébé/embrião/feto/whatever.

O que faz para não engravidar é assunto exclusivamente seu, ou do casal.

Nesta sociedade dita civilizada (e para ser civilizada tem que ter regras, caso contrário seria a anarquia em que cada um faz o que quer sem sequer se importar como afecta o do lado), todas as decisões e acções têm consequências que, pelo facto de derivarem das nossas escolhas livres, são da nossa inteira responsabilidade.
O aborto é a desresponsabilização.

Friamente, é algo parecido com: tomei uma opção (não quero ter filhos e corro o risco de engravidar), tenho uma consequência (engravidei) e não me quero responsabilizar por este filho (pela sua formação, pela sua alimentação, pela sua saúde, pela sua educação, etc).
O aborto é desresponsabilização.
 
Caras Ana e Rita,

só uma pequena pergunta. Por que razão têm de escrever utilizando asneiras e insultando quem aqui apresenta opiniões?
Por acaso alguém chamou vacas a quem quer que seja?
Será que não treslêem o que escrevemos por se auto-julgarem?
É que sinceramente nós limitamo-nos a dizer que o embrião é um ser humano, que como tal não temos o direito de lhe tirar a vida, que as mulheres têm a possibilidade de não engravidar e que, se por uma eventualidade tal acontece, isso é uma consequência de um comportamento livre, logo devem assumir essa responsabilidade.
Que eu saiba não falei de ruminantes...
E sim, ninguém pode obrigar ninguém a engravidar. Mas também não é isso que está em causa. Uma boa notícia: existem métodos contraceptivos.
Se estes falham, numa hipótese remota, é um risco que a mulher conscientemente assume.
Olhem. já que não reconhecem grande valor ao embrião (ao ponto de o desconsiderar, falando unicamente no direito ao corpo da mulher como se não existisse outro ser humano envolvido), pensem que também ninguém obriga uma mulher a ser contagiada com o vírus do HIV. Imaginem agora que ela tem relações sexuais com um seropositivo. Também não deseja ser contagiada, mas se isso acontecer, desde que ela tivesse conhecimento do estado de saúde da outra pessoa, a responsabilidade é dela, porque assumiu livremente esse risco, embora não o desejasse. Entendido?
Quanto à referência às férias da neve, ninguém disse que uma mulher abortava para ir para a neve. O que se disse foi que a mulher, caso o sim ganhe, pode passar a abortar sem razão justificativa. E, por isso, pode abortar qualquer que seja a sua razão (que não tem de revelar a ninguém). Quando se prevê uma norma de forma geral e abstracta temos de ter a abertura necessária para pensar em toda e qualquer hipótese que possa ser assimilada pela norma... e sim, se não tem de apresentar uma justificação, pode perfeitamente abortar porque sim, porque lhe apetece, porque quer ir para a neve, porque não quer engordar. Entendido?
 
Cara Ana Guimarães,
Quando diz: «já agora: preciso tomar a pílula para ter os meus ciclos regulares e manter os niveis dee estrogénios estavéis. E não me venham dizer para consultar um médico, porque sou seguida por um ginecologista e um endocrinologista. Desde que tive a menarca, vejam lá...», está consciente que, mesmo use a pílula não apenas para contracepção poderá utilizar, digamos assim, redudância do método contraceptivo?
A Ana pode usar outro método contraceptivo adicional. Se isso não for suficiente para ter 100% eficácia, todos sabemos que numa relação sexual que possa resultar na gravidez ainda há (pelo menos) mais um parceiro do sexo oposto. Também ele pode usar um método contraceptivo adicional.
Desta forma, será possível, acho, evitar totalmente a necessidade de chegar ao aborto. Nos tempos que vivemos, não me parece justificável essa situação.
 
vocês acusam-nos de não ler bem o que escrevem, mas fazem o mesmo.

Eu referi logo no meu primeiro comentário que usava muitas vezes o preservativo como método complementar. O facto de em 18 anos nunca ter engravidado só demonstra que tenho sido cuidadosa, certo?
(Antes que recomecem: já usei o DIU e tive problemas...)
Em parte alguma defendo o aborto como alternativa a contracepção séria e responsável.

Não ser mãe é um direito meu. Mas quando insinuam que para ter esse direito deverei abster-me de sexo (talvez até terminar o meu casamento), acho que estão a gozar comigo, só podem! Ou acham mesmo que um casal que não queira MESMO ter filhos não deverá fazer amor???

E sinceramente, tendo em conta que sou acompanhada por excelentes médicos, ouvir bitaites de pessoas que são bem capazes de perceber menos que eu de contracepção...

Eu não defendo o aborto por dá cá aquela palha. Nem ando por aí a dizer que há mulheres que fazem abortos com a mesma facilidade com que arrancam um dente e outras barbaridas que vocês por aí têm espalhadas. Sabem porquê? Porque não acredito nisso.
Porque nada me garante que, uma vez grávida, não mudasse de ideias e resolvesse ter um filho.

A única coisa que peço é direito à escolha. É assim tão difícil permitir que um filho seja uma escolha e não um fardo???
Ana
 
Caras anónimas Ana e Rita

Bem sei que pelo menos uma de vocês não vai voltar a este blog, mas penso que tenho direito à resposta. Afinal de contas colocaram-me palavras na boca (nunca insultei ninguém, penso sempre ter dito o que queria com moderação), insultaram-me a mim (a palavra hipócrita está muito em voga como auto-justificação do "Sim", nunca percebi porquê), insinuaram que eu seria capaz de fazer algo detestável quando me calhasse a vez (o que é uma calúnia e uma difamação, pois vexas não me conhecem de lado nenhum) e, quanto à minha opinião, acabaram por não adicionar nada de construtivo a este debate.
Felizmente a minha resposta já foi praticamente toda dada pelos comments de joana e mafalda. Peço às sras anónimas que se acalmem e tentem ver toda esta questão com frieza de raciocínio e respeito por quem discorda de vós. Apenas digo que o acto sexual é praticado (pelo menos por vós, pelo que entendi) como um acto consciente e informado e que se devem pesar as consequências e riscos de tal acto antes de o levarem a cabo.
Cumprimentos
 
Ana,

Não condenam quem não quer ter um filho??? então aquela infeliz tirada do não querer ter um filho porque já se marcou as férias na neve é o quê????? Se isso não é condenar e rotular as mulheres que abortam de cabras egoístas, não sei o que é...
Não sabe o que é e, desculpe mas tenho mesmo que ser directo, não lê aquilo a que responde ou não entende o que lê.

Não acuse os outros de usarem expressões (cabras egoístas) que apenas foram usadas por si. Se uma mulher que não quer ter um filho porque já marcou as férias na neve é uma cabra egoísta, é a Ana que o está a dizer, mais ninguém.

Nenhuma mulher que queira ser mãe vai fazer um aborto só porque a gravidez coincidiu com as férias. Isso é completamente idiota e de má fé da vossa parte.
A questão é ao contrário: a Ana aceita que uma mulher se possa dirigir ao SNS para realizar um aborto, pago pelo Estado, porque a gravidez coincidiu com as férias? Não? Pois o seu voto "sim" é também para que uma mulher se possa dirigir ao SNS para realizar um aborto, pago pelo Estado, porque p.e. a gravidez coincidiu com as férias.

Rita,
Se acha que a forma como se exprime transmite a ideia de que a sua posição é uma posição informada, inteligente e coerente, recomendo-lhe vivamente que releia o que escreveu. É que demonstrou precisamente o contrário.
 
Em meu nome peço desculpa pelo fervorismo. Não sou nenhum mulher burra, sem educação, ou sem conhecimento do HIV, ou de métodos contraceptivos, como possam pensar... mas admito que ao longo de meses de discussões em torno deste assunto, com pessoas intolerantes muitas vezes, a paciência começa-me a faltar e, muito provavelmente errei com vocês que apresentam alguma condescendência à opinião de terceiros.
mantenho a minha posição, não sou nem a favor nem contra o aborto, porque penso que a questão não se pode pôr assim, sou pela despenalização da realização do aborto; se a par da despenalização se fizer uma forte política preventiva, muitas questões pelos senhores levantadas serão resolvidas!duvido, também, que mulheres recorram ao aborto enquanto método contraceptivo, a não ser que sejam monstros! o problema é que o aborto há de ser sempre uma realidade... temos que trazer condições às mulheres que, licitamente, o procuram; temos que evitar que essas parteiras e enfermeiras ganhem rios de dinheiro à conta destas mulheres desprotegidas pelo estado!
é verdade que a antiga legislação prevê alguns casos para recurso ao aborto, mas o tempo de espera por uma "resposta" é muito grande, como de resto é em todo o país nas mais diversas áreas da saúde. Muitas vezes, mm em caso de violação, o aborto não é realizado no dia, nem nos dias a seguir.. passando o período previsto pela lei... solução: ou a mulher recorre a parteiras - que ganham rios de dinheiro à conta disto deixando as mulheres, muitas das vezes, em situações de risco, ou é obrigada a ter uma criança indesejada que lhe recordará para todo o sempre uma tragédia na sua vida. estas questões para mim falam mais alto... peço desculpa mas mais alto que o embrião que falam.
Rita
 
Rita,

sou pela despenalização da realização do aborto; se a par da despenalização se fizer uma forte política preventiva, muitas questões pelos senhores levantadas serão resolvidas!
Deixe-me dizer-lhe que está a ver o filme ao contrário. Uma forte política preventiva resolverá muitas das questões levantadas pelos defensores do "sim", não pelos defensores do não. Curiosamente, são mais os defensores do "não" que trabalham para resolver essas questões, não os do "sim".

É que, pelo menos os defensores do "não" que tenho visto manifestarem-se aqui são contra que o Estado permita (e até financie) a morte de vidas humanas em formação apenas porque sim. Nenhuma política preventiva vai alterar esse resultado da despenalização do aborto a pedido.

também, que mulheres recorram ao aborto enquanto método contraceptivo, a não ser que sejam monstros!
Por definição, o aborto não pode ser classificado como método contraceptivo (para evitar a concepção) porque só pode ser usado depois de confirmada a concepção. No entanto, é e será ainda mais utilizado como método de planeamento familiar, substituindo em parte o recurso à contracepção.

o problema é que o aborto há de ser sempre uma realidade... temos que trazer condições às mulheres que, licitamente, o procuram;
Aqui discordamos. O que deve ser feito é criar as condições possíveis para que ninguém seja obrigado a recorrer ao aborto e isso é possível. Não é possível acabar definitivamente com o aborto porque haverá sempre irresponsabilidade e quem se esteja nas tintas para o feto que não fez realmente por não gerar e que gerou.

Com a despenalização do aborto a pedido, não se está a criar condições para que as mulheres que precisam de abortar o façam em segurança. Está-se a criar condições para que as mulheres que não precisam mas querem abortar o façam em segurança e à conta do Estado. Nesta questão em particular, a diferença entre "precisam" e "querem" é do tamanho de um oceano.

temos que evitar que essas parteiras e enfermeiras ganhem rios de dinheiro à conta destas mulheres desprotegidas pelo estado!
Recomendo-lhe que se informe sobre o negócio do aborto. O negócio do aborto é um negócio milionário e a despenalização do aborto a pedido é um filão para as clínicas que se dedicam a esse negócio. No caso em particular de Portugal, isso torna-se ainda mais obsceno por essas clínicas irem fazer fortunas à conta de abortos realizados por opção da mulher e pagos pelo Estado.

Muitas vezes, mm em caso de violação, o aborto não é realizado no dia, nem nos dias a seguir.. passando o período previsto pela lei... solução: ou a mulher recorre a parteiras
A Lei actual permite o aborto no caso de violação até às 16 semanas (quase 4 meses!). A despenalização do aborto a pedido até às 10 semanas não fará rigorosamente nenhuma diferença nesses casos.
 
Ana,
«vocês acusam-nos de não ler bem o que escrevem, mas fazem o mesmo.
Eu referi logo no meu primeiro comentário que usava muitas vezes o preservativo como método complementar. »


Tem razão, isso escapou-me - desculpe. Mas olhe que eu não a acusei de nada, nem é legítimo que pense que eu subscrevo qualquer acusação que um outro defensor do não lhe tenha eventualmente feito.
De qualquer forma, o que no fundo eu queria dizer (também a quem nos lesse) é que é possível chegar à eficácia total da contracepção, desde que haja o cuidado necessário, o que elimina a necessidade de recorrer ao aborto para evitar ser mãe/pai. Portanto, esse argumento não tem validade.
Fico muito descansado com a Ana, que mostra ser extremamente responsável. Assim, estou certo de que não lhe acontecerá o que a Ana não quer.
Um abraço,
Rui
 
Cara Ana, não quero dizer mais nada que a zangue, quero apenas desfazer um mal-entendido: no seu comment que motivou a minha intervenção, você não referia que era casada. A abstinência é, de facto, de díficil prática neste contexto... mas a discordância inicial mantêm-se: será que é lícito à mulher (e o homem) decidirem abortar uma criança gerada no seio de uma relação encetada de forma consciente? Na minha opinião "Não" na sua "Sim" e tudo se resume a isto. Não pretendo de alguma forma ataca-la pessoalmente e considero-a uma pessoa responsável, apesar das divergências.
Apesar de tudo, só foi comentado do meu comment aquilo que eu menos valorizei e que nada tem a ver com o post. Gostaria de saber, como as mulheres podem exigir que a responsabilidade de um filho seja levada a cabo por ambos os conjuges, mas o aborto apenas pela mãe? É um contra-senso e uma discriminação!
Cumprimentos a todos
 





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