LOGO SE VÊ?

Este é o derradeiro artigo que escrevo para o Diário de Notícias sobre o referendo deste domingo. Devo esta colaboração casuística a um amável convite da Ana Sá Lopes a quem agradeço com muita amizade. Como “espectador comprometido”, considero que a campanha que termina amanhã não ajudou praticamente nenhum indeciso a decidir-se. Digo-o com pena já que, em 1979, juntamente com António Barreto e José Medeiros Ferreira, fui dos primeiros a defender o referendo como um instrumento de manifestação democrática da cidadania. Os poucos momentos de propaganda a que assisti na televisão não passaram disso mesmo. De propaganda e da pior. Os cartazes que andam para aí espalhados em outdoors para todos os gostos são, na generalidade, de um imenso mau gosto. Nem sequer faltou ao “debate” o “debate”, agora despropositado, sobre a pergunta que estará colocada nos boletins de voto de domingo e que, por igual, deputados adeptos do “sim” e do “não” aprovaram. É manhosa, é ambígua e, para muitas pessoas, seguramente incompreensível. Porém, é a que vai aparecer. Por isso, só uma de duas respostas é possível. Nestes pequenos textos procurei explicar tranquilamente por que se deve votar “não”. A vitória do “não” viabiliza as dúvidas e as incertezas de muitos “sim’s”. Pelo contrário, o sucesso do “sim” - não constituindo uma tragédia como referiu Mário Soares acerca da eventualidade contrária - abre definitivamente as portas a um vaguísssimo “logo se vê” que, num país de “faz de conta”, é, no mínimo, perigoso. E ao “logo se vê”, numa matéria desta natureza, eu digo, sem hesitações, não.

Publicado no Diário de Notícias


Comentários:
ó senhor João Gonçalves, nem mais uma vírgula! Perfeito!
 
ó senhor João Gonçalves, nem mais uma vírgula! Perfeito!
 
ó senhor João Gonçalves, nem mais uma vírgula! Perfeito!
 
Quantos vendilhões da moral não teria o Cristo de desancar se hoje descesse à terra!
 
oh meus amigos,
este sr. padre (mario costa pinto)do "sim", é daqueles que sofrem o sindrome do maio 68...aliás ele é padre, porque nunca se deixa de ser depois da ordenação (direito canónico)...mas, não tem paróquia nem exerce o sacerdócio ministerial...já há 17 anos que a igreja lhe tirou a credibilidade e a oprópria do magistério sacerdotal...
Mas claro,dá muito jeito à comunicação social dar estes exemplos para ver se cativam mais algusn votos para o "sim"...é que basta ver os artigos de opinião no publico, no Dn etc...por cada artigo a favor do não publicam 3 a favor do "sim"...e esta gente tem lata de se autodenominarem jornalistas imparciais...é mas é gente sem ética e deontologia prfessional...
Cada vez me convenço mais que, em politica e nos partidos, os favores paga-se e bem...caso contrário, não assistiamos ao seguidismo militante a favor do "sim" estes ultimos dias na imprensa.
 
"Não faço juízos morais sobre os propósitos de ambos os lados. Apenas constato soluções diferentes, com motivações diferentes: de um lado, há uma proposta de um SIM pela higiene como resposta ao desespero; do outro, um NÃO que proporciona dignidade e exige um apoio real que possa gerar Esperança. Até porque temos de acreditar que há sempre quem não desista e há sempre quem quer dizer NÃO!"

João Titta Maurício, in,diariodigital.pt
 
vejam este comnetário:
«Estava a pensar em abrir uma creche ou ATL num futuro próximo, mas se o sim ganhar, mais vale abrir uma clínica privada. É mais fácil ficar rica tendo uma clínica privada que só faça abortos do que jogar no euromilhões, porque o SNS não vai ter capacidade para dar conta da procura e o Estado vai pagar para mandar as meninas para clínicas privadas.»
in,correiodamanha.pt
 
É extraordinária a profusão, plasticidade e capacidade metamórfica dos argumentos do "não". Até a indefinição do futuro lhes serve. Dir-se ia que as verdadeiras razões do "não" NÃO PODEM SER DITAS EM PÚBLICO...
 
Já as do sim são mais do q publicas ..

Encher os bolsos aos donos das clinicas de aborto..

isto é a exploração da mulhuer pelo homen..

Mas será q o feminismo 2 moderno 2 agora deu nisto ?
 





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