Não me Câncio de repetir isto…


“Voto SIM porque quero salvar vidas. Porque quero que haja menos abortos – legalizar o aborto até às dez semanas permitirá saber quantos abortos se fazem, quem os faz e porquê, e identificar formas de combater as gravidezes indesejadas.”

Fernanda Câncio, no Sim no Referendo

Em baixo temos números oficiais do Eurostat, referentes ao período 1995-2000, relativos a jovens entre os 15 e os 19 anos, para com quem a Fernanda Câncio demonstra tanta preocupação. Em nenhum país houve uma diminuição do número de abortos. Pelo contrário, tivemos crescimentos médios de 5,7% ao ano no Reino Unido, 4,6% na Suécia, 10,4% na Finlândia (este não era o novo país-exemplo para o nosso governo?), 4,8% em Espanha e 28% (!) na Alemanha – é impressão minha ou é precisamente neste último que temos umas consultas prévias de apoio, para garantir que a decisão é mesmo a mais correcta?…


Estes números não fazem, obviamente, com que pessoas tão obcecadas com a liberalização do aborto mudem de ideias. Se para mim o direito do feto à vida é intransponível, salvo em situações excepcionais que já foquei anteriormente, para outros o dogma está na liberdade da pseudo-mãe em abortar. Fazem, porém, com que muitos outros, indecisos no seu sentido de voto e mais pragmáticos na análise, não se deixem manipular pela demagogia e, neste caso, pela mentira. E fazem-nos, sem dúvida, questionar para onde caminharíamos com a liberalização do aborto. Os números parecem dar razão aos defensores do Não, que temem que a dita liberalização transforme o aborto no contraceptivo dos menos responsáveis e, pior do quer isso, aumente o número dos mesmos ao não censurar o acto. A democracia e a ignorância são uma dupla muito perigosa. Façamos, por isso, um esforço para que as pessoas escolham com conhecimento de causa...


Comentários:
Se o aborto é um crime, quem o faz e pratica tem que ser criminalizado.
Despenalizado? Porquê? Só um juíz, depois de avaliar a situação, atenuantes ou agravantes, poderá ditar a sentença.
 
Não consigo perceber porque se quer despenalizar o aborto. Sei de vários casos, ou melhor, muitos, e em nenhum deles havia qualquer justificação para ser tomada essa decisão. Foram todos - todos excepto um por problemas de placenta - por mera conveniência puramente materialista.
 
Peçam aos defensores do sim que apliquem os seus argumentos num país africano... e procurem descobrir que futuro humano estamos a construir nas nossas civilizaçoes ocidentais!
 
Parabéns pelo artigo e, já agora, aqui fica uma citação da insuspeita CNN sobre a situação nos EUA.

"The number of reported abortions in the U.S. rose sharply after the Supreme Court made abortion legal in 1973. In the 1980s, the number leveled off at just under 1.6 million, but since 1989, the number has been declining. Experts on both sides of the abortion debate attribute the decline to a variety of practical and political factors. Among them: a decrease in doctors willing and trained to perform abortions, limited access to abortions for some women, better methods of contraception, and changing attitudes toward abortion.

Abortions per year in the U.S. from 1973 - 1992.
Among individual states, the ratio of abortions to live births varies greatly, though most states show a dramatic increase in the ratio from 1973, the year Roe vs. Wade was handed down, to 1992, the last year for which figures are available. As of 1992, Wyoming ranked as the state with the lowest abortion ratio with 74 abortions for every 1,000 live births. New York ranked the highest with 694 abortions per 1,000 live births."
 
"para outros o dogma está na liberdade da pseudo-mãe em abortar"

ainda para outros, futuras pseudo-mães são as que forem pressionadas e obrigadas a levar para a frente gravidezes indesejadas que resultarão em filhos ainda mais indesejados, que não será com as pias intenções de alguns, que deixarão de ir parar aos lugares infectos que todos conhecemos como casas-pias ou pior, se sobreviverem à infância, vítimas dos maus tratos dos pseudo-pais e restantes elementos da pseudo-família.
claro que nessas alturas e em todos os casos estará destacado de serviço permanente, um incansável defensor da vida e do voto no não.
NÃO É?
 
Não amigo da onça,

NÃO é!

Só o é numa sociedade que vai pelo caminho do facilitismo, numa sociedade que não se envolve nos problemas reais, numa sociedade que não tem uma sexualidade consciente, etc, etc etc

É muito importante pormos mãos á obra e começarmos a apoiar pessoas que estão em situações difíceis como esta pois não sei se sabe que quando questionadas sobre se tivessem tido apoios teriam abortado, estas mães, numa esmagadora maioria disseram que teriam tido os seus filhos!
 





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