O partido coerente



No arranque da campanha do PCP, Jerónimo de Sousa insurgiu-se contra "a manipulação dos sentimentos religiosos" no debate sobre o aborto.

Decididamente, os comunistas são contra a concorrência.

Comentários:
Caro:
1º devo desde ja dizer que não sou comunista nem de longe nem de perto.
É lamentavel que esteja desde ja a misturar o partido comunista que tanto se bateu pela liverdade de um povo presumo o seu, com uma igreja que foi parte de um regime que matava e torturava.
Será isso pior que o aborto??
Vamos dar nivel à discussão.
Cumprimentos
 
Olhe que não, olhe que não.
 
o nível está em ser-se realista!!! regime que matava e torturava????
ao menos tem o discernimento de pedir desculpa, reconhecer e mudar de caminho... Viva a evolução e a realidade!
 
ronin,

claramente você não conhece a história do movimento comunista, nem em Portugal nem no mundo.

Olhe, para o caso também não importa.

O que já começa a irritar é ver que o SIM aceita impávido que Ministros façam campanha por um dos lados mas insista em pruridos laicos no que toca à Igreja Católica. Que tem todo o direito de ter opinião. Ou será a única entidade neste país que não tem direito a tomar posição?

Quanto aos argumentos religiosos, não deixa de ser curioso que eu veja sempre o SIM a meter a religião no meio do debate enquanto do lado do NÃO só vejo argumentos científicos e racionais.

Já agora, sabe em que livro da Bíblia diz que A VIDA HUMANA É INVIOLÁVEL? Dou-lhe uma ajuda: é no capítulo 24, versículo 1
 
Aqui estão bons argumentos científicos!
 
Ronin, não sei bem se o seu povo é o meu porque
1- por cá, o PCP só lutou contra a diatadura salazarista (com grande coragem, reconheço) para a substituir por uma outra ditadura, como se viu em 75;
2- a Igreja católica não "fazia parte" da diatadura como não "faz parte" da democracia, ou seja, existia em ambos os regimes sem ser do Estado: houve um bispo, o do Porto, que foi exilado por Salazar, houve católicos que fizeram parte da célebre "ala liberal" no Parlamento, houve católicos que contestaram a guerra colonial e houve até um sério conflito diplomático entre Portugale o Vaticano quando Paulo VI recebeu em audiência os líderes dos movimentos de independência africanos (para citar só alguns exemplos);
3- já que está em maré de comparar horrores, então pense se os regimes apontados como exemplo pelo PCP também não "torturavam e matavam" uma vez por outra, aliás uns milhões de vezes por outras, para além de terem liberalizado brutalmente o aborto.
 
A questão dos sentimentos religiosos que jerónimo de Sousa toca, é importante porque atravéz deles devia-se e inquina-se a verdadeira questão.
Os movimentos do NÃO deviam explicar qual a sua solução para que milhares de mulheres deixem de abortar clandestinamente, deviam clarificar se são a favor de que se cumpra escrupulosamente a actual lei que prevê a cadeia para quem aborte e para quem provoque esse aborto ou se são a favor da hipócrisia do não cumprimento da lei como acontece na maior parte dos casos. Deviam clarificar se são a favor de que milhares de mulheres se desloquem ao estranjeiro para praticar o aborto ou não. Deviam clarificar se são a favor ou não de que milhares de mulheres abortem às mãos de curandeiros e curandeiras sem condições e que se safam na vida ganhando dinheiro com este trabalho sujo. Esta é que é a discussão e não aquela que vocês do querem fazer. E já agora deixo-lhes um conselho, existem milhares de crianças em instituições de caridade estatais e particulares fruto de maternidades irresponsáveis e inconscientes e precoces, em muitos destes casos o futuro não existe senão nas ruas lutando pela sobrevivencia, façam o favor de explicar porque é que isto acontece e canalizem as vossas forças para o apoio que estes merecem, adoptem alguns, ajudem outros, e ajudem estas crianças a ter um futuro melhor. Prestam-se assim a um serviço mais util para a sociedade e deixem-se de hipocrisias e de falsas moralidades.
 
Pedro Picoito deveria ter cuidado com o que diz. Não é verdade que o PCP tenha instaurado qualquer ditadura em Portugal (aconselho-o vivamente a estudar a hsitória de Portugal no século XX) e também é falso que o PCP "só lutou contra a ditadura salazarista", caso não tenha notado, o PCP econtinua a estar na linha da frente da luta pela melhoria das condições de vida dos portugueses . Por outro lado também não é verdade que a igreja católica se tenha mantido à parte da ditadura do Estado Novo (provam-no inúmeros exemplos da história a começar pela célebre concordata e a acabar no forte envolvimento do Cardeal Cerejeira). Se é certo que alguns membros da igreja foram perseguidos, também não é menos certo que eles não representavam a posição oficial da hierarquia da igreja. E, para finalizar, devia saber usar correctamente as palavras: liberalizar brutalmente é uma expressão que está completamente desajustada do que se passou realmente na URSS. A IVG foi despenalizada mas não liberalizada. De facto, o aborto praticado fora dos estabelecimentos públicos e cooperativos de saúde foi completamente proibido, o número de abortos reduziu e a natalidade registou sempre aumentos muito significativos (graças à melhoria substancial do apoio à maternidade e à infância e, de um modo geral, às condições de vida desse povo)
 
Rapariga vermelha, temos portanto que Paulo VI e o Bispo do Porto não representavam a posição oficial da Igreja. Um Papa, um Bispo... Quem é que a representava então? As velhinhas da sua paróquia?
Temos, portanto, que na URSS o aborto foi proibido fora dos estabelecimentos públicos e cooperativos (belo eufemismo para colectivos). É verdade - pela simples razão de terem sido proibidos todos os estabelecimentos que não fossem públicos ou coperativos.
Tamos, portanto, que na URSS a natalidade foi sempre aumentando durante o regime soviético. Deve ser por isso que, hoje, a URSS e os países do ex-Bloco de Leste têm dos mais negativos saldos demográficos do mundo.
Temos, portanto, que o PCP nunca quis instituir uma ditadura em Portugal. Aconselho-a a ler uma célebre entrevista de Cunhal a Oriana Fallaci em que esse nosso "grande português" assegurava que em Portugal nunca haveria regime parlamentar.
Temos, portanto, que o PCP luta pela melhora das condições de vida dos trabalhadores. Aconselho-a a ler a entrevista de uma tal de Zita Seabra (deve saber quem é) ao Expresso do último sábado: "[O PCP] é um dinossauro. Resume-se a defender os trabalhadores da administração pública, sem dar resposta ao que os jovens trabalhadores procuram no mercado de trabalho."

Cara Rapariga Vermelha, não acredite em tudo o que lhe dizem lá na JCP...
 
Vamos mas é pensar pelas nossas cabeças, que são tão boas como as dos outros.
Que se lixe a igreja e o pcp.

Já não é preciso andar "a fazer" a cabeça das pessoas c/ ideias e frases feitas.
Já chega de conversa fiada, encapotada, subordinada a este e àquele interesse.

Vivam no vosso tempo.
Abram os olhos para o que se passa e PENSEM.
Outros países, quiçá mais desenvolvidos que nós, que viveram este problema já o debateram e resolveram.

Usem a cabeça.
Não sejam carneirinhos em fila pª dar pª um peditório qualquer.
 
Caro Pedro Picoito, aconselho-o a olhar mais com os seus olhos e a ver menos pelo que algumas entrevistas dizem, referenciar a Zita Seabra como fonte de informação é uma aberração, essa senhora é um autêntico catavento como tal a sua credibilidade é 0.
Independente dos argumentos que possam utilizar jamais conseguirão aniquilar o enorme património de luta pela liberdade e defesa da democracia e das populações do PCP. Se o PCP lutasse por uma ditadura teria avançado para a insurreição aquando do 25 de Novembro.
Parece-me que Vocês tentam matar 2 coelhos com uma cajadada só, defenderem o não à IVG e atacarem os Comunistas enquanto principal movimento a favor do SIM. Mas por ai não colam, o nosso passado e o nosso trabalho quer a nível politico quer no terreno falam por si.
 
Red, já percebi que tem uma enorme admiração pelo PCP. Só lhe fica bem. Tirando isso, tem algum argumento, facto ou ideia para rebater os meus?
 
que bom saber que além de blogue pelo não ao referendo, este é também um blogue anti-comunista. Assim é que é, cartas na mesa é que é bonito.
 
Meu caro amigo, relativamente à discussão sobre o PCP,
terei todo o prazer em fazer essa discussão numa outra altura
em que possamos trocar argumentos mais instantâneamente, e que pelo menos para mim neste momento é impossivel
penso que neste momento a nossa divergência prende-se com outro motivo que é a IVG
e aí, reforço a minha opinião, as IVG’s existem
e vão continuar a existir, penso inclusive que com a perda de valores
cada vez mais evidente na sociedade, a tendência é para aumentar.
Se me perguntar se eu sou a favor da prática do aborto, claramente digo-lhe que não!
Mas essa é uma opção de consciência, nunca poderá ser uma opção de lei.
como tal, não é nem nunca foi essa a questão em discussão, embora seja para ai que os defensores do NÃO
a pretendam canalizar.
A IVG existe e existirá, e não adianta dizerem que isso se resolverá com medidas preventivas,
isso é pura teoria, a prevenção não funcionou até aqui como o provam os cerca de 16.000 abortos
clandestinos realizados por ano, e não vai funcionar no futuro.
A actual lei é uma hipocrisia que nem condena nem iliba, é como se não existisse e fica a cargo do
juiz que julga cumprir ou não a lei.
Pelo meio disto existem mulheres que ficam mutiladas e traumatizadas para o resto da vida por serem obrigadas a recorrer
ao aborto de “vão de escada”, algumas acabam inclusive por morrer devido a infecções.
Como se resolve esta questão na ilegalidade da IVG?
Sabemos que as classes ricas não tem razões para defenderem a IVG, tem dinheiro e como tal para
elas a lei não existe, vão a Espanha e fazem-no secretamente. E quem não tem dinheiro? vai para o “vão de escada”?
Com a legalização da IVG vai ser permitido um acompanhamento da Mulher, talvez até se consiga
mais facilmente alterar a sua opinião mostrando-lhe que que outras hipóteses existem e disponibilizando-lhe apoio
que a clandestinidade jamais proporcionará.
Um ser humano deve ser posto no mundo de forma responsável e desejada porque
estas são condições para vir a ter uma vida digna e feliz.
Porque é que o meu amigo acha que existem tantos milhares de crianças nas casas de acolhimento, em grande parte dos casos
são maternidades irresponsáveis e indesejadas. é esta a solução que preconiza?
Por fim e para não ser muito longo porque muito mais poderia acrescentar, para mim é inconsebível que a lei possa
impor regras à mulher sobre o seu próprio corpo, isso fere gravemente os direitos individuais. é uma questão de liberdade também sabe meu caro.
Já agora, sabe que morrem diáriamente no Iraque cerca de 100 pessoas por dia pela pura prepotência e estupidez de um
Pais chamado EUA? O meu amigo já fez algo para denunciar esta situação? integra alguma plataforma de combate a este
genocídio? ou a defesa da vida humana só existe no caso da IVG?
 
red,

Os movimentos do NÃO deviam explicar qual a sua solução para que milhares de mulheres deixem de abortar clandestinamente, deviam clarificar se são a favor de que se cumpra escrupulosamente a actual lei que prevê a cadeia para quem aborte e para quem provoque esse aborto ou se são a favor da hipócrisia do não cumprimento da lei como acontece na maior parte dos casos.

Para que milhares de mulheres deixem de abortar clandestinamente:
- educação sexual;
- planeamento familiar;
- responsabilidade pessoal;
- apoio social;
- adopção;
- empenho das autoridades no sentido de garantir que a Lei é respeitada.

A Lei actual diz que:
- o aborto é permitido em casos de perigo para a vida ou saúde física ou psíquica da mulher, gravidez resultante de violação, feto inviável ou malformação do feto;
- quem abortar fora da Lei (e quem ajudar) pode ser punido ATÉ 3 anos de prisão;
- cada caso é um caso e as penas não devem ser aplicadas automaticamente mas sim pesadas as circunstâncias específicas em que cada crime foi cometido.

Disto resulta que a aplicação escrupulosa da Lei não significa prisão para qualquer mulher que realize um aborto, muito menos se o fizer numa situação de desespero. Na realidade, a aplicação escrupulosa da Lei, com respeito pelo seu espírito, leva a que nenhuma mulher que aborte em situação de desespero vá para a prisão.

Quanto à hipócrisia do não cumprimento da lei, devia aprender um mínimo sobre a Lei antes de fazer acusações ridículas como essa.

E, por muito que lhe dê jeito fazer de conta que não, a despenalização do aborto a pedido não se destina apenas a quem aborta por necessidade/desespero ou por um descuido. Destina-se também a permitir que se aborte sucessivamente sem qualquer razão de força maior que justifique qualquer um desses abortos. É isso que pretende?

Recomendo-lhe que processe com algum sentido crítico o que ouve nas sessões de doutrinação que tem frequentado.
 
Estes senhores devem ser como o Cardeal Policarpo que diz que o aborto não faz sentido uma vez que os métodos contraceptivos existem. Ou seja, a igreja, hipocritamente, usa o que sempre condenou para defender o não. Por causa de vocês, morrem milhões de pessoas por ano com SIDA e com outras doenças sexualmente transmissíveis. Preferem o risco da morte da mulher, ao aborto. Afinal, quem defende a vida?!
 
Mas eu não sou anticomunista... Há comunistas de quem eu gosto imenso - a Zita Seabra, o Zé Magalhães, o Vital Moreira, o Veiga de Oliveira, a Cândida Ventura...
 
Sr. Joaquim Amado:
Se a solução é tão facil assim qual a explicação para os cerca de 16.000 abortos clandestinos por ano?
(Ontem foram avançados até entre 18.000 a 20.000)
Eu digo-lhe, porque isto são puras retóricas, o senhor deve saber tão bem como eu que isto por si só não funciona.
E em que é que a legalização da IVG impede a execução destes items?
Nunca houve nem vai haver preocupação na verdadeira execução destes items, e quer que lhe diga porquê?
por uma razão tão simples quanto esta:
Vocês, os teóricos destas soluções são exactamente os mesmos que votam e elegem os governos que fazem o contrário
do que apontam como soluções. ou seja, vocês dizem que é esta a solução, e depois elegem quem sabem de antemão
que não vai cumprir nada disto.
“Muito bem pregava Frei Tomás, olha para o que ele diz e não faças o que ele faz!”
O aborto é permitido em casos de desespero???
E o que é para si o desespero?
Qual é a sua condição social?
As preocupações e o desespero de uma mulher podem ser qualificadas?
Qual é o aferidor?
Quem decide se as razões de uma mulher são válidas ou não?
Não acha que é quem está dentro da situação que pode e deve fazer essa avaliação?
O Sr. conhece os efeitos de uma maternidade irresponsável e indesejada?
O Sr. fala em adopção???
Porque razão continuam e existir milhares de crianças em casas de recolha?
A adopção não resolve esse carência?
Aquilo que me aponta são uma serie de paleativos teóricos que não se coadunam com a realidade existente.
Talvez o senhor tenha que conhecer outras vidas reais para poder perceber as razões do SIM.
Quanto à lei, vocês quase querem fazer crer que a legalização da IVG vai obrigar as mulheres a abortar.
Com a legalização da IVG vai continuar a ser como até aqui UMA QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA.
E as medidas que preconiza podem e devem ser implementadas.
Por fim quero dizer-lhe que a sua última frase define muito dos defensores do Não.
Este tipo de ataques é relevante para saber de que lado estão os argumentos sérios,
e convidam-me a retirar-me deste debate.
Apenas apontam teorias, e falam da protecção da vida humana como se fosse essa a questão.
Penso que utilizou a sua experiência de doutrinação para me aconselhar a mim.
Retribuo-lhe o conselho com um acrescento, diga lá aos seus professores que não é dentro das Igrejas
que se conhecem as realidades da vida e as razões para abortar. E já agora investigue lá se entre as
classes mais altas que defendem o NÃO não existe quem já se deslocou a
Espanha para “passar férias de uma semana”
Eu venho do meio humilde e baseio-me na realidade da vida para ter opinião, felizmente que penso pela minha cabeça
e não fui emprenhado pelos ouvidos por isso sei
qual a verdadeira questão em discussão.
 
rapariga vermelha,
Não faço a mínima do que se passou na URSS nem me interessa - e creio que a ninguém: estamos em Portugal.
Aliás, não é bem verdade: todos sabemos ao que conduziu o comunismo na URSS e, vê-se, ninguém está interessado em repetir a experiência.
Quanto à intervenção do PCP, antes e depois do 25A, também todos nós estamos conscientes da infelicidade que provocou, da miséria que acentuou e de que, felizmente, não tem já qualquer aceitação - a não ser por fanáticos talvez à espera de migalhas.
Quanto À História de Portugal, aconselho-a a instruir-se.
No que respeita ao aborto, que é um crime por matar um ser humano - e, já agora, por conduzir a uma promiscuidade desbragada como a que existe na herdeira Russia -, a noção comunista (inexistente?) sobre a vida humana está completamente deslocada deste debate.
 
Como é evidente, sempre que podem, aparecem os comunistas a vender a sua sapiência. Se sabem tanto, porque deixaram que o "sistema" caísse num descalabro? Se era tão bom, porque é que se não aproveitou nada? Pior, porque é que só deixaram miséria por onde passaram, em particular no seu próprio ninho, a desgraçada Russia?
O que os tontos não sabem - ou fingem não saber - é que ninguém em seu juízo perfeito se quer dar ao trabalho de argumentar com eles.
A questão é que eles nem sequer se aproximam das principais questões que estão em causa para o ser humano. Para já, abortar é matar - o que, para eles, é o pão nosso de cada dia. Depois, o resultado sofrido pelas mulheres que o fazem nem sequer é considerado.
Os comunistas serão gente? Seres humanos?
 
Meu deus!!! tanta raiva e tanta ignorância à solta!...
 





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