Espalhem a notícia

Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre ---
Espalhem a notícia
do que é quente e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse
Divulguem o encanto
o ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
O ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou
Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta, é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher

Sérgio Godinho

Comentários:
ATENÇAO: a musica fala de um filho desejado.
 
Caro anónimo:

O embrião muda de natureza consoante seja desejado ou não?
Se é desejado é pessoa, se não é desejado é "coisa"?
 
espalhem a noticia
do menino violado
na instituição onde a mãe o deixou
 
Adoro quando o facto de os pais desejarem os filhos se torna fundamento suficiente para garantir a felicidade dos mesmos... e depois nós é que andamos equivocados em relação ao mundo que nos rodeia!

Gostava de ver essas estatísticas porque me parece que o maior número de violações occorem dentro das famílias ditas tradicionais.
 
Mouche, Marta.
Com toda a probabilidade, o/a Anónimo/a é uma pessoa de bem, preocupado com o bem-estar do seu semelhante, mas que não se apercebe da enormidade do que diz. Reserva-se o direito de decidir sobre uma vida humana, segundo o «alto» critério de a desejar, ou não. Estas ideias estão tão entranhadas na cultura corrente, que as pessoas individuais não se apercebem da sua esquizofrenia (das ideias).
Um dia, uma minoria empenhada consegue convencer a sociedade, introduzir a nova ideia na lei, e a nova ideia passa a ser consagrada. E as pessoas passam a cumpri-la, nem sempre e necessariamente por uma adesão pessoal, mas pelo automatismo de obedecer às leis. Será que este raciocínio não se poderia aplicar à escravatura? Á pena de morte? À queima da mulher cujo marido morreu, como ainda se faz em regiões recônditas da Índia? À execução pelos familiares de uma rapariga que não aceite o noivo que lhe é imposto, como acontece em imensos países árabes?
Será preciso (felizmente não falta muito) que as ecografias 4D nos imponham a evidência das características humanas do feto para que a lei o proteja em todos os países civilizados?
Ah, como é longo e difícil o caminho para a civilização...
 
Para a lei actual, e para muitas pessoas, mesmo apoiantes do não, se não muda de natureza, pelo menos, muda a necessidade de protecção e tutela penal. Se o embrião foi fruto de violação deixa de merecer protecção? Se tem trissomia 21 deixa de merecer protecção?

Só há um "não" coerente, que é o que rejeita a legalidade do aborto em todas as circunstâncias, excepto em caso de risco de vida da mãe. Não concordo com esta posição, porque não partilho os seus pressupostos, nomeadamente, o pressuposto de que existe uma pessoa no ventre da mãe desde a concepção. Mas reconheço-lhe coerência. Aos outros, não.

Todos aqueles que não discordam frontalmente da lei em vigor têm que assumir que acham que o embrião não merece a protecção absoluta do direito. E isso, para mim, só é admissível se considerarmos que a vida no embrião não é equiparável à vida de uma pessoa, desenvolvida, capaz de pensar, de sentir. Capacidades que um embrião de 10 semanas não tem.

É incoerente dizer que se concorda com a actual lei, que é razoável, e depois vir com o argumento da pessoa, do outro no ventre da mãe. Não achamos mesmo que é outro, pois não? Não nos passaria pela cabeça despenalizar o homicídio, pela mãe, de uma criança nascida, porque foi fruto de uma violação. Se aceitamos o aborto com base nessa justificação significa que há diferença.

Para mim, e em coerência com essa diferença (que, pelo menos numa fase tão inicial de desenvolvimento, acho que existe), só um voto possível, SIM. Porque a maternidade é uma mudança demasiado grande na vida de uma pessoa para ser imposta pela lei a alguém que não se sente capaz de a assumir.
 
Resposta a Frei Bento Domingues O.P.
de, P. António Vaz Pinto, SI

Importante, para todos, é informar e formar a consciência para que cada um possa decidir e agir em conformidade com a recta razão que é a norma ética. E é aqui que nos devemos situar: o que é conforme à razão, às exigências de natureza humana individual e colectiva?
Ao regressar ao Porto, domingo à noite, debrucei-me sobre a crónica de Frei Bento Domingues, O.P., "Por opção da mulher", como tantas vezes faço e tantas vezes com tanto gosto e proveito... Infelizmente, desta vez, brotou em mim a desilusão, a discordância e a necessidade imperiosa de lhe responder, no contexto de polémica instalada no país, mas muito para lá dela...
Limitado pelo tempo e pelo espaço, irei cingir-me a três tópicos referidos na sua crónica, que considero os mais importantes:

1. Consciência e norma ética.
Pode ser útil referir Aristóteles, S. Tomás de Aquino ou J. Ratzinger, o actual Papa, para relembrar que a suprema instância de decisão ética para o cristão, acima da própria suprema autoridade eclesiástica, o Concílio ou o Papa, é a consciência individual. É doutrina mais que tradicional.
Mas é bom ter presente que este princípio não vale apenas para a questão do aborto; se alguém se afirmar, cristão e simultaneamente, em consciência, defensor da escravatura, da pedofilia ou do racismo, que lhe dirá Frei Bento? Que lhe pode opor? Fica entregue a si próprio e a Deus...
Importante, para todos, é informar e formar a consciência para que cada um possa decidir e agir em conformidade com a recta razão que é a norma ética. E é aqui que nos devemos situar: o que é conforme à razão, às exigências de natureza humana individual e colectiva?

2. A problemática jurídica e penal e os limites da tolerância.
Numa sociedade laica e plural como é a nossa - e estou muito contente que assim seja -, os cristãos ou a Igreja não devem nem podem impor a sua "visão" aos outros membros da sociedade. Mas, tal como os membros de outras confissões, agnósticos e ateus, têm todo o direito e até o dever de propor valores e princípios, na busca de um denominador comum que permita a convivência, nunca totalmente pacífica, em sociedade...
É precisamente disso que se trata: o ordenamento jurídico de uma dada sociedade, incluindo o ordenamento penal, tem pressupostos e valores donde brotam as diversas normas. Por exemplo, em Portugal, é proibido o roubo, o homicídio, o racismo, a difamação, etc. Quer isto dizer que a sociedade portuguesa, através dos seus legítimos representantes, legisladores, assume como valores e pressupostos a propriedade, a vida humana, a igualdade racial, o bom nome, etc., consagrando-os como "bens jurídicos", a preservar e defender.
Essa é que é a questão que se coloca a todos nós, no próximo referendo: independentemente da nossa religião (ou ausência dela) em que modelo de sociedade queremos viver? Que valor consideramos maior? A vida humana, raiz de toda a dignidade e de todos os direitos, "inviolável", como diz a nossa própria Constituição (Artº 24, n. 1), ou consideramos que outros valores, vg. saúde, segurança, não humilhação, valem mais do que a própria vida?
Dir-se-á: mas ninguém é obrigado a abortar; proibir o aborto é impor aos outros as nossas convicções: proibir a escravatura, o racismo e a pedofilia também é impor as nossas convicções àqueles que pensam doutra maneira... ou será que essas proibições devem desaparecer do Código Penal?
Em cada momento, cada sociedade faz escolhas de carácter ético e, embora possa e deva, nas nossas sociedades pluralistas, deixar largas margens de liberdade e não se intrometer na vida e moral privada de cada um, tem de assegurar as normas jurídicas mínimas de convivência social. Quando a liberdade de um colide com a vida e a liberdade de outro, a sociedade pode e deve fazer escolhas e estabelecer limites. E estas escolhas são feitas sabendo-se de antemão que haverá quem não concorde, que haverá sempre maioria e minoria....
O pluralismo não pode ser ilimitado e a própria tolerância levada ao extremo autodestrói-se...

3. "Por opção da mulher"
Ao contrário da actual lei - com a qual não concordo, evidentemente (mas que tem o mérito de manter o princípio do respeito pela vida humana e da ilicitude do aborto, apenas abrindo excepções por razões ponderosas) - o que é proposto na pergunta agora colocada a referendo, embora se refira apenas a "despenalização do aborto", corresponde a uma realidade totalmente diferente: desde que praticado em estabelecimento de saúde autorizado e até às dez semanas, a prática do aborto, de facto e de direito, fica totalmente liberalizada e até financiada, dependendo apenas da vontade da mulher. Até às dez semanas, é o total arbítrio...
Será isto justo, saudável, estará de acordo com os fundamentos do modelo de sociedade, defensora dos direitos humanos e da dignidade da vida humana, que demorou tantos séculos a construir?
Se é certo que a mulher, na sociedade e na Igreja, foi e continua a ser injustamente discriminada, não parece sensato nem justo que se introduza agora uma discriminação positiva, em favor das mulheres, no campo jurídico e penal... O ser humano - homem e mulher - é capaz do pior e do melhor - sem distinção de sexo...
Apesar de saber bem o rol de sofrimento da mulher que muitas vezes acompanha a prática do aborto, as pressões, sociais, familiares e afectivas a que está sujeita (muitas vezes do próprio homem que contribuiu para a concepção do feto), entregar à mulher, em total arbítrio, a decisão de vida ou de morte de um ser humano não é justo nem democrático. E diria exactamente o mesmo, é evidente, se o homem fosse o decisor...
O combate ao aborto (que todos reconhecem como mal, incluindo os defensores do sim) não passa pela sua liberalização, mas pelo combate às suas raízes... Pais, escola, família, comunicação social, sociedade em geral, a Igreja e o Estado... todos temos culpas e todos temos muito a fazer... O apoio afectivo, psicológico, social e financeiro às mulheres - efectivo - é indispensável e urgente.
Não sei qual será o resultado do referendo próximo. Mas sei que a luta pela vida continua e que o que tem futuro na história da humanidade não é o que destrói, mas o que fomenta a promoção integral da vida humana: o homem todo e todos os homens, sem excepção. Isso é que é ser universal, isto é, "católico"...
Caro Frei Bento, espero encontrá-lo na próxima curva da nossa história, do mesmo lado, o lado da defesa dos direitos humanos, sem sim, nem mas...

in, "publico" dia 7.2.2007
 
Para miguel
A maioria das familias ditas tradicionais votam NAO
 
Caro José: consegue-me arranjar os links do artigo do FBD e desta resposta do PVP? Ficava-lhe muito agradecido.
Se conseguir, por favor envie para bloguedonao@gmail.com , ao meu cuidado.
 
caro jorge: o link do publico, com o referido artigo FBD, é só para assinantes. Mas se quiser mando o ficheiro em anexo word por mail. vou mandar o artigo por mail agora.
cumprimentos
josé
 
Para Anónimo do 12.08:

Por família dita tradicional deverá entender-se núcleo constituido por pai, mãe e filhos. Não é claro para mim que votem não!
 
É isso mesmo, José. Muito obrigado.
 
engraçado Sérgio Godinho no blog do não, que engraçado como interpretam os poemas como lhes convém
 
pagaram ao Sérgio para pôr aqui isto
 
Fala-se aqui de um parto, de uma criança acabada de nascer - não de um embrião com 10 semanas -, de uma criança desejada. Bem sei que há uma certa liberdade numa interpretação poética, mas uma coisa é poesia, outra é a mentira. Ora pensem lá um bocadinho:

O ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou
Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança


Costuma dizer-se, como figura de estilo, que há limites para tudo. Mas para a desonestidade da campanha do Não esses limites não existem, vale tudo mesmo atirar bébés.

Alguém falou, mais acima, da necessidade de ecografias 4D [bom, pensei que fosse o que temos, uma vez que a quarta dimensão é o tempo e se ficares uma tarde inteira a fazer uma ecografia... ficas uma tarde inteira a olhar para as quatro dimensões, mas isto deve ser um conceito muito à frente e que eu não estou a agarrar, cof cof]. O curioso é que as 4 dimensões de uma mulher, que é uma pessoa, coisa de que os defensores do Não se esquecem com facilidade, as 4 dimensões de uma mulher, dizia, estão aí, reveladas à vossa frente, nas ruas, nos afectos, no quotidiano, nos hospitais, nos tribunais. Mesmo assim não chega para que percebam a violência institucional que defendem. A brutalidade que advogam. A ignomínia em que votam. Sim, senhores, é o longo caminho para a civilização, para o respeito pelo próximo, para o fim dos fanatismos e das tiranias sociais.

Vamos ver, no dia 11, os portugueses escolherem a liberdade cívica e não a fraude moral, a honestidade democrática e não a ditadurazeca de pacotilha armada à boa consciência.



E pararem de usar abusivamente referências de defensores do SIM na vossas campanhas era coisa que vos ficava bem. Não que fizesse diferença, porque a leveza com que mentem e ofendem a integridade das mulheres já vos borrou a pintura toda há muito tempo.

SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIMSIMSIMSIM!!!
 
tu percebes o que lês, jorge lima?
achas que atingiste onde o sérgio godinho queria chegar?

não achas que em termos de poesia, te devias bastar com a que vai passando na sede do cds, essa sim bastante clara e simples?

que dirias tu, pobre criatura, se o próprio sérgio godinho te perguntasse o que é que um poema dele está a fazer numa imbecilidade tua?
 
Queriduxos Manel e Sofia:

Desculpem-me amarar-vos por afinidade de QIs no mesmo post.

Vou-me lembrar de explicar aos especialistas da recente técnica 4D que tu não concordas com o nome. Nem o link sabes abrir, criatura?

Os poemas, quando são publicados, deixam de pertencer aos autores. Já ouviram falar na ambiguidade literária? Não, claro que não. É evidente que o Sérgio Godinho não gostaria de se ver citado neste post (e daí...), mas nem ele me pode impedir de ser um grande admirador das canções dele desde antes do 25 A. E de ver neste poema uma apologia da vida. Muito menos vcs, seus totós...

Finalmente, gostaria de vos deixar com uma ideia para dia 11:
Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz NÂO!

(Eh eh eh!)
 
O autor da poema responde aqui a este vosso post: http://sim-referendo.blogspot.com/2007/02/espalhem-notcia-ou-chamem-polcia.html
 
" Quinta-feira, Fevereiro 8
"Espalhem a Notícia" ou "Chamem a Polícia"? "

amém, amén, o " SIM " é mais " A MORTE SAIU Á RUA NUM DIA ASSIM, NAQUELE LUGAR SEM NOME PARA QQ FIM (::: )"

Pois concerteza, chamem a polícia paar prender os assassinos !

LOL
 
Claro que, como o próprio autor assinala, não pode (nem quer) impedir que usem os poemas dele ao arrepio do sentido que têm. Mas pode demarcar-se dessas utilizações, como podem ler no post do Sérgio Godinho que o Daniel acima assinala.

Isto, claro, se não apagarem esse comentário, como fizeram ao meu anterior e provavelmente farão a este. Acho bem, fiquem só com os belos sentimentos dos Davides deste mundo.
 
Devo acrescentar: têm a minha compreensão para esta utilização, como para a que fizeram do Sousa Braga há tempos. Temos que ser compreensivos. Deve ser difícil, muito difícil, encontrar produção artística a defender que o Estado prenda as pessoas pelas suas opções privadas.
 
Bom dia
Só uma simples pergunta ,e queria a resposta muito consisa .
O SÉRGIO GODINHO AUTORIZOU QUE PUBLICASSEM A LETRA DESSA CANÇÃO.
Sim ou não...obrigado
 
O meu comentário foi apagado e nada tinha de insultuoso. A não ser a resposta dada por Sérgio Godinho.

Repito-o:

O autor do poema respondeu aqui:
http://sim-referendo.blogspot.com/2007/02/espalhem-notcia-ou-chamem-polcia.html

Espero que não apaguem desta vez.
 
Tótó parece-me um nome bastante carinhoso para chamar a quem achas que advoga um crime, meu caro. Não te terás enganado no insulto?

Insultos e apropiações demagógicas, são os vossos recursos. E realmente é irónico que precisem tanto das capacidades artísticas dos tótós deste mundo para tentar chegar a algum lado. O que é que isso faz de vocês? Além de tótós, hipócritas, além de tiranetes, patéticos. Façam lá um esforço, tentem trocar as artes dos tótós pelos brilhantes argumentos das tétés. Ou até vocês já perceberam que não valem um chavelho? E são vocês que acham que podem decidir sobre as gravidezes de outras pessoas? Falta de vergonha na cara, é o que é...
 
Peço desculpa. Não foi apagado nada. Desculpas sinceras e podem apagar estes dois ultimos se entenderem. Não fiz o refresh na página.
 
" O SÉRGIO GODINHO AUTORIZOU QUE PUBLICASSEM A LETRA DESSA CANÇÃO.
Sim ou não...obrigado "

Resposta provisória:

Mesmo que o NÃO tivesse autorizado Á PRIORI o facto de saber e não exigir que le fosse apagado significa, qt a mim, que TACITAMENTE NÃO se importa, assim tanto, com essa utilização
 
Caro Daniel Oliveira e Anónimo:

Não, o Sérgio Godinho não autorizou, como explico num post de há minutos. Mas deu uma rélpilca simpática e legítima. Ainda bem, Daniel, que se apercebeu de que não apagamos comentários. Aliás, eu queria responder ao seu post no Arrastão, mas você, meu caro, é que fechou o estaminé e não admite comentários.

Inês Meneses: nunca apagaria um comentário seu. E explique-me cmeq surgem contantemente, repito, surgem, comentários seus a dizer que nós apagamos comentários. Não faz sentido, não é? E olhe, já agora, permitam comentários no Sim a o Referendo...

Abraços

Manel; desculpe chamar-lhe totó - mas é que Você é mesmo, pá!
 
Cara Dra. Marta Rebelo,

Agora pergunto-lhe eu:

O embrião muda de natureza consoante seja defeciente ou saudável?
Se é saudável é pessoa, se é defeciente é "coisa"?
 
Credo, Jorge, não tem que pedir desculpas. Mas essa dislexia, não tem cura? Eu não sou tótó, sou uma criminosa. É bem diferente.
 
Já não bastava no sítio do "Assim não" a afirmação que o Professor Vital Moreira vai votar não, e agora brindam-nos agora com o Sérgio Godinho num sítio do "Não"....

"Fica-vos bem essa grandeza!!!"""
 
Cara Manel:

Como sou incrivelmente machista, tenho de lhe dizer que se soubesse que estava a falar com uma senhora, não lhe chamava «totó». Mas aquela de questionar a história da 4D meteu-se comigo... ainda por cima apanhou por tabela pela Sofia, que estava a precisar de resposta vigorosa.
Finalmente: é criminosa? eu sou visitador numa prisão. (E estou a falar a sério.) Já viu o quanto temos em comum?

PS: não sou nada machista - foi só para a irritar.
 
Inês Meneses: sabe que eu concordo com essa de a arte melhor ser de esquerda? Mas que é que eu hei-de fazer? Não se pode ter tudo... Por isso é que eu cito o SG.
 
Lamento desapontá-lo, Jorge, mas se o Jorge não fosse machista não votaria como diz que vota, e sobretudo nunca teria coragem de tentar impingir as suas moralidades pessoais aos úteros alheios. Acho que anda a precisar de rever esses conceitos. Até dia 11 ainda tem tempo para pensar um bocadinho... boa sorte.
 
Cara Manel:

Desejar-lhe boa sortepara dia 11, isso sim, seria hipocrisia da minha parte. Quanto a tudo resto, tudo do melhor para si...
 
Jorge Lima

Se tem ido à caixa de comentários do Arrastão sabe muito bem porque as fechei. Felizmente que o mesmo não acontece nas suas. Diz mais dos que o comentam, opondo-se a si, do que de si próprio. Não puxe por isso pela lingua.
 
Vimos por este meio informar V. Exa. de que a caixa de comentários do pasquim “Arrastão” foi mandada encerrar pelo Exmo. Comandante Guélas, uma vez que o conteúdo do Blog viola as leis do TSOR (Tribunal do Santo Ofício da R.I.A.P.A.) e conspurca a juventude. Com o encerrar desse espaço a juventude perderá o interesse, visto que os “posts” não são mais do que o espelho da debilidade mental do autor”.

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Nome: Daniel Oliveira
Os dados do Estudo revelam um comportamento regressivo e maníaco, não conseguindo o paciente processar honestamente os problemas com que se deparou. Em Termos Emocionais e usando a Tabela Universal de Charcot, adoptada pela UE, foi catalogado como um Analfabeto Emocional Tipo C. O factor mais relevante foi as Poucas Motivações nas Convicções.
Tratamento: aconselhamos o uso de Trifluperidol com a seguinte posologia: Inicial - 0,7mg/dia, aumentando de 0,5mg de 3 em 3 dias, até que ganhe de novo coragem para se abrir à Sociedade. A dose de manutenção é de 2.5mg/dia.

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“O senhor Daniel Oliveira escreve como se não tivesse nenhum inimigo no mundo. Em compensação, sabemos que nenhum dos seus amigos gosta dele. “ – Ratinho

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Anónimo das 4:04,

É só isso que tens para dizer. De tudo isso... concluo que vais votar não???

"Santa" paciência!!!
 
Jorge, o meu primeiro comentário era uma resposta à Marta Rebelo, foi logo que o post saiu. Mas tem razão, não é a primeira vez que tenho que escrever que apagaram o primeiro, para deixarem sair o segundo. E não por eu ser alguma vez menos educada, julgo. Decidam-se. Há comentários ou não há comentários?
 
E dou de barato a vontade que há de desistir dos comentários nesta discussão, em que o nível baixa com uma enorme facilidade.

Mas há uma diferença entre apagar comentários de puro insulto (embora no meu blog prefira não apagar nada), ou apagar simples opiniões diferentes.

Anyway, temos que saudar ter encontrado uma área de acordo, o SG. E nem concordo que a arte de direita seja pior (eu falei só em não haver música sobre este assunto que seja pelo não), mas guardamos essa discussão para outra altura...
 
Inês Meneses, deixou de ter graça. Eu nunca apaguei um comentário seu, nunca apagaria, nunca apagarei. Nem de ninguém. A única vez que estive perto disso foi em relação a um comentário soez (e anónimo, claro) sobre o incidente do Sérgio Godinho no aeroporto. E mesmo assim preferi censurá-lo em público do que apagá-lo. Ou acredita nisto, ou não acredita. Deixo ao seu critério, e retiro-me do tema.
 
Mais uma coisa, Inês, se quer saber a história toda: houve uma altura em que os comentários eram geridos por um só administrador, que, por princípio, só deixava de fora os insultuosos. Como era o único a fazê-lo, havia muitas vezes grandes demoras antes de um comentário sair. (Foi provavelmente o que aconteceu com o(s) seus(s). Por essa razão, agora a gestão dos comentários fica a cargo de cada autor. E este autor, não sei se já lhe disse, não apaga comentários. Ponto.
 
"Acabo de receber, por vários amigos, a notícia: um "blogue do não” usou nas suas páginas uma canção minha, para, em ultima análise, promover os seus pontos de vista em relação ao referendo de Domingo.

Para mim, não é um assunto novo. Muitas vezes, canções inteiras foram usadas em contextos ampliados — e muitas vezes amplificados. E muitas outras se apropriaram de frases minhas para dizer — e pensar — outras coisas. Goste ou não goste (e gosto várias vezes) acho que tudo isso faz parte de qualquer acto criativo. Se não o quisesse expor a esse risco, guardava-o na gaveta.

Só que há limites, claro. Desde já, neste caso, enganaram-se, não só na intenção, mas no próprio título da canção. Em vez de “Espalhem a notícia” deviam ter posto (e postado) "Chamem a polícia”...

A minha canção é uma elegia à qualidade da vida, e à alegria consciente de dar à luz um novo ser. Nada que se pareça com humilhação, falsas promessas de apoio a gravidezes indesejadas, sugestões de trabalho comunitário para substituir penas de prisão e outra pérolas que tais.

E sim, sim à vida que a canção exalta e reconhece. Espalhem a notícia."
Depois disto, e se tivessem vergonha, fica-vos bem retirarem o poema do Sérgio
 
a pílula falhou (sim, aquilo às vezes falha!), e eu NÃO QUERO ESTA COISA DENTRO DE MIM, quem és tu para me obrigares a tê-la?

Portanto vou presa (sim, eu farei um aborto) porque os hipócritas do 'não' acham que esta coisa é muito fôfa?

Por acaso obriguei alguém a fazer um aborto sem o desejar?

Eu irei a Londres ou a Badajoz fazer um aborto só para não ir presa, eu posso fazê-lo, portanto a minha luta é pelas mulheres que querem fazer um aborto e não têm os meios para ir aonde isso não é ilegal.

Lamento sinceramente todos os activistas do 'não' que já fizeram abortos e vêm para a rua gritar moralismos falsos. Conheço algumas 'tias' e 'tios' que foram a Londres fazer aborto (e aproveitam para umas comprinhas) e agora votam 'não'... triste mas verdadeiro!

Lamento os médicos fingidos que têm aparecido na TV cheios de pose a defender o 'não' e na sua clínica fazem abortos a COBRAR BEM, claro!

SÃO UNS TRISTES

Diz 'não' à prisão da mulher que abortou...

Diz 'não' às clinicas clandestinas

Diz 'não' às clínicas que votam 'não' porque assim vão perder clientes! (Sim isso existe!)

DIA 11 SÊ RESPONSÁVEL EM VEZ DE HIPÓCRITA -------- VOTA SIM
 
Diz "Sim" à Pena de Morte, diz "Sim" ao aborto !
Pela sua SEGURANÇA, pela descida dos ÍNDICES DE CRIMINALIDADE !
Assim, as pretas irão fazer fila à porta dos hospitais !

www.riapa.pt.to
 
Com o “SIM” um pontapé na barriga até às dez semanas será apenas uma agressão e só a partir daí um homicídio.

www.riapa.pt.to
 
A minha deve-se ao facto de pensar que sim, é uma vida…
Mas essa vida, quando crescer e for rejeitada, mal tratada, sem condições para vingar o que dirão?
O NÃO, não permite sequer q a lei seja trabalhada, estudada; NÃO permite que sejam criadas condições para que o aconselhamento seja um facto; NÃO permite que a consciência das pessoas seja ouvida.
NÃO acredito que alguém faça um aborto de ânimo leve, mas vou mais longe. Será que uma pessoa que faz um aborto de ânimo leve, vai deixar de o fazer? E mesmo assim, será que de ânimo leve, não deixará um bebe abandonado? NÃO fará dela uma criança maltratada? E essa pessoa que toma as atitudes de animo leve? Alguma vez terá a oportunidade de ter aconselhamento? SIM, meus amigos, porque são precisamente esses indivíduos que tomam as suas decisões de animo leve que precisam URGENTEMENTE de ajuda!!!. Se NÃO houver ninguém que lhes abra uma porta, lhes dê uma luz, provavelmente vão faze-lo até ao fim da vida.
Eu poderia ate ser contra o aborto (NÃO sou) e continuaria a votar SIM.
SIM, porque respeito a opinião, a discussão, as atitudes dos outros, acredito na diferença e no livre arbítrio; acredito que as atitudes são tomadas de acordo com a consciência de cada um. E mais ainda acredito que a realidade é a realidade…e não é a proibição ou a ausência de uma atitude esclarecedora e eficaz (só possível através do SIM) que vai mudar algo ou ajudar alguém.
 
Caramba anónimo…estas em todas…lol
 
Só para fazer um esconjuro, Jorge, desejei-lhe boa sorte para as suas reflexões, não para dia 11. Para dia 11 desejo clareza de espírito e uma baixa de arrogância a todos os portugueses que ainda não decidiram. Pela vida, pelas mulheres, pela democracia, pelos direitos cívicos, SIM.
 
Há uma música que Sérgio Godinho publicou e depois auto-censurou para dentro da gaveta. Era uma música em que se fazia passar por uma espécie de Robin dos Bosques português. Incitava os pobres a roubar a carteira aos ricos.
Julgo que também deviam publicar essa letra. Certamente, o beato comunista aceitaria, uma vez que é qualquer coisa como isso que está em causa no pagamento dos abortos. Roubar a uns para bonificar os crimes dos outros. A música faz parte do espírito.
 
Há uma música que Sérgio Godinho publicou e depois auto-censurou para dentro da gaveta. Era uma música em que se fazia passar por uma espécie de Robin dos Bosques português. Incitava os pobres a roubar a carteira aos ricos.
Julgo que também deviam publicar essa letra. Certamente, o beato comunista aceitaria, uma vez que é qualquer coisa como isso que está em causa no pagamento dos abortos. Roubar a uns para bonificar os crimes dos outros. A música faz parte do espírito.
 
VOCÊS NÃO TÊM VERGONHA! Acabo de receber, por vários amigos, a notícia: um "blogue do não” usou nas suas páginas uma canção minha, para, em ultima análise, promover os seus pontos de vista em relação ao referendo de Domingo.

Para mim, não é um assunto novo. Muitas vezes, canções inteiras foram usadas em contextos ampliados — e muitas vezes amplificados. E muitas outras se apropriaram de frases minhas para dizer — e pensar — outras coisas. Goste ou não goste (e gosto várias vezes) acho que tudo isso faz parte de qualquer acto criativo. Se não o quisesse expor a esse risco, guardava-o na gaveta.

Só que há limites, claro. Desde já, neste caso, enganaram-se, não só na intenção, mas no próprio título da canção. Em vez de “Espalhem a notícia” deviam ter posto (e postado) "Chamem a polícia”...

A minha canção é uma elegia à qualidade da vida, e à alegria consciente de dar à luz um novo ser. Nada que se pareça com humilhação, falsas promessas de apoio a gravidezes indesejadas, sugestões de trabalho comunitário para substituir penas de prisão e outra pérolas que tais.

E sim, sim à vida que a canção exalta e reconhece. Espalhem a notícia.

Sérgio Godinho
 
Jorge, claro que acredito. O comentário terá então ficado "perdido no éter", o que é fácil quando há muita gente a fazer comentários. As minhas desculpas pela queixa indevida, então.

Um abraço a todos, que não sei se ainda cá venho antes do fim disto tudo. Obrigada pelas conversas a todos que as souberam ter com civilidade. E não se esqueçam de ir votar, todos!

(jorge, fica a dever-me um discussão sobre arte de direita...)
 
Esta foi a reacção de Sérgio Godinho:

ESPALHEM A NOTÍCIA ou CHAMEM A POLÍCIA ?
Acabo de receber, por vários amigos, a notícia: um "blogue do não" usou nas suas páginas uma canção minha, para, em última análise, promover os seus pontos de vista em relaçao ao referendo de Domingo.
Para mim, não é um assunto novo. Muitas vezes, canções inteiras foram usadas em contextos ampliados — e muitas vezes amplificados. E muitas outras se apropriaram de frases minhas para dizer — e pensar — outras coisas. Goste ou não goste (e gosto várias vezes) acho que tudo isso faz parte de qualquer acto creativo. Se não o quisesse expor a esse risco, guardava-o na gaveta.

Só que há limites, claro.

Desde já, neste caso enganaram-se, não só na intenção, mas no próprio título da canção.
Em vez de "Espalhem a notícia" deviam ter posto (e postado) "Chamem a polícia"...
A minha canção é uma elegia à qualidade da vida, e também à alegria consciente de dar à luz um novo ser.
Nada que se pareça com humilhação, falsas promessas de apoio a gravidezes indesejadas, sugestões de trabalho comunitário para substituir penas de prisão, e outra pérolas que tais.
E sim, sim à vida que a canção exalta e reconhece.

Espalhem a notícia.
Sérgio Godinho
 
Inês:

Desculpe também qualquer coisinha. Hei-de a visitar no blogue por onde esteja (se ainda aqui estiver, confirme-me qual é - Womenage a trois?), e convido-a a visitar o Incontinentes Verbais, onde vou retomar a escrita algures na semana que vem. E vamos então discutir a questão da arte de direita. Vai ser bom, para variar, perder uma discussão consigo. (Não ligue, I get carried away...)
Mais a sério: se vocês ganharem, como as sondagens parecem indicar, façam tudo pela mulher, como nós se ganharmos, mas façam também por acabar com a praga do aborto.

Fique bem.
 
Eu sou uma senhora e não gosto de me meter nestas coisas de gentinha, mas enfim, cada um é para o que nasce e uma mulher como eu tem obrigações. Tenho muita pena dos miúdos que fazem este Blog. Têm uma linguagem do Seixal, ainda parece que vão com a mãe vender fruta. Ó ricos, façam uma plástica, comprem roupinhas de marca, mas deixem essa linguagem de esquerda carroceira que é tão pobrezinha. E o pior queridos, não é ser pobre, é ser pobre e parecê-lo...

Lili
 
Tenho uma cadela - tenho muitos cães - e queriam chamá-la Lili.
Achei que era um nome demasiado piroso...
 
Jorge, será um prazer voltar a discutir sem campanhas em curso, que isto também cansa.

É http://womenageatrois.blogspot.com/

Obrigada pelas conversas todas. Vamos lá à vida, às nossas, com as causas todas que lá caibam.
 





blogue do não