O SIM "HARD"

Recebi hoje na caixa do correio um panfleto do Sim. A origem é desconhecida mas o discurso é amplamente conhecido. O papelucho rezava assim:
"Dia 11 vota SIM, por uma vitória da esquerda. Pela vitória das mulheres operárias e oprimidas. Pela vitória de quem anseia por um direito a dispor do seu próprio corpo.
A vitória do SIM é a garantia de que a revolução de Abril se encontra ainda viva nesta nossa sociedade corrupta e opressiva. Dia 11 diz que SIM ao direito a interromper voluntariamente a gravidez. Dia 11 diz que SIM ao financiamento público da IVG.
Aparece Sexta-feira na Estufa Fria para mostrar que somos mais que muitos."
Depois de uns quantos telefonemas percebo que não sou caso único. Estou cada vez mais convencido do meu Não. Faltam menos de 3 dias.

Comentários:
Se não fosse pedir muito, gostava que o Rui nos indicasse qual o movimento que subscreveu esse panfleto.
Em alternativa, seria ainda melhor se o pudesse scannar.
 
Pelo ar de fita de cassete bafienta, posso apostar no PCP?
 
Por "Dia 11 vota SIM, por uma vitória da esquerda. Pela vitória das mulheres operárias e oprimidas." eu diria que foi feito por um movimento pelo "não". Pelo menos, a linguagem e os... "argumentos" (argh...tenho que limpar o teclado depois de classificar como "argumentos" o que reproduzi antes), a intenção óbvia é que quem o leia vote "não".
 
Na Estufa Fria? mas isso é tão beto....

Na estufa fria costumam fazer-se encontros de ourivesaria
":O))))
 
Partilho da curiosidade do tiago geraldo.
 
Desculpa, Rui, não estava com atenção. Reli o teu post e, de facto, dizes que a origem do panfleto que recebeste é... desconhecida.
Pois bem, talvez alguém se lembre de fazer um panfleto do tipo: "Diz não à despenalização. Assassinas na cadeia! Marca a tua posição e aparece no jantar."
Pfff...
 
É panfletos desses do Sim (cof cof... sabe-se lá quem o escreveu) e aqueles DVD dados a crianças de 11 anos nas escolas a mostrar como se fazem abortos... ou cartas a crianças de colegio para darem às mães de supostos fetos abortados... lastimável que usem criancinhas nesta batalha e no caso do DVD imagens chocantes em brasileiro provavelmente de abortos feitos muito além das 10 semanas! Antes de atirar pedras veja se o seu telhado não é de vidro!
 
mostra lá o panfleto, rui castro
 
Tb eu estou mais convicta, principalmente com post deste tipo!
E o voto é SIM!
 
é, já tá mais decidida pelo "sim"? então faça muito boa viagem e apague-nos dos seus favorites sff. no dia do referendo faça 10 cruzes que eles contam-nas todas. :->
 
Tânia,

Não seja por isso, vais ao Google e na pesquisa de imagens meter 10 weeks abortion
Vais ter centenas de imagens (todas claro adulteradas pelo não).
Vá, vai ver no que vais votar ao dizer sim.
 
Sim? Não? Vida? Morte? 25 de Abril? Direitos? Custos da sáude pública?
Creio que nos esquecemos todos de mas é de um direito Humano básico a que todos temos direito. Viver!
Viver é ser livre!
Viver é poder decidir por si próprio e não ser dictado por outrém o que se deve fazer com a nossa vida!
Viver é não ter de morrer no Iraque, no Afaganistão, na miséria.
Viver é não ter de morrer em casa á espera que os médicos decidam quando se pode ir à consulta.
Viver é ter um emprego decente num país ondo todos contribuem!
Viver é não ter de viver nas ruas sem vida!
Viver é ter de pagar contribuições e não evitá-las enquanto se acusa o resto da sociedade de usar o dinheiro de outros contribuintes!
Viver é criar condições sociais para que as nossa industria e comércio floresçam sem entraves sócio-económicos!
Viver é ser suficientemente inteligente e literado para entender que não há nenhum contraceptivo que funcione, nem mesmo o simples contar dos dias!
Viver é poder ter noção do prazer do amor, de sexo sem ter de pensar que os visinhos vão condenar-nos!
Viver é deixar viver!
Meus caros amigos. Não se trata de matar ninguém. Nem penalizar ninguém.
Um Sim não vai aumentar os abortos nem custar mais à saúde pública do que já custa.
Um Não, também não vai acabar com os abortos.
Os ingleses já tinham chegado a essa conclusão nos anos setenta!
Trata-se de despenalizar uma decisão que a mulher tem direito de fazer. De facto que um casal tem direito de fazer sem a mulher ter de ser humilhada, criticada e acabar na prisão por se encontar numa situação precária, na maioria dos casos socio-económica!
Se insistimos tanto no direito à vida nestes termos então temos de despenalizar a eutanasia. Não temos direito de forçar ninguém a sofrer deitados numa cama, sem vida, sem sentido...!
O facto é que se falarmos de vida, temos de deixar também de comer carne, peixe, etc...
O facto é que se falarmos de vida, então temos de parar de nos masturbarmos. Pois um espermatesoide já tem vida, embora não tenha coração!
O facto é que, se falarmos de vida, temos de cuidar mais dos nossos pais, avós e amigos os quais, com uma reforma de 200 euros, em locais muitas vezes desoloados, esperam aquela visita familiar e amiga que raramente vem.
Falar de vida é de facto ser mais consciente e acabar com contractos de 6 meses e salários por baixo da mesa para evitar contribuições para a segurança social, contribuindo asssim para que a vida daqueles que mais necessitam melhore.
Agora todos falam dos custos. Então e o alcoolismo? E o vício da droga? E os acidentes rodoviários?
Estamos no tope das estatísticas em quase todos esses males sociais os quais envolvem vida humana de todas as idades em escalas exorbitantes e estamos aqui a perder tempo com idiotices como o direito de decidir se se deve enviar uma mulher para a prisão ou não por esta utilizar o seu direito de ser LIVRE e decidir abortar logo no início da gravidez?
Melhor será deixarmos os árabes tomar conta do país. Depois teremos filhos "galore" e as mulheres têm todas de usar véu...
Acordem, e pensem nas razoes porque de facto houve 25 de abril. Se não entendem o 25 de abril então leiam a história portuguesa. Não fassam parte dos cerca de 70% de ileterados que existem em Portugal alguns dos quais, nem sequer sabem que data é essa.
Num país onde tudo se copia pelo estrangeiros, (levis, mercedes, Nike, Hip-Hop, entre muitas muitas outras coisas)pois não somos suficientemente originais, porque é que não copiamos o bom senso e o respeito por cada um?
Eu respeito a liberdade de cada um e respeito acima de tudo a VIDA. Não ás guerras, não ao deixar morrer de doentes à espera de tratamentos, não ao ignorar de idosos sentados em bacos da avenida em linha de espera para morte. Não a passeios cobertos de carros e não a conductores embriagados, drogados e loucos. Não a dictaduras!

Vou votar SIM para contribuir para que a nossa sociedade seja mais digna e livre.
PS. não sou nem de esquerda nem de direita nem religioso, mas também não suporto ideologias partidárias as quais defendem as carteiras dos politícos e não as do do povo em geral.
Divirtam-se, vivam em paz, amem-se e sejam sensatos. A vida é muita curta.
I rest my case.
 
Tiago Geraldo,
A ler posts num blogue bolorento!?
Depois de fazer um scan mando através do RMD, pode ser?
Cumprimentos
 
Caro Rui,

Seria possível enviar também para o meu mail?

Gostava de falar disto no meu blog
 
PORQUE É PROIBIDO O ABORTO NA URSS

O documento que segue é a transcrição de um editorial da edição clandestina portuguesa do Jornal «Avante!» - Órgão do Partido Comunista (4ª Semana de Novembro de 1937)

Editorial

Resposta da Direcção

PORQUE É PROIBIDO O ABORTO NA URRS?

Damos imediata resposta a esta pergunta, formulada por algumas operárias do Barreiro. O aborto é um acto inteiramente anormal e perigoso, que tem roubado não poucas vidas e tem feito murchar não poucas juventudes. O aborto é um mal terrível. Mas, na sociedade capitalista, o aborto é um mal necessário, inevitável, benfazejo até. Na sociedade capitalista um filho significa, para os trabalhadores, mais uma fonte de privações, de tristezas e de ameaças. Quem tem filhos — diz-se — tem cadilhos. Pode-se imaginar algo mais doloroso que uma família de operários obrigados a sustentar, dos seus miseráveis salários, 5 ou 6 filhos? É a fome, o raquitismo, a tuberculose, a tristeza da vida, vivida em promiscuidade. E que futuro espera essas crianças? Serem uns desgraçados… como dizem as nossas mulheres. Por isso a mulher do [?] capitalista é obrigada a sacrificar o doce sentimento da maternidade , é obrigada a recorrer, tantas vezes com o coração sangrando, ao aborto. Por isso, a proibição do aborto, na sociedade capitalista, é uma hipocrisia e uma brutalidade. Na URSS, a situação é tão diferente como é diferente a noite do dia. Na URSS não há desemprego, não há miséria; há abundância de produtos. Tanto a mulher como o homem recebem salários que satisfazem as necessidades. A mulher grávida tem 4 meses de férias durante o período da gravidez, com os salários pagos. Há maternidades, creches, jardins de infância e escolas por toda a parte. O Governo soviético dá prémios que vão até 5 mil rublos para as mães que tenham mais de 5 filhos, etc. Ser mamã é uma das maiores aspirações das jovens soviéticas. ?E onde há uma esposa que não quisesse ser mamã sabendo que o mundo floria para acolher o seu menino? Sabendo que o seu filho não seria um desgraçado mas um cidadão livre da grande República do Socialismo? A criança, na URSS, deixou de ser um motivo de preocupações, para se tornar numa fonte luminosa de alegria e de felicidade. O aborto perdeu portanto a sua única justificação; tornou-se desnecessário. Por isso, o Governo Soviético resolveu propor ao povo trabalhador, a abolição da liberdade de praticar o aborto — liberdade essa concedida a título provisório, nos primeiros tempos da República Soviética quando esta gemia sob o peso da fome e da peste, ocasionadas pela guerra e pela contra revolução capitalista. Depois de discutirem amplamente a lei proposta pelo Governo Soviético, as mulheres e todo o povo trabalhador aprovaram essa lei que correspondia inteiramente às condições de existência livre e feliz que gozam os que trabalham na grande Pátria do Socialismo triunfante. .

FAC-SIMILE DO jornal AVANTE! (4.ª semana de Novembro de 1937) aqui

www.nao-obrigada.org
 
De facto, é um discurso radical que representará uma minoria dos apoiantes do SIM.
Mas parece-me não ser necessário referir também algumas opiniões pouco moderadas de alguns sectores do NÃO.
E a verdade é que também recebi, na minha caixa do correio, um texto execrável e fundamentalista (enviado por uma organização ligada à Igreja) a apelar ao NÃO (sob pena de um castigo divino). E então?
 
"edição clandestina portuguesa"? Mas houve outras edições, não clandestinas, ou não portuguesas, em 1937?

Estamos a falar de 70 anos atrás?

Antes dos meios mecânicos de anticoncepção, como o preservativo, ou químicos, como a pílula, estarem disponíveis?

Na altura em que as operárias das fábricas eram regularmente emprenhadas pelos patrões?

Em que a taxa de mortalidade infantil era absurdamente alta

Ah, que saudades desses tempos... aí é que era...

As mulheres comiam e calavam, os homens punham e dispunham... e havia tantos órfãozitos e abandonados para alimentar as instituições de caridade das caridosas senhoras da soçaite...

Ai se se pudesse voltar atrás...

Agora é que vou a correr votar NÃO.
 
Bah isto pode ser tão bem iventado.

Tipo, recebi ontem 3 panfletos com nossa senhora grávida e com imagens de fetos de 8 meses abortados. Fogo estes gajos do Não pá... Não aprendem nada...

Estou cada vez mais convencido do meu sim. Faltam 3 dias.

PS: BTW gosto muito dos tempos de antena do Não Obrigada... Tipo os testemunhos das mulheres que abortaram. No entanto, se as actrizes não se engasgassem tanto penso que seria um pouco mais convincente.
 
Há é gente de tão má qualidade e tão ordinária, tão reles, que nos deixam perplexos...
Nem à porrada lá iam e depois a merda espalhava-se por toda a parte.
 





blogue do não