Sobre a negação dos direitos aos fetos humanos

La malaise. Por FCG.

Percebi que ninguém contesta que os seres humanos têm direitos morais, a começar pelo direito a existirem, mas há quem questione se os fetos até às 10 semanas de vida serão “humanos”. Qual a alternativa: bichos? Talvez. Mas muitos dos que garantem que um feto em gestação não tem direitos morais porque ainda não é humano, também garantem que os bichos têm direitos morais, designadamente o direito a existirem e a não suportarem sofrimento provocado por acções humanas. Cães, porcos, gatos e até ratinhos têm “direitos” que se pretendem negar a um feto nas primeiras semanas de existência. A revelação de que terei sido sub-bicho na etapa inicial da minha vida deixou-me confuso. Foi então que começaram as dores de cabeça.

Comentários:
Que vão acabar numa forte enxaqueca quando se lembrar que evoluimos de antepassados comuns aos macacos.

Bichos, portanto!

Para além disso, deveria ser proibido comer ovos e ovas... Vamos todos lutar pela vida intra-uterina dos estrujões!

Abaixo a comercialização de caviar!
 
Mafalda,

Posso então concluir que é a favor da Disciplina de Educação Sexual nas Escolas, consultas de Planeamento Familiar desde cedo (por ex. desde os 12 anos)?

Ou fala, fala e não diz nada de substântivo?

É que, se está contra o Aborto (eu também), não basta uma BIRRA sempre que há Referendo, logo esquecida no dia 12/02, neste caso, ficando uma imposição hipócrita de atentado de Saúde Pública, via aborto clandestino.
 
Caro(a) rlm,

não sabendo porque se dirige a mim nesta caixa de comentários, dado o texto que a encabeça não ser meu, não deixo, porém, de lhe responder.
Sou pouco dada a birras. E, não tendo que me justificar perante si, que nem conheço, esclareço-o contudo que não me limito a dar o que posso de mim pelas causas em que acredito quando a contenda atinge o seu auge. Durante oito anos, enquanto uns montavam circos mediáticos à porta dos Tribunais, outros trabalhavam - superando a escassez dos meios - para ajudar quem, de facto, necessitava.
Quanto ao planeamento familiar e à educação sexual, nada a opor. O que não quer dizer que concorde com o modelo proposto pela APF há pouco tempo. É que para mim isso não é educação sexual, mas deseducação sexual.
Cumprimentos.
 
O que é para si "vida humana"?
Não faça graças com ser bicho ou não ser bicho que isso é um argumento primário.
O que se questiona é a deinição do que é um ser humano. E um ser Humano é muito mais do que um aglomerado de células, muito mais do que um coração a bater.
Assim sendo, vida humana só existe quando se pensa e sente, quando o cérebro existe e funciona (independentemente docoração bater ou não. Como sabe já se demonstrou que o sentimento e a vida afectiva não está no músculo que bombeia sangue).
Quando começa a vida humana para si? Na concepção? se sim acredita na "alma" e quer que os outros aceitem a sua posição com base num acto de fé.
Não acredito na alma e na existência de vida humana logo após a concepção. Quem não acredita merece a fogueira?
A sua fé é do seu foro privado. acredite que quando duas células se juntam o resultado é vida humana. Mas não obrigue os outros a acreditarem na alma.

Olímpia
 
rml,

Certamente, a palavra "birra" tem para si um significado diferente do que tem para mim.

Quem acredita que a vida humana deve ser protegida desde o início e se organiza sempre que é proposto que se possa acabar livremente com as vidas humanas até às 10 semanas de gravidez não está a fazer uma birra. Birras é o que alguns fazem à porta dos tribunais onde são julgadas mulheres por terem abortado ilegalmente gravidezes que não souberam e/ou não quiseram evitar e que esses "alguns" não ajudaram a evitar.

Se há quem tenha trabalhado para evitar o aborto clandestino têem sido organizações que, em 1998 e agora, lutaram contra a despenalização do aborto a pedido. (Algumas d)essas organizações ajudam grávidas solteiras e/ou com dificuldades, acolhem crianças abandonadas e fazem campanhas e aconselhamento sobre planeamento familiar.

O que é que o rml fez desde 1998 para combater o aborto clandestino? Limitou-se a defender a despenalização do aborto a pedido?
Se é assim, quantos abortos clandestinos evitou nestes 8 anos e meio? E, sendo o aborto uma experiência tão traumática para a mulher que nenhuma o faz levianamente, quantas mulheres ajudará realmente ao apoiar o aborto a pedido?

A despenalização do aborto a pedido não vai acabar com o aborto clandestino. Vai, isso sim, consumir recursos que deveriam ser utilizados na prevenção de gravidezes indesejadas, apoio a famílias carenciadas e tratamento de doenças. E vai levar a que cada vez mais mulheres sejam empurradas para o aborto pelos seus companheiros, familías e empregadores e pelas clínicas para as quais o aborto é um negócio. Como em todos os negócios, quanto mais clientes melhor.

Se julga que, ao apoiar a despenalização do aborto a pedido, está a ajudar alguém, recomendo-lhe vivamente que reveja os fundamentos dessa opinião. É que está precisamente a fazer o contrário.
 
Cara Olímpia,

Sugiro que confirme, em qualquer livro científico, o desenvolvimento do feto ao longo das primeiras 10 semanas. Aí poderá verificar que às 10 semanas, para além de um coração que bate, já existe o sistema nervoso central que se desenvolverá ao longo de toda a gestação.
(mesmo após o nascimento ainda o cérebro não está totalmente desenvolvido).

Para confirmar isto não necessita de acreditar na existência da alma ou fazer qualquer acto de fé.

melhores cumprimentos,

JAF
 
"Percebi que ninguém contesta que os seres humanos têm direitos morais, a começar pelo direito a existirem,"

Se com seres humanos se referir a pessoas está correcto, se se referir a embriões ou fetos não é bem assim.


"mas há quem questione se os fetos até às 10 semanas de vida serão “humanos”."

Nunca ouvi ninguém a questionar se os fetos são ou não humanos. Apenas os defensores do "não" falam disto. O que se discute é se o feto é um ser humano ou não, e desta forma deve ser entendido como pessoa e não como pertencente à espécie. A primeira frase que destaquei também tem esta ambiguidade.

O resto do texto não faz sentido e só mostra o desnorte de quem o escreveu e de quem o transcreveu.
 
Acontece que, embora todos reconheçamos que os fetos são humanos (como são humanos as células e os órgãos do nosso corpo), nem todos reconhecem que eles constituem um ser humano, o que é algo bem diferente, porque pode dar origem, apenas com a informação genética que o constitui, a uma pessoa única e irrepetível (coisa que não acontece com as células e os órgãos do nosso corpo). É a isto que fecham os olhos os defensores do «sim».
 





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