O brando costume


A campanha está a ficar feia. E quem pensava, como eu, que os truques baixos eram um exclusivo do Bloco de Esquerda, é bom que se vá preparando. Para se ter uma ideia do nervosismo crescente do "sim", basta ler a crónica de Ana Sá Lopes no DN de hoje. Ana Sá Lopes, já o disse, tem tido das posições mais lúcidas (e por isso mais eficazes para o seu lado) que até agora pude seguir na imprensa. Uma lucidez que hoje se manifesta na previsão implícita de que o "não" pode mesmo vir a ganhar, em contraste com o triunfalismo de outros. Não sei se sim ou se não: logo veremos. O que me deixa surpreendido é que Ana Sá Lopes compare o voto do "não" ao voto em Salazar num certo concurso. E que acrescente que a vitória do "não" será "uma tragédia".
A malta não aprende nada? Sempre que, nas eleições da aldeia, alguém atira o fantasma do fascismo para o outro lado, fico logo a saber quem é que vai vencer as ditas. Lembram-se? Soares filho usou a treta do costume contra Santana Lopes e perdeu, Soares pai usou a treta do costume contra Cavaco e perdeu, o PCP usa sempre a treta do costume e perde sempre.
Em democracia, uma derrota só é uma tragédia para quem gostaria que os adversários não votassem. Tenham paciência. Ainda não vai ser desta.

Comentários:
Psicóloga espanhola: Um aborto cada 7 minutos em Espanha

As estatísticas espanholas indicam que se realiza uma Interrupção Voluntária de Gravidez (IVG) naquele país em cada sete minutos e que por mês são registadas 6.150 abortos, disse esta sexta-feira em Faro uma psicóloga clínica da Universidade de Sevilha.
Durante um debate público promovido pelo movimento cívico do «Não» denominado «Algarve pela Vida», sob o tema «Aborto na Europa: a experiência espanhola, um caso de insucesso», Cármen Ocaña sustentou que a liberalização do aborto em Espanha não foi uma solução, mas sim a criação de mais problemas.

Segundo aquela especialista, o governo espanhol - em Espanha não houve referendo sobre o aborto - optou pelo lado mais economicista da questão do aborto e não se dedicou a informar a população sobre as consequências físicas e psicológicas de uma IVG e a esclarecer as alternativas ao aborto.

«Para o governo é mais barato eliminar uma pessoa do que criá-la e educá-la», disse a psicóloga clínica, acusando a sociedade espanhola de ser hipócrita por gastar mais dinheiro a salvar o lince ibérico do que a ajudar as mulheres em risco de abortar.

Assente na sua experiência clínica diária, Cármen Ocaña assegurou que as mulheres, os companheiros delas e os médicos que procedem a uma IVG sofrem posteriormente de síndrome pós-aborto.

«Transtornos emocionais e afectivos, ansiedade, sentimento de culpa, de pressão, efeitos psicossomáticos (queda de cabelo), insónia, predisposição para drogas e álcool, tendências suicidas ou preocupação com gravidezes futuras» são alguns dos sintomas daquele síndrome nas mulheres.

A especialista explicou que nos homens o síndrome pós-aborto provoca tristeza generalizada, transtorno no sono, falta de respeito pelas mulheres e mesmo disfunções sexuais.

Lamentando as estatísticas espanholas que indicam que em cada quatro minutos que passam desfaz-se um casamento e em cada sete minutos há um aborto - por dia há 207 e por ano há 80 mil abortos em Espanha -, Cármen Ocaña afirmou que Portugal irá ter um «problema grande de futuro» caso o «Sim» ganhe no referendo de dia 11 de Fevereiro.

Durante a acção do movimento «Algarve pela Vida», foi colocado no centro de Faro o primeiro de uma série de novos «outdoors» de produção autónoma, que doravante serão colocados em todo o Algarve.

Diário Digital / Lusa
 
Não seja parvo! Cá agora! Abortemos irmãos!
 
Uns fazem comparações parvas; outros fazem panfletos com criancinhas desmembradas...
 
AFIRMAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS

As afirmações extraordinárias da Dra. Ana Sá Lopes só podem ser imputáveis a uma grave perturbação, certamente momentânea, do seu senso jornalístico.
O apelo a que um voto "não" é um voto salazarista se não caísse no domínio da pura patetice, seria de uma grande gravidade. Em qualquer caso, dizem muito sobre o espírito democrático que anima a senhora comentadora e defensora do "sim".
Vou mandar-lhe um e-mail a dizer-lhe que lá estarei, na Escola Delfim Santos, com todo o gosto, no dia 11 de Fevereiro a votar "não". Assumindo com clareza as minhas posições sobre o direito à vida, sem qualquer tipo de receio ou ambiguidade. Sei que o povo português reconhecerá a validade das propostas do "não" e não se revê na posição arruaceira (e ela própria salazarista) da comentadora do "sim".
 
Bem eu espero que o este referendo o SIM ganhe... de outra forma vou ter de sentir vergonha deste país que continua a mandar mulheres para um tribunal.
este não é o Portugal que eu quero... eu quero um Portugal de pessoas livres, onde as pessoas não são perseguidas pelas suas opções mesmo que estas sejam dificies e desconfortaveis, para outras pessoas que vivem num mundo cor de rosa.
Por isso malta do não, tenham consciencia... Lutem para acabar com o aborto e não para perseguir as mulheres.
A actual lei tem de acabar e a unica pessoa com capacidade para avaliar uma possibilidaded e aborto é uma mulher gestante.
Acreditem nas Portuguesas. E acreditem nas pessoas.
Vão ver se vão sentir muito melhor.

Marcelo, Coimbra
 
Pedro: o voto "não" não é um voto salazarista. o que eu quis dizer foi que alguma da campanha do "não" (os panfletos terroristas, algumas declarações de César das Neves) remetem-nos para um país capaz de eleger Salazar como um grande português. Era isto. Abraço
 
Apoiado. O que é demais é demais: viva o SIM. Mas metam o vosso dinheiro e o vosso trabalho no mesmo sitio onde metem a vossa boca, SFF, porque EU também quero LIBERDADE para: decidir para onde vão os meus impostos que me custam sangue suor e lágrimas; escolher quem deixo passar à minha frente nos hospitais que já me dão mais prejuizo que beneficios e brincam com a minha saúde que é um valor supremo. No meu corpo também mando eu, ora bolas. Atrevem-se a negar-me isto, depois dessa verborreia toda?! E digo-vos mais: em caso de limitações no acesso a um Serviço Público, se não se importam, quem paga mais impostos é justo que passe à frente. Se não gostam, vão a Espanha, a França, onde quiserem, como puderem porque estou farto de ser chulado e ainda insultado por cima. É uma vergonhaça! Se o "não" é salazarista o "sim" é estalinista, diga-me lá onde lhe tinha custado menos viver: a desenhar a carvão na prisão da PIDE ou num campo de trabalho na Sibéria? Afinal, ou há moralidade ou comem todos, não é isso que defendem?! A vossa sorte é não haver ninguém que vos dê EXACTAMENTE aquilo que pedem.
 
Esta gentinha esquerdAlha gosta muito de atirar areia para o ar. Esquecem-se que, sendo eventualmente espertos, os outros podem ser mais.
Não está em causa Salazar - que foi, de facto, um grande Português. Como alguém escreveu antes, "Se o "não" é salazarista o "sim" é estalinista, diga-me lá onde lhe tinha custado menos viver: a desenhar a carvão na prisão da PIDE ou num campo de trabalho na Sibéria?"
Está em causa o ABORTO que, por acaso, na URSS tão depressa era livre como dava prisão ou pena de morte.
O feto é um ser humano e, por isso, matá-lo é um crime!
 
Caro justice4all, se não se importar muito ainda o vou plagiar numa próxima oportunidade. ;-> Gostava só de fazer notar uma coisa: toda a gente sabe que o SNS está saturado. A pergunta do referendo não refere a palavra "hospital público", notaram? Suspeito que o PS se prepara para, como Governo, usar os cofres do Estado (i.e. o nosso dinheiro suado) para pagar os abortos (que sendo urgentes não podem ficar em lista de espera) em clinicas privadas, algumas espanholas, algumas já em fase avançada de instalação por cá... mark my words. E viva o luxo, não é? Nós pagamos para comprar um Rolls, essa malta anda de Ferrari à borla, e com o que sobra entregam-nos um R4 em 5ª mão. Por isso é que simulam ficar indignados quando se fala no dinheirinho, ah pois é.
 
asl,
Os gigantescos cartases com mulheres presas (que as não há) são o quê? Esclarecimento?
 
Eles não sabem ou não querem saber que...

- Não há mulheres detidas pelo crime de aborto em Portugal.
- Em 2005 realizaram-se 906 abortos legais em Portugal.
- Em 2005 houve 73 casos, e não milhares, de mulheres atendidas na sequência de abortos clandestinos.
- O número de abortos clandestinos está calculado em 1800 por ano.
- 62% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares superiores a 65.000 euros por ano.
- A pílula do dia seguinte é comercializada em Portugal desde 1999, sem necessidade de receita médica. É dispensada gratuitamente em centros de saúde desde 1 de Dezembro de 2005.

in assimnao.org
 
Se calhar, o problema reside exactamente no facto de nunca ter havido aseriedade necessária para pôr as gajómetras abortadeiras uns tempos à sombra para refriar os calores...
 
É preciso acrescentar que, muito provavelmente, não se ralavam nada com isso porque tinham casa, comida e roupa lavada de borla e aproveitavam para fazer algun "negócio"...
 





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