CAMPANHAS SURDAS-MUDAS

Pelo menos um grunho anónimo apelidou-me de "fascista" num comentário. Ele que combine um encontro no meio da rua comigo que eu terei o maior gosto em lhe devolver o "fascista" em conformidade. Adiante. Estes dias de "campanha" anunciam o pior. Não vai debater-se nada porque ambas as campanhas são surdas-mudas. No final do "debate" na televisão, alguém disse que está em causa, no dia 11 de Fevereiro, acrescentar ou não acrescentar uma alínea ao art. º 142.º do Código Penal. É verdade, e a isto os defensores do "não" - só o dr. Aguiar Branco escapou - não souberam responder porque não estava lá ninguém que sustentasse a actual legislação. Quem ouvisse sobretudo os e as médicas do "não", pode ter ficado com a ideia de que, se dependesse deles, nem o art.º 142.º deveria ter sido alterado em 1984. E a inteligente retórica coimbrã do prof. Vital Moreira ajudou a que pairasse no ar o demagógico registo "prisional" que faz tanto sentido como recusar as excepções que despenalizam o crime de aborto em qualquer parte do "nosso" mundo. Uma campanha surda-muda deixa as pessoas legitimamente em casa no dia do referendo. É bem feito.

(no Portugal dos Pequeninos)

Comentários:
... mais uns preocupados com o feto e com as mulheres que abortam ...

""Votar SIM, é contribuir para o reconhecimento da real diversidade dos modelos familiares para além do modelo heterossexual tradicional, é colocar em xeque um bastião das normas machistas que estão também por detrás da LesBiGayTransfobia reinante.""
 
Vida primeiro, problemas da vida depois!
Já não é a primeira vez que ouço o argumento de que não vale a pena trazer crianças ao mundo sendo os pais alcoolicos, drogrados, prostitutos ou pobre financeiramente. A pergunta que faço é: O que é mais importante, a VIDA ou os problemas da Vida?
 
Olha lá, João, e se o anónimo que te chamou fascista tiver o dobro do teu tamanho? Manténs a "conformidade"? Lao Tsé bem avisou: aponta primeiro, dispara depois.
 
A prestação de Aguiar Branco foi das coisas mais fracas, demagógicas e poeirentas que vi na televisão portuguesa, mas cada um tem a sua opinião...
 
1º - Nao estao a pensar na criança. porque senao pensariam nas crianças que passam fome, nas crianças que sao violadas e maltratadas nas instituiçoes, que teoricamente seriam de apoio às crianças. É para isto que querem proibir as mulheres de abortar.
2º - o facto de o NAO ganhar, nao significa que os abortos parem, continua tudo na mesma, so que as mulheres vao continuar a sofrer riscos desnecessarios e ainda serem julgadas, isto é humilhação.
 
As generalizações são coisas perigosas. Nem todas as instituições são iguais. Se acontece numa não significa que acontece em todas. Acontecer uma ou algumas vezes não significa que aconteça sempre.
Fiquei contente de ver aquele rapaz ontem no Prós&Contras a dizer que é duma instituição e é feliz!
 
As generalizações são coisas perigosas. Nem todas as instituições são iguais. Se acontece numa não significa que acontece em todas. Acontecer uma ou algumas vezes não significa que aconteça sempre.
Fiquei contente de ver aquele rapaz ontem no Prós&Contras a dizer que é duma instituição e é feliz!
 
o facto de o NAO ganhar, nao significa que os abortos parem, continua tudo na mesma, so que as mulheres que nao tem dinheiro para ir as clinicas privadas noutro pais, vao continuar a correr risco de vida e ainda sao julgadas. Nao podemos esquecer que este julgamento cai sobre mulheres de condiçoes sociais baixas. As madames do nosso pais que ficam escandalizadas com o aborto, vao ate Espanha ou Inglaterra passear.
Se isto é ser pela vida...
 





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