É PENA

O Ministro da Saúde afirmou hoje peremptoriamente que os hospitais do SNS seriam obrigados a fazer os abortos que lhes fossem solicitados, no caso do Sim ganhar o referendo.
Pena é que à pergunta de quanto custará ao Estado a liberalização do aborto até às 10 semanas o Ministro tenha respondido, igualmente de forma peremptória, "Não sei".
Pena é que ao Ministro não tenham perguntado se sabia quantos médicos especialistas são objectores de consciência.
Pena é que o Ministro não tenha explicado quais as consequências para os médicos que se recusarem a fazer esses mesmos abortos.
A este propósito ocorre-me uma evidência. Em qualquer empresa, um administrador que afirme desconhecer os efeitos económicos de uma medida por si tomada é imediatamente despedido (com justa causa) pelos respectivos accionistas.
Pena é que os "accionistas" - todos nós - da "empresa" Estado não possam fazer o mesmo ao Senhor Ministro.

Comentários:
ora bem. nesse e em tantos outros assuntos...
 
A MOVE fez uma Petição para se acabar com a Educação Sexual nas Escolas (ver INSURGENTE - Bloge.

Concordam com esta Petição?
 
Pena... Que neste momento o unico centimo dos meus impostos gastos em questoes de IVG esteja a ser gasto com juizes, policias, oficiais de justiça, escriturarios e outro pessoal ligado à gestão dos tribunais. É lá que se gasta, hoje, dinheiro para resolver os casos de aborto ilegal. Esse é certo.
Prefiro gastar dinheiro velando pela saude que pela guarda e pela prisão.

(sobre os gastos e/ou envolvimento do SNS, é óbvio que o ministro não podia - nem devia - apresentar números. Sabia que há diversas opções? Acha que essa é uma decisão a ser tomada agora, antes da votação? Ou está a dar de barato que o «Sim» já ganhou? Essa discussão, importante, deverá ser feita em sede própria e altura própria, confiante que terá impacto e vivacidade publica e politica que tornarão a solução apresentada a mais completa e ajustada ao caso português, consideradas as diversas dimensões da sua complexidade)
 
Não se preocupe... Ele também referiu que, à semelhança da legislação espanhola, pretende barrar o serviço público às mulheres que exigirem o anonimato.

Ele explicitou mesmo que crê que, por esse motivo, só uma pequena percentagem dos abortos se farão no público. O homem está a contar com a vergonha e com das mulheres para poupar uns cobres ao Estado.

Só as ricas terão direito ao anonimato, portanto.
 
José Reis Santos,

Pena... Que neste momento o unico centimo dos meus impostos gastos em questoes de IVG esteja a ser gasto com juizes, policias, oficiais de justiça, escriturarios e outro pessoal ligado à gestão dos tribunais.
Não sei em que é gasto esse cêntimo que o José paga de impostos (eu pago um bocadinho mais) mas o dinheiro dos nossos impostos é gasto em muito mais coisas ligadas, directa ou indirectamente, à "IVG". Senão vejamos (sem pretender ser exaustivo):
- Educação sexual nas escolas: pelo que sei, pouca e com professores insuficientemente preparados, mas existe;
- consultas de planeamento familiar;
- distribuição gratuita de contraceptivos nos Centros de Saúde (onde não estejam esgotados);
- apoios estatais às organizações que apoiam grávidas, famílias carenciadas e crianças abandonadas.

O Estado está a fazer pouco e não suficientemente bem? Concordo plenamente. E, se a sua preocupação é pelo que transparece nas suas palavras, suponho que vá votar "não". É que concordará que é preferível que o Estado use os seus recursos na educação e formação dos cidadãos e para apoiar quem precisa do que para financiar o negócio do aborto, fomentando objectivamente um acto que, parece consensual, é altamente lesivo para as mulheres.
 
E quanto custará a nós, para alem de teremos que participar com a nossa contribuição para algo desumano que vai contra os nossos valores de vida.
 
Pena... Que neste momento o unico centimo dos meus impostos gastos em questoes de IVG esteja a ser gasto com juizes, policias, oficiais de justiça, escriturarios e outro pessoal ligado à gestão dos tribunais. É lá que se gasta, hoje, dinheiro para resolver os casos de aborto ilegal. Esse é certo.
Prefiro gastar dinheiro velando pela saude que pela guarda e pela prisão.

Eu cá perfiro gastar dinheiro velando pela vida. Também gasto dinheiro para que outros criminosos a sejam julgados e, no entanto, não estou a favor da legalização do crime em geral.
Vamos então legalizar o aborto para não termos que encontrar soluções, para promover a saúde das mulheres e a morte dos seus fetos.
 
felizmente sou objector de consciencia...
 
Adiciono ao comentário anterior os argumentos que se seguem.
O problema é que não é apenas a liberdade da mulher que está em causa. Está em causa o direito do seu fiho a nascer; está em causa o dever que o Estado e todos nós temos de o defender, porque não pediu para nascer e lhe assiste um direito inalienável à vida (e de pouco adianta lançarmos poeira para os olhos fazendo de conta que ele não é um ser humano ou que só começa a sê-lo quando nos dá mais jeito); está em causa uma lei da nossa sociedade que, como todas as leis de todas as sociedades civilizadas, quer se queira, quer não, não surge do nada nem aparece do acaso ou ao sabor do que dá mais jeito a alguns, antes se baseando em princípios morais. E um dos mais importantes princípios morais é o do respeito pela vida humana. Ora acontece que, quando colocados no prato da balança, os problemas de disponibilidade ou financeiros da mulher não pesam mais do que esse direito à vida do seu filho. Quereremos com isto dizer que «a mulher que se amanhe»? NÃO! Vamos é investir os nossos esforços, o nosso dinheiro e a nossa persuasão para que ela se liberte do flagelo adicional que é o aborto, que nada traz de bom nem para ela. Já ouviram ou leram testemunhos de mulheres que tenham abortado? Eu já, imensos, e a larga maioria vive pessimamente com isso. (Veja-se, por exemplo, os constantes do livro «Eu Abortei» publicado este mês). Estou certa de que essas mulheres seriam bem mais felizes se tivessem deixado viver os seus filhos e lhes tivéssemos todos dado oportunidade e apoio para isso. As condições económicas podem sempre ser melhoradas; o aborto é que não tem remédio, não permite voltar atrás.
Faça-se então um debate sério em torno destas questões e deixemo-nos de demagogia, porque não é com base nela que devem ser tomadas decisões legais.
 





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