TODOS DIFERENTES ... A MESMA RESPOSTA!

Defensor que sou do "não", dei comigo, há dias, a olhar para o lado. Para os que publicamente se assumiram já como tendo, para esta estranhíssima pergunta, uma resposta igual à minha: Não! O que é que nos podia unir?

Esta minha interrogação radicava na certeza de que muito pouco me podia ligar a outras pessoas que deram a cara pela mesma causa. E o mesmo pensarão elas... O que nos une é, única e simplesmente, uma posição de princípio: a de que recusamos, todos, a ideia de que o Estado deve patrocinar, pela ausência de tutela jurídica e até financeiramente, a cessação do curso normal de uma vida humana, se isso suceder até às 10 semanas de gestação, sem que para isso seja preciso demonstrar um motivo qualquer que o autorize ou recomende.

Esta é, na verdade, a única posição que sabemos ser comum a todos. Depois, seguramente cada um pensará de forma diversa sobre as outras questões associadas ao aborto. Mas essas, as outras questões, não são objecto da pergunta que nos vai ser feita.

O Estado só quer saber uma coisa: se eu concordo com a despenalização do aborto se ele for feito, independentemente dos motivos, ou até sem eles, em estabelecimento de saúde e até às 10 semanas de gestação. E a esta pergunta, pela irresponsabilidade que permite a outra resposta, eu digo NÃO! E respondem como eu outros que pensam sobre o resto de forma muito diferente de mim.

Será que todos os que pensam votar sim, aceitam todas as decorrências da sua resposta? Se não aceitarem, se acharem que, sem motivos válidos, ou até sem motivo algum, não é legítimo impedir o nascimento de um ser humano, então têm de concluir que estão do lado errado. Pensem o que pensarem sobre o resto.

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