Perdemos

Perdemos, redondamente, o referendo. Perdemos porque já em 98 a mobilização do “não” foi quase total. Crescemos em votos (cerca de 200.000), mas o esforço meritório de 14 movimentos não foi suficiente para contrariar o trabalho das três estruturas partidárias organizadas e profundamente empenhadas no “sim”: não conseguimos convencer os indecisos e abstencionistas de 98 de que a melhor resposta ainda era votar “não”. Perdemos porque a eficácia do “sim”, com as suas mensagens curtas e simples (embora enganadoras), sabiamente preparadas e difundidas ao longo dos últimos anos, foi notável. Perdemos, sobretudo, porque as palavras do Primeiro-Ministro na última semana encontraram terreno fértil em muitas pessoas que “estavam fartas do tema” e queriam, por isso, ver a questão definitivamente silenciada. Outras, a maioria, nem se interessaram pelo referendo e ficaram em casa, desprezando um assunto que não lhes resolve os problemas diários.

Ainda assim valeu muito a pena dar a cara por esta causa, junto de tantas pessoas tão diferentes, mas tão unidas na mesma resposta. Valerá agora a pena continuar a batalha pela supressão das causas do aborto, porque essas não desaparecem com o “sim”. O compromisso com a vida, das crianças e das mães, não se interrompe.

Comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
 
"Ainda assim valeu muito a pena dar a cara por esta causa, junto de tantas pessoas tão diferentes, mas tão unidas na mesma resposta. Valerá agora a pena continuar a batalha pela supressão das causas do aborto, porque essas não desaparecem com o “sim”. O compromisso com a vida, das crianças e das mães, não se interrompe."

Excelentes palavras e muito bom corolário da sua participação.
 
É preciso não esquecer que o Sim fez campanha durante 8 anos...
 
Podemos ter perdido, mas este blog venceu pela clareza, pela serenidadde e pelo esclarecimento.

Para tanto, é sem dúvida justo, assinalar a Professora Assunção Cristas. Os seus posts foram de uma lucidez invejável. A sua participação no Prós e Contras (trabalho visível) pecou por tardia. Vender livros no Coliseu (trabalho invisível) foi exemplar.
O jantar de "Mulheres pelo Não" foi sinal do verdadeiro e jovem feminismo no séc. XXI.
A sua ida ao jantar de Évora foi motivadora. A sua presença na noite eleitoral foi confortante.

Em nome dos bebés que nunca vão chegar a nascer, OBRIGADO!
 
Deixo só umas palavrinhas à Assunção:
Parabéns pela sua presença tanto aqui como nos debates, pela sua serenidade, bom senso e argumentação.
A blogoesfera serve tb para isso: dar a conhecer nomes diferentes porque melhores.

ISabel
 
A derrota deve-se sobretudo a um deficite de informação de qualidade na generalidade do país, à excepção da grande Lisboa (Lisboa e Setúbal), onde apesar da grande redução na abstenção, pouco mexeram as percentagens do Sim e do Não. Um outro factor a considerar é o facto de grande parte dos votantes ainda considerarem que querem ter soberania absoluta sobre a sua vida sexual ou conjugal, não estando ainda conscientes de que ao fazerem valer os seus interesses sobre os princípios éticos, estão a pôr em xeque toda a sociedade, e que no dia seguinte todos perdemos. Quanto à qualidade, empenhamento e alma da campanha do Não, deixou a milhas a campanha bolorenta e passadista do Sim.
João Paulo Geada
 
Parabéns pela sua brilhante participação nesta campanha, que tanto contribuiu para elevar o debate e torná-lo mais esclarecedor.
 
Seria derrota se mais de metade de Portugal quisesse fazer abortos.
Não foi isso que aconteceu. A grande maioria não se pronunciou, sem dúvida, por falta de esclarecimento, mas a realidade dos números é que apenas um quarto dos portugueses querem, expressamente, cometer o crime do aborto.
 
Cara MCA:

Se o sim fez campanha durante 8 anos, o que é que os partidários do não fizeram no sentido de impedir milhares de abortos clandestinos (a uma média de 20000 por ano dá 160000) e/ou impedir o julgamento de mulheres pela pratica de IVG durante os mesmos 8 anos?
 
Anónimo
Fizeram muito. Mesmo muito. «Mais do que permitia a força humana» porque só a força da solidariedade, da generosidade e da abnegação conseguem superar o egoísmo humano. Se nesta altura do "campeonato" ainda não percebeu isso, não anda bem informado. E eu já não tenho paciência para me andar a repetir.
 
Eu não estudei na UNI onde a DOUTORA leciona mas muito aprendi com as suas intervenções,

MUITO OBG
 
Julgo que para sermos realistas temos todos que admitir que ambas as campanhas foram enganadoras,e algo que nunca vi os defensores da sua causa defender que em certas ocasiões(ou melhor,muito frequentemente) isto acontece, o que me leva a subentender ou uma falta de sinceridade ou outra coisa pior...

E subescrevo o "Valerá agora a pena continuar a batalha pela supressão das causas do aborto, porque essas não desaparecem com o “sim”. O compromisso com a vida, das crianças e das mães, não se interrompe." - pois nunca devia estar em causa este apoio essencial.O erro é acreditar que estas instituições _resolvem_ problemas.Infelizmente até quem trabalha nelas deve fechar os olhos À verdadeira situação.A que muitas das crianças quando abandonam essas instituições não têm casa como nós,os afortunados,nem emprego,nem família.Não é uma solução.Assim como "o voto no sim" também não o é .Por isso ,por favor abram os olhos.Não falem tanto só porque querem ser ouvidos.Lutem realemente por arranjar soluções.
 
cara MCA,

Concordo que ALGUNS partidários do não fizeram muito,mas também ALGUNS do sim ,lado a lado com os do movimento contrário,lutaram para melhorar as condições daqueles que nascem sem as mesmas regalias e qualidade de vida que nós.
Ou me engano profundamente, ou a sra pouco ou nada fez,ao contrário de colegas seus/suas,alguns dos quais consigo distinguir só pelos comentários que aqui deixam.

Falar é fácil, não é ? Eu não sou uma pessoa de muitas e grandes qualidades, mas ao menos siga estes meus actos :
- Criticar objectivamente aquilo que defende e não se limite ao que os outros defendem.
-Ajude mais e fale menos.Suje as mãos.Não pense que não há ainda muito mais por fazer e que o Não (ou o sim) eram soluções.
 
Caro Augusto Pitrigrili Blixen,
Em primeiro lugar são MUITOS os partidários do Não que já desde há muitos anos têm vindo a lutar contra as causas do aborto, não são apenas alguns.
Em segundo lugar, não sabe o que eu fiz ou deixei de fazer porque não me conhece por isso não dê tiros no escuro.
Em terceiro lugar, quanto a falar ser fácil, por acaso para mim é. Comecei a falar aos seis meses e nunca mais me calei.
Em quarto lugar, quanto a criticar objectivamente, mais uma vez se percebe que não me conhece de lado nenhum e nunca leu o que eu escrevi. Desafio qualquer um a apontar subjectividade ou tendenciosismo naquilo que escrevi ao longo do último mês no meu blogue que V. certamente nunca visitou.
Em quinto lugar, não é a si que lhe vou dizer o que fiz ou deixei de fazer.
Em sexto e último ligar,falo o que eu quiser e ouve ou lê quem quiser.
 
por isso é q o curso da UNI está tão mal cotado...
mas é bonitinha a sãozita.
 
" direito é na clássica disse... "

Lá vem outro " palhacito " ..por isso é q a ÚNICA faculadade de dirito com renome EUROPEU é a FDCoimbra ( onde pontifica o Sr Prof Doutor Jónatas Machado QUE TAMBÉM É PELO NÃO ) amigo o q as privadas te dizem é :

CRESCE E APARECE !
 
Aos olhos de um monstro o normal è monstruoso.
Abortem as vossas monstruosidades,
nós pagamos.
 
ó david, a fd coimbra é privada?

olha, esse anel no focinho, não te incomoda quando comes?
 
Há alguma intenção em deixar abandalhar o blogue do não? Já não há moderação dos comentários? Claro que as palavras recaem sobre quem as profere mas deixar o nível descer desta maneira também não fica bem aos moderadores do blogue.
 





blogue do não