Defensores do “Sim” à liberalização total do aborto tentam lançar a confusão

É de facto estranho o novo programa do Prós e Contras da televisão pública sobre o aborto, e só compreensível porque se começa a compreender no "Sim" que, apesar de toda a desinformação acumulada nos últimos anos, dos sucessivos golpes sujos e do empenho na causa da maioria dos jornalistas, as coisas não estão a correr nada bem. Os defensores da liberalização total do aborto estão a tomar consciência de que existe o sério risco de um número suficiente de eleitores se aperceber do que está realmente em causa no referendo e recusar o aborto a pedido que resultará de uma vitória do "Sim". Como vem sendo hábito quando precisam de artilharia pesada totalmente obediente , servem-se da RTP.

Se o Partido Socialista vier agora tentar lançar a confusão sobre o que está realmente em discussão no referendo (a liberalização total do aborto até às 10 semanas), isso prova que nem os próprios dirigentes do PS têm coragem de defender abertamente o voto no "Sim". Espero sinceramente que não tenham sucesso na tentativa de enganar o eleitorado que previsivelmente será tentada no último Prós e Contras antes do referendo.

Comentários:
who cares, núncio?
 
Se me fosse permitido gostaria de perguntar ao Sr. 1º Ministro…

Se o NÃO ganhar o referendo, porque não vai aceitar as propostas do não?

Sr. primeiro-ministro vai receber alguma comissão das clínicas espanholas, por isso não aceitou discutir na Assembleia da República várias iniciativas legislativas que apelavam para a utilização da figura penal, da “suspensão provisória do processo”, tendente a conciliar a censura do aborto, enquanto atentado à vida humana discutir na Assembleia da República várias iniciativas legislativas que apelavam para a utilização da figura penal, da “suspensão provisória do processo”, tendente a conciliar a censura do aborto, enquanto atentado à vida humana, com uma atitude solidária para com as mulheres que são levadas a essa prática?

Este instrumento processual penal, sem prescindir de uma função sancionatória, pedagógica ou de advertência, permitiria manter na lei o respeito pelo valor da vida humana, evitando o julgamento dessas mulheres e as manifestações pró-aborto que teimam em acompanhá-lo, e sobretudo contribuiria para enfrentar, com medidas de apoio psicossocial, as causas que levam à prática do aborto.
 
anonymous ... you should care ... porque pensar nisso é um acto inteligente e responsável. Votar NÃO é ir ao fundo das questões e descobrir que abortar não é solução para uma humanidade em evolução. Votar SIM empurra as mulheres para o aborto, viola a sua dignidade que se completa na maternidade. Porque não valorizar o que dignifica a mulher? "Do ventre de uma mulher nasceu toda a Humanidade", poderíamos dizer em sentido simbólico, ir contra isso liberalizando o aborto, é ir contra o que nos torna verdadeiramente humanos: amantes da vida, sempre.
 
Essa é muito boa, André. Então achas que o Sim, depois da vitória completa no debate do último programa, é que impôs a "desforra"?
Pensa, pensa...
 
Liberalizaçao total? Este total significa o que? Ou é só efeito? Qual seria a proposta contrária do nao?
 
da “suspensão provisória do processo”

Eu nao concordo com este desrespeito pela lei, mas sendo que isto é aplicado, qual o limite? Ou é sem limite? Eu ainda nao entendi isto.
 
Um comentário destes, no dia em que o telejornal da RTP dedicou uns 20 minutos para a campanhã do não e uns 5 (se tanto) para a do sim... vem mesmo a calhar...
 
Ontem, em conversa, um amigo que afirmava o seu SIM de forma muito convicta, afirmava que achava estranha a "extraordainária" campanha a favor do SIM que se verifica nos órgãos de comunicação social.

Sendo essa a minha percepção, fiquei mais esclarecido: afinal, esta parcialidade é clara e visível, mesmo para quem não está do lado do NÃO (nem sequer indeciso).

De facto, tenho visto diversos atropelos de jornalistas ao princípio elementar da objectividade, que o meu amigo também denunciou (no alinhamento dos telejornais, nas entrevistas, no tipo de questões colocadas,...) Por exemplo, na semana passada, no dia da marcha da Vida, a SIC Notícias decide destacar uma entrevista a Mª de Belém (apresentada como autora do prefácio de um livro que constituía um "estudo" italiano sobre o aborto).

Curiosamente, apesar destas dificuldades, o NÃO tem ganho terreno nas sondagens.

Desta evolução "contra a corrente", podem tirar-se duas conclusões: i)o povo português não é estúpido ii) quem faz campanha pelo NÃO beneficia (para além da sua abnegada dedicação e capacidade de comunicação) de estar do lado que, no seu íntimo, os portugueses reconhecem como respeitador dos direitos humanos e liberdade. Valores que parecem resistir...
 
liberalização total? mas é possível uma liberalização parcial?
 
Será que a Sna Fátima é inteligente? Parece que não, mas uma coisa é certa: tem uma memória de elefante.
Mas tem mais. Tem um microfone que lhe dá mais volume de voz e a possibilidade de tirar o pio - o que ela faz inúmeras vezes - a quem não diz o que está na agenda pretendida, ou seja, a "desconversar".
 
Caro Sr. André Azevedo Alves : Respeito profundamente a liberdade que tem para publicar no blog tudo aquilo que entender, contudo,espero de si alguma decência nas suas afirmações. Ou , num português mais simples (não vá o senhor subentender-me e acusar-me de algo estremamente grave) : tenha cuidado com as afirmações que faz .
Se o senhor quer ter credibilidade no que diz, em vez de se limitar a tecer críticas(algumas infundadas) , completamente inúteis e indiscriminados à campanha contrária À sua. É verdade que a campanha a favor do sim tem pontos bastante incoerentes e nem todos os seus apoiantes respeitam este debate sério,muitos até são extremistas. O mesmo se aplica a pessoas que defendem o não. E ao que parece o Sr. é uma dessas pessoas e é com muita pena que muitas pessoas irão votar no sim ou no não por sua causa,pois em vez de fazer como "colegas" seus do movimento não que promovem um debate sério, o senhor limita-se a tecer umas conspirações e críticas que no máximo servem para divertir o leitor.
Felizmente existem pessoas sérias de ambos os lados. E depois existem pessoas como o senhor que deslocam a discussão do tema e não promovem debate sério.
 
Estou a assistir ao Prós e Contras e devo dizer que não é nada estranho que tenha havido este novo debate. Afinal, a comunicação social é, no geral, a favor do "sim" e, quando o "não" se empenha em dar munições ao "sim", não se pode estranhar que o "sim" as queira usar.

A ideia do "crime sem pena" é um completo disparate, sem ponta por onde se lhe pegue. Alguém pensou "se é verdade que ninguém quer que as mulheres que abortam sejam condenadas ou sequer julgadas, então vamos dizer que, mesmo que o aborto continue a ser crime, o 'não' também significa que nenhuma mulher será condenada ou sequer julgada e assim ainda podemos ganhar uns votos". Não apenas não ganhamos votos nenhuns como perdemos uma carrada deles.

Primeiro, "as mulheres que abortam" não é o mesmo que "todas as mulheres que abortam". Se é verdade que a mulher, no geral, não aborta com um sorriso nos lábios, não se pode garantir que nenhuma mulher aborta com um sorriso nos lábios. A despenalização do aborto a pedido é dizer que quem quiser abortar, mesmo que com um sorriso nos lábios, o poderá fazer sob a protecção do Estado.

Criminalizar o aborto a pedido no geral e julgar quem aborta caso a caso pelos seus méritos específicos, punindo ou não a mulher e, caso sim, com pena de prisão ou outra, é o que a Lei actual permite. Em casos excepcionais, em que a vida intra-uterina não possa ser protegida senão com o encarceramento da mulher, essa é a pena adequada.
Suspender automaticamente todos os processos de aborto clandestino, garantindo às mulheres que podem abortar à vontade que nunca serão punidas, só servirá para fomentar o aborto clandestino.

Em segundo lugar, esta "proposta" é apresentada no pior momento possível. Só serve para gerar confusão e criar dúvidas. A principal arma do "não" é a verdade científica, o sentido humanista de um Código Penal que condena actos negativos mas permite julgar as circunstâncias específicas de cada caso, o aumento do aborto nos países que despenalizaram o aborto a pedido e o que se sabe sobre o dia 12, caso o "sim" ganhe, nomeadamente o aborto a pedido pago pelo Estado. Lançar a confusão com propostas estapafúrdias como esta só serve para minar o "não" e motivar o "sim".

Logo agora que o "não" estava quase a apanhar o "sim", somos atingidos com um tiro no porta-aviões, disparado por alguns dos nossos companheiros de luta.

Ainda falta quase uma semana. Por este andar, estes "pensadores" do "não" ainda me convencem a votar "sim".
 
Esqueci-me de indicar quem, no Prós e Contras e no lado do "não", tenta garantir que o tal tiro no nosso porta-aviões faz o máximo de estragos. Quem convidou o Filipe Anacoreta Correia para participar no Prós e Contras e lhe deu tanto tempo de antena é de certeza do "sim" e sabe o que está a fazer.
 
O senhor acredita profundamente numa teoria da conspiração.Porque é que não se limita a fazer o que deve fazer e a acreditar naquilo que acredita em vez de lançar comentários desses que em nada abonam a sua causa. Até parece que gostava que o NÃO também tivesse apoio de 3ºs ... Se os do SIM têm , o problema é deles.
 
Pascoal,

Quer-me parecer que não leu com atenção o que escrevi.

O Filipe Anacoreta Correia foi ao Prós e Contras em nome do "não" e o que disse e a forma como o disse só ajudaram o "sim". Assim, o problema não é deles, é nosso.
 





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