Entusiastas do "Sim" continuam a apostar na arrogância

A mais do que razoável questão do Henrique Raposo aos partidários do Sim sobre o day after no caso de uma hipotética vitória da sua causa no referendo mereceu esta resposta no Blogue do Sim.

Espero que a arrogância e a demagogia da campanha do "Sim" continuem a dar resultados nos dias que faltam de campanha.

Comentários:
Tenho três filhos, um rapaz de 17 anos, um rapaz de 10 e uma menina de 5 anos.
Os meus 2 primeiros filhos nasceram de forma ultra planeada, uma vez que a minha esposa tinha dificuldade para engravidar e, teve de fazer tratamento em ambos os casos.
A minha filha foi concebida, sem a minha mulher recorrer a tratamento, de forma um pouco inesperada, embora não possa dizer que tenha sido uma surpresa.
Embora a minha filha tivesse nascido, quando a minha esposa já estava a completar 42 anos, sendo por isso uma gravidez de muito risco, o aborto nunca foi opção, apesar de a primeira pergunta que o ginecologista fez, foi, se a gravidez era para seguir por diante. Está claro, que não nos arrependemos e hoje a minha filha é a alegria desta casa, com todas as suas diabruras e redescoberta do mundo pelos seus olhos.
O aborto para mim é algo de verdadeiramente terrível, por isso, compreendo que as mulheres que abortam, apenas o fazem devido a circunstâncias que não lhes deixam alternativas. Não acredito que alguma mulher aborte «porque sim».
O sofrimento que as mulheres enfrentam perante a decisão de um aborto, deve ser algo que um homem não pode sequer compreender. Castigar com uma pena de prisão, ou outra, uma pobre mulher que já sofreu tanto, não me parece correcto, essa mulher deve sim ter o apoio médico e psicológico que necessita, para que não volte a ser colocada perante a mesma decisão de abortar. Disse pobre mulher, porque, apenas as mulheres pobres serão eventualmente punidas, aquelas que disponham de 500 euros, deslocam-se a Badajoz, as mais afortunadas vão ás compras a Londres.
Ainda não sei se vou votar ou se voto em branco ou nulo, mas, de certeza que não voto não.
 
Isto é uma campanha??? Todos são arrogantes, voces não querem elucidar os indecisos, voces querem convence-los a força e usam todo o tipo de coisas, todo o tipo de mentiras, chantagens emocionais, parece um choradinho esta campanha.
Isto é para a malta do SIm e para a malta do Não
 
Anonymous,

As pobres mulheres que refere nunca serão "castigadas" com uma pena de prisão. Mas, se a despenalização do aborto a pedido passar, NENHUMA mulher que aborte, sejam quais forem os seus motivos, situação pessoal, familiar, económica ou profissional ou número de vezes que o faça, poderá ser punida seja como fôr.

Nenhuma mulher aborta porque sim? Bem, o aborto a pedido significa que se passa a poder abortar porque a gravidez não dá jeito naquele momento em particular (mesmo que pelo motivo mais fútil, incluíndo sob que signo astrológico a criança irá nascer), porque é menina e não menino, porque se sabe (a Ciência está a evoluir nesse sentido) que irá ser mais baixa que alta, de cabelos pretos e não louros, olhos castanhos e não verdes, ...

Isto não é "porque sim"? Não. É simplesmente por um motivo que, seja qual fôr o critério utilizado, só pode ser considerado fútil. O anonymous pode querer acreditar que nenhuma mulher abortará por uma razão dessas mas a realidade é que passará a ser legal fazê-lo.
Eu também não quero acreditar que pais queimem com cigarros os seus bébés de poucos meses ou os violem. Mas não é por isso que aceitaria que tais comportamentos deixassem de ser punidos pelo Estado.
 
Pressuposto Civilizacional:

Todas as civilizações têm por fundamento base e convergem num ponto: A defesa dos mais fracos.
Entre os mais fracos encontram-se as crianças e os mais fracos dos mais fracos são os que ainda estão por nascer.
É este pressuposto que a matilha do sim e os países que têm aborto livre estão a derivar. De facto o aborto NÃO é moderno, muito antes pelo contrário é um contraditório à civilização e a coisa que mais se lhe aparenta é mesmo a idade das cavernas.
De certa forma este referendo deve implicar uma alteração na nossa política externa no caso do Não ganhar, o que pode incluir renegociar a abertura de fronteiras com países de aborto livre onde se matam portugueses impunemente. Em último caso deverá Portugal proceder criminalmente contra Espanha, França, Reino Unido ou outro país que proceda a abortos de cidadãs nacionais ao abrigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Relembro aí a matilha do sim, que a Vida É um Direito Humano, o aborto não.
Curiosamente o tribunal a isso destinado situa-se na Holanda, país que nos enviou as "Assassinas nas ondas".
 
boa tarde

a resposta não foi "do blogue do sim", mas minha, maradona, de nome madeira. é uma diferença substancial.

era um favor que me fazia, como o enp explicou - em situação inversa - num post qualquer, não fazer pesar sobre a cabeça de dezenas defeitos que são só meus.

maradona

descaio com facilidade para a arrogancia, é verdade, mas acho que a maior parte das vezes só quando há arrogancia do outro lado (e, digamos em abono da verdade, é facil ver arrogancia em todo o lado, e, abonando a verdade ainda mais, a ausencia de arrogancia é muito mais irritante que a sua presença em excesso).

também me inclino para a demagogia, mas isso, como o andré azevedo alves deve saber, é impossivel de evitar quando nos metemos numa guerra como esta, em que uns, como o blogue do não, defendem que estão aqui a defender a Civilização,e os outros, os do meu campo, chegam a dizer que quase estamos na babarie (tudo isto pode ser vice versa).

o post de henrique raposo não é razoável porque para além de deliberadamente parcial (a guerrilha anti-não não é manifestamente menor que a guerrilha anti-sim) faz uma pergunta idiota no contexto deste debate (mas pertinente no caso de o Sim ganhar): se a actual lei não é aplicada como os do Não gostariam (incontroverso e, misteriosamente, esse facto não perocupa henrique raposo), porque razão se deve fazer pesar sobre quem defende o Sim as consequencias de uma aplicação deficiente ou negativa?

Já para não falar da aplicação na "prática" dos "enquadramentos legais que" lhe "parecem equilibrados" da Alemanha ou como na Dinamarca, mas isso eu que sou embirrante.
 





blogue do não