O espaço livre do direito

Aos defensores do sim que acham que o Estado não tem legitimidade para legislar sobre a matéria do aborto, dado ser a incriminação um mero reflexo de uma ordem moral e religiosa opressoramente instituída pela Igreja Católica, pergunto:

Onde e como adquire o Estado legitimidade para legislar sobre a matéria a partir das 10 semanas e um dia de gestação?

Comentários:
a mafalda tem ouvido muitos defensores do sim a dizer que o estado, nomeadamente a assembleia da república, não tem legitimidade para legislar em matéria de aborto?
a sério?
onde?
no júlio de matos?
nas suas fantasias?
não há até uma corrente de defensores do sim que diz que nem devia haver referendo e os deputados deviam ser um bocadinho menos cobardes e cumprir o seu dever?
 
"Se num aborto não é um ser humano que é eliminado , então o que é?"
João Vacas

como o senhor não admite comentários, ou não tem paciência, ou tempo, ou lá o que é, alguém aí do blog se importa de perguntar a essa besta o que é que quer dizer com essa frase? está a falar do aborto aos 8 meses, aos 7 meses, na hora seguinte à queca, na lavagem das "partes" que pode impedir a gravidez, na camisinha, no ovo dez minutos depois da queca?
mas presumo "de que" não deve ter paciência nem tempo. é uma das características dos demagogos e vendedores de banha da cobra religiosa.
mas perguntar não custa nada...
 
A legitimidade adquire-se no referendo.

O que é que a Igreja Católica, Muçulmana, Judia ou outra qualquer tem a ver com este assunto?

Trata-se de uma questão meramente juridica, onde a Igreja não deve intervir...
 
Caro amigo da onça,

não sei quem é, nem quero saber. Tenho pouco respeito por aqueles que nem coragem têm para assumir as suas posições. Incapaz de construir uma ideia, dedica os seus dias a insultar os membros deste blogue. Se até agora foram publicados os seus comentários, pode ter a certeza que, a partir do momento em que, fiel ao seu modo de ser, trata um dos membros deste blogue, para mais meu querido amigo, por besta, sempre que for eu a encontrar uma das suas pérolas, o seu destino será a rejeição.
Se o debate de ideias é bom, estar a alimentar a inutilidade de anónimos afigura-se demasiado estúpido para ser tolerado.
Passe bem e não volte.
 
Caro anónimo,

claro que a questão é meramente jurídica. Por isso mesmo é que eu não entendo por que razão sustentam que antes das 10 semanas de gravidez não o é.
 
"Incapaz de construir uma ideia, dedica os seus dias a insultar os membros deste blogue"

cara mafalda
não é tanto assim...
de si tenho uma ideia, boa por sinal, do seu amigo, se bem que querido por si, tenho outra muito diferente, mas ambas devidamente construídas.
adorava saber, dada a vossa facilidade e chamar assassinos de crianças aos defensores do sim, ou não se demarcarem de quem chama, onde é que vão buscar a lata para se sentirem sempre tão ofendidos e insultados se alguém diz "apre! ", ou num excesso, concedo, classifica de besta um bloguer (joão vacas) que escreve uma pérola daquelas...
não passo os meus dias a insultar os membros deste blogue e vou resistir à tentação de dizer que o mais das vezez estou a insultar membros de outros blogues, o que seria além de mentira, uma graçola sem justificação.
prefiro dizer-lhe que tenho muitos e muitos amigos que votarão não e nem por isso as nossas conversas azedaram... será porque eles não criaram o hábito de me chamarem assassino?
será porque sabem que para além de ter 3 filhos já dei muita borla para ajudar associações de solidariedade de todo o tipo (não interessa aqui que tipo de borla e de ajuda), mesmo as inspiradas e apoiadas pelas igrejas, embore eu pessoalmente não seja sequer religioso?
a única vez que me meti pessoalmente numa estória de uma gravidez "inconveniente", não foi para facilitar o aborto mas sim para animar a mãe a ir para a frente e acreditar no apoio dos amigos, já que o "suposto pai" e a família eram a porcaria do costume nestes casos.
é como vê. a vida é complexa e não tão a preto e branco como julga... se procurar bem vai ver que não há um assassino dentro de cada pessoa que não pensa como a senhora, amiga mafalda.
não me importo nada de ir e não voltar, como me ordenou mas não me fez nada mal escrever estas palavras antes de ir.
agora pode colocar o meu comentário lá no lixo, ou no inferno, ou na fogueira da inquisição, ou lá para onde quer que vocês mandam gente como eu.
saudações.
 
Caro amigo da onça,

contra o que tinha dito, publiquei o seu comentário. Sobretudo porque, ao contrário do que tem sido habitual, mostra uma face humana e admite um excesso. Depois para lhe poder responder.
Vamos, então, a isso.
Tem, obviamente, uma ideia de todos os que aqui ou noutro lado escrevem. Os textos são sempre projecções do eu, pelo que mostram um bocadinho do que nós somos. Mas acha mesmo que pode ser uma ideia bem construída? Ao ponto de chamar besta a quem quer que seja? Pode não concordar com as ideias. Pode até ser acutilante a demonstrá-lo (eu também sou a maioria das vezes e imagino que muitos me detestem por isso). Mas tente não passar da crítica objectiva (da crítica à ideia) para o insulto. Não só não ganha nada com isso, como está a ser injusto com quem, não tendo nada a ganhar pessoalmente com o assunto, dá a cara e o esforço em nome de convicções. Tão só de convicções.
Depois, pode ter uma posição diversa da nossa. Unanimismos são dificeis de conseguir em geral, quanto mais numa questão delicada como esta, em particular. Porque não nos apresenta as suas razões? Porque não perde tempo a escrever um qualquer arrazoado que funcione como contraditório do que aqui vai lendo?
Choca-o que alguém chame assassina a uma mulher que aborte. Mas alguém aqui chamou? Porventura eu, o João Vacas ou outro aqui algum dia utilizámos essa expressão?
Dizer que quem aborta comete um crime não é o mesmo que berrar "assassina! Fogueira com ela".
Imagine a seguinte situação: o senhor A, em excesso de velocidade, atropela mortalmente B que atravessava a rua na passadeira. A pode vir a ser punido por homicídio negligente. Certo? Mata uma pessoa. Certo? É por isso que o vai chamar assassino, com toda a carga que essa expressão tem? Não, pois não? Então porque não consegue perceber que, no caso do aborto, se passa o mesmo?
Quanto ao resto... não me acho melhor pessoa por votar não. Tenho grandes amigos que votam sim. Falo com eles quase diariamente sobre o tema. Conseguimos rir-nos sobre o assunto, imagine lá.
Também acho que fez bem em escrever estas palavras antes de ir. E se ainda estiver aí para nos ler, aceite o desafio de aqui escrever não destilando ódio.
Cumprimentos
 
amén!
(por agora)
 
Este amigodaonça é, de facto, um caso para estudo clínico...
 





blogue do não