Declaração de vencido

Os portugueses votaram e nós perdemos. É simples. Não é o fim do mundo. Não é sequer o fim de "um" mundo ou o fim do "nosso" mundo, ao contrário do que muitos têm dito. Porque há quem tenha perdido mais do que nós: aqueles que, nos próximos anos, deixarão de nascer porque o "sim" venceu. É por eles que não posso dar os parabéns a quem hoje se proclama vencedor. Apesar das suas boas intenções, ninguém - nem mesmo as mulheres a quem agora é dada uma solução de sentido único - ficou a ganhar com esta vitória.
A não ser, claro está, o Primeiro-Ministro. Politicamente, a vitória do "sim" pertence-lhe por inteiro. Foi ele que prometeu o referendo, que lançou o PS e o Governo na campanha, que deu a cara na recta final para contrariar a recuperação do "não". Arriscou e venceu. Calou o PS que o acusa de governar à direita e secou, durante três meses, a oposição à esquerda. Basta lembrar que, três dias antes do referendo, o Governo anunciou o contrato individual de trabalho para os funcionários públicos da saúde e da educação - e nem o PCP nem o BE esboçaram qualquer crítica. Com a campanha do aborto, Sócrates conseguiu, mais do que silenciar estes partidos, pô-los objectivamente a trabalhar para o Governo.
De resto, o referendo foi para a extrema-esquerda menos uma consulta popular do que uma página da sua própria agenda. Mostraram-no as declarações, esta noite, de Jerónimo de Sousa e Odete Santos, exaltando as "conquistas de Abril" e a longa luta do PCP pelo aborto livre, ou as de Francisco Louçã a ajustar contas com a Igreja (por meio de um súbito amor à "liberdade de consciência dos católicos"), ou ainda as de Carvalho da Silva, para quem isto é apenas o início de "outras lutas culturais para modernizar Portugal".
Outras guerras virão. Tem razão Vasco Pulido Valente, que o disse há uns dias. Não tem razão o Primeiro-Ministro, embora queira que acreditemos, quando diz que hoje se vira a página do aborto em Portugal. Não só não se vira como, mais tarde ou mais cedo, voltaremos a discutir o prazo do aborto a pedido.
Cá estarei para esse combate, e para outros que se adivinham. 11 de Fevereiro foi apenas uma batalha. Agradeço ao Rui Castro o convite para a travar e a todos os meus camaradas de blogue - a todos sem excepção - a sua companhia. Há derrotas que nos honram. Mesmo (ou sobretudo) se pesadas.

Comentários:
O SIM ganhou. Ganhou o quê?! Amanhã estará tudo na mesma: aborto clandestino + complicações + hospital + mortes heróicas; aborto ilegal ao qual a justiça fecha os olhos para que os SIM-II voltem à carga com reclusas imaginárias para liberalizar tudo de vez (desta vez sem referendos); SNS na vergonha do costume, mais uns escândalos adicionais; proliferação do negócio privado do aborto pago pelo erário público; 20 ou 30 milhões de gastos extra, que serão desviados de outros serviços porque o tempo de imprimir mais notas já acabou; mulheres a acharam que o aborto é uma opção "normal" e os números a crescerem como noutros paises; etc. Parabéns. Graças ao alibi dumas quantas mulheres com problemas reais, o PM fez um figurão, outros encheram-se de protagonismo, e a maioria que votou por SIM razões meramente egoístas já não precisam de sacrificar as férias na neve para pagarem abortos em Espanha nem os carrinhos novos, plasmas, GPS, PDA, etc, que impossibilitam que se crie um filho nas melhores condições. Agora que já votaram SIM dão por encerrado o vosso empenhamento cívico, claro. Precisam do tempo para agirar bandeiras para outro problema de saúde pública gravissimo que nos coloca na causa do universo conhecido? Casamentos homossexuais, talvez? E os hipócritas eram os do NÃO! Realmente.
 
Embrulhem!
 
Embrulhem o quê?
 
O anonimous tem razão.
Razão completa.
Quem votou sim pode pensar que o estado não tem dinheiro para operar velho com cataratas..,mas tem dinheiro para pagar aborto de fulana que ainda não quer ter filhos porque está em inicio de carreira.
É assim mesmo.

Quanto ao anonimous se por aqui aparecer que passe no meu blog.
O comentário dele é certissimo.

Clica aqui pra ver o meu blog

Isto vai ser uma mina é para as empresas de aborto espanholas.

Portugal era um dos paises com mais adolescentes gravidas.

Agora vai ser dos paises com mais adolescentes que abortam.
 
"Agora que já votaram SIM dão por encerrado o vosso empenhamento cívico, claro."


Meu caro anónimo, espero fazer bem mais do que os indivíduos "Não" de 98, que também na altura tão bem se empenharam na sua competência cívica - votar- e nada fizeram posteriormente, e durante quase 10 anos, para melhorar agravante do aborto clandestino. é certo que se criaram muitas associações de apoio, como tantas vezes aqui foram descritas, mas não bastaram! E a tão proclamada Adopção que aqui foi vindo a ser referida como opção? o que fizeram? parece não ter sido alvo de "batalha" entre os cidadãos votantes do "não" em 98, caso contrário, por certo, teriam "lutado" muito mais, erguido a voz mais alto a favor de uma política de Adopção justa e benéfica para as crianças, a favor das Vidas destas crianças...

Portanto, sr Anónimo SIM espero que quem votou Sim faça bem mais, do que muitos fizeram desde há 10 anos para cá. Se calhar, "Hipócrita" é um tipo-ideal que chega para muita gente deste país, não acha?


já agora acho vergonhoso parte do seu discurso, e lamento partilhar o meu País com pessoas que pensam como o senhor/a:

"Graças ao alibi dumas quantas mulheres com problemas reais, o PM fez um figurão, outros encheram-se de protagonismo, e a maioria que votou por SIM razões meramente egoístas já não precisam de sacrificar as férias na neve para pagarem abortos em Espanha nem os carrinhos novos, plasmas, GPS, PDA, etc, que impossibilitam que se crie um filho nas melhores condições."


Senhor Pedro Picoito, gostei muito de ter lido o seu texto; defenda sempre as suas ideias, é um direito seu.

os meus cumprimentos R
 
Quanto ao que o PM disse de se virar a pagina.., claro que se vira a página. A ideia do PS era fazer referendos até ganhar. Tendo ganho acabaram-se os referendos.
Não é a assembleia que tem de aprovar referendo?
Pouco percebo de politica mas parece-me que sim.
Seja como for começando o pais a abortar.., depois é dificil tirar esse direito.
O mal é começar.
Em muitas sociedades da actualidade ( e antigas)praticava-se o infanticidio.
O aborto chegou para ficar.
Na Roma antiga era legal abortar.
 
Anonimous falou bem. Segundo inquerito da associação de planeamento familiar um terço dos que abortam são da classe alta.
(No expresso tem duas reportagens, uma de um fulano que a gestor de multinacional de empresa de medicamentos, outros professor universitário.
Ambos promoveram o aborto para salvar as carreiras.
A referencia ao PDA está mesmo bem feita.
Muita gente vota por egoismo.
É mais seguro se o sim ganhar, disse um portugues à CNN.
Queria ele dizer que o sexo era mais seguro se ganhasse o sim. Caso o sim ganhasse Ele poderia optar pelo aborto se a namorada engravidasse.
Isso não é egoismo?
Ele pensa nele e nos dias que passa com a namorada.
Quem não vota por egoismo revela .,não ter informação já que segundo artigo do guardian o aborto em espanha aumentou para o dobro , em dez anos.
Milhares de fetos, crianças serão sacrificadas porque a sociedade passou a aceitar o aborto livre.
Não faz sentido chorarem-se 3 mulheres e abrir as porta ao sacrificio de milhares de crianças.
 
A verdade, verdadinha, é que 60% - os apoiantes do "sim" - dos 40% de eleitores que votaram corresponde a 24% da população.Isto só quer dizer, para já, que o Zé Pagode se marimbou nos "progressistas". Depois, que apenas 25%, isto é, só UM em cada QUATRO portugueses está favorável ao crime do aborto.Mesmo assim, fiquei decepcionado pois nunca pensei que honvessem tantos criminosos potenciais neste País que ainda se chama Portugal.

Nuno
 
O Nuno parece que "toma" para si os que sobram de «UM em cada QUATRO portugueses» - e esses três seriam contra a despenalização (foi isto que se votou) do aborto. Há 8 anos, essas contas, Nuno, feitas ao contrário eram bem mais fracas para o Não.

Agora que já votei SIM não dou por encerrado o meu empenho cívico, claro, na resolução de outros problemas da vida: o desemprego, a injustiça social, a pobreza séria e aflitiva neste país, o racismo e a xenofobia.

E como católico, também eu canto louvores à "liberdade de consciência dos católicos": este não era um voto de dogmas, este não era um voto pela liberalização. Essa já existe, com o aborto clandestino. Agora é possível despenalizar as mulheres, combater o aborto liberalizado nos vãos de escada, lutar pelas vidas.
 
Sr. Pedro Picoito,

Em primeiro lugar, esclareço que votei Não.

Sócrates não "deu a cara na recta final para contrariar a recuperação do "não", mas tão-só de forma assertiva esclareceu qual seria o resultado prático se o Não ganhasse. Aliás, não entendo como pode o Não ter reagido mal a esta declaração se tantos, nos quais me incluo, concordam com a actual lei.

Se quer dois bons motivos para a nossa triste derrota, aqui ficam:

1. Sócrates é um político de excepção;

2. O reconhecimento por alguns e importantes apoiantes do Não de que não era justo condenar e punir as mulheres que abortassem

Este último, julgo que foi o fim do Não, porque demonstra uma divisão séria não só a nível pessoal no dos seus defensores como uma quebra da própria lógica dos argumentos: se é a Vida que está em causa, jamais se poderá pactuar com outra solução que não seja a penalização pura e dura como a da actual lei.

Não lembra, também, ao diabo virem alguns dizer, a poucos dias do fim da campanha, que se o Não ganhasse haveria muita margem para discutir e corrigir a actual lei. Será que não perceberam que dizer isto equivale a dizer que iriamos ter mais meses ou anos de discussão acerca de como seria a nova lei do Não, e que as pessoas já estão fartas de ouvir falar nesta questão? Será que também não entenderam que não só o cansaço como também a incerteza sobre o que viria depois afastaria qualquer pessoa do voto pelo Não? Para evitar estas confusões o Não devia ter dito, em tempo oportuno e com a devida antecedência, exactamente como queria a Lei mudada... se é que, afinal, a queria mudar!!

Por estes motivos, acho que o Não perdeu claramente por falta de tacto político e capacidade de persuadir tantos indecisos que acabaram por votar Sim. Muitas pessoas não tinham opinião ética formada e foram atrás dos que tinham a solução mais compreensível e que se mostraram mais coesos ao longo da campanha. Ganhou a força do grupo mais forte ainda que unido pela iniquidade e imoralidade, mas certamente não ganhou a Razão.
 
Não há muito a esperar dos políticos - governo, parlamento e o resto - que temos vindo a aturar.
Todos os quadrantes nos têm trazido, salvo raríssimas excepções, gente ignorante e, em consequência, incapaz. São uma nulidade completa. Isto só não vê quem quer ou se se for ceguinho de todo.
Estou convencido que apenas as organizações privadas e a colaboração de igreja continuarão a apresentar soluções e a conseguir alguns resultados palpáveis. Porém, estas tentativas de minorar a chaga social que rodeia o aborto - e, bem assim, outros cancros - têm fraquíssimas hipóteses de ser bem sucedidas porque, além de o governo e os "progressistas" criarem as maiores dificuldades a esse trabalho, está instalado há mais de três décadas um desvario moral na sociedade portuguesa que continua a grassar sem se descortinar meios de o travar.
Quem aproveitou o "movimento dos capitães de Abril" tratou de se defender prevenindo que possa surgir uma reacção no sentido oposto. Não vai ser fácil resolver este nem os outros problemas que afligem Portugal.

Nuno
 
Vai um frasquinho de Eno para ajudar aos possíveis problemas de deglutição rãnica?
 
O Não perdeu porque, felizmente, os portugueses são muito mais inteligentes do que vocês tentavam fazer parecer. A escolha foi feita. Todos os movimentos do Não devem continuar a fazer o trabalho meritório que desde 1998 desenvolveram. Mas o Estado deixou de ser um instrumento de conversão pela força. E esta vitória é colectiva. É de todos e de todas nós. Merecemos depois de 30 anos de clandestinidade, medo e deferência a uma moral que deve ser individual. Amanhã é um novo dia e devemos, em conjunto, procurar as melhores soluções para que as mulheres e a vida intra-uterina sejam os interesses a proteger. E quanto a outras batalhas cá estaremos para as travar!
 
Ao contrário, o SIM não ganhou apesar de uns pós a mais que o NÃO.
De facto, os Portugueses - como nós - temos mais inteligência do que as esquerdas do SIM queriam demonstrar.
E isto apesar da tentativa de estupidificação massificada que se iniciou justamente há pouco mais de trinta anos e que se tem vindo a intensificar cada vez mais.
A verdade, verdadinha, é que 60% - os apoiantes do "sim" - dos 40% do total de eleitores que votaram corresponde apenas a 24% da população.Isto só quer dizer, para já, que o Zé Pagode se marimbou nos "progressistas".
Depois, que apenas esses 24%, isto é, só UM em cada QUATRO portugueses está ce acordo com o crime de aborto.
Mesmo assim, fiquei bastante decepcionado pois nunca pensei que honvessem tantos criminosos potenciais neste País que ainda se chama Portugal.

Nuno
 
Mamem agora...
 
"Portanto, sr Anónimo SIM espero que quem votou Sim faça bem mais"

"Deixa-me rir, essa história não é tua, não me venhas falar de amor..." Olhe, do mesmo modo que os SIMs dizem que os NÃOs agora podem continuar o trabalho de apoio que têm feito, os SIMs também já o podiam começado a fazer há 9 anos, não acha? Está à espera que quem faça o quê? O Socrates, o Estado, os massivos 24% que disseram SIM?! O PS esteve e está no governo! Como oposição também podia ter apresentado propostas. O que fez? Nada. Até ontem até dizia que se o NÃO vencesse, iria continuar a fazer nada. Para quê? Para continuar com essa treta de que a culpa era do NÃO. Hipócritas mentirosos são vocês todos. Vocês é que a vão embrulhar bem embrulhada.

"lamento partilhar o meu País com pessoas que pensam como o senhor/a:"

Nisso estamos de acordo. Lamento que o faça.

Miguel Marujo, isso é muito bonito, mas o aborto não resolve "o desemprego, a injustiça social, a pobreza séria e aflitiva neste país, o racismo e a xenofobia". Não me diga que já se deixou contagiar pela pastilha que os partidos lhe venderam?! Já não se imprimem notas para arranjar mais dinheiro. Imprima é isto e daqui a uns anos confirme por si mesmo.

O solitarioh2005 entendeu-me bem.
 
O sr. "Mamem agora... " está a referir-se aos apoiantes do SIM, certamente.
 
Apenas uma coisa me faz confusão. Em 98, estava eu mergulhado na campanha pelo "Não", quando na noite do referendo se decidiu que a vitória não se festejava por ser uma questão social e de convicções.
Devíamos alegrar-nos sim, mas os festejos não ajudavam nada e foram assumidos como desrespeito pelas convicções dos outros.
A palavra de ordem foi então "mãos à obra contra o Aborto"!

Tal e qual como ontem...

Há derrotas que nos honram!
Obrigado Pedro.

PS - Podem contar comigo para novo referendo em 2015!
 
No final da campanha ainda equacionar votar SIM, por mero cinismo, mas a minha dignidade tal não me permitiu.
Efectivamente pesando os dois lados haviam apenas 3 razões para votar sim:
Cinismo, Lerdice ou Oportunismo.

Os cínicos - Estão perfeitamente conscientes do que aí vem, mas tão-se lixando, desde que não seja com eles os outros que se matem à vontade.

Os lerdos - Os que acreditaram nos argumentos do sim e nos tais "vãos de escada".

Os oportunistas - Os que meramente desejam aproveitar para levarem a namorada/amante à abortadeira e de preferência à borla.

Acredito que a grande maioria esteja no grupo dos lerdos. Acreditam em estorinhas tão mal contadas como mecânicos de automóveis abortistas e afins. Os abortistas clandestinos ou legais são exactamente os mesmos: Médicos e enfermeiros. Não são costureiras nem mecânicos. E as clínicas que o faziam no escuro são as mesmas que o vão passar a fazer legalmente agora.
Também no campo dos abortos que correm mal, ao contrário do que se diz não vão diminuir mas antes aumentar. Aumentando o nr. bruto de abortos, aumenta a percentagem de probabilidades de correr mal.

Contudo não concordava com a anterior lei, não que considere minimamente que o aborto deve ser legal, mas sim que a pena deve corresponder ao dano. Uma bitola de 3 anos do dia 0 ao último pura e simplesmente não tem nexo. Se nas primeiras semanas se justificaria uma pequena coima ou mesmo nada, um aborto nos últimos 3 meses de gestação deve ser punido exemplarmente.

O que espero agora?
Neste momento o nosso país entrou na corda bamba, de modo que espero que os que desejam manter a sua integridade o consigam com sucesso e que, lá por ele ser legal, não o façam.

A maior anedota para mim foi a moral "privada".
A humanidade levou 5 milhões de anos de desenvolvimento para agora nascerem uns quantos com uma moral, quando não mesmo um sistema social completo, integrado e que lhes nasceu do nada. Uma espécie de furunculo da moralidade.
 
Muitas vezes acusados ao longo da campanha de querer impor uma suposta superioridade moral... é com tristeza que constato que talvez fosse uma crítica justa. Os comentários do tipo "embrulhem" ou "mamem agora" são indicadores de que essa superioridade moral que eu desconhecia talvez exista de facto.
 
@r,

A mesma lógica pode ser aplicada para os que votaram não:

cinismo- Porque é triste ver pessoas na campanha que praticam aborto (e não me estou a referir a mulheres que estavam gravidas)

Os lerdos - Que acreditam nos argumentos da suspensão de pena, que acreditam que o aborto vai acabar como de um milagre se tratasse, que acreditam que senão se passa à sua frente é porque não se passa.

os oportunistas - Os que acreditam que vão continuar a ganhar dinheiro com o aborto ilegal.


O seu comentário mostra a razão principal pelo qual o não perdeu. Porque mais uma vez "alguns" (e quero salientar alguns) dos apoiantes do não, não sabem estar em democracia nem discutir em democracia por discutem com demagogia e não com intelegencia (devo salientar que o mesmo acontece a alguns do lado do sim).

Apesar de ter votado sim quero dar os parabéns a este blog (que visitei diversas vezes) porque alguns dos posts colocados aqui a pensar no assunto com mais espírito critico mesmo que no final tenha votado no outro sentido.
 
Hoje é Dia de LUTO...

Palavras de Madre Teresa:

“Um país que aceita o aborto não está a ensinar os seus cidadãos a amar, mas a usar a violência para obterem o que querem. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto.”

www.tribunalaranja.blogspot.com
 
Rui

a) Não conheço ninguém do meu círculo que ande em abortistas.

b) Ninguém do não acreditava que o aborto ia desaparecer. Agora o que se põe é que não deve ser generalizado.

c) Os mesmos que tinham as clínicas clandestinas são os mesmos que as vão ter legais. O que é que muda? Nada! Pagam impostos mas recebem do Estado, o saldo ainda é mais negativo do que se não os pagassem. Pese ainda que pela ética o Estado não deve procurar receitas de práticas tão aberrantes, bárbaras e civilizacionalmente retardadas como o aborto.

d) Não se trata de uma posição anti-democrática mas sim de que a vida deve estar acima da democracia. Ou um dia destes ainda levamos a despenalização do homicídio no geral a referendo.
 
Queria dar os parabéns a todos os autores deste blogue. A mim, convenceram-me. Sei que isso não consola, porque o resultado do referendo está aí, para mal de muitas crianças que não nascerão e de muitas mães a quem ontem se ofereceu o que todos consideram um mal. Mas nunca poderemos agradecer o suficiente a todos os que, com sacrifício das vidas pessoais e sem meios nenhuns, lutaram até ao fim pela verdade. Obrigada.
Agora, mais do que nunca, é manter as mangas arregaçadas e trabalhar, trabalhar, trabalhar, "enquanto haja uma mulher que diga 'abortei porque não encontrei ninguém que me ajudasse' ".

Inês Fonseca.
 
O contrato foi hoje assinado e validado.

Abaixo está o artigo do publico d de 19/10/2006.

Hoje num canal de televisão apareceu a grande vencedora do referendo Yolanda Hernandez, entrevistada em directo.

Agora só falta apresentar as contas da campanha e verificar quem foram os verdadeiros apoiantes dos movimentos.

Há contactos com a DGS

Aborto: Clínica dos Arcos vai abrir instalações em Lisboa já em 2007
19.10.2006 - 09h18 Lusa, PUBLICO.PT



A Clínica dos Arcos, que nos últimos 12 meses recebeu nas suas instalações, em Espanha, quatro mil portuguesas que queriam interromper a sua gravidez, vai abrir instalações no centro de Lisboa durante o primeiro trimestre de 2007.

A garantia foi dada ao PUBLICO.PT pela directora da clínica, Yolanda Hernandez, que assegura que já estabeleceu contactos com a Direcção-Geral de Saúde (DGS) portuguesa, com alguns partidos políticos e com organizações de mulheres.

A directora adiantou ainda que a clínica - que será composta por pessoal médico português - irá abrir, "independentemente" do resultado do referendo em Portugal, uma vez que iniciou os contactos para a abertura do estabelecimento de saúde mesmo antes de saber da convocação de um novo referendo.

Em toda a Espanha existem cerca de 120 clínicas com a mesma acreditação especial do Ministério espanhol da Saúde para a prática da interrupção da gravidez.

Contactada pela agência Lusa, a Direcção-Geral de Saúde confirmou que tem sido contactada por unidades médicas estrangeiras especializadas na interrupção voluntária da gravidez que visam a construção de clínicas privadas em Portugal.

"Desde o final do ano passado, a DGS tem sido contactada por unidades médicas estrangeiras especializadas na IVG para a criação de clínicas privadas", disse o director-geral de Saúde, Francisco George.

De acordo com a mesma fonte, essas unidades estrangeiras têm contactado os serviços da DGS no sentido de conhecer o quadro legal em vigor no país com vista ao licenciamento de unidades privadas de saúde com internamento ou sala de recobro.

Francisco George lembra que a lei portuguesa já permite a interrupção da gravidez quando a vida da mãe está em perigo, em caso de má formação do feto ou em caso de violação.

O Parlamento vai aprovar hoje a proposta socialista de realização de um segundo referendo sobre a despenalização do aborto em Portugal, que questionará os portugueses sobre se concordam com a interrupção até às dez semanas.
 
A multiplicação das atitudes e comentários revanchistas sobre o resultado de ontem é bem patente.

A esses deixo um caminho: se quiserem, comecem já a trabalhar para requerer outro referendo, ao lado do PNR e da Santa Madre Igreja que não perde a mania de interferir no estado como o fez durante séculos, e aí se ridicularizarem ainda mais e perderem por valores cada vez mais significativos...
 
Ao anónimo (pelo menos aparece-me assim) das 8h43AM: não é uma questão de ser bonito, é uma questão de defesa da vida: bem me parecia que quando açguns dizem defender a vida, só pensam nalgumas questões muito específicas e são incapazes de as alargar ao "desemprego, a injustiça social, a pobreza séria e aflitiva neste país, o racismo e a xenofobia".

Não me deixei contagiar por pastilha nenhuma, meu caro, penso e decido e escrevo por mim. E pode ter a certeza que escuso de imprimir o que quer que seja: estes defensores da vida desaparecem num instante quando outras vidas estão em jogo.
 
Nuno, quem optou por não votar ontem não pode querer hoje acenar com a opinião que não exprimiu...

O que conta são as opiniões expressas, quem se absteve disse só que não queria dizer nada.
 
Miguel Marujo, eu ouvi ontem o PM e outros passarões dizerem o mesmo sobre "o desemprego, a injustiça social, a pobreza", etc. E ouvi-os dizer isso no contexto de "ah bom, isto agora o aborto vai ser livre e tal, mas fiquem descansados que não vai aumentar que a malta aqui tem a bola controla". O tanas é que têm. E é preciso falar do aborto para justificar o combate ao desemprego, pobreza, injustiça, trabalho precário, etc?! Não é isso que aqueles nabos lá andam a tentar fazer desde 1974!?!? Nada, mas ABSOLUTAMENTE NADA de relevo vai mudar nesse capítulo, pelo menos não catalizado pela maravilha do aborto livre. Infelizmente.

PS: No que me diz respeito a sua critica não me toca porque não votei NÃO com palas nos olhos. Além de que você não faz a mais pequena ideia do tipo de investimentos materiais e pessoais em regime de voluntariado que faço ou deixo de fazer.
 
Eu só gostava de dizer que as interpretações à abstenção nunca são matéria de facto, partem do objectivo do observador. Por esta razão, argumentos falaciosos como o usado por Luis Delgado hoje no DN não podem ser levados a sério. A simples constatação de que não houve nenhum grupo ou partido que apelasse à abstenção é suficiente para compreender a sua intenção perniciosa. A grande "maioria silenciosa" já não pega.
 
O que pega são a minoria silenciada; os fetos ou embriões que não dizem nada (era dar tempo ao tempo, e eles nasciam a chorar)

Mas, quer se conceba ou não, só se respeitará a natureza e a razão quando der vontade, maturidade, preparação psicológica, etc, etc,, de deixar o pôrra "livremente" se desenvolver, até nascer...


Edgardo
 
"Outras guerras virão.Tem razão o Vasco Pulido Valente..."
Claro que tem. Até escreveu um artigo a dizer que votava SIM. Remember?
 
Será por haver tanta gente estúpida que o desgoverno do executivo é socialista?
 
Tanta raiva de mau perder por aí espalhada, e tão mal disfarçada.
Tenham paciência, meus senhores! Habituem-se à ideia de que o zé povinho também vai evoluindo, vai abrindo os olhos e já não se deixa aterrorizar pelo terrorismo hipócrita das batinas bafientas de sacristia, pelas excomunhões, pelos infernos, sei lá!... O tempo da inquisição já lá vai e vocês ainda não se aperceberam disso... Pois é!!! Até os rebanhos já não são o que eram... As melhoras a todos os "nões".
 
Adventino, você ainda não entendeu que foram vocês quem perdeu?! Eu ganhei no momento em que fui votar. A minha obrigação nº1 é para com a minha consciência.

Você ainda não entendeu que dizendo "terrorismo hipócrita das batinas bafientas de sacristia, pelas excomunhões, pelos infernos" só mostra o básico e limitado que é?! Infelizmente foi muita gente hipnotizada como você que foi obdientemente votar que sim.

Vocês até podem abortar como se não houvesse amanhã, se quiserem podem fazer pickles de fetos para comerem com massa que, por muita indignação que isso provoque noutras pessoas, o facto é que o acto é ou seu ou sancionado por gente como você o que dá igual. As acções ficam com quem as pratica e portanto não ficarão comigo.

Vai sempre existir uma critica moral, e mesmo uma auto-critica por muito que a queiram esconder. A razão para isso não tem nada a ver com o "atraso da sociedade" e outras anormalidades que tenho ouvido. A verdadeira razão para isso é porque vocês estão errados. Mais tarde ou mais cedo isso será redescoberto por aqueles que agora o preferem ignorar por interesse próprio imediato. Abortar é, antes de mais, uma brutal falta de respeito da pessoa para com ela própria.
 
Pois... O referendo já foi, quem se quis esclarecer antes do voto fê-lo, quem não quis insiste na mesma lenga lenga mistificatória que, desta vez, não surtiu efeito.
Porque já cansa darem-nos a entender, nesta altura do campeonato, que os senhores não entenderam ainda ou não querem entender, aquilo que foi aprovado no passado domingo. Mas esse é um problema vosso, não meu. Nem valerá a pena estar a repetir tudo o que já foi dito até à exaustão.
Só quero, para terminar, dizer que acho verdadeiramente enternecedor que a igreja, que condena o uso do preservativo (sendo por isso responsável moral por muitos milhares de mortes de pessoas reais...)e dos outros contraceptivos, tenha vindo em desespero de causa defender mui caridosamente, como é hábito, o planeamento familiar que na prática condena. A não ser que haja planeamento familiar sem contracepção, e se houver gostaria que o divulgassem.
Até a hipocrisia deveria ter os seus limites...
 
" A não ser que haja planeamento familiar sem contracepção, e se houver gostaria que o divulgassem. "
Bem, eu naão sou católico mas como a defesa da vida não é monopólio de nenhuma religião arrisco uma resposat, para mim- pelo menos - absolutamente válida

A FORNICAÇÃO É A CAUSADORA ÚLTIMA DO ABORTO logo para evitar este horror há q apostar no planeamento familiar baseado na castidade até ao casamento...só como um remédio para evitar um mal maior é q entra o preservativo, o DIU , a 2 quça 2 fora do periodo de ovolação da mulher...

ISTO PORQUE .... a vida humana começa na concepção, irra !
( hei-de martelar nisto até que seja alterado o Cód Civil Portugues para que adopte um postura mais científica ! )
 
Ora bem, há então uma solução. "A castidade até ao casamento"... Seria uma posição respeitável se fosse sincera e, sobretudo, seguida por quem a preconiza.
Mas... E depois do casamento? Será que o senhor Cameira é um seguidor do célebre e ridículo ex-deputado Morgado que só tinha (ou tem) um filho porque só fornicou (para usar a sua expressão) uma vez? Senhor Cameira, um pouco de bom senso nunca ficou mal a ninguém. E já agora, não martele assim tanto, porque é a "martelar" que as surpresas desagradáveis acontecem...
Um abraço.
 
qT Á MINHA SINCERIDADE TEM TT DIREITO O SR DE DUVIDAR DE MIM COMO EU DE DUVIDAR DE SI...

QT AO PENSAMENTO sobre o sexo do famoso deputado Morgado digo-lhe apenas q essa é a posição da Igreja Cat
olica ( expressa aliás no catecismo ) e como o CDS tem profundas raizes católicas está explicada a intervenção

Ora eu, como já disse acima , não sou católico mas apenas cobeligerante com esta religiao nas causas que temos em comum ( e até o serei com a sua ideologia, se e quando for caso disso ), olhe e , ja agora, nao quer colocar aqui " o poema do morgado " da deputada do PS - Natália Correia ?

QT AO RIDICULO ... eu nao queria descer de nivel mas ... se calahar o ridiculo esta consigo e com os seus correlegionários tt ou mais do q comigo

POSTERIORMENTE eu disse o q faria depois do casamento ( e até antes se nao conseguisse o meu máximo objectivo a nivel ético e espiritual )portanto " a carapuça não se me enfiou "

POR FIM , NO CONCERNENTE A SURPRESAS....

VAMOS A VER SE NÃO CONSIGO( E QUE GRANDE SERIA )receber , como prenda de natal a mencionada alteração do artº 66º, nº 1 do CC.
pARA A QUAL JÁ IDEALIZEI O SEGUINTE TEXTO : " a)- Segundo os dados científicos mais sérios, actualmente conhecidos, a vida humana começa na concepção.
b)- A personalidade jurídica inícia-se com o início da vida "
 
Olhe adventino, vc perturbou-me tt q ate me esqueci de lhe esclarecer uma situação:

" FORNICAR " é ter relações sexuais antes de casar, logo ...depois de casar tal nunca pode acontecer, pela propria de fenição do conceito

David Cameira
 





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