"Não" continua a ganhar terreno

A tendência de crescimento do "Não" consolida-se e tal deve-se provavelmente ao número crescente de eleitores que se apercebe agora do que está realmente em causa e rejeita a liberalização total do aborto.

É possível que a arrogância e os apelos demagógicos que têm caracterizado uma boa parte da campanha pelo "Sim" estejam também a contribuir para o crescimento do "Não", mas creio que o factor principal está a ser mesmo a tomada de consciência de cada vez mais eleitores de que um voto no "Sim" equivale, na prática, a um cheque em branco para a implementação de uma política de abortos a pedido. Uma política de liberalização total e subsidiação do aborto em que serão as concepções mais radicais de extrema-esquerda a prevalecer.

Importa no entanto não subestimar a influência da fortíssima ofensiva mediática pelo "Sim" que está em curso a vários níveis e se intensificou nos últimos dias. Ainda assim, se a ausência de argumentos continuar a ser o traço dominante da campanha do "Sim" e a tendência de crescimento do "Não" se mantiver até 11 de Fevereiro, talvez ainda seja possível travar o processo de liberalização total do aborto.

(publicado n'O Insurgente)

Comentários:
"NÚMERO DE ABORTOS NA RÚSSIA É SUPERIOR AOS NASCIMENTOS"

Uma notícia que acabo de colher, e que mostra bem os efeitos terríveis e nefastos da liberalização/legalização do aborto.
O exemplo vem de países das "esquerdas", mas o efeito perverso e trágico será o mesmo em Portugal se deixarmos que vença a irresponsabilidade e a cultura da morte.

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EIS A NOTÍCIA:

"Número de abortos na Rússia é superior aos nascimentos"

"A Rússia foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto em 1924, por iniciativa do dirigente comunista Vladimir Lenine, com a “avançada” perspectiva de «emancipação da mulher».

Depois, o seu sucessor, o tirano Staline, proibiu a realização do aborto a pretexto da «protecção da saúde das mulheres soviéticas», proibição que durou até 1955, mas na realidade a proibição da IVG visava aumentar o número de nascimentos a fim de compensar os milhões de soviéticos que foram vítimas do regime comunista: pela fome, guerra, campos de concentração, assassinatos, e também por causa da II Guerra Mundial.

Segundo o historiador francês Stéphane Courtois e seus cinco colaboradores, o comunismo matou cerca de 100 milhões de pessoas (O Livro Negro do Comunismo, Ed. Bertrand Brasil, 3ª ed. , 2001.).As autoridades soviéticas proibiram desde 1934 a publicação das estatísticas sobre o número de abortos mas as autoridades de saúde russas admitem que a União Soviética ocupava o primeiro lugar do mundo.

O número de abortos legais na Rússia ultrapassa hoje o número de nascimentos, num país com uma das mais liberais legislações sobre o aborto. Estatísticas de 2005 indicam que o número de abortos em instituições médicas legais se situou entre os 1,7 e os 1,8 milhões.
No mesmo ano registaram-se entre 1,4 e 1,5 milhões de novos nascimentos.
Segundo a Lei sobre a Protecção da Saúde dos Cidadãos de 22 de Julho de 1993, praticamente não existem barreiras à realização de abortos na Rússia.

O aborto pode realizar-se até 12 semanas de gravidez a pedido da mãe, podendo esse prazo prolongar-se até às 22 semanas por «razões sociais», ou seja: «invalidez do marido, caso a mãe ou o pai se encontre na prisão, desemprego, divórcio durante a gravidez, falta de habitação».A lei permite ainda a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) a «mulheres com estatuto de refugiada, mães solteiras ou com mais de três filhos» ou «com meios de subsistência inferiores ao mínimo previsto por lei».

Esse prazo poderá ser dilatado em caso de «má formação do feto» e «violação». «Tendo em conta a facilidade com que no país se compra uma declaração das autoridades, não é difícil imaginar que basta o desejo da mulher ou do marido para que ela faça um aborto», declarou à agência Lusa uma enfermeira de um clínica de ginecologia de Moscovo.
Os dados falam por si. Numa altura em que a Rússia passa por uma grave crise demográfica (a sua população diminui, anualmente, em cerca de um milhão de habitantes), as autoridades não conseguem travar o aumento do número de abortos.

Nesse ritmo a população russa tende a desaparecer. As estatísticas de 1988 indicam que o número de abortos era superior ao de nascimentos à razão de 166 abortos para cada 100 nascimentos. Em 1992 a relação aumentou (225 abortos para 100 nascimentos).

"Em 1986 foram oficialmente realizados 7.116.000 abortos na URSS, tendo esse número subido para 7.265.000 em 1988», disse à Lusa Irina Siluanova, docente da Universidade Médica Estatal da Rússia. (Fonte:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=260380 - 29-01-2007.

Essa situação trágica da Rússia mostra o fruto amargo que colhe um país que optou por um sistema de governo ateu, materialista, totalitário, que aboliu Deus da sociedade, com o complexo comunista de que a religião é o “ópio (droga) do povo”.

Vemos ai que o ateísmo, a negação de Deus, não é algo inerte para o homem e para a sociedade, é algo extremamente perigoso.
E infelizmente o nosso mundo caminha hoje muito nessa direcção. Numa ideologia que não respeita a Deus, o homem acaba não sendo respeitado também, porque este é filho de Deus; e só considera esta sua alta dignidade quem ama a Deus.

A Rússia comunista, bem como Cuba, foram pioneiras na liberalização e adopção do aborto como política oficial; agora, porém, ambas começam a pagar um alto preço que, se não for revertido, pode significar o fim da própria sociedade. Belo exemplo!




February 02, 2007 1:38 AM
 
Ai, ai... ainda não percebeu que o aumento do nº de abortos não tem a vez com a liberalização mas sim com a INEFICÁCIA DO PLANEAMENTO FAMILIAR E DA EDUCAÇÃO SEXUAL???

Pois é, na Rússia é muito difícil, virtualmente imposível para a maioria das mulheres, arranjar contraceptivos.

Antes de publicar artigos tendenciosos, informe-se melhor.
--Atomina
 
Aqui está, tal como o "anonymous" demonstrou, esse artigo que está a ser comentado, está um pouco ao contrário. O Não é que recorre muitas vezes a noticias e as distorce, tentando manipular a opinião publica.

Já agora, foi referida a "cultura de morte". Então suponho que também tem essa opinião em relação à pílula do dia seguinte certo? Esses "abortos" não têm causado polémica porquê? Porque são menos visíveis apesar de ocorrerem todos os dias? Porque "são feitos" quer exista fecundação ou não massacrando o corpo da mulher mesmo não tendo a certeza da sua gravidez? Algo que não acontecerá com abortos até às 10 semanas (obviamente a realizar a mulher fará o mais cedo possível e não às 10 semanas).
 
Seria bom abordar temas depois de suficientemente informado.
O exposto por "manuel r." é inteiramente correcto.
Na Russia, os anti-concepcionais são distribuídos de forma gratuita. Sabe-se que existe a preocupação de evitar a corrida ao aborto e uma das maneiras poderá passar por dificultar o acesso a esse meios. O "estado" russo não dispõe de capacidade financeira para financiar a maternidade com subsídios.
 





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