AS RAZÕES DO MEU NÃO

Aborto como método de contracepção? NÃO!
É o que acontece quando as mães/pais podem criar o seu filho mas não o querem naquela altura, não o planearam, não o desejaram profundamente. Mas aconteceu e está lá. Quem aborta com esta motivação, mais não faz que contracepção à posteriori.

Aborto como resposta às grávidas em condições económico-sociais extremas? NÃO!
O aborto não é a solução, é parte do problema. É um problema a erradicar. Com informação, planeamento familiar, fomentando a sexualidade responsável e o apoiando a maternidade. Nenhum destes vectores está esgotado. Estão, isso sim, muitíssimo pouco explorados.

Aborto como solução para a clandestinidade? NÃO!
A clandestinidade é um mal que se combate acabando com as clínicas e com as motivações que levam as mulheres a abortar. O verdadeiro problema é o aborto, seja ele legal ou ilegal.

Aborto pela liberdade de escolha da mulher? NÃO!
A liberdade da mulher é total, a sua gravidez resulta de uma escolha livre (excepto no caso de violação, já previsto na lei em vigor). Mas a partir da concepção, o exercício da sua liberdade, no que respeita ao aborto, colide com a liberdade do seu filho. Numa sociedade moderna, o mais forte não esmaga o mais fraco. Defende-o.

Termino como comecei.
Com um Não à desresponsabilização, ao facilitismo e ao egoísmo encerrados no Sim. Porque rejeitar um filho, quer tenha sido desejado ou concebido por descuido, azar ou ignorância, mais não é do que fugir às consequências dos actos praticados livremente.
A liberalização de um acto dá um sinal à sociedade de que não há nada de errado na sua prática. Hoje todos se dizem contra o aborto; daqui a uns anos, passadas umas gerações (talvez apenas uma...), o estigma desaparece, o aborto deixa de ser considerado um mal. Não é nessa sociedade que quero que os meus filhos vivam. Porque o aborto é sempre um mal.

Comentários:
Joana:

Excelente texto!
Concordo em absoluto!
 
RETRATO DE UM PAÍS MODERNO (?)

Mulher 1: Doutor, estou grávida. Não tenho emprego, não tenho casa e o meu namorado abandonou-me.

Médico ( que não objecta consciência): Tratamos já aqui do assunto.

Mulher: Mas Doutor, se eu tivesse emprego, e sitio para ficar eu guardava o meu bébé.

Médico: Pois. Mas a minha indicação aqui é que o que lhe posso arranjar é um aborto. Isso do emprego e do sitio para ficar já é muito complicado.


Mulher 2: Doutor, estou grávida e quero abortar porque, muito sinceramente, não me está a apetecer ter a criança. Tou mais virada para outras coisas: a minha independência e afirmação pessoal.

Médico: Oh minha amiga! Eu votei Sim, não me precisa de justificar nada! Vamos já tratar disto.


Mulher 3: Doutor, estou grávida e o meu patrão disse para eu ver se tinha a certeza. Eu quero muito este filho, mas ele diz que é um capricho. Uma opção irresponsável. E que se eu abortar vou ser independente, afirmar-me e chegar mais longe. O que é que acha que eu faça?

MÉdico: Minha amiga, isso de conselhos laborais não é comigo. Mas se quer fazer um aborto, veio ao sitio certo!
 


SE TUDO ESTIVESSE BEM, NÃO HAVERIA NECESSIDADE PARA REFERENDOS !

votar NÃO = fica tudo na mesma! voltamos ao circulo vicioso! PORTUGAL SEMPRE NA CAUDA DA EUROPA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO, ABORTOS CLANDESTINOS E HUMILHANTES !

votar SIM = MUDANÇA, SEGUIR O CAMINHO DA EUROPA, DESENVOLVIMENTO HUMANO ! ABORTOS COM ACONSELHAMENTO(a mulher pode inverter a sua decisão através do aconselhamento), ABORTOS COM HIGIENE, COM SAÚDE !


VOTANDO "SIM" OU "NÃO" , O FACTO É QUE O ABORTO NUNCA VAI PARAR !
CABE A NÓS DECIDIR SE O FAZEMOS COM DIGNIDADE E COM CONTROLO !


 
(excepto no caso de violação, já previsto na lei em vigor)

Curioso que não fala do caso de deficiências.

Para mim é muito mais chocante a mulher que quer ter um filho, tem condições sociais e económicas para isso, mas como descobre que tem trissomia 21, resolve "matar o seu bebé" (usando as vossas próprias palavras)...
 
ao p.r.,
pena antes de nascer a sua mãe não ter tido aconselhamento higiénico...hoje não seria mais um dos responsáveis pelo extreminio de tantos inocentes...
 
Mulher 1: Doutor, estou grávida. Não tenho emprego, não tenho casa e o meu namorado abandonou-me.

Médico ( que não objecta consciência): Minha cara, ninguém a obriga a abortar. Dirija-se à associação de apoio às mães solteiras, ajuda de berço, etc. tel. nº _______________


Mulher: Mas Doutor, se eu tivesse emprego, e sitio para ficar eu guardava o meu bébé.

Médico: Minha cara, ninguém a obriga a abortar. Dirija-se à associação de apoio às mães solteiras, ajuda de berço, etc. tel. nº _______________


Mulher 2: Doutor, estou grávida e quero abortar porque, muito sinceramente, não me está a apetecer ter a criança. Tou mais virada para outras coisas: a minha independência e afirmação pessoal.

Médico: Oh minha amiga! Se é para o ter e depois descarregar sobre ele as frustrações de não ter podido chegar onde queria... No entanto vai esperar uma semana e falar com a psicóloga do hospital primeiro.

Mulher 3: Doutor, estou grávida e o meu patrão disse para eu ver se tinha a certeza. Eu quero muito este filho, mas ele diz que é um capricho. Uma opção irresponsável. E que se eu abortar vou ser independente, afirmar-me e chegar mais longe. O que é que acha que eu faça?

MÉdico: Minha cara, ninguém a obriga a abortar. Dirija-se à associação de apoio às mães solteiras, ajuda de berço, etc. tel. nº _______________
 
Ninguém tem o direito de obrigar uma mulher a ter um filho que não pretende.
Em campeões do egoísmo estamos bem falados, basta olhar para a vossa campanha.
Estão-se literalmente a lixar para as mulheres, que morram "é bem feito" não é verdade ? Afinal são umas pecadoras, certo ? Verdadeiros assassinos, hipócritas e talibãs é o que vocês demonstram ser. Para quando os ataques terroristas, vá, digam lá ?
 
Mães solteiras, diz bem, só que esquece que não se trata de mães solteiras mas de mulheres que não pretendem ter o filho, compreende ? Ou quer obrigá-las ? Quem é você para obrigar uma mulher a ter um filho ?
 
Fumar mata muito mais gente, já formada como pessoa e com família, é um mal mais que comprovado mesmo pelos hipócritas dos médicos que falam pela boca da Opus Dei que vos apoia, e não vos vejo a fazer campanha para acabar com o tabaco...
 
Um nÃO à desresponsabilização, ao facilitismo e ao egoísmo encerrados no Não. Porque entregar um filho na roda, como muitos apoiantes do não defendem, é achar que é fácil qualquer opção que se tome. A despenalização de um acto é deixar à consciência de cada um aquilo que se pensa ser melhor para si naquele momento e quais as suas implicações.
Todos são contra o aborto porque não é uma decisão fácil, daqui a uns anos haverá abortos, espero que em menor quantidade e em condições de segurança por um melhor acompanhamento social destas situações. Mas haverá sempre porque ninguém nem nada é infalível. O estigma tem de passar para sermos uma sociedade solidária. É nessa sociedade que quero que os meus filhos vivam. Porque o aborto será sempre um mal, voto SIM.
 
Eu voto pela abolição do código penal para tornar o crime mais raro.

E mais seguro.
 
Pergunta primeira: o que pensa a Joana do DIU?

Pergunta segunda: a Joana formulou muito bem a pergunta, mas resposta é evasiva. Atirou ao lado.

Pergunta terceira: a aplicação da sua resposta é a que tem vindo a ser aplicada com os resultados conhecidos (ah, e não esuqecer Badajoz).

Pergunta quarta: é verdade que existem liberdades em colisão, mas é discutivel que sejam de igual valor. Se fosse indiscutivel, naõ existia referendo. (tal como ninguem se iria lembrar de referendar o homicido).
 
2:53 PM : Se a escolha for entre a Opus Dei e o padreco estalinista Louçã & vocês, as cheerleaders do SIM... Vocês começam sempre a falar dos pobres, das coitadinhas, das prisioneiras imaginárias, etc, mas acabam sempre por virar para o sex,drugs&rock'n'roll: aborto em substituição de verdadeira contracepção e 2 dedos de testa. Vocês toda a vida vão ter problemas com "azares", quer sejam pílulas, preservativos, saldos devedores, desemprego, etc, e o motivo para isso é a falta de responsabilidade e integridade. Cada um com a sua consciência, certo, mas por sua própria conta, SFF.
 
Filipe Castro,
- A Joana pensa que quem não quer ter filhos tem uma panóplia de métodos contraceptivos disponíveis e que o aborto não é um deles;
- As respostas/propostas são concretas e mais que conhecidas, apenas carecem de aplicação;
- Aplicação essa que tem sido feita apenas por instituições de solidariedade social, sem qualquer apoio do Estado, que de demite de tais funções. Tem sido manifestamente pouco, mas é certamente tudo o que conseguem com tantas limitações e entraves. Quando a fechar clínicas ilegais, jamais ouvi de tal feito...;
- os homens não se medem aos palmos: as 10 semanas do seu segundo filho, os 3 anos do seu primeiro filho, os seus 30 anos e os 60 do seu Pai valem o mesmo.
 
Joana,

Começo pelo fim e fecho com a primeira: se não se medem aos palmos então concordará, melhor discordará de um metodo que impede a nidação deve ser proibido, e quem o usar deve ir para a cadeia?

Olhe que não estou a brincar, mas desconheço em absoluto propostas feitas no sentido de alterar condições economicas que levem a aborto.

Pois não ouviu. Porque a lei não é aplicada. Não é. E nem será. Nunca. Simplesmente porque seria um absurdo alocar recursos escassos para tal tarefa. E mesmo que seja, há sempre badajoz.

Ou seja, vivemos com a cabeça enfiada na areia. Todos os dias mulheres portuguesas atravessam a fronteira e nem eu nem a joana temos possibilidade de lhes propor soluçoes diferentes. Porquê? Porque será? Será porque as olhamos como criminosas?
 
"Vocês toda a vida vão ter problemas com "azares", quer sejam pílulas, preservativos, saldos devedores, desemprego, etc, e o motivo para isso é a falta de responsabilidade e integridade."

Ganda análise sociológica!! Há Nobel para isso?
 
Devo ser uma grande assassina! Já vou no 4º DIU, portanto, já devo ter feito centenas de abortos!
 
Acabo de constatar que sou uma serial killer, exterminei mais que o Hitler! Porque será que não estou presa???
 
Filipe,
Isto está a ficar um bocado baralhado...
Já lhe disse que concordo com todos os métodos de contracepção, ou seja, todos os que evitam a concepção (DIU incluído).
Em seguida, referi-me às minhas respostas/propostas, aquelas que no seu 1º comentário classificou de evasivas: disse que eram muito concretas, apenas tinham que ser aplicadas. Para tal, tem que haver, no mínimo, vontade política.
Por último, considero que absurdo é alocar recursos escassos ao aborto, o tal que todos consideram um mal, em vez de alocar os mesmíssimos recursos escassos à prevenção do aborto.
E desengane-se, Filipe, somos nós, sociedade civil (eu, você e os demais) que temos que propor soluções diferentes a quem quer abortar. Para isso, vota-se Não no Domingo e continua-se a luta pelas condições para ter e craia filhos na 2f.
 
Joana,
O DIU não evita a concepção, evita a nidificação, o que é bem diferente. O DIU é, tecnicamente, abortivo. Se não acredita em mim, pergunte a um médico.
 
E desengane-se, Joana, somos nós, sociedade civil (eu, você e os demais) que temos que propor soluções diferentes a quem quer abortar. Para isso, vota-se SIM no Domingo e continua-se a luta pelas condições para ter e criar filhos na 2f.

Só com o sim teremos acesso em termos de conhecimento, de quem quer abortar. A informação é tudo. Tudo. E isso só a legalidade permitirá.
 
Será que a Joana usa o DIU? (é uma pergunta retórica; não estou, claro, à espera que responda) Eu uso. É o 3º método contraceptivo mais utilizado em Portugal (decorrente do tal planeamento familiar de que fala, e muito bem, e que diminui, como todos queremos, o recurso ao aborto). No vosso argumentário dogmático não cabe este facto, mais uma vez, como não cabem muitas outras etapas corriqueiras, umas mais difíceis que outras, das vidas dos simples mortais. Deverei eu, Joana, esperar que a polícia bata à porta?
 
klaro klaro..agora as mulheres so engravidam porque sao irresponsáveis (não sei se já deram conta, mas nenhum metodo contraceptivo se afirma 100% eficaz) e depois abortam porque são estupidas e se deixam manipular por terceiros... ora bem, assim sendo mantenham a lei como está, porque essas idiotas e estupidas podem sempre ir ao talho ali da esquina onde lhe fazem um arranjinho nas melhores condições ...
tratem-se!
 
"Por último, considero que absurdo é alocar recursos escassos ao aborto, o tal que todos consideram um mal, em vez de alocar os mesmíssimos recursos escassos à prevenção do aborto." contamos com todos esses que consideram o aborto um mal para que nos poupem os nossos escassos recursos.
 





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