Esclarecimento a comentário
O Daniel Oliveira deixou o seguinte comentário à minha 'posta' "O Estado como exemplo moral":
Depreendo que acha aceitavel o homicidio de filhos de violadores e de deficientes. Voltamos sempre ao mesmo. As vossas comparações contrariam tudo o que os senhores dizem defender.
Caro Daniel,
Acho que existem algumas situações extremas que podem justificar o aborto, sendo a violação uma delas. Uma mulher violada está psicologicamente destruída e forçá-la a manter tal gravidez seria a perpetuação do próprio crime, com riscos óbvios para a sanidade mental e física da própria grávida.
Mas não pensemos que todas as gravidezes não desejadas criam nas grávidas emoções desse calibre. Esse é o discurso da demagogia.
A sociedade é composta de muitos gradientes incluindo alguns que preferíamos não ver. Patrões que escorraçam trabalhadores como se fossem objectos, políticos sem valores, empregados que recorrem a baixas fraudulentas durante anos a fio, pessoas dispostas a tudo pela fama e pelo poder. E estas pessoas também engravidam, cabendo-nos a nós, sociedade, proteger os mais fracos - mesmo dos seus próprios pais.
Claro que esta imagem é extremada, como o são as das adolescentes de 12 anos que fazem abortos em vãos de escada. Felizmente, nem uma nem a outra são a maioria. Cada caso é um caso. E é precisamente por isso que não podemos abandonar as nossas obrigações de supervisão enquanto sociedade. Esse é o próprio significado da Justiça.
Não é possível querer defender os direitos de um trabalhador face a um patrão sem escrúpulos e não defender os direitos do mais frágil de nós. Isso é deixar o trabalho pela metade, deixando por fazer a parte mais difícil. É criar condições para uma sociedade higienizada, um admirável mundo novo, onde quem não tiver reunido determinadas condições socio-económicas óptimas se verá orientada para uma "pequena interrupção". É desistir. Eu não desisto e por isso voto 'não'.
Depreendo que acha aceitavel o homicidio de filhos de violadores e de deficientes. Voltamos sempre ao mesmo. As vossas comparações contrariam tudo o que os senhores dizem defender.
Caro Daniel,
Acho que existem algumas situações extremas que podem justificar o aborto, sendo a violação uma delas. Uma mulher violada está psicologicamente destruída e forçá-la a manter tal gravidez seria a perpetuação do próprio crime, com riscos óbvios para a sanidade mental e física da própria grávida.
Mas não pensemos que todas as gravidezes não desejadas criam nas grávidas emoções desse calibre. Esse é o discurso da demagogia.
A sociedade é composta de muitos gradientes incluindo alguns que preferíamos não ver. Patrões que escorraçam trabalhadores como se fossem objectos, políticos sem valores, empregados que recorrem a baixas fraudulentas durante anos a fio, pessoas dispostas a tudo pela fama e pelo poder. E estas pessoas também engravidam, cabendo-nos a nós, sociedade, proteger os mais fracos - mesmo dos seus próprios pais.
Claro que esta imagem é extremada, como o são as das adolescentes de 12 anos que fazem abortos em vãos de escada. Felizmente, nem uma nem a outra são a maioria. Cada caso é um caso. E é precisamente por isso que não podemos abandonar as nossas obrigações de supervisão enquanto sociedade. Esse é o próprio significado da Justiça.
Não é possível querer defender os direitos de um trabalhador face a um patrão sem escrúpulos e não defender os direitos do mais frágil de nós. Isso é deixar o trabalho pela metade, deixando por fazer a parte mais difícil. É criar condições para uma sociedade higienizada, um admirável mundo novo, onde quem não tiver reunido determinadas condições socio-económicas óptimas se verá orientada para uma "pequena interrupção". É desistir. Eu não desisto e por isso voto 'não'.
Comentários:
blogue do não
O Daniel não está a ser demagógico, vocês é que são incoerentes:
Vocês recusam um aborto precoce a uma mulher em desespero e obrigam-na a levar a gravidez até ao fim para depois dar a criança para adopção - só isto é de uma desumanidade inqualificável.
Em contrapartida, aceitam com naturalidade que se aborte um feto viável com 24 semanas por ser portador de alguma deficiência.
Vocês recusam um aborto precoce a uma mulher em desespero e obrigam-na a levar a gravidez até ao fim para depois dar a criança para adopção - só isto é de uma desumanidade inqualificável.
Em contrapartida, aceitam com naturalidade que se aborte um feto viável com 24 semanas por ser portador de alguma deficiência.
Caro anónimo,
O que é "desumanidade inqualificável"?
Será apoiar a jovem mãe na sua gravidez, suportando-a até ao fim, e, no fim, quando ela tem o bébé, propor-lhe: quer ficar com ele, ou prefere dá-lo para adopção? Tipicamente, tanto quanto se sabe, ficam com o bébé.
Ou será antes o sexo pelo sexo, "sem compromisso", um belo dum engate na discoteca, e depois, quando menos se dá por ela, já lá tem um filho dentro. É verdade amigo. É um ser-humano que ali habita. Às 10 semanas então já tem olhinhos, dedos, já abre e fecha a boca, tem um coraçãozinho. Que fazer? Mata-se? Sim! Mata-se!
Peço perdão, mas este pobre coitado, que foi o último a ter culpa pela irresponsabilidade dos pais, vai sofrer uma morte violenta.
Até poderia ser um animal, como uma cegonha ou um lobo; até podia ser vegetação protegida. Mas não. É um ser-humano. Um bébé. Feito por um pai e por uma mãe irresponsáveis, mas ele está lá.
Desumano é matá-lo.
Humano, é apoiar a mãe psicologicamente e materialmente. E não é idilico amigo. Há sítios que têm essa tarefa, e 99% das mulheres saem de lá satisfeitas.
Enfim...
Um abraço,
David Sanguinetti
O que é "desumanidade inqualificável"?
Será apoiar a jovem mãe na sua gravidez, suportando-a até ao fim, e, no fim, quando ela tem o bébé, propor-lhe: quer ficar com ele, ou prefere dá-lo para adopção? Tipicamente, tanto quanto se sabe, ficam com o bébé.
Ou será antes o sexo pelo sexo, "sem compromisso", um belo dum engate na discoteca, e depois, quando menos se dá por ela, já lá tem um filho dentro. É verdade amigo. É um ser-humano que ali habita. Às 10 semanas então já tem olhinhos, dedos, já abre e fecha a boca, tem um coraçãozinho. Que fazer? Mata-se? Sim! Mata-se!
Peço perdão, mas este pobre coitado, que foi o último a ter culpa pela irresponsabilidade dos pais, vai sofrer uma morte violenta.
Até poderia ser um animal, como uma cegonha ou um lobo; até podia ser vegetação protegida. Mas não. É um ser-humano. Um bébé. Feito por um pai e por uma mãe irresponsáveis, mas ele está lá.
Desumano é matá-lo.
Humano, é apoiar a mãe psicologicamente e materialmente. E não é idilico amigo. Há sítios que têm essa tarefa, e 99% das mulheres saem de lá satisfeitas.
Enfim...
Um abraço,
David Sanguinetti
Olá arteminorca,
Vejo que temos uma coisa em comum, quando diz (peço desculpa por citá-la):
«Sou professora de filosofar, activista animal e nos meus tempos livres partilho aquilo que a minha imaginação produz e as mãos constroem!»
Eu também. Dos racionais.
Quanto aos abortos clandestinos não salvos, é uma pena. Se muitos de nós soubessemos dessa situação, seria dado todo o apoio às mães, no sentido de evitar esse aborto. Não se pode chegar a todos; e nem todos querem ajuda...
Melhores Cumprimentos,
David Sanguinetti
Vejo que temos uma coisa em comum, quando diz (peço desculpa por citá-la):
«Sou professora de filosofar, activista animal e nos meus tempos livres partilho aquilo que a minha imaginação produz e as mãos constroem!»
Eu também. Dos racionais.
Quanto aos abortos clandestinos não salvos, é uma pena. Se muitos de nós soubessemos dessa situação, seria dado todo o apoio às mães, no sentido de evitar esse aborto. Não se pode chegar a todos; e nem todos querem ajuda...
Melhores Cumprimentos,
David Sanguinetti
CHAMAM A ISTO PRESTAR TODO O APOIO À MULHER GRÁVIDA?
REPAREM NA CRUELDADE COM QUE A ICAR TRATA ALGUMAS CRIANÇAS, MÃES E PAIS
(Estas notas não são para justificar a decisão de ABORTAR, mas somente elencar HIPOCRISIAS de
quem insiste em aplicar a sua falsa moralidade aos outros).
Se uma mulher for católica e caso a sua gravidez não tiver acontecido “dentro de um casamento
católico”, pode essa mulher baptizar o seu filho?
NÃO. (Eu sei, dá um presunto ao padre e ele assobia para o ar).
Tal como um católico que se divorciou civilmente, nunca mais pode ser catequista, padrinho/madrinha
de baptismo ou de casamento.
Poderá o seu filho (filha já sabemos que não pode…), se eventualmente sentir vocação para o sacerdócio, ingressar num seminário?
NÃO. Não pode, porque o seu nascimento ocorreu fora do casamento católico.
Também não pode se eventualmente, nasceu ou adquirir alguma deficiência (ver nota mais abaixo).
Um casamento católico pode ser dissolvido pelo facto de "ele" ser homossexual, apesar de poder procriar?
PODE. Porque é uma das condições para a dissolução.
Um casamento católico pode ser dissolvido pelo facto de "ele" ter uma amante?
NÃO PODE. Se "ele" tem uma amante não se pode dissolver, cabe lá na cabeça de algum invocar
tal argumento.
Se calhar é por isso que as senhoras de posição não abortam, os maridos vão para as amantes, e essas é que abortam.
Do texto do Padre Mário da Lixa de – 2007 FEVEREIRO 02 –
“Já reparastes (infelizmente, não temos procurado ser católicos bem informados e andamos quase
sempre muito distraídos do essencial) que o Código de Direito Canónico (CDC), da Igreja, ainda é
mais penalizador contra as mulheres católicas que abortarem do que a actual lei do Código Penal
português? Vede só esta barbaridade canónica: as mulheres católicas que abortarem ficam automaticamente excomungadas, portanto, fora da comunhão da Igreja! Nem é preciso
o Tribunal eclesiástico proferir a sentença. É automático! Porém, se as mulheres católicas grávidas,
para não serem excomungadas, decidirem levar a gravidez ao fim e, logo após o parto, matarem o
bebé, já não sofrem qualquer sanção canónica. Cometem, obviamente, um pecado mortal
de infanticídio, mas não sofrem nenhuma sanção canónica. Estremeceram com o impacto
desta revelação? Mas a realidade é esta.”
E eu acrescento, vimos PINOCHET responsável CONFESSO de milhares de mortes, receber o perdão
na hora da morte, ou mesmo antes. Então porque se é tão duro para uma mulher que aborta?
Continuando…
O Código do Direito Canónico "afasta" a possibilidade de ingresso nos seminários, qualquer deficiente
físico. Uma vez que pelo CDC nunca poderão ser ordenados sacerdotes.
A verdade é que nunca vi nenhum sacerdote com alguma deficiência física. Alguém conhece um
padre que tenha sido ordenado com uma deficiência física?
Apontem casos por favor.
Consultar o CDC em:
http://www.vatican.va/archive/ESL0020/__PV.HTM
“241 § 1. El Obispo diocesano sólo debe admitir en el seminario mayor a aquellos que, atendiendo
a sus dotes humanas y morales, espirituales e intelectuales, a su salud física y a su equilibrio psíquico,
y a su recta intención, sean considerados capaces de dedicarse a los sagrados ministerios de manera
perpetua”
Se o CDC fosse divulgado convenientemente...
PELO DIREITO À VIDA e À VIDA COM DIGNIDADE
ANTONIO
REPAREM NA CRUELDADE COM QUE A ICAR TRATA ALGUMAS CRIANÇAS, MÃES E PAIS
(Estas notas não são para justificar a decisão de ABORTAR, mas somente elencar HIPOCRISIAS de
quem insiste em aplicar a sua falsa moralidade aos outros).
Se uma mulher for católica e caso a sua gravidez não tiver acontecido “dentro de um casamento
católico”, pode essa mulher baptizar o seu filho?
NÃO. (Eu sei, dá um presunto ao padre e ele assobia para o ar).
Tal como um católico que se divorciou civilmente, nunca mais pode ser catequista, padrinho/madrinha
de baptismo ou de casamento.
Poderá o seu filho (filha já sabemos que não pode…), se eventualmente sentir vocação para o sacerdócio, ingressar num seminário?
NÃO. Não pode, porque o seu nascimento ocorreu fora do casamento católico.
Também não pode se eventualmente, nasceu ou adquirir alguma deficiência (ver nota mais abaixo).
Um casamento católico pode ser dissolvido pelo facto de "ele" ser homossexual, apesar de poder procriar?
PODE. Porque é uma das condições para a dissolução.
Um casamento católico pode ser dissolvido pelo facto de "ele" ter uma amante?
NÃO PODE. Se "ele" tem uma amante não se pode dissolver, cabe lá na cabeça de algum invocar
tal argumento.
Se calhar é por isso que as senhoras de posição não abortam, os maridos vão para as amantes, e essas é que abortam.
Do texto do Padre Mário da Lixa de – 2007 FEVEREIRO 02 –
“Já reparastes (infelizmente, não temos procurado ser católicos bem informados e andamos quase
sempre muito distraídos do essencial) que o Código de Direito Canónico (CDC), da Igreja, ainda é
mais penalizador contra as mulheres católicas que abortarem do que a actual lei do Código Penal
português? Vede só esta barbaridade canónica: as mulheres católicas que abortarem ficam automaticamente excomungadas, portanto, fora da comunhão da Igreja! Nem é preciso
o Tribunal eclesiástico proferir a sentença. É automático! Porém, se as mulheres católicas grávidas,
para não serem excomungadas, decidirem levar a gravidez ao fim e, logo após o parto, matarem o
bebé, já não sofrem qualquer sanção canónica. Cometem, obviamente, um pecado mortal
de infanticídio, mas não sofrem nenhuma sanção canónica. Estremeceram com o impacto
desta revelação? Mas a realidade é esta.”
E eu acrescento, vimos PINOCHET responsável CONFESSO de milhares de mortes, receber o perdão
na hora da morte, ou mesmo antes. Então porque se é tão duro para uma mulher que aborta?
Continuando…
O Código do Direito Canónico "afasta" a possibilidade de ingresso nos seminários, qualquer deficiente
físico. Uma vez que pelo CDC nunca poderão ser ordenados sacerdotes.
A verdade é que nunca vi nenhum sacerdote com alguma deficiência física. Alguém conhece um
padre que tenha sido ordenado com uma deficiência física?
Apontem casos por favor.
Consultar o CDC em:
http://www.vatican.va/archive/ESL0020/__PV.HTM
“241 § 1. El Obispo diocesano sólo debe admitir en el seminario mayor a aquellos que, atendiendo
a sus dotes humanas y morales, espirituales e intelectuales, a su salud física y a su equilibrio psíquico,
y a su recta intención, sean considerados capaces de dedicarse a los sagrados ministerios de manera
perpetua”
Se o CDC fosse divulgado convenientemente...
PELO DIREITO À VIDA e À VIDA COM DIGNIDADE
ANTONIO
do correio não confidencial do Padre Mário
JANEIRO 13, Victor S.
Querido Amigo. Estamos na era de todas as hipocrisias de tal modo que ainda ontem ouvi uma senhora, cuja primeira reacção foi a de dizer à filha para abortar quando esta chegou a casa grávida e ainda solteira, insultar o marido por defender o SIM para o próximo referendo.
A propósito ou não, sei lá, junto uma pequena crónica que escrevi depois do referendo anterior e para um jornal que já não existe. Se quiseres usa-a. Trata-se de uma história com primeira pessoa, cuja protagonista poderá já não estar entre nós, mas que lembrarei sempre que for preciso porque não há consciência que possa ficar indiferente a vidas tão feitas de sofrimento e tão hipocritamente escondidas por todos quantos vêm para a praça pública manifestar-se contra a despenalização do aborto=deixar de ser possível perseguir legalmente as mulheres que tenham de recorrer a ele.
A conclusão que tiro nesta crónica é a que todos terão que tirar se, uma vez mais, o NÃO ganhar. Deixemo-nos de mais hipocrisias: a Lei é para se cumprir, não é para fazer de conta. Um abraço.
Muito bem, Amigo Victor, a crónica está um bocado forte, mas não pode ser de outra maneira.
Dói-me o coração pelos meus irmãos bispos e pelas leigas, pelos leigos que andam numa roda viva pelo NÃO. São cruéis. Sem coração. Sem o Espírito de Jesus, o de Nazaré. São fariseus, com pedras na mão.
Vou colocar a tua crónica no “Correio não confidencial” O meu bem-haja. E o abraço, Mário
Eis, pois, a crónica na íntegra:
CRIMINOSA PROCURA-SE...
Tem quarenta e nove anos, um filho com vinte e nove, um cancro em fase muito adiantada que lhe levou já os dois seios e encontrava-se ali e naquele estado por ter feito, dois dias antes, um "desmancho" clandestino.
Encontrei-a por acaso, numa unidade de saúde do Porto e não sei o que nela mais me impressionou: se a debilidade física que se manifestava no seu aspecto frágil e sofrido, se a aflição e a tristeza que lhe escorriam do olhar e do rosto secos e gastos pelo tempo e pela doença.
Depois de assistida na urgência e de ter recebido uma demorada transfusão de sangue, a sua história desfiou-se num murmúrio sobressaltado:
" - Sabe?! Eu tenho quase cinquenta anos, o meu filho mais velho está quase nos trinta... Apareceram-me uns caroços e tirei os seios há seis anos. Já fiz muitos tratamentos e dizem que é maligno. Sabe como estas coisas são?!... com tantas preocupações não tomei os cuidados e fiquei grávida. A princípio achei que não era nada, se calhar era dos tratamentos, mas depois vi que era verdade e não sabia o que fazer. Está a ver... com o meu problema, o meu marido e os meus filhos... fiquei com medo. Fui ao médico de família para ele me ajudar. O médico é muito boa pessoa, mas disse-me que não podia fazer nada, que a minha saúde não corria perigo com a gravidez, que eu devia ter tido mais cuidado. Eu ainda lhe expliquei que era a minha doença, a minha idade, isso assim, mas ele disse que não era legal. Não era legal... Já viu?, nesta idade, com um malzinho ruim... e grávida. Acha que uma mulher da minha idade e doente tem forças para trazer um filho na barriga? Eu sei lá se não morria antes dele nascer!?... Eu não sabia o que fazer à minha vida e foi uma senhora que ia também aos tratamentos no instituto que me indicou uma clínica, para os lados de Aveiro. Fui lá, paguei cem contos, fizeram-me o desmancho e mandaram-me para casa no estado em que viu..."
Na altura pensei compreender o drama da tal mulher e as razões físicas e psicológicas que a levaram a abortar clandestinamente e guardei para mim o pedaço de vida que me tinha sido segredado. Agora, depois das coisas que vi e ouvi nos jornais, rádio e televisão da boca de políticos, responsáveis da igreja, médicos e outras figuras públicas com responsabilidade, tenho que reconhecer que a minha atitude é legalmente condenável e não me resta outra solução que não seja a denúncia aos tribunais deste crime e mandar a mulher para a prisão. Suponho que ninguém esperará da minha parte outra atitude depois da Assembleia da República ter votado a favor da condenação criminal das mulheres que recorrem ao aborto nestas circunstâncias. Tenho muita pena, mas a Lei é para se cumprir.
Por isso, e porque, talvez impressionado com a história da mulher, não tive em conta no momento que estava perante uma criminosa, não fixando o seu nome e endereço, venho pedir a quem saiba do seu paradeiro que faça o favor de mo comunicar para a entregar à justiça
JANEIRO 13, Victor S.
Querido Amigo. Estamos na era de todas as hipocrisias de tal modo que ainda ontem ouvi uma senhora, cuja primeira reacção foi a de dizer à filha para abortar quando esta chegou a casa grávida e ainda solteira, insultar o marido por defender o SIM para o próximo referendo.
A propósito ou não, sei lá, junto uma pequena crónica que escrevi depois do referendo anterior e para um jornal que já não existe. Se quiseres usa-a. Trata-se de uma história com primeira pessoa, cuja protagonista poderá já não estar entre nós, mas que lembrarei sempre que for preciso porque não há consciência que possa ficar indiferente a vidas tão feitas de sofrimento e tão hipocritamente escondidas por todos quantos vêm para a praça pública manifestar-se contra a despenalização do aborto=deixar de ser possível perseguir legalmente as mulheres que tenham de recorrer a ele.
A conclusão que tiro nesta crónica é a que todos terão que tirar se, uma vez mais, o NÃO ganhar. Deixemo-nos de mais hipocrisias: a Lei é para se cumprir, não é para fazer de conta. Um abraço.
Muito bem, Amigo Victor, a crónica está um bocado forte, mas não pode ser de outra maneira.
Dói-me o coração pelos meus irmãos bispos e pelas leigas, pelos leigos que andam numa roda viva pelo NÃO. São cruéis. Sem coração. Sem o Espírito de Jesus, o de Nazaré. São fariseus, com pedras na mão.
Vou colocar a tua crónica no “Correio não confidencial” O meu bem-haja. E o abraço, Mário
Eis, pois, a crónica na íntegra:
CRIMINOSA PROCURA-SE...
Tem quarenta e nove anos, um filho com vinte e nove, um cancro em fase muito adiantada que lhe levou já os dois seios e encontrava-se ali e naquele estado por ter feito, dois dias antes, um "desmancho" clandestino.
Encontrei-a por acaso, numa unidade de saúde do Porto e não sei o que nela mais me impressionou: se a debilidade física que se manifestava no seu aspecto frágil e sofrido, se a aflição e a tristeza que lhe escorriam do olhar e do rosto secos e gastos pelo tempo e pela doença.
Depois de assistida na urgência e de ter recebido uma demorada transfusão de sangue, a sua história desfiou-se num murmúrio sobressaltado:
" - Sabe?! Eu tenho quase cinquenta anos, o meu filho mais velho está quase nos trinta... Apareceram-me uns caroços e tirei os seios há seis anos. Já fiz muitos tratamentos e dizem que é maligno. Sabe como estas coisas são?!... com tantas preocupações não tomei os cuidados e fiquei grávida. A princípio achei que não era nada, se calhar era dos tratamentos, mas depois vi que era verdade e não sabia o que fazer. Está a ver... com o meu problema, o meu marido e os meus filhos... fiquei com medo. Fui ao médico de família para ele me ajudar. O médico é muito boa pessoa, mas disse-me que não podia fazer nada, que a minha saúde não corria perigo com a gravidez, que eu devia ter tido mais cuidado. Eu ainda lhe expliquei que era a minha doença, a minha idade, isso assim, mas ele disse que não era legal. Não era legal... Já viu?, nesta idade, com um malzinho ruim... e grávida. Acha que uma mulher da minha idade e doente tem forças para trazer um filho na barriga? Eu sei lá se não morria antes dele nascer!?... Eu não sabia o que fazer à minha vida e foi uma senhora que ia também aos tratamentos no instituto que me indicou uma clínica, para os lados de Aveiro. Fui lá, paguei cem contos, fizeram-me o desmancho e mandaram-me para casa no estado em que viu..."
Na altura pensei compreender o drama da tal mulher e as razões físicas e psicológicas que a levaram a abortar clandestinamente e guardei para mim o pedaço de vida que me tinha sido segredado. Agora, depois das coisas que vi e ouvi nos jornais, rádio e televisão da boca de políticos, responsáveis da igreja, médicos e outras figuras públicas com responsabilidade, tenho que reconhecer que a minha atitude é legalmente condenável e não me resta outra solução que não seja a denúncia aos tribunais deste crime e mandar a mulher para a prisão. Suponho que ninguém esperará da minha parte outra atitude depois da Assembleia da República ter votado a favor da condenação criminal das mulheres que recorrem ao aborto nestas circunstâncias. Tenho muita pena, mas a Lei é para se cumprir.
Por isso, e porque, talvez impressionado com a história da mulher, não tive em conta no momento que estava perante uma criminosa, não fixando o seu nome e endereço, venho pedir a quem saiba do seu paradeiro que faça o favor de mo comunicar para a entregar à justiça
Ao anónimo que escreveu uma data de disparates às 12:38 AM
Ou você é ignorante, ou quer ser ou então é parvo. Deve esclarecer-se antes de despejar tanta parvoice.
Nuno
Ou você é ignorante, ou quer ser ou então é parvo. Deve esclarecer-se antes de despejar tanta parvoice.
Nuno
O anónimo da 1:14 AM veio contar uma mentira com todos os dentes que ainda tem na boca uu com a dentadura postiça. Deve estar mais doente que a mulherzinha da sua invenção.
Para ser breve, só acrescento que o padre da lixa deverá antes crismar-se de PADRE DO LIXO!
Para ser breve, só acrescento que o padre da lixa deverá antes crismar-se de PADRE DO LIXO!
Noto que quando fala de aborto usa a palavra homicidio, depois, quando fala de aborto em caso de violação, deixa da usar. Devia ter escrito, para ser coerente com a sua própria linguagem, esta frase: «Acho que existem algumas situações extremas que podem justificar o homicidio, sendo a violação uma delas.»
Tendo em conta que a vitima do homicidio não é o violador, não lhe soa mal a frase. Se sim, não volte a usar a palavra homicidio quando fala de aborto. Combinado?
Tendo em conta que a vitima do homicidio não é o violador, não lhe soa mal a frase. Se sim, não volte a usar a palavra homicidio quando fala de aborto. Combinado?
" Para ser breve, só acrescento que o padre da lixa deverá antes crismar-se de PADRE DO LIXO! "
Ó MEUS SENHORES UM " CIDADÃO " QUE ESCREVE UM LIVRO CHEIO DE BLASFÉMIAS E SACRILÉGIOS ASSININOS COMO O " nem adão e eva nem pecado original " pode dizer-se padre , coerentemente ????
Ó MEUS SENHORES UM " CIDADÃO " QUE ESCREVE UM LIVRO CHEIO DE BLASFÉMIAS E SACRILÉGIOS ASSININOS COMO O " nem adão e eva nem pecado original " pode dizer-se padre , coerentemente ????
Daniel, para mim um aborto é um homicídio, que pode ou não ter atenuantes e enquadramento específico. Não tenho qualquer dificuldade em afirmá-lo.
Só por isso voto não. Se não o considerasse uma ofensa grave a outro ser humano, seria para mim uma questão do foro pessoal da mulher (e, parece-me, do pai da criança), sobre o qual a sociedade nada deveria dizer, como muito provavelmente você pensa.
Só por isso voto não. Se não o considerasse uma ofensa grave a outro ser humano, seria para mim uma questão do foro pessoal da mulher (e, parece-me, do pai da criança), sobre o qual a sociedade nada deveria dizer, como muito provavelmente você pensa.
Nuno
Fique com Deus, ( será que é crente?)
Mas se for leia
Consultar o CDC em:
http://www.vatican.va/archive/ESL0020/__PV.HTM
antes de insultar ou outros
Fique com Deus e que Deus o ajude a respeitar, a ouvir e entender o mundo que o rodeia
Fique com Deus, ( será que é crente?)
Mas se for leia
Consultar o CDC em:
http://www.vatican.va/archive/ESL0020/__PV.HTM
antes de insultar ou outros
Fique com Deus e que Deus o ajude a respeitar, a ouvir e entender o mundo que o rodeia
Nuno
O seu insulto é tipico de uma ICAR
com uma herança pesada:
CRUZADAS, INQUISIÇÃO, EVANGELIZAÇÃO Á FORÇA ETC
FIQUE COM DEUS QU BEM PRECISA
O seu insulto é tipico de uma ICAR
com uma herança pesada:
CRUZADAS, INQUISIÇÃO, EVANGELIZAÇÃO Á FORÇA ETC
FIQUE COM DEUS QU BEM PRECISA
Daniel Oliveira,
Há uma música que Sérgio Godinho publicou e depois auto-censurou para dentro da gaveta. Era uma música em que se fazia passar por uma espécie de Robin dos Bosques português. Incitava os pobres a roubar a carteira aos ricos.
Julgo que também deviam publicar essa letra. Certamente, o beato comunista aceitaria, uma vez que é qualquer coisa como isso que está em causa no pagamento dos abortos. Roubar a uns para bonificar os crimes dos outros. A música faz parte do espírito.
Há uma música que Sérgio Godinho publicou e depois auto-censurou para dentro da gaveta. Era uma música em que se fazia passar por uma espécie de Robin dos Bosques português. Incitava os pobres a roubar a carteira aos ricos.
Julgo que também deviam publicar essa letra. Certamente, o beato comunista aceitaria, uma vez que é qualquer coisa como isso que está em causa no pagamento dos abortos. Roubar a uns para bonificar os crimes dos outros. A música faz parte do espírito.
Daniel Oliveira,
Mais de dezassete mil filhos por ano vão cantar-lhe esta música do Sérgio Godinho. Delicie-se, porque esse momento é só seu:
Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
Espalhem a notícia
do que é quente e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse
Divulguem o encanto
o ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
O ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou
Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta, é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Sérgio Godinho
Mais de dezassete mil filhos por ano vão cantar-lhe esta música do Sérgio Godinho. Delicie-se, porque esse momento é só seu:
Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
Espalhem a notícia
do que é quente e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse
Divulguem o encanto
o ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
O ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou
Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta, é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Sérgio Godinho
Daniel Oliveira,
Mais de dezassete mil filhos por ano vão cantar-lhe esta música do Sérgio Godinho. Delicie-se, porque esse momento é só seu:
Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
Espalhem a notícia
do que é quente e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse
Divulguem o encanto
o ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
O ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou
Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta, é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Sérgio Godinho
Mais de dezassete mil filhos por ano vão cantar-lhe esta música do Sérgio Godinho. Delicie-se, porque esse momento é só seu:
Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
Espalhem a notícia
do que é quente e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse
Divulguem o encanto
o ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
O ventre de que falo como um rio
transbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou
Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume, foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor meia palavra
basta, é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
Sérgio Godinho
Daniel Oliveira é um esbirro do Berloque. Que é que a opinião de um extremista como ele vale?
Sempre que aparece alguém a defender uma opinião diferente lá vem ele e os como ele acusar de hipocrisia, fascismo, ..., o costume.
Esta gente está acostumada aos bons velhos tempos da União Soviética!
A verdade é que o que está aqui em confronto é muito simples: a vida do feto ou tem dignidade perante a lei, ou não a tem. Se não a tem, não a tem até aos 9 meses (ou mesmo depois). Se a tem, tem-na desde o início.
Qualquer prazo (10,12 ou 16 semanas) é artificial e arbitrário.
Por isso, votarei NÃO!
Sempre que aparece alguém a defender uma opinião diferente lá vem ele e os como ele acusar de hipocrisia, fascismo, ..., o costume.
Esta gente está acostumada aos bons velhos tempos da União Soviética!
A verdade é que o que está aqui em confronto é muito simples: a vida do feto ou tem dignidade perante a lei, ou não a tem. Se não a tem, não a tem até aos 9 meses (ou mesmo depois). Se a tem, tem-na desde o início.
Qualquer prazo (10,12 ou 16 semanas) é artificial e arbitrário.
Por isso, votarei NÃO!
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