Sobre os preconceitos religiosos/culturais/ideológicos do "direito à vida"

«Código Penal*

(...)

Livro II

Título I - Dos crimes contra as pessoas
(...)

Capítulo II - Dos crimes contra a vida intra-uterina

(...)

Artigo 142º
(Interrupção da gravidez não punível)


(...)»



*Que conste, não foi emanado das Escrituras, redigido pelo Cónego Melo, aprovado no Vaticano, ratificado pelo Altíssimo Ele Mesmo. Se eu parto do princípio que o feto é uma vida humana, bem que os apoiantes do "sim" podiam ter a gentileza de, pelo menos, reconhecer que é esse o bem jurídico que o laicíssimo Código Penal quer proteger com a norma a referendar. E que talvez o que eu queira defender seja uma determinada conformação laica de valores (também) laicos e não a Santa Madre Igreja (a qual - acreditem - não teria muitas razões para me confiar procuração).


Comentários:
"TSF: Daniel Oliveira leva César das Neves ao tapete
A força dos argumentos contra o argumento da força"

Sei que parece de mau gosto, mas no debate que ouvi, não me soou a isto...

Ouvi um Daniel Oliveira a auto-insultar-se perante falta de argumentação e usar daquele estilo tipico de fazer-se de coitadinho que o sr Neves insultou-me e assim estou a sofer como sofrem as coitadas que defendo.

Ouvi um Daniel Oliveira a querer levar a discussão para uma Lei que não está em discussão (e tanto se apregoou que o que está em causa é o código penal e a sua alteração e o Daniel a bater na mesma tecla, que por acaso já tem quase um quarto de seculo)

Ouvi um Daniel a tentar mudar a opinião do JCN e quando percebu que nao ia conseguir tentou a tactica Pureza, generalizar para descredibilizar. À semelhança do seu companheiro, o resultado viu-se...

Ouvi um Daniel a usar dos dados da OMS que pela sua definição é uma organização que lida com saúde e descredibilizar os dados da Eurostat que pela definição é uma instituição que recolhe e trata dados. Tendencias? Não, nada disso.

OUvi também um Daniel a fazer comparações no final, sem nunca se ter dado ao trabalho de perceber a comparação de JCN. Sim, porque há comparações que podem dar algum trabalho a fazer e a assimilar. Talvez por isso seja mais facil descredibilizá-las

Claro que cada um interpreta à sua maneira mas se o Miguel Abrantes acha que o JCM foi ao tapete, parece-me que os estudios da TSF têm um grande buraco debaixo dos tapetes, porque houve quem tivesse ficado bem mais abaixo neste debate.

Cumprimentos
 
O aborto NÃO é uma questão religiosa (mesmo que a doutrina da igreja católica defenda a vida desde a concepção até à morte natural).
Mas dá jeito fazer uma discussão igreja católica vs esquerda pseudo-intelectual.
 
Gosto de ouvir,por vezes, alguns juristas afirmarem, com aquela expressão imaculada da neutralidade, que o Estado não pode impôr imperativos morais. Este é o pensamento típico do político que acha que a Ética deve submeter-se à política. Houve um senhor que disse, há séculos, precisamente a mesma coisa: Maquiavel.
 





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