MANUEL AZINHAL

"(...) a previsão legal do crime de aborto serve para muito mais do que para perseguir mulheres grávidas. Serve essencialmente para perseguir por esta via quem faz negócio dessa prática. E que com a despenalização continuará no ramo, agora de porta aberta, ou passará a trabalhar nas clínicas espanholas. Fala-se só nas mulheres grávidas para esquecer o facto incómodo de os despenalizados serem fundamentalmente os outros (os que vivem disso, e os que levam a isso)." (Alameda Digital)

Comentários:
PREVISÕES 2007 REVISTA ATLÂNTICO

INTERNACIONAL

1. Fidel Castro morre (e, se não morrer, nós vamos lá matá-lo)
2. Hugo Chávez morre (apesar de sermos de direita, também gostamos de sonhar)
3. Bush recupera a popularidade
4. Bush decide invadir o Irão
5. O presidente do Irão é condenado à morte
6. O presidente da Coreia do Norte é condenado à morte (porque sim)
7. Bin Laden é capturado (ou outro barbudo qualquer)
8. Bin Laden é condenado à morte (ou outro barbudo qualquer)
9. Israel invade a Palestina
10. Palestina é reduzida a escombros
11. UE assina tratado de não proliferação de armas
12. EUA assinam tratado de proliferação de armas
13. UE reduz índices de poluição ambiental
14. EUA aumentam índices de poluição ambiental

NACIONAL

1.O socialista Cavaco Silva vira finalmente à direita
2. O revolucionário de extrema-esquerda José Sócrates vira à direita
3. O terrorista Francisco Louçã é assassinado
4. O fundamentalista Garcia Pereira suicida-se
5. Um incêndio reduz a Festa do Avante a cinzas
6. As greves são abolidas por decreto
7. Os grevistas são enviados para o Iraque
8. As mulheres que fizerem abortos são enviadas para o Afeganistão (nuas)
9. Maria José Morgado é demitida e enviada para o Afeganistão (nua)
10. Militares da GNR são enviados para o Irão (e ficarão nus, depois de serem capturados pelas milícias)
11. CTT, CP, CGTP e UGT são privatizados
12. As mulheres portuguesas que abortaram e conseguirem fugir do Afeganistão serão enforcadas
13. Os ambientalistas são enforcados
14. Golpe de Estado salva o país
 
PREVISÕES 2007 REVISTA ATLÂNTICO

INTERNACIONAL

1. Fidel Castro morre (e, se não morrer, nós vamos lá matá-lo)
2. Hugo Chávez morre (apesar de sermos de direita, também gostamos de sonhar)
3. Bush recupera a popularidade
4. Bush decide invadir o Irão
5. O presidente do Irão é condenado à morte
6. O presidente da Coreia do Norte é condenado à morte (porque sim)
7. Bin Laden é capturado (ou outro barbudo qualquer)
8. Bin Laden é condenado à morte (ou outro barbudo qualquer)
9. Israel invade a Palestina
10. Palestina é reduzida a escombros
11. UE assina tratado de não proliferação de armas
12. EUA assinam tratado de proliferação de armas
13. UE reduz índices de poluição ambiental
14. EUA aumentam índices de poluição ambiental

NACIONAL

1.O socialista Cavaco Silva vira finalmente à direita
2. O revolucionário de extrema-esquerda José Sócrates vira à direita
3. O terrorista Francisco Louçã é assassinado
4. O fundamentalista Garcia Pereira suicida-se
5. Um incêndio reduz a Festa do Avante a cinzas
6. As greves são abolidas por decreto
7. Os grevistas são enviados para o Iraque
8. As mulheres que fizerem abortos são enviadas para o Afeganistão (nuas)
9. Maria José Morgado é demitida e enviada para o Afeganistão (nua)
10. Militares da GNR são enviados para o Irão (e ficarão nus, depois de serem capturados pelas milícias)
11. CTT, CP, CGTP e UGT são privatizados
12. As mulheres portuguesas que abortaram e conseguirem fugir do Afeganistão serão enforcadas
13. Os ambientalistas são enforcados
14. Golpe de Estado salva o país
 
Do NÃO espera-se COERÊNCIA para haver discussão séria!! Que os defensores daquilo a que chamam vida venham defender publicamente:
1 - o julgamento e a prisão das mulheres
2 - o julgamento e prisão dos HOMENS que as fecundaram e também decidiram pelo aborto
3 - UMA PENA DE PRISÃO IGUAL À DO INFANTICÍDIO.

SENÃO, é só hipocrisia. Este referendo coloca apenas 2 questões, ambas políticas: a da criminalização e a questão da saúde pública.
 
Este argumento do Rui Castro de que "os do SIM esquecem a perseguição e condenação aos que vivem do aborto" é terrivelmente absurdo!!
Ao SIM não interessam perseguições cegas! Interessa defender a mulher da humilhação, do julgamento, da condenação! Interessa assegurar que pode realizar a IVG em condições médicas seguras! Interessa o planeamento familiar e a educação sexual! Interessa tornar claro, transparente, regulado e controlado um negócio de saúde que sempre existiu, existe e existirá! Interessa impedir que pessoas não qualificadas e que não assegurem quaisquer condições de saúde, de apoio psicológico, médico e de planeamento familiar, possam continuar a efectuar abortos. Interessa colocar as mulheres que abortam em contacto com o Sistema Nacional de Saúde e com consultas de planeamento familiar, para tentar evitar novas gravidezes indesejadas.
INTERESSA ENCARAR ESTA QUESTÃO SOCIAL COM RESPONSABILIDADE, RESPEITANDO AS MULHERES QUE TOMAM A DECISÃO TÃO DIFÍCIL QUE É REALIZAR UM ABORTO.
 
"Este argumento do Rui Castro de que "os do SIM esquecem a perseguição e condenação aos que vivem do aborto" é terrivelmente absurdo!!"
O argumento não é meu. Trata-se de uma citação.
"Ao SIM não interessam perseguições cegas! Interessa defender a mulher da humilhação, do julgamento, da condenação! Interessa assegurar que pode realizar a IVG em condições médicas seguras!"
Aqui admito que tem razão. De facto o Não não pretende assegurar a realização de IVG seguras. Ao Não que eu defendo interessa em primeira linha diminuir o número de abortos. Esse é o nosso principal objectivo, acredite.
Cumprimentos
 
Diminuir o número de abortos passa pela educação sexual nas escolas, pela informação, pelas consultas de planeamento familiar, pela contracepção generalizada! Não passa por leis criminalizadoras, por perseguição, julgamentos e prisões! Nem por moralismos e paternalismos de uns sobre outros!
 
Concordo que passa por aquilo que indica no seu comentários, mas não passa certamente pela liberalização da sua prática.
Cumprimentos
 
anonymous (3/1/07 15:02)

1 - o julgamento e a prisão das mulheres
Sendo o aborto um crime, naturalmente defende-se o julgamento de quem o pratique. Quanto à prisão, essa pena depende do caso em concreto. Uma adolescente ou uma mulher que aborte numa situação de desespero (por questões familiares ou financeiras) nunca será condenada a pena de prisão. Na realidade, o mais provável é que, sendo identificada, nem sequer venha a ser presente a tribunal. Exactamente o que acontece a quem roube comida por ter fome. Mas, da mesma forma que a pena máxima para roubo é prisão, também deve ser possível mandar para a prisão quem aborte apenas porque sim, sucessivamente e completamente indiferente às vidas humanas que termina e às alternativas.

2 - o julgamento e prisão dos HOMENS que as fecundaram e também decidiram pelo aborto
A fecundação de uma mulher não é nem deve ser considerado crime. E os homens que forcem uma mulher ao aborto ou que a ajudem a abortar são, perante a Lei, tão culpados quanto elas e podem ser condenados à mesma pena.

3 - UMA PENA DE PRISÃO IGUAL À DO INFANTICÍDIO.
E porquê? Por acaso, a única alternativa a não atribuir nenhum direito ao feto é valorizá-lo de forma igual a uma criança nascida?

SENÃO, é só hipocrisia.
E, à suposta hipocrisia dos defensores da vida, o anonymous responde com ignorância (da Lei, por exemplo), intolerância (para com opiniões diferentes da sua) e violência verbal.

Este referendo coloca apenas 2 questões, ambas políticas: a da criminalização e a questão da saúde pública.
Errado. Este referendo só coloca uma questão e nem sequer é a da criminalização. É a da despenalização. É que até se podia descriminalizar o aborto a pedido e mantê-lo penalizado mas o que é proposto é a total despenalização do aborto a pedido até às 10 semanas.

A saúde pública e todas as consequências da vitória do "sim" não estão incluídas na pergunta a referendo, apesar de, se estivessem, serem suficientes para muitas pessoas mudarem de opinião.


anonymous (3/1/07 15:17)
As mulheres e os homens podem facilmente evitar a humilhação do julgamento por um crime não o cometendo. O que interessa determinar é se abortar um feto apenas porque sim, sem quaisquer justificações médicas, financeiras ou outras, é crime ou não.

Quanto a abortar em segurança, se abortar fôr crime, faz algum sentido que o Estado providencia as condições (e pague) para que esse crime seja cometido em segurança?

Quanto às "mulheres que tomam a decisão tão difícil que é realizar um aborto", é interessante verificar como os defensores da despenalização do aborto a pedido continuam a ignorar completamente o feto. E depois ainda falam de "responsabilidade" e "respeito".


anonymous (3/1/07 16:53)
Diminuir o número de abortos passa por evitar gravidezes indesejadas e criar condições para lidar com as que não são evitadas. E, nisso, inclui-se a educação sexual, o planeamento familiar, o apoio a mães solteiras e famílias carenciadas, facilitação da adopção, etc, etc, etc.

Mas, se a decisão de abortar é assim tão difícil, é absurdo pensar que o factor final que leve uma mulher a abortar seja o facto de isso ser proíbido. Na realidade, faz mais sentido que a criminalização do aborto leve a que a decisão seja ainda mais difícil e que pelo menos algumas mulheres decidam não abortar por isso.

Mas, com a despenalização, sendo o aborto fácil, seguro, discreto e grátis, haverá a tendência natural e crescente para o encarar como uma alternativa à contracepção, o que conduzirá, naturalmente, a um aumento no número de gravidezes indesejadas e, consequentemente, de abortos.
Só não será assim se a despenalização trouxer mulheres para o sistema de saúde e as leve a adoptarem mais cuidados, evitando essas gravidezes indesejadas. Só que até mesmo os estudos encomendados por instituições que fazem campanha pela despenalização do aborto a pedido indicam que a esmagadora maioria das mulheres que realizam abortos realizam apenas um. Ou seja, trazer essas mulheres para o sistema de saúde terá um impacto reduzidissimo na diminuição do número de abortos.

Mais, os abortos a pedido serão realizados principalmente em clínicas privadas, a quem interessa que se realizem cada vez mais abortos, ainda por cima à conta do Estado, o que as levará a promover o aborto em detrimento de outras soluções. Ou seja, a despenalização levará as mulheres para quem quer que elas façam mais abortos, não para quem as quer ajudar a evitá-los.

Assim, a conclusão é óbvia e só a hipocrisia de certos "anónimos" os impede de a ver: a despenalização do aborto a pedido vai contribuir de forma sensível para o aumento de abortos.
 





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