Resposta de Francisco Louçã a VLX


Caro VLX:
Gostei muito da sua carta. Não o posso afirmar em público, mas aqui, apenas entre nós os dois, posso confessar-lhe o quanto aprecio dialogar com elementos da direita caceteira como o meu amigo. Sobretudo, não tenho paciência é para moderados bem intencionados como parecem ser os seus co-bloggers. Você sabe, eu sei, e Você sabe que eu sei que Você sabe que não é assim que se vai lá. O mainstream, manifestamente, não é caminho para mim nem para si.
Ora apreciei bastante os seus métodos. Não os subscrevo, é claro, mas tão só por envolverem dinheiro livremente concedido por indivíduos em troca de géneros. São os vossos métodos, que respeito. A nossa religião trotskista, como sabe, só nos permite utilizar dinheiros públicos. Foi assim que fizemos os cartazes do tribunal. Os polícias são dois militantes nossos do Bairro Alto, e a ré é a Draguinha (percebe-se, ou não? - é que ela não queria dar a cara, alegando ser dona do seu próprio corpo).
Agora uma confidenciazita (bom, não é totalmente novo, porque houve aí um dos vossos 700.000 contactos que falou nisso num comentário): tal como o meu amigo, eu não estou nada interessado em que o Sim ganhe. Se isso acontecesse, que seria da minha agenda política? Que causa a seguir, para o partido das causas? É que as causas fracturantes não são infindáveis, e a certa altura, lá tinha de meter a viola no saco e ir para Estrasburgo, como o Sousa Pinto. Mas estou tranquilo. Como estúpido não sou, vou lendo nas entrelinhas de sondagens como a do Público que o povão, que nunca será a favor de matar criancinhas, começa a perceber que é de facto disso que se trata, e quando isso acontecer em cheio, o que há-de ser antes de dia 11, há-de votar no Não. E o Não há-de ganhar, por uma unha negra, como convém. E eu gosto de unhas - para mim, são uma parte do corpo como outra qualquer. E esta, hein?

Muito bem, a conversa está óptima, mas tenho de ir, que tenho a Draguinha e a Ana Gomes à espera do briefing. Vá falando aí no BdN, que já sabe que eu não perco uma vossa, e um destes dias voltamos a falar.


Até uma próxima. Receba um grande até amanhã deste que o preza, e se assina,

Francisco Louçã


PSR: Gostei muito das meias - se fosse agora, enfiava uma na cabeça da Draguinha, em vez de a enfiar a ela no meu casaco de cabedal (se bem que ela não é muito de enfiar o carapuço).

PSR: No seu VLX, o V é de quê? Vladimir? V Internacional? Vasco? Neste último caso, posso chamar-lhe Camarada Vasco?

Comentários:
O melhor e mais engraçado post que li nos ultimos tempos! Parabens, Jorge Lima aka VLX (?).
 
Não, na verdade, Jorge Lima aka Jorge Lima...
 
Na mesma, parabens.
 
Vejo que desistimos de argumentar e passámos à habitual fase dos ataques a pessoas concretas. É aqui que saio deste local de conversa, visto que já não o é.
 
obg ;-)
 
...para clarificar: eu não acho que o debate se devesse centrar na questão de quem financia o quê. É uma conversa legítima, mas que não me interessa por aí além. Mas isto não é forma de responder. Prefiro as respostas, ainda que irónicas, de VLX e Pedro Picoito. São sarcásticas, mas não centradas em ataques a pessoas, antes a argumentos/ideias.

Ah, para poupar conversa: não sou apoiante do BE e nem simpatizo particularmente com F. Louçã.
 
Muito bem escrito!!

Vocês andam inspirados!!!!
 
Seria bom escreverem que a carta é uma ficção. Digo eu.

De resto, quanto mais dias passam mais mostram o que são. E nisso a "carta" tem razão: melhor assim.
 
Lembro ao Jorge Lima que a "Violação de correspondência" é, como o aborto, crime! E como sou coerente: cadeia contigo!
 
Desde que não haja nenhuma manifestação em minha defesa para me humilhar, acompanharei o meu amigo de bom grado até ao posto da GNR mais próximo, a fim de me entregar à Justiça.
 
Acho este post de muito mau gosto.
 
Tenho de dizer que achei este post de muito mau gosto. Se o amigo Jorge Lima experimentasse escrever ao verdadeiro Francisco Louçã (que é o único deputado que tem o brio de responder pessoalmente a todas as cartas que lhe enviam), veria que tinha uma resposta muito civilizada e educada mas que, sobretudo, não dava este ar de coitadinho. Se a carta fictícia tivesse realmente piada, a coisa ainda passava. Agora, assim escrita, só parece um manifesto caceteiro daqueles que tiram credibilidade a quem o escreve.
 
Caros Todos:

O humor sempre foi uma válvula de escape em situações em que somos sujeitos a lavagens ao cérebro constantes por parte de uma minoria mais ou menos iluminada que controla os media, e mais nada podemos fazer. Vejam-se as anedotas sobre o comunismo e suas simétricas do salazarismo, por exemplo. Ora, se eu, em particular, me vejo constantemente metralhado por intervenções pró-aborto, gritantes umas, outras mais subliminares, e não vejo ser dado espaço aos do meu lado, permitam-me que reaja com humor. Se gostam do estilo ou não, é outra questão. Mas não digam que faço ataques pessoais. Não fui eu que chamei a atenção para o estilo «reverendo protestante» de Francisco Louçã, nem fui eu que falei em «direita caceteira», «obscurantismo», «demagogia», «gritaria», e outros mimos, como Ana Drago. Por isso, deixem-me lá falar. É que acredito que uma mentira mil vezes desmontada transforma-se em verdade. Vocês têm os media, nós só temos este bloguezinho. Deixem-nos lá usá-lo...

Caro Daniel Oliveira: suspeito de que está a falar a sério quando diz que devíamos avisar as pessoas de que a carta é fictícia. A ser assim, tenha lá um bocado mais de confiança na inteligência das massas... Quanto a dizer que revelámos o que somos, espero bem que sim: bem-dispostos, combativos, e empenhados em vencer esta batalha contra a cultura da morte, dia 11...
 
Parece que o Salazar também não gostava de humor... Fascistas os que acham que não se pode troçar!
Gostei.
 
O facto de o Daniel Oliveira achar que é preciso dizer que é ficção, deixa-me preocupada. Ele, que conhece bem a criatura, lá saberá porquê...
Carla Matos
 
mouche, Carla...
 
Ora porra! E eu a pensar que o Louça tinha aprendido a escrever... e a ter sentido de humor... Isto não se faz, ó Lima; não te devias descair assim
 
Ouvi dizer que este Louçã quer passar por conde, além de já se intitular doutor. O "pobre" parece ser demasiado ambicioso...
 
O leopardo Vicente é precisamente o contrário de um " moderado bem intencionado ". Até se sente ofendido com o apodo.;)
 
Essa de «reverendo protestante» é extraordinária!

Já tinha ouvido: "ex-seminarista ressabiado" e, do meu amigo NP, "o novo Torquemada"!

Agora mais a sério! O mais incrível e inacreditável é a impunidade com que o homem lança permanentemente "sound bytes" sem apresentar qualquer prova com os "améns" dos "nossos media de referência"!...
 
enquanto o diálogo for possível a realidade humana poderá ser melhorada.

Antes de se poder explicar a beleza de um pequenino trecho musical a alguém, temos de lhe dar educação ao ouvido e uma pequena cultura musical.

O mesmo se passa na capacidade de reflectir e respeitar a vida humana, e isso é preferível ao método da martelada!

O Sr. Francisco Louçã é um homem muito inteligente, mas, como todos nós, funciona com os dados inseridos na mente.
Eu penso que seria bom, todos regressarmos ao que se julga o princípio da criação dos sexos, a sua finalidade, porque raio a mulheres não põem ovos como as galinhas? Porque este raio de complicação dos sexos que parecem desajustados com a vida moderna, e por aí a fora... E foi assim com um cadinho de humor que eu reflecti no Mais Um Chato.
Abraço.
 





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