Perguntas suscitadas pelo "sim" do Pedro Lomba

Os pais do Pedro Lomba já decidiram o seu sentido de voto no Referendo. Votam "Não". Ele, pelo que me apercebi, votaria "Nim", se fosse possível. Não sendo, em vez da trabalheira de mudar as duas letras do fim, prefere mudar só uma, a primeira. Ele vai votar "Sim". Não me surpreende o sentido de voto, mas os fundamentos que o suportam.

"Não tenho argumentos nos quais confie em absoluto. Sou por um "sim" relativista e compromissório. Voto "sim" por um motivo legível: numa controvérsia tão difícil e irresolúvel como a do aborto, o "sim" alarga as nossas possibilidades de resposta aos problemas que o aborto coloca, o "não" fecha essas possibilidades. O "sim" permite-nos evitar as consequências nocivas da aplicação desta lei, conservando o princípio de que o aborto é crime para além das dez semanas. O "sim" permite-nos defender que, sem punição penal para as mulheres que abortem até às dez semanas, o Estado não pode deixar de desmotivar o recurso ao aborto através de centros de aconselhamento e de outros mecanismos de informação e defesa da vida."
Isto que leram suscita-me algumas perguntas:
1. Um "sim" será relativista e compromissório? O relativismo e o compromisso do "sim" são apenas um desejo genuíno do eleitor ou podemos encontrá-los no legislador?
2. O "sim" alarga as nossas possibilidades de resposta aos problemas que o aborto coloca? Alarga, como? Que problemas são esses que podem ser mais bem resolvidos com o "sim"?
3. O "sim" permite evitar as consequências nocivas da lei em vigor? Quais são essas consequências?
4. O principio de que o aborto é crime para além das dez semanas deve ser conservado? Porquê?
5. Só o "sim" nos permite defender que, sem punição penal para as mulheres que abortem até às dez semanas, o Estado desmotive o recurso ao aborto? Em que se baseia para pensar que o "sim" levará o Estado a desmotivar o aborto? Acha mesmo que o Estado tem de desmotivar o aborto? Porquê?
(publicado também nos Incontinentes Verbais)

Comentários:
Será que todos estes textos vão valer a pena? Será que alguém irá mudar as suas opiniões apenas por um confronto de ideias? Será que se está esclarecendo verdadeiramente os menos esclarecidos sobre a importância do ser humano, os valores necessários para todos podermos viver com mais respeito uns pelos outros?
 
Felizmente, e desde que o debate começou, o "sim" tem perdido à média de 5% por mês, espero sinceramente que até às "favas contadas" este perca toda a vantagem que alguma vez teve.
É no entanto inaudita forma como é discutido este assunto, em particular pelo sim, chega a ser chocante a forma como se referem aos embriões e fetos humanos, esquencendo-se talvez que um dia também foram embrião e feto e falando nos direitos de um (mulher) ignorando os direitos de outro (feto/embrião).
É triste quando a moralidade de um sociedade consegue cair tanto ao ponto do individualismo ser assumido hoje como "direito inquestionável" e atropelando quem e o que quer que seja (de preferência que não grite), esta subida pode ainda tornar a nossa própria civilização tão desagregada e decadente que algo tão medieval como o Islão Radical pode-se tornar a tábua de salvação como o Cristianismo o foi há 1000 anos.
Não obstante o suicídio e retrocesso cultural que o aborto representa, acresce ainda o nosso próprio crescimento negativo e um Governo que, ao mesmo tempo que propõem um aborto pago pelo Estado anda a fechar centros de saúde, escolas, unidades de pediatria. Que conspiração é esta?

Vamos então votar não;

-Não ao atropelo de direitos de uns em prol do individualismo de outros.
-Não à sexualidade irresponsável.
-Não à morte a capricho.
-Não a uma sociedade decadente.
 
Sugiro uma visita às caixas de comentários do blogue Arrastão, do Daniel Oliveira, e uma consulta aos comentários de Pedro Alemão. Penso que a argumentação vos poderá interessar.
 
Eu vou votar SIM
 
A campanha pelo nao é, para além de ignorante, criminosa. Demonstra apenas irresponsabilidade e imaturidade social.

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Só um comentário ao primeiro comentador, De Arievilo, todos os textos valem a pena, quanto mais não seja para clarificar e estruturar o pensamento de quem os escreve. Se quiser passe no meu blog em http://www.por-que-nao.blogspot.com/.

Comecei hoje e acho que vale a pena.
Porque não?
 
Cara Isabel Williams, por favor, desenvolva. É que assim não contribui em nada para nos instruir na nossa ignorância, ciminalidade, irresponsabilidade e imaturidade.
Já viu se eu dissesse:

A campanha pelo SIM é, para além de mentirosa, egoísta. Demonstra apenas desinteresse e alheação dos verdadeiros problemas sociais.

O que é que contribuiu para esclarecer a minha posição?
 





blogue do não