Catarse minha
Lamentável é depararmo‑nos no Diário de Notícias todas as sextas-feiras com aquele par de jarras da página 13. Tresandam a mofo no seu maniqueísmo, primário e moralista à boa moda e má fila dos jacobinos da 1ª república. Sobre a senhora da coluna esquerda, e a sua incendiada verborreia, está tudo mais que dito, assunto arrumado: suspeito que seja inimputável. Já da Dr.ª Sá Lopes, editora de política nacional, outra razoabilidade seria de esperar, nem que fosse pela responsabilidade que exerce no mais antigo diário lisboeta. Hoje, a Dr.ª Sá Lopes presenteia‑nos, na sua coluna de opinião com um emocionado alerta para o excesso de ruído detectado pela sua fina sensibilidade na campanha para o referendo. É assim que a Dr.ª Sá Lopes denuncia os partidários do Não como responsáveis pelo “ruído desmobilizador” que periga a vitória dos seus correligionários do seu SIM, do seu bem, da sua razão. Pergunto: avariou-se‑lhe o aparelho da outra orelha? Partiu-se-lhe a lente do outro óculo? Se não for por isso, como se explica que os excessos e desmandos protagonizados pelos radicais do SIM não entrem na sua contabilidade inquisitorial? A Dr.ª. Sá Lopes quer fazer-nos crer que o diferendo se esgrime entre a clarividência e o obscurantismo? Insinua então que a ignorância e mesquinhez estão concentradas numa facção da contenda? O problema são os católicos?
Mas com que direito a democrática Doutora se arroga julgar o senso e livre arbítrio alheios, desprezando “vidinhas”, causas e crenças que não partilha? Refere-se à “canalha”? Fica-lhe mal, Doutora cronista, arvorar-se em dona de uma superioridade intelectual. Quase acredito que, ao contrário de uma “vidinha” como a minha e a de milhões de portugueses, a Dr.ª goza de uma superior experiência existencial, plena de emoções distintas e elevadas.
Finalmente, com a sua suprema e infinita perspicácia, a doutora vislumbrou em Teixeira da Cruz a messiânica salvação do povo oprimido, a condenação final da barbárie. Fiquemos então expectantes, venerandos e obrigados à eminente e ilustre inquisidora, antes que a "vidinha" nos comece a correr mal. Eu, por mim, vou à minha enquanto me deixam!
Mas com que direito a democrática Doutora se arroga julgar o senso e livre arbítrio alheios, desprezando “vidinhas”, causas e crenças que não partilha? Refere-se à “canalha”? Fica-lhe mal, Doutora cronista, arvorar-se em dona de uma superioridade intelectual. Quase acredito que, ao contrário de uma “vidinha” como a minha e a de milhões de portugueses, a Dr.ª goza de uma superior experiência existencial, plena de emoções distintas e elevadas.
Finalmente, com a sua suprema e infinita perspicácia, a doutora vislumbrou em Teixeira da Cruz a messiânica salvação do povo oprimido, a condenação final da barbárie. Fiquemos então expectantes, venerandos e obrigados à eminente e ilustre inquisidora, antes que a "vidinha" nos comece a correr mal. Eu, por mim, vou à minha enquanto me deixam!