Indoors do BdN - XI


Comentários:
É irónico que, se ganhar o Sim, sejam precisamente os movimentos que defenderam o Não que mais vão lutar para que a mãe possa ter condições para ter o filho. Serão essas associações que permitirão, aí sim, que haja uma escolha livre entre duas alternativas: entre um aborto e uma maternidade com ajuda!

Eu quase que aposto que, seja qual for o resultado, assim que passar o dia 11 não existirá um único movimento pelo Sim a dar origem a uma organização que ajude as mulheres.

Foi assim em 1998 e será assim em 2007 (infelizmente). Querem apostar?
 
Eu gostava de saber é como é que o mesmo estado que recusa pagar a vacina do HPV e assim evitar a segunda maior causa de cancro das mulheres, depois tem dinheiro para pagar abortos a essas mulheres. Isso é que é defender a dignidade das mulheres?
 
Não é defender a dignidade das mulheres, é satisfazer a ideologia, é o primado do orgulho sobre a razão, é a falsa noção de liberdade, é a escravidão da subjectividade, é a navegação à vista, é a demência de quem se recusa a ver o evidente. Só assim se explica.

É incrivel como perante a evidência científica haja pessoas que digam que não interpretam a realidade dessa maneira, como se fosse questão de interpretação a existência de seres humanos. É incrível como pode haver pessoas que digam que não sabem se aquela vida é humana, mas não se importam de arriscar a defender ou fazer um aborto. Imaginem que estavam a jogar à roleta russa e nem sabiam quantas balas havia na pistola, quantos se arriscariam a disparar?

Não basta entender a realidade há que não recusá-la, mas há quem prefira recusar a realidade e viver no seu mundinho, ainda que falso, mas que se encaixa na sua realidade idealizada.

Só assim se explica que se possa defender uma solução que permita eliminar outro ser humano só porque sim, não podemos aceitar que na nossa sociedade exista eliminação de seres humanos, quanto mais a eliminação de seres humanos inocentes e indefesos e ainda por cima por uma decisão perfeitamente subjectiva.

Que triste realidade quando alguns não sabem que valores tem e qual é a sua hierarquia, que triste realidade quando se é capaz de negociar o valor da vida, que falta de dignidade na recusa da nossa herança humanista. Será que em vez de aprendermos com os erros dos outros teremos que passar pela mesma experiência para aprender? A vida humana não deve ser objecto de experiências tipo adolescentes em crescimento.
 
Sim porque sim, não!!!

dah... isto não é falar serio é conversa da treta...
tem de adequar os metodos de campanha ao suporte que usam...
Aqui as pessoas podem responder a letra a esse tipo de coisa.
Devias era presseguir a tua irmã, ou a tua mãe, ou as tuas tias, ou a tua avo ou bisavo... tenhoa certeza que alguma destas mulheres da tua familia já fez um aborto.
A menos que sejas dos portugueses que vivem no mundo cor de rosa, e com uma conta bancaria recheada.

Desce a vida real e olha para a cara dos portugueses sem moralismo.
 
Caro Anónimo das 20:16:

+ vivo de facto num mundo cor de rosa, mas afianço-lhe que não votei neles;
+ conta bancária recheada não tenho. Sou herdeiro duma das maiores fortunas do país, mas o meu pai, para eu não ter tudo de mão beijada, comunicou-me que eu só herdaria quando (eu) morresse;
+ asseguro-lhe que aqui ninguém pensa em presseguir mulheres;
+ era sensato da sua parte não generalizar à família dos outros o que saiba poder ter acontecido na sua.

Dito isto, por hoje parece que é só. Receba um abraço e vá aparecendo, de preferência longe daqui.
 
A estratégia do NÃO é forte e poderá sair vitoriosa. Apela à emoção em detrimento da razão. Esconde a questão: penalizar ou não a mulher que aborta ? permitir o aborto clandestino e o mercado livre (se não há pena para a infracção, então são as leis do mercado que funcionam) ?
o NÃO vai deixar que tudo fique na mesma, as mesmas infelizes vão abortar (porque há situações em que não há mais solução) na clandestinidade. As menos infelizes, e porque têm dinheiro vão a Espanha ou a Inglaterra abortar em segurança e sem terem a vida devassada. o SIM seria uma boa oportunidade para as Associações de apoio à maternidade terem influência em que quer abortar. O hospital como interface. Um período em que há contacto, em que o peso da clandestinidade não entra. O SIm evitaria muitos abortos. O NÃO resolverá alguma problema a alguém ? Alguém deixará de abortar se não houver uma efectiva penalização ? Claro que não.
 
O que temo com o sim são duas questões:

A mulher passa a ter a única responsabilidade da gravidez, a sociedade ao dizer sim está a desresponsabilizar-se do novo ser humano que pertence a toda a humanidade, e isso não proteje todas as mulheres que querem prosseguir a gravidez e são muitas vezes condicionadas por interesses que lhe são alheios(patronato,família, companheiro...). tentando proteger a mulher em casos de excepção, vamos desproteger a mulher na maternidade.
Por outro lado como médica e ginecologista sei que a grande maioria dos abortos hoje em dia são médicos e não cirurgicos, iniciados em casa com medicamentos e terminados nos hospitais públicos sem rasto, nem sequelas ao contrário do que é dito, só foram assistidas no último ano, 73 complicações pos aborto clandestino nos hospitais, e do que eu sei pela minha prática clínica, este numero de complicações é inferior ao numero de complicações observadas pelo aborto espontãneo resolvido hospitalarmente desde o início.

No sec XXI nem o aborto clandestino é igual ao do séc, XX, passou massivamente de cirurgico a médico sem deixar rasto, conferindo-lhe uma privacidade muito maior do que alguma vez conferiu.

Esta lei não defende as mulheres, não defende a maternidade desejada,
e não defende a todos nós na pessoa do que já fomos.

Apelo a que se veja não apenas o que parece, porque ás vezes o que parece não é.
 
"Sim, porque sim"? Porque é que não alteram o último sim da frase pelos argumentos que sabem (ou não sabem?) que o SIM defende? Seria mais verdadeiro (porque ainda não ouvi ninguém dizer que vota SIM porque sim) e mais honesto da vossa parte!
Sejam sinceros - esta brincadeirinha de palavras não faz muito sentido, pois não?
 
Não porque não, Não!!!!
Não a tudo, sim a nada!
Nem mesmo à vida.
 





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