É tudo gente séria!

O Daniel Oliveira é curioso! Há tempos, num debate que travou com o Rui Castro, ouvi da boca dele sair a certeza de que se recusaria a falar sobre o que era alheio ao referendo. Disse na altura, e pareceu-me razoável, que nos devíamos centrar, todos, no objecto da pergunta. Pois bem. Agora, ao que parece, o Daniel deixou-se "arrastar" por um qualquer sentimento estranho e diz isto numa caixa de comentários do seu blogue:

"O que interessa o crime? Que culpa tem o filho do violador do crime? Deve ser punido por ele? Aceita excepções ao valor da vida de uma pessoa? Ainda por cima, de uma criança? De um bébé?"

Estamos a discutir a pergunta do referendo ou a Lei que existe hoje, Daniel?
Não me parece que estejamos a discutir as excepções previstas na lei actualmente em vigor, pois não?
O que temos de decidir, hoje, é só isto: É razoável que o Estado considere legítimo o aborto livre até às 10 semanas e esteja disposto a financiá-lo? E a isto nós respondemos Não! Não, não é razoável!


Comentários:
Amen!
 
Quer dizer que o sr. Pombo concorda que uma vida humana nascida de uma violação não tem direito a viver?
 
Sem segundas intenções alguem me explica o seguinte:
- UMA MULHER CASADA, PASSANDO ESTA LEI, PODERÁ ATÉ ÁS 10 SEMANAS ABORTAR SEM DAR EXPLICAÇÕES A MAIS NINGUÉM. NEM AO MARIDO. CERTO?

- Alguma coisa no projecto de lei que preveja isto?
 
Nem ao marido nem ao amante.

Seria curioso se cada um reivindicasse a paternidade, saber qual dos 2 tinha direito a ganhar a causa...
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
O sr. Pombo quer apenas dizer que uma vida humana não pode ser eliminada apenas porque sim. É isso que o Estado está a perguntar neste referendo. Não é mais nada. E essa barbaridade, o sr. Pombo rejeita liminarmente.
 
olha, olha... apagou o comentário... que lindo.
Mais uma censura para a colecção. Por agora só costumava tê-las entre a esquerdalhada

O que escrevi foi um gozo com a angústia do Joaquim e está em postal no Cocanha.

Se apagarem mais este comentário é capaz de ser chato ter de postar um print screen...

nê?
 
Sorry, Nuno. Reparei que o comentário removido era seu.

O meu deve estar na calha
 
Óptimo. Então concluimos que o Sr. Pombo é também contra o aborto em caso de violação, ou em caso de haver síndroma de Down (vulgo mongoloidismo), por exemplo. Ainda bem, detesto discutir com adversários incongruentes. Se estamos perante uma pessoa desde a concepção, então não pode interessar como esta foi feita, pois não? Nem se se prevê uma deficiência ou doença grave.

Sei que não é essa a pergunta deste referendo, mas interessa compreender o que pensam os argumentadores.

Porque se defende que naqueles casos o aborto é aceitável, então não se percebe o que o torna tão inaceitável quando os problemas são outros.
 
Posso sempre não responder às vossas questões sobre a vida. Quando se ficarem pela pergunta o debate melhora e todos ficaremos por ela. Mas vocês não querem.
Ainda assim, a actual lei está em debate. A pergunta alterará a lei.

Mas no mesmo segundo que cria as balizas sai delas. O financiamento não está na pergunta. Nem sequer o ser ou não no SNS. Não está lá, dê as voltas que der.
 
Caros amigos:
Daniel de Oliveira utiliza um velho ditado de César: "Dividir para conquistar". Proponho que os adeptos do Não não caiam no jogo dele, pois, independentemente da nossa opinião sobre a lei actual, a alternativa é muito pior. Além disso, não é a lei actual que está a ser referendada. Para alguém que se afirma tão preocupado com a pergunta do referendo tão somente, Daniel de Oliveira parece bastante apreensivo com a lei actual. Pois bem, seguindo a sua lógica, se a pergunta do referendo é "Concorda com a despenalização, etc...", devemos responder Sim se concordamos e Não se discordamos. Não há nenhuma relação com a lei actual. Portanto não nos percamos em discussões secundárias, como já vi acontecer mesmo aqui...
Gostaria ainda de apontar uma falha no raciocínio de Daniel de Oliveira: no último Expresso ele disse "Por mim, acho que os estados democráticos só devem criminalizar uma conduta quando ela seja consensualmente condenada pela sociedade. Quando esse consenso não exista, devem deixar para cada um o direito e o dever de, nas suas opções de vida, serem fiéis às suas certezas morais." Imediatamente acima, acerca do enforcamento de Saddam, diz: "A pena de morte é a fronteira entre a civilização e a bárbarie", numa crónica intitulada "os Assassinos". Onde está então o respeito de Daniel de Oliveira pelo direito de uma sociedade levar a cabo uma opção que não é consensual a nível mundial, nomeadamente a pena de morte? Se os E.U.A. e o Iraque são a favor da pena de morte, devemos respeitá-los e evitar nomes elitistas e deterministas como "bárbaros" e "assassinos"... estão simplesmente a pôr em prática as suas crenças e devem ser respeitados, não é? É claro que estou a ser irónico, pois também sou contra a pena de morte, seja lá para quem fôr. Mas Daniel de Oliveira não tem autoridade moral para falar deste modo pois desautorizou toda a moral.
Na verdade, Daniel de Oliveira abriu a Caixa de Pandora. É que NUNCA na história do Mundo houve consensualidade sobre COISA NENHUMA! Ou seja, todos podemos fazer o que nos der na real gana, desde que não concordemos com a lei! Isto vai desde pisar a erva do jardim público até ao assassínio em massa (não creio que este tema seja consensual entre os psicopatas). É necessário o mínimo de ordem para pôr a liberdade a funcionar... caso contrário só há anarquia e caos e não há liberdade para ninguém.
Cumprimentos
 
Mas este blog vai fazer campanha até ao dia do referendo sem apresentar justificações para as coisas que defende?

Diga lá Nuno Pombo os seus porquês.

ps: Já me ia esquecendo dos argumentos económicos. Nisso dou o braço a torcer, têm sido muito enfáticos nessa abordagem.
 
o comentário que foi apagado é da minha autoria e foi apagado porque estava em duplicado, por lapso meu... Achei que não era preciso que lessem duas vezes o que escrevi.
 
Daniel, alto!

Sabe que o PS tem um projecto de lei sobre este assunto? Sabe que o PS tem maioria absoluta no Parlamento? Sabe que o Min. da Saúde já veio dizer, de harmonia com esse projecto, que o aborto ia ser gratuito? Sabe que o mesmo Ministro já veio dizer quanto ia custar ao Estado o aborto a pedido? Entre 350 e 700 Euros? Não acha que é razoável explicar às pessoas (aos eleitores) as consequências do que vão votar? Não tem vontade de as esclarecer?

Conhece algum projecto de lei que esteja no Parlamento que proponha a eliminação das excepções da lei actualmente em vigor?

Quem é que quer enganar?
 
Daniel Oliveira,

Posso sempre não responder às vossas questões sobre a vida. Quando se ficarem pela pergunta o debate melhora e todos ficaremos por ela. Mas vocês não querem.
Queremos que o debate melhore e, por isso, não queremos deixar de discutir o essencial do que está em jogo neste referendo.

Um feto é uma entidade distinta da mulher gráfica e está vivo. Assim, abortar é acabar com uma vida e este referendo é se se pode acabar com uma vida (necessariamente humana) apenas porque sim. Quantas vezes se quiser.

Assim, há uma questão sobre a vida que o Daniel tem que responder, se quer realmente que o debate melhore: para si, o feto é ou não uma vida humana e tem ou não algum valor (no sentido de ser acarinhada e protegida)?
Se responder "não", então a sua posição sobre a despenalização do aborto a pedido é perfeitamente compreensível e não temos nada mais a discutir. Se responder "sim", como é que a alteração proposta garante essa protecção?
 





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